FEIRA DO CONHECIMENTO: RECURSO METODOLÓGICO QUE CONTRIBUI PARA A APRENDIZAGEM EM QUÍMICA

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1 Especificar a Área do trabalho (EAP, FP, MD, LC, EX, HFS, EFD, TIC, EA, CTS, CA, IPE) FEIRA DO CONHECIMENTO: RECURSO METODOLÓGICO QUE CONTRIBUI PARA A APRENDIZAGEM EM QUÍMICA Lais A. R. Souza 1 ; Flávia R. Silva 2 ; Márcia M. Vieira 3 ; Mikaella F. V. Nascimento 4 ; Viviani A. Lima 5 ; Waleska R. P. Costa 6 1,3,4,5,6 Universidade Federal de Uberlândia 2 Escola Estadual Ângela Teixeira da Silva 1 laisevanescence@hotmail.com; 2 flaviarubia@hotmail.com; 3 marciavieira1603@hotmail.com; 4 mikaella_fernanda@hotmail.com; 5 vivialveslima@gmail.com; 6 waleskarenata@hotmail.com; Linha de trabalho: Ensino e Aprendizagem Resumo Neste relato, as bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID da Universidade Federal de Uberlândia, realizaram a Feira do Conhecimento em Química em uma escola pública de ensino médio da cidade de Uberlândia, no qual deram a oportunidade de mobilizar saberes que não estão presentes nos currículos de licenciatura, proporcionando aos educandos, professores e licenciandos a busca de novos conhecimentos para propagação do conhecimento científico e, em especial, o ensino de química, promovendo o desenvolvimento da criatividade e da habilidade investigativa nos estudantes. Para incentivar a pesquisa na escola, divulgar e implementar a elaboração de trabalhos em equipe e verificar como o ensino através da realização da Feira do Conhecimento poderá contribuir para a melhoria da qualidade das aulas de química na escola. Palavras-chave: Feira do conhecimento, experimentos, PIBID. Contexto do Relato Vivemos em um mundo em constante transformação e globalização, e acreditamos ser este, o motivo pelo qual é preciso valorizar a Ciência. De acordo com Schnetzler (2010): Aprender ciências não é uma questão de simplesmente ampliar o conhecimento dos jovens sobre os fenômenos uma prática talvez denominada mais apropriadamente como estudo da natureza nem de desenvolver ou organizar o raciocínio do senso comum. Aprender ciências requer mais do que desafiar as ideias anteriores dos alunos, através de eventos discrepantes. Aprender ciências requer que crianças e adolescentes sejam introduzidos numa forma diferente de pensar sobre o mundo natural e de saber explicá-lo. (Schnetzler, 2010, p. 151) Ainda segundo a autora, Schnetzler (2010): A construção do conhecimento em sala de aula depende essencialmente de um processo no qual os significados e a linguagem do professor vão sendo apropriados pelos alunos na construção de um conhecimento compartilhado. (...). A superação de

2 obstáculos passa necessariamente por um processo de interações discursivas, no qual o professor tem um papel fundamental, como representante da cultura científica. (MORTIMER e MACHADO 1, 1997, p , apud. Schnetzler, 2010, p ) O processo interativo escolhido nesse trabalho foi a elaboração e execução de uma Feira de Conhecimento. Podemos definir feira de ciências, segundo FILHO (2016): A Feira de Ciências é um empreendimento técnico-científico-cultural que se destina a estabelecer o inter-relacionamento entre a escola e a comunidade. Oportuniza aos alunos demonstrarem, por meio de projetos planejados e executados por eles, a sua criatividade, o seu raciocínio lógico, a sua capacidade de pesquisa e seus conhecimentos científicos. (MORAES 2, 1986, p. 20, apud. FILHO, 2016, p.3). Nesse contexto, os bolsistas do Subprojeto Química do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) juntamente com a professora/supervisora de uma escola estadual de Uberlândia, propuseram a realização de uma Feira do Conhecimento, voltados para os conteúdos químicos. Os objetivos do projeto foram: incentivar o estudo dos fenômenos químicos; instigar o conhecimento da Ciência por meio da experimentação e promover a criatividade, já que os alunos deveriam explorar a forma de apresentação junto à comunidade escolar. Outro aspecto considerado relevante pela equipe executora foi que a Feira do Conhecimento pode contribuir para a: aquisição de conhecimentos básicos, preparação científica, capacidade de raciocínio lógico, e compreender e utilizar a ciência, como elemento de interpretação e intervenção (BRASIL, 2000). A ação apenas foi voltada para os conhecimentos químicos, isso porque o Subprojeto Química PIBID/UFU iniciou suas atividades na referida escola meados do segundo semestre de Além disso, nesse período ocorreu a ocupação nas escolas, e quando as atividades foram retomadas, não foi possível programar uma atividade mais elaborada, voltada para todas as áreas, tendo em vista o fechamento das notas e o final do ano letivo. Assim, sob a validação da direção da escola, a equipe promoveu a Feira do conhecimento vinculada à disciplina de Química. A Feira do Conhecimento foi realizada em uma escola estadual de Uberlândia, vinculada ao Subprojeto Química (PIBID/UFU), no início do mês de dezembro, envolvendo a 1 MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H. Anais do Encontro sobre Teoria e Pesquisa em Ensino de Ciências: Linguagem. Cultura e Cognição. Belo Horizonte, MORAES, Roque. Debatendo o ensino de Ciências e as Feiras de Ciências. Boletim Técnico do PROCIRS. Porto Alegre, V. 2, n. 5, p

