O ENFERMEIRO NO CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA ALGUMAS REFLEXÕES 1
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1 O ENFERMEIRO NO CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA ALGUMAS REFLEXÕES 1 MERTINS, Simone Mathioni²; FELTRIN, Renata³; KOLANKIEWICZ, Adriane Cristina Bernat 4 ; LORO, Marli Maria 4 ; ROSANELLI, Cleci de Lourdes Schmidt Piovesan 4 Ensino RESUMO A partir da década de 50, a implementação das Unidades de Terapia Intensiva tem somado positivamente no suporte e manutenção da vida. O objetivo deste trabalho é refletir sobre as condutas do enfermeiro no pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas em uma Unidade de Terapia Intensiva. Método: Relato de experiência. Resultados e Discussão: O enfermeiro é responsável pelos aspectos assistenciais e administrativos da unidade e precisa contar com o trabalho em equipe. O trabalho de equipe é fundamental sendo o enfermeiro o responsável pelo bom desempenho desta equipe frente à organização da unidade e a assistência. A admissão e as primeiras horas requerem cuidados especiais. O paciente vem com inúmeros aparatos e drogas que devem ser observadas e ajustadas. Considerações Finais: O enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento técnico e científico, para ser capaz de intervir de forma precisa e hábil. Descritores: Relações enfermeiro-paciente; Cirurgia cardíaca; Cuidados pós-operatórios. 1. INTRODUÇÃO Com o avanço científico e tecnológico a partir da década de 50, ocorreram melhorias crescentes no emprego de tecnologias para auxiliar na manutenção e suporte da vida 1. A 1 Trabalho de Ensino. Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). 2 Apresentador. Acadêmica de Enfermagem do 9 semestre da Unijuí-RS. simone.mathioni@unijui.edu.br, contato: Enfermeira Coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva Coronariana do Hospital de Caridade de Ijuí-RS. 4 Enfermeiras, Mestres, Doutorandas em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), docentes do Departamento de Ciências da Vida (DC Vida) da Unijuí-RS. 1
2 partir desta década, ocorreu um aumento no número das internações hospitalares, dependentes de serviços de alta complexidade e mão de obra especializada 1. Estes fatos contribuíram para o surgimento das unidades de terapia intensiva UTI, que destinam-se ao atendimento de pacientes graves ou de risco com necessidade de cuidados médicos e de enfermagem especializada e contínua com uso de equipamentos específicos e de alta tecnologia 2. A atuação do enfermeiro é indispensável por envolver aspectos relativos a habilidades intelectuais, psicomotoras e afetivas. As UTIs podem ser organizadas dependendo dos objetivos que se pretendem alcançar, em diferentes especialidades, como é o caso das cardiológicas, que destinam-se à assistência de pacientes cardiopatas com cuidados clínicos e/ou cirúrgicos 3, este último, considerado sustentáculo para o tratamento das doenças cardíacas 4. Há indicação de uma cirurgia cardíaca quando se tem a probabilidade de uma vida útil superior ao tratamento clínico 5. Existem três tipos de cirurgia cardíaca: as corretoras relacionadas a correção de defeito de septo e comunicação intra atrial/ventricular, as reconstrutoras destinadas a revascularização do miocárdio, plastia de valva aórtica, mitral ou tricúspide, e as substitutivas que envolvem trocas valvares e transplantes, sendo a de caráter reconstrutora a mais utilizada 5. O cuidado no pós-operatório imediato (POI) tem o objetivo de manter a estabilidade hemodinâmica, recuperação pós-anestésica 6, além de garantir uma recuperação sem complicações. 2. OBJETIVO Refletir acerca das condutas do enfermeiro no pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas em uma UTI Coronariana. 3. METODOLOGIA Relato de experiência a partir do desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado III, do 9º semestre do Curso de Enfermagem, realizado em um hospital de porte IV, durante o 2º semestre de
