JOGOS NO ENSINO DA QUÍMICA: JOGO DE TABULEIRO TRILHANDO A QUIMICA

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1 Especificar a Área do trabalho Ensino Aprendizagem JOGOS NO ENSINO DA QUÍMICA: JOGO DE TABULEIRO TRILHANDO A QUIMICA Andressa de O. Almeida (1*), Nirleide S. J. Almeida (2), Alzenir M. Mendes (3), Patrícia M. de Oliveira (4). 1,2,4 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM, Diamantina/MG 3 Escola Estadual Oswaldo Lucas Mendes, Taiobeiras/MG 1 andressadeoliveira_1994@yahoo.com.br, 2 snirleide@yahoo.com.br, 3 alzenirmariamendes@outlook.com, 4 patricia.oliveira@ead.ufvjm.edu.br Linha de trabalho: Ensino Aprendizagem Resumo No ensino de química, os jogos têm ganhado espaço nos últimos anos. Para que esse recurso seja utilizado de forma adequada, torna-se necessário seu planejamento dentro de uma proposta pedagógica consistente. Em sala de aula, o jogo didático é utilizado como instrumento motivador para a aprendizagem de conhecimentos químicos, à medida que propõe estímulo ao interesse do estudante. Se, por um lado, o jogo ajuda este a construir novas formas de pensamento, desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade, por outro, para o professor, o jogo o leva à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Neste contexto, o presente trabalho aborda o desenvolvimento, a avaliação e a aplicação de um jogo didático nas aulas de química em nível médio, em uma escola pública da cidade de Taiobeiras/Minas Gerais, pelos alunos de iniciação à docência do subprojeto PIBID/Química, discentes do Curso de Química, modalidade educação a distância. Palavras-chave: ludicidade, jogo didático, jogo de tabuleiro, ensino de Química. Introdução Pesquisas na área de Ensino apontam que a ideia do ensino despertado pelo interesse do estudante hoje é um desafio à competência do docente. O interesse daquele que aprende passou a ser a força motora do processo de aprendizagem, e o professor, o gerador de situações estimuladoras para aprendizagem Cunha, Dentre as estratégias pedagógicas apontadas, que podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem, tem-se a utilização do lúdico, que pode ocorrer de diversas formas.

2 Os jogos educativos e didáticos transmitem esse contexto dá ludicidade, com o objetivo de melhorar o aprendizado dos estudantes através de aulas mais contextualizadas e dinâmicas, que tornam o aluno participativo, assim protagonista do seu aprendizado Lima et al., Nesse contexto, vários autores apresentam os jogos didáticos, aplicados ao Ensino de Química, como importantes ferramentas motivadoras e facilitadoras do processo de ensino e aprendizagem de conceitos da área Silva et. al., 2015; Souza, 2014; Cunha, Segundo Múrcia e colaboradores (2005) os jogos didáticos, podem induzir o aluno ao raciocínio, à reflexão, ao pensamento e, consequentemente, à (re)construção do seu conhecimento, não se resumindo apenas a uma ferramenta que facilite a memorização do assunto abordado. Além disso, essas práticas contribuem para o desenvolvimento de competências e habilidades, pois o lúdico é integrador de várias dimensões do aluno, como a afetividade, o trabalho em grupo e das relações com regras pré-definidas, promovendo assim, a construção do conhecimento cognitivo, físico e social Fialho et al., A diversidade de jogos presentes no cotidiano faz com que o educador tenha infinitas possibilidades de incorporá-lo ao meio educativo, adaptando-os ao ambiente escolar. Neste trabalho utilizou-se a estratégia do jogo de tabuleiro, baseado na resolução de problemas. O jogo didático foi desenvolvido pelos bolsistas do PIBID/Química, discentes do Curso de licenciatura em Química, modalidade EaD, da UFVJM. O material elaborado intitulado Trilhando a Química, objetiva auxiliar na promoção da cognição, da afeição, da socialização, da motivação e da criatividade dos alunos, além de contribuir para o processo de construção do conhecimento nas aulas de Química. Metodologia Para a elaboração do material didático, inicialmente realizou revisão bibliográfica e a discussão de artigos selecionados. Em seguida elaborou-se o roteiro de um jogo de tabuleiro, baseado em perguntas e respostas adequadas ao cada nível de ensino. O jogo é constituído por tabuleiro numerado de 1 a 100, contendo casas que preveem pequenos imprevistos, que causam humor e competitividade. Foram elaborados cartões de perguntas, abordando conteúdos diversos das áreas de Química Orgânica, da Química Inorgânica e da Química Geral. Além disso, compõe o material dados e peões. Em seguida, o material foi submetido a testagem, sendo jogado por outros alunos de iniciação à docência do PIBID/Química. Após o jogo, os pibidianos avaliaram o material conforme proposto por Savi e colaboradores (2010), ao responderam a um questionário que abordava a aplicabilidade em sala de aula, a contextualização com os conteúdos, o grau

