O BAFÔMETRO COMO RECURSO FACILITADOR DO ENSINO DAS REAÇÕES DE OXI-REDUÇÃO E DA CONCIENTIZAÇÃO DOS DISCENTES

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1 O BAFÔMETRO COMO RECURSO FACILITADOR DO ENSINO DAS REAÇÕES DE OXI-REDUÇÃO E DA CONCIENTIZAÇÃO DOS DISCENTES Jaqueline dos Santos Fidelis; Círio Samuel Cardoso da Silva; Fabrícia Bezerra Vieira do Nascimento; Jefferson de Lemos Medeiros; Maria Abílio Fragoso; Dayse das Neves Moreira; Betania Hermenegildo dos Santos Programa Institucional de Bolsa de Iniciação á Docência - PIBID 1. Introdução O ensino de Química por ser ainda repassado de maneira conteudista, acaba gerando nos alunos desinteresse pela matéria, resultando por muita das vezes em uma aprendizagem mecânica, descontextualizada, sem ligação com o dia a dia dos mesmos, o que se opõe ao que preconiza os PCNs, já que segundo estes o ensino desta disciplina deve possibilitar aos educandos a compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações do cotidiano de forma abrangente e integrada (BRASIL, 2002). Segundo Pedrosa (2009), um dos grandes eixos da ciência Química é a ocorrência das reações que envolvem a transferência de elétrons, ou seja, as reações de oxidação e redução. Esse tipo de reação ocorre de maneira variada e com muita frequência no nosso cotidiano, dessa forma esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de maneira abrangente e integrada, promovendo uma contextualização entre o assunto ministrado e o dia-a-dia dos mesmos. Nesta perspectiva, Almeida et al. (2008) cita a experimentação como uma metodologia que despertar o interesse dos discentes pela ciência, uma vez que funciona como um fator motivacional, além disto essa ferramenta contribui para a contextualização do assunto a ser desenvolvido, promovendo uma melhor compreensão dos conteúdos e tornando a aprendizagem significativa. Um tema atual e importante que permite contextualizar e inserir o conteúdo das reações de oxirredução nas aulas de química por meio da experimentação; de forma a despertar o interesse dos alunos é a utilização de bafômetros, aparelhos popularmente conhecidos e adotados pela polícia para autuar e penalizar motoristas embriagados no trânsito.

2 Os bafômetros mais simples geralmente são descartáveis e consiste em um pequeno tubo contendo uma mistura de solução aquosa de dicromato de potássio e sílica, umedecida com ácido sulfúrico. Por ocorrer às reações de oxidação de álcool a aldeído e a redução do dicromato a cromo (III), ou a cromo (II) a detecção da embriaguez por esse instrumento é visual (BRAATHEN, 1997). Ante o exposto, e sabendo da importância da Química na sociedade como um todo, o objetivo desse trabalho é demonstrar o funcionamento e os princípios químicos de um bafômetro, conscientizando os alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola da rede pública da cidade de Areia PB sobre a importância da Lei Seca. 2. Metodologia A presente pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede estadual, localizada na cidade de Areia PB. A atividade foi realizada no auditório da escola, com um total de 52 estudantes, de três turmas do 3º ano do ensino médio, participante do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), sendo 17 alunos da turma A, 19 da B e 16 da C. O processo de realização deste trabalho foi dividido em três momentos, os quais serão descritos abaixo com maiores detalhes: 2.1. Primeiro momento Inicialmente, foi ministrado pelos bolsistas do PIBID/QUÍMICA-CCA/UFPB uma palestra com o intuito de conscientizar os alunos sobre a importância da Lei Seca, o funcionamento e os princípios químicos de um bafômetro. Dessa forma trazendo um tema da atualidade para facilitar o entendimento do conteúdo de reações de oxirredução, que anteriormente havia sido ministrado pelo professor da disciplina. Para tornar a palestra mais atrativa, foram utilizados vídeos sobre o efeito do álcool no organismo e suas consequências no trânsito, os quais encontram-se disponível nos links a seguir: e

3 2.2. Segundo momento Após a palestra, realizou-se um experimento com o propósito de demonstrar o funcionamento do bafômetro. A construção deste equipamento foi baseada na literatura de Rubinger e Braathen (2012) Terceiro momento Para avaliar a metodologia utilizada no primeiro e no segundo momento foi solicitado aos alunos um relatório, feito em sala de aula. 3. Resultados e Discussão A partir dos relatórios elaborados pelos discentes percebe-se que com a utilização do experimento os mesmos conseguiram associar o funcionamento bafômetro com o conteúdo das reações químicas, como pode ser visto no relato do aluno A: Aluno A Ao analisar o relato do aluno A, nota-se que o mesmo equivocou-se ao afirmar que a célula de combustível é um reagente. Segundo Guimarães (2009) o uso da experimentação associado os conteúdos curriculares ministrados pelo professor possibilita ao aluno construir conhecimento a partir de situações concretas. De acordo com os relatos dos alunos B e C, ficam evidente que os métodos utilizados na palestra conscientizaram os discentes sobre a importância da utilização do bafômetro e da Lei Seca.

4 Aluno B Aluno C Resultados similares foram encontrados por Pereira et al. (2013) ao relatarem que a partir da sequência didática proposta foi possível promover a conscientização dos alunos para diminuir infrações e acidentes. Durante a palestra percebeu-se que os alunos gostaram do tema escolhido, pois os mesmos se mostraram participativos e motivados, essa afirmação pode ser comprovada pelos relatos dos alunos D e E: Aluno D Aluno E

5 4. Conclusões Os resultados obtidos nessa pesquisa revelam que os discentes se mostraram satisfeitos com a metodologia utilizada, a interdisciplinaridade do tema abordado despertou o interesse dos alunos em relação aos conceitos de química trabalhados durante a palestra, promovendo a construção de conhecimento e conscientizando os mesmos sobre a importância do bafômetro e da Lei Seca. Com o exposto podemos considerar que, se utilizada de forma correta a experimentação pode conscientizar e informar o aluno de um fato real do seu dia a dia. 5. Referências ALMEIDA, E. C. S. et al. Contextualização do ensino de química: motivando alunos de ensino médio. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO/UFPB- PRAC, 10., João Pessoa. Anais eletrônicos... João Pessoa: UFPB, Disponível em: < Acesso em: 22 set BRAATHEN, P. Princípio Químico do Bafômetro. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 5, mai Disponível em: < Acesso em: 22 set BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação e Tecnológica. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN +. Ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, GUIMARÃES, C.C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 31. n. 3, ago Disponível em:< pdf> Acesso em: 23 out PEDROSA, S. D. Reações de Oxidação e Redução f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Disponível em: < Acesso em: 22 set RUBINGER, M. M. M; BRAATHEN, P. C. Ação e reação: Ideias para aulas especiais de química. 1. ed. Belo Horizonte: RHJ, p.