3 participação de 315 (trezentos e quinze) alunos, 4 (quatro) bolsistas e 1 (uma) professora/supervisora da disciplina de Química, com a autorização da diretoria da escola. Detalhamento das Atividades As atividades experimentais foram realizadas junto à professora/supervisora, bolsistas do Subprojeto Química - PIBID/UFU e alunos da escola. Inicialmente houve a formação dos grupos e a seleção das atividades experimentais abordando os conteúdos de Química, inseridos na grade curricular da turma e, de acordo com o interesse e curiosidade de cada grupo. Os assuntos escolhidos pelos alunos para a ação foram: densidade, temperatura e pressão, propriedades dos gases, estados físicos e químicos da matéria, magnetismo e efeito da química no organismo, entre outros. Esses foram apresentados a comunidade escolar por meio de atividades experimentais, executadas pelos alunos, sob a supervisão das bolsistas e da supervisora na Feira do Conhecimento. A orientação procurou trazer ao conhecimento dos alunos, não somente os aspectos visuais ou teóricos vinculados aos experimentos, mas também, a segurança e periculosidade dos reagentes, o manuseio de vidrarias de laboratório e as propriedades químicas das substâncias. Esses assuntos foram ministrados teoricamente pela professora/supervisora da disciplina de Química durante as aulas. Ao finalizar a pesquisa, cada equipe planejou a exposição dos resultados obtidos e a organização dos seus stands. Durante a exposição cada grupo teve a oportunidade de expor a toda comunidade escolar, os resultados da pesquisa realizada, permitindo uma experiência prática que antes não era exercida dentro da escola. Análise e Discussão do Relato Com a realização do evento, os educandos sentiram-se estimulados, despertando a criatividade e a troca de experiências. O mesmo pode ser observado em relação a professora/supervisora, demais professores e bolsistas, culminando na busca de novos métodos para propagação do conhecimento científico, em especial, o ensino de Química. Cabe ressaltar, que apesar da demanda pequena de tempo para a preparação da feira, os alunos se envolveram na execução da mesma. Algumas dificuldades encontradas pela equipe executora foram: a escolha dos experimentos pelo aspecto visual e não conceitual, os materiais e reagentes empregados (periculosidade) e a frequência dos alunos nas aulas.

4 Mesmo com as orientações, alguns grupos apenas se preocuparam em reproduzir os vídeos escolhidos na internet, quando foram questionados sobre o experimento escolhido, os bolsistas e professora/supervisora perceberam a dificuldade dos alunos na explicação conceitual. Neste sentido, alguns resultados vinculados a aprendizagem não foram muito satisfatórios, entretanto, no quesito de participação e interesse dos alunos, observou-se um envolvimento maior do que esperado, ao apontado pela direção da escola como positivo. De acordo com a diretora: "... nunca tinha visto esses alunos tão envolvidos e eufóricos numa atividade científica...". Assim, a equipe executora sentiu-se contemplada, de modo a realizar novos projetos. É importante ressaltar que, os alunos não tinham muito interesse pela disciplina, porém, começaram a ver e a entender a Química de forma diferente. A Feira de Conhecimento despertou a atenção e a curiosidade dos alunos em absorver o conteúdo, tendo em vista a perspectiva diferente da didática teórica aplicada em sala de aula. O interesse dos alunos ao projeto foi positivo, pois foi ressaltado por eles para realizarmos outras feiras científicas nos próximos anos. Considerações O projeto trouxe para os bolsistas e professora/supervisora uma experiência real e fazendo-os refletir como futuros profissionais da educação. A realização das ações planejadas foi assumida e acolhida por todos os envolvidos. Só não tivemos o tempo necessário para resultados mais significativos, voltados para a avaliação da aprendizagem, porém o trabalho irá continuar. A participação e o esforço contribuem em muito para melhoria da profissão, e da necessidade de constante formação.

5 Referências 1. FILHO, E. L.: Uma análise da feira de ciências como metodologia do ensino de física do colégio Marcos Parente em Picos-PI. In: III Congresso Nacional de Educação CONEDU. Picos, Piauí: 2016; Disponível em: < _SA18_ID12860_ pdf> Acesso em: 24/05/2017; 2. SCHNETZLER, R. P.: Alternativas Didáticas para a Formação Docente em Química. XVI Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino - ENDIPE. Belo Horizonte, Minas Gerais: 2010; Disponível em: < > Acesso em: 27/04/2017; 3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000; Disponível em: < Acesso em: 24/05/2017;