3 motivacional dos alunos, dinâmica de grupos entre alunos e professores, interdisciplinaridade. Verificou-se ainda, os aspectos estruturais (cartões de perguntas, tabuleiro, regras, orientações para o ensino, dinâmica do ato de jogar e ludicidade) e conceituais (conteúdos químicos) que podem contribuir para a aprendizagem dos conteúdos nas três séries do Ensino Médio (Figura 1). A partir das respostas ao questionário, o jogo sofreu alterações e foi aplicado às turmas de uma escola pública na cidade de Taiobeiras/MG. Figura 1 Jogo didático composto por tabuleiros, cartões de perguntas e dados. Análise e Discussão As etapas de elaboração e validação do material didático foram extremamente valiosas para o grupo, pois obteve-se a percepção sobre o nível de motivação proporcionado pelo jogo, a experiência de interação, tempo requerido para a aplicação e um possível impacto na aprendizagem. O modelo de avaliação adotado, por meio de questionário pós-jogo Savi et al., 2010), trouxe contribuições significativas para a qualidade do material, permitindo equilibrar aspectos motivacionais (ligado ao interesse do aluno pela atividade (equilíbrio entre a função lúdica e função educativa); e o de coerência ligado à totalidade de regras, dos objetivos pedagógicos e materiais utilizados para o seu desenvolvimento em sala de aula (Cunha, 2012). Os jogos reelaborados a partir da testagem do tabuleiro e fichas de perguntas, foram aplicados aos alunos dos 1, 2 e 3 série de uma escola pública de Taiobeiras/MG (Figura 2). Os jogos foram utilizados durante as aulas de Química, concebidos dentro do planejamento didático do professor supervisor, como ferramenta de revisão e/ou síntese dos pontos ou conceitos importantes do conteúdo nas três séries. A percepção da participação e da motivação dos alunos no desenvolvimento do jogo foi registrada de modo descritivo pelos Pibidianos. Após o jogo, as discussões estabelecidas

4 permitiram verificar que os alunos se sentiram motivados a participar e reconhecem a contribuição da atividade para a sua formação social, pois o jogo promoveu o debate e a comunicação em sala de aula, o que não ocorria de forma frequente durante as aula. O professor, durante a atividade, assumiu uma postura de estimulo a tomada de decisões de ideias entre os jogadores e a criação de argumentos para a defesa de seus pontos de vista, explorando, ao máximo, as potencialidades do jogo em termos dos conceitos trabalhados, permitindo a aprendizagem e/ou revisão de conceitos aprendidos até mesmo em séries anteriores. Desta forma, na escola onde se desenvolveu a atividade, os jogos ganharam espaço como ferramenta para aprendizagem, podendo ser utilizado como um incentivador da mesma, aproximando, de modo lúdico, os alunos do conhecimento científico. O trabalho desenvolvido despertou o interesse de professores de outras áreas, assim como de diretores e coordenação pedagógica havendo a perspectiva da elaboração de atividades interdisciplinares. Figura 2 e 3 Aplicação do jogo Trilhando a química para alunos do Ensino Médio de uma escola pública da cidade de Taiobeiras/MG. Considerações Com o presente trabalho verificou-se o potencial dos jogos didáticos como ferramentas para a promoção da cognição, da afeição, da socialização, da motivação e da criatividade dos alunos nas aulas de Química. O jogo aplicado contribuiu para a maior interação entre professor e os alunos. Ainda, através de relatos, constatou-se a perspectiva de

5 um professor mais interativo devido a forma em que foi inserido o conteúdo dentro da atividade e dispondo de uma nova ferramenta de diversificação de suas metodologias. O jogo desenvolvido alcançou os objetivos propostos, no que se refere aos alunos e demais professores da instituição, ainda como o propósito de expandir o recurso para outras disciplinas, com a perspectiva de melhorar a qualidade do jogo. Assim, tem-se a perspectiva do trabalho interdisciplinar dentro da escola parceira PIBID. Referências CUNHA, M. Jogos no Ensino de Química: Considerações teóricas para a sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, v. 34 (2), 92-98, LIMA, E.C.; MARIANO, D.G.; PAVAN, F.M.; LIMA, A.A.; ARÇARI, D.P. Uso de jogos lúdicos como auxílio para o ensino de química. Educação em Foco, v. 3, FIALHO, N. N. Os jogos pedagógicos como ferramentas de ensino Disponível em: < Acesso em 20 de junho de MURCIA, J. A. M. Aprendizagem Através dos Jogos. Trad. Valério Campos. Petrópolis: Ed. Artmed, SAVI, R.; GRESSE VON WANGENHEIM, C.; ULBRICHT, V.R.; VANZIN, T. Proposta de um modelo para avaliação de jogos educacionais. RENOTE. Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 8 (3), p. 1-10, SILVA, B., CORDEIRO, M. R., KIILL, K. B. Jogo didático investigativo: Uma ferramenta para o ensino de Química Inorgânica. Química Nova na Escola, v. 37 (1), 27-34, SOUZA, A. C. L. de. Os jogos para o ensino de química no PIBID do IFRJ à luz das teorias de aprendizagem. Dissertação de Mestrado. Nilópolis, RJ: IFRJ, p.