Ofício nº 006/2017 Campinas, 01 de fevereiro de 2017.

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1 Ofício nº 006/2017 Campinas, 01 de fevereiro de At. Dr. André Felipe Carrapatoso Peralta Diretor de Departamento de Fiscalização e Insumos Agropecuários Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ref.: Projeto contra a pirataria de sementes de hortaliças Dr. André, conforme apresentado na reunião de hoje, a indústria sementeira de hortaliças tem enfrentado, ao longo dos últimos anos, um gravíssimo problema comercial: o crescimento indiscriminado do uso das chamadas sementes F2 material obtido a partir de sementes salvas, tiradas de lavouras que utilizaram híbridos comerciais disponíveis no mercado. Consideradas piratas, uma vez que não conservam todas as características e atribuições de seus parentais, estas sementes representam um problema que impacta diretamente na comercialização das empresas sementeiras. Isto, porque, estas companhias têm, muitas vezes, suas variedades comercializadas ilegalmente e, inclusive, em alguns casos, com embalagens falsificadas, imitando as originais. Situação que se trata de concorrência desleal e de prática criminosa, prevista na legislação brasileira. Cabe ressaltar ainda, que o uso de sementes F2 faz com que o Estado deixe de arrecadar tributos fiscais, pois trata-se de um comércio clandestino, acarretando em sonegação de impostos, provocando também retração na economia e diminuição dos empregos formais. Além disso, apresenta ainda sérias implicações e desvantagens no campo para os produtores e suas propriedades, resultando em baixo índice de produtividade, falta de padrão e impacto na qualidade dos frutos, além da presença de agentes disseminadores de doenças, no caso do material possuir alguma infecção por patógeno, causando assim contaminação no local. Diante de tal cenário, torna-se urgente e de suma importância a necessidade de mobilização do setor entidades de classe, órgãos governamentais e inciativa privada por meio da realização de uma campanha de divulgação nacional sobre o tema, de forma conjunta, consistente e abrangente. Proposta que será apresentada e detalhada pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) neste material. O índice de pirataria de sementes no Brasil, atualmente, encontra-se extremamente elevado e varia de acordo com a região e o tipo de cultura. No caso da melancia, por exemplo, em algumas regiões produtoras, as sementes piratas correspondem a uma porcentagem média em determinadas regiões entre 40% e 50% do total comercializado, segundo dados levantados pela ABCSEM. Estima-se que o valor da perda do mercado de sementes de hortaliças no país, com a venda de sementes ilegais seja de um montante anual de R$ 48 milhões, causando um grande impacto negativo para o crescimento do setor. Atualmente, as culturas mais afetadas com a pirataria de sementes são a melancia, o melão e o pimentão, segundo dados apurados pela ABCSEM e seus associados. Vale ressaltar ainda que a indústria sementeira precisa atender requisitos e exigências legais severos para garantir o controle da qualidade na produção e na comercialização de seus produtos no país, além de possuir um alto custo direcionado às pesquisas com melhoria genética e

2 tratamentos das sementes, visando garantir os princípios de sustentabilidade e saudabilidade da agricultura. É importante destacar também que é o controle da pureza genética, bem como o beneficiamento físico-químico correto das sementes, que garantem características como produtividade, resistência a doenças, uniformidade, tamanho, cor, sabor, dentre outros requisitos. Sem tais garantias, o padrão de qualidade da produção fica bastante comprometido. Outra questão crucial a ser destacada neste diagnóstico é que a pirataria de sementes de hortaliças (produção e o uso de sementes F2) ou de quaisquer outros segmentos agrícolas, é um crime previsto no Decreto 5153, de 23 de julho de 2004, o qual diz no seguinte artigo: Artigo É proibido, e constitui infração de natureza gravíssima: I - comercializar sementes ou mudas produzidas para uso próprio, ressalvados os casos previstos no 2º do art. 4º deste regulamento; ou) devendo ser fortemente impedida e denunciada ao Ministério da Agricultura, para que sejam aplicadas as devidas penalidades, como multa e punição ao infrator A Campanha Nacional de Combate à Pirataria de Sementes de Hortaliças terá como objetivos: - Contribuir para a coibição da prática comercial e do uso de sementes F2 no segmento hortícola em todas as esferas, tanto na aquisição do insumo, quanto na sua comercialização. - Conscientizar e advertir os produtores brasileiros quanto à ilegalidade do uso de sementes F2 para produção de hortaliças, inclusive sobre a configuração de crime e de multa para quem adota esta prática. - Informar o mercado, a sociedade e a mídia em geral, sobre os principais danos que o uso de sementes ilegais pode gerar para a produção e o comércio de hortaliças, tais como: Possibilidade de transmissão de doenças para o campo e a lavoura. Perda de resistências às principais doenças que afetam a cultura. Perda de produtividade na produção. Perda de qualidade nos frutos (aparência, sabor, durabilidade). Perda de rentabilidade no negócio. Dificuldade na comercialização destas hortaliças e na fidelização enquanto fornecedor para varejistas, atacadistas e supermercados. Descrédito do público consumidor, em detrimento da baixa qualidade. Sonegação de impostos para o Estado. Diminuição dos empregos formais nas indústrias e no campo. Estimulo à concorrência desleal dentro do mercado. Retração da economia em geral. - Incentivar uma cultura de fiscalização e denúncia, por parte da sociedade civil e dos demais interlocutores do setor, sedimentando também os canais de comunicação destinados a isso, com a criação de uma política de vigilância constante deste mercado. - Criar uma campanha publicitária com o desenvolvimento de materiais como: folhetos, banners, cartazes e outdoors sobre o tema da campanha e todos os seus detalhes, para