3 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O enfermeiro atuante em UTI Coronariana tem um papel fundamental junto à equipe em relação aos aspectos assistenciais e administrativos desde a recepção do paciente no POI de cirurgia cardíaca. As atividades assistenciais se dão, entre elas, com a admissão do paciente na unidade, uma vez que, enquanto acolhe, avalia suas condições clínicas e a partir daí toma as condutas necessárias em conjunto com a equipe médica. A monitorização do paciente nos aspectos relativos a Pressão Arterial Média (PAM); Pressão Venosa Centra (PVC); Eletrocardiograma (ECG); controle do sangramento e infusão de drogas estão sob sua responsabilidade. O enfermeiro, por sua vez, também é o responsável pela instalação do respirador previamente testado e com modalidades pré-estabelecidas delegando as atividades não privativas para o técnico de enfermagem. A colocação dos drenos de mediastino e/ou pleural em aspiração contínua, as medicações em uso no momento são controladas por bombas de infusão, sendo infundidas por um acesso venoso central. Ao paciente, é instituído controle parcial e total do Balanço hídrico, teste para o controle da glicose. A temperatura axilar é verificada com vistas a manter o paciente aquecido. Após a realização e a avaliação do paciente, neste primeiro momento, procede-se a evolução e prescrição dos cuidados de enfermagem. Este primeiro período é o mais crítico, pois o paciente pode estar em uso de drogas vasoativas como noraepinefrina, nitroprussiato de sódio, nitroglicerina, dopamina, dobutamina e apresentar labilidades pressóricas, pode apresentar sangramento intenso, o que requer um olhar cuidadoso por parte de toda a equipe. Os sinais vitais são obtidos de 15 em 15 min. nas primeiras horas e, após de hora em hora. Já o controle de sangramento pelos drenos é realizado de hora em hora. Nesse sentido, cabe ao enfermeiro estar atento aos resultados dos exames laboratoriais de sangue, raio X e ECG. O auxílio no processo de extubação acontece quando o paciente esta acordado, responsivo aos estímulos verbais e com saturação de oxigênio acima de 95%, os padrões respiratórios são ajustados no respirador facilitando o desmame, e o próprio enfermeiro realiza a extubação. É fundamental o trabalho em equipe, pois ele é denso, complexo e exige um olhar peculiar e contínuo para cada um dos pacientes. O enfermeiro é essencial nesta equipe e precisa ter conhecimento científico e tecnológico para dar conta das suas atividades. O 3
4 momento da admissão requer um bom entrosamento da equipe para que o trabalho flua e que o paciente crítico receba os devidos cuidados, conforme as orientações do estado geral do paciente provenientes do enfermeiro do centro cirúrgico, pois estes têm atribuições específicas. As primeiras horas necessitam de uma atenção especial, já que, é o momento de reestabelecimento das funções fisiológicas e hemodinâmicas. O paciente vem com inúmeros aparatos e drogas que devem ser observadas e ajustadas para avaliar este restabelecimento, pois pacientes nesta condição de saúde podem sofrer mudanças constantes e abruptas o que requer intervenções de enfermagem imediatas e precisas, com planejamento prévio e cientificamente fundamentado 7. A assistência de enfermagem no POI está relacionada com as intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações além proporcionar ao paciente a sua reabilitação CONCLUSÃO Foram elencados os cuidados no POI de cirurgia cardíaca, bem como a atuação do enfermeiro frente a este processo. Os cuidados são muitos e para isso a capacitação e especialização nesta área se faz necessária, realizando assim, um trabalho com qualidade o que influenciará diretamente na recuperação pós-operatória, contribuindo para diminuição de complicações, tempo de permanência do paciente em UTI e consequentemente menos custos a unidade. REFERÊNCIAS 1 Chaves AAB, Massarollo MCKB. Percepção de enfermeiros sobre dilemas éticos relacionados a pacientes terminais em unidade de terapia intensiva. Rev. Esc. Enferm. USP, 2009; 43(1): BRASIL. Ministério da Saúde Portaria GM/MS nº de agosto de BRASIL. ministério da saúde. resolução - rdc nº 7, de 24 de fevereiro de Woods SL, Froelicher ESS, Motzer SU. Enfermagem em Cardiologia.4 ed. São Paulo: Manole, Galdeano LE, Rossi LA, Nobre LF, Ignácio DS. Diagnósticos de enfermagem de pacientes no período transoperatório de cirurgia cardíaca. Rev Latino AM. Enferm. 2003;11(2):
5 6 Smeltzer SC, Bare BG, organizadoras. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; Pivoto FL, Lunardi Filho WD, Santos SSC, Almeida MA, Silveira RS. Diagnósticos de enfermagem em pacientes no período pós-operatório de cirurgias cardíacas. Acta Paul Enferm 2010; 23(5): Rocha LA, Maia TF, Silva LF. Diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Rev Bras Enferm. 2006; 59(3):
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