3 distribuição nacional por meio dos parceiros e apoiadores envolvidos, a fim de atingir os públicos desejados. - Atuar com o trabalho de Assessoria de Imprensa para divulgação da campanha e de seus desdobramentos em mídias segmentadas, nacionais e regionais, a fim de criar oportunidades para debater e tratar do assunto nestes meios de comunicação. - Mobilizar os parceiros e apoiadores na difusão do tema internamente em suas empresas e instituições, junto a seus profissionais e demais colaboradores, apresentando a problemática e a campanha desenvolvida, a fim de difundir as informações abordadas também entre estes importantes interlocutores. COORDENAÇÃO DA CAMPANHA Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) PRINCIPAIS INTERLOCUTORES ABCSEM Associados da ABCSEM (Indústrias e empresas ligadas ao mercado de sementes) Entidades de Classe Câmaras e Comissões de Trabalho Setoriais Órgãos Governamentais Órgãos de imprensa (Mídia especializada no setor) PÚBLICO-ALVO Produtores de Hortaliças Viveiristas Distribuidores e Revendas Profissionais do Setor Atacadistas, Varejistas e Supermercadistas Consumidores AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS Foco Institucional (Período: de fevereiro a março de 2017) Coordenação da estruturação da campanha e articulação dos envolvidos e das ações de divulgação comunicacionais e publicitárias.

4 Responsável: ABCSEM Escopo de atividades: - Agendamento e organização de reuniões com os principais interlocutores para apresentação de: dados e levantamentos realizados pela ABCSEM e seus associados sobre o uso de F2 no setor; escopo da campanha; formas de apoio e patrocínio para desenvolvimento do trabalho que será realizado. - Encaminhamento dos materiais gráficos produzidos aos apoiadores da campanha (associados, entidades de classe, comitês, órgãos públicos, etc.), para distribuição de acordo com as prioridades específicas (localidade, público-alvo, etc.) a serem geridas pelos mesmos. Foco Publicitário (Período: a partir de março de 2017) Trabalho de desenvolvimento do slogan, conceito e arte dos materiais publicitários que servirão de subsídio para a promoção da Campanha junto aos públicos de interesse. Responsável: Agência de Marketing Escopo de atividades: - Criação e produção dos materiais gráficos da campanha (folhetos, banners, cartazes e outdoors). - Negociação e compra de espaços publicitários para a realização de anúncios nos canais de comunicação a serem escolhidos, de acordo com o perfil, as datas e os locais de maior interesse para divulgação da campanha. Foco Comunicacional (Período: a partir de março de 2017) Trabalho de divulgação da Campanha junto aos órgãos de imprensa da mídia geral e especializada do setor, com o objetivo de promover a campanha e tornar a temática em questão relevante junto à opinião pública. Responsável: Agência de Comunicação MyPress & Co. (Assessoria de Imprensa da ABCSEM) Escopo das atividades: - Redação e revisão de três releases com diferentes focos de abordagem, visando explorar melhor as oportunidades de divulgação. Dentre os quais: 1º) Sobre a Campanha (mote, objetivo, abrangência, parceiros e apoiadores envolvidos, dentre outros detalhes do lançamento oficial da campanha). 2º) Sobre o Mercado (dados sobre a pirataria de sementes de hortaliças no país, culturas e regiões mais atingidas, problemas enfrentados pelo setor e implicações na comercialização devido à prática de pirataria).

5 3º) Sobre a Prática no Campo (informações sobre os malefícios e prejuízos à lavoura com o uso de sementes piratas na produção de hortaliças, advertência sobre a ilegalidade e suas punições, formas de combate e canais de denúncia). - Divulgação dos releases produzidos para todos os tipos de mídia: Internet, Rádio, Televisão, Revistas e Jornais segmentados, de atuação nacional e regional. - Follow up, agendamento de entrevistas, atendimento às solicitações de imprensa, repasse de materiais e clipping das divulgações. - Inclusão de notícias sobre a campanha nos canais de comunicação institucionais da ABCSEM (Site e Revista Digital). - Elaboração de relatório com o clipping das divulgações conquistadas ao longo da campanha. Concluindo, após a apresentação de nosso Projeto contra a pirataria de sementes de hortaliças, gostaríamos de saber se poderíamos contar com o apoio institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sem nenhum tipo de custo financeiro em nossa campanha, autorizando a utilização de seu logotipo/logomarca em todas as mídias a serem produzidas, tais como: Outdoors (inicialmente para a cultura da melancia nos municípios de Arroio dos Ratos/RS, Encruzilhada do Sul/RS, Oscar Bressani/SP, Tupã/SP, Uruana/GO, Formoso do Araguaia/TO, Lagoa da Confusão/TO) ;Banners, cartazes, folhetos em geral ao lado do logo da ABCSEM. Aguardamos o posicionamento dos senhores, para início imediato da campanha, visando a produção dos materiais nela inseridos. A ABCSEM agradece desde já a disponibilidade e atenção em relação ao Planejamento de Comunicação para a Campanha Nacional de Combate ao Uso de Sementes F2 no Segmento Hortícola e coloca-se à inteira disposição para quaisquer informações ou providências adicionais que se fizerem necessárias. Cordialmente, Marcelo Rodrigues Pacotte Secretário Executivo - ABCSEM