BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "BuscaLegis.ccj.ufsc.Br"

Transcrição

1 BuscaLegis.ccj.ufsc.Br O valor do princípio da legalidade no Direito Penal moderno Fernando Guerra Filho Introdução A questão da legalidade em Direito Penal é fundamental, visto que, legalidade e liberdade se confundem em matéria penal. O Brasil desde sua independência política, datada de 1822, procurou humanizar sua legislação penal que, a priori, estava atrelada a legislação portuguesa (ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que tinham como base a intimidação feroz e a crueldade na aplicação das penas aos cidadãos características da idade medieval que permaneceu em vigor até o advento do Código Criminal de 1830, que trazia os pensamentos liberais do iluminismo, do Código francês de 1810 e, do Código napolitano de O Código Penal Brasileiro de 1940, vigente até os dias atuais, apesar de ter sido elaborado num período de regime ditatorial Estado Novo que perdurou de 1937 a 1945, incorpora em sua essencialidade as bases de um direito punitivo democrático e liberal, que, aliás, aliado à Constituição sua fonte imediata nosso diploma legal maior, enfeixam e garantem a proteção e a inviolabilidade dos direitos dos cidadãos. Ex surge, assim, o principio da legalidade no Direito Penal Brasileiro nos ditames da Constituição. 1. Evolução histórica Historicamente o princípio da legalidade tem suas raízes na Magna Carta Libertatum, imposta pelos barões ingleses em 1215, ao Rei João, da Inglaterra, preceituando que nenhum homem livre poderia ser punido sem lei, como forma de garantia mais sólida à liberdade individual, com o escopo de limitar o arbítrio do tirânico. Posteriormente é no ideário da obra de Beccaria, Dei delitti e delle pene, datada de 1764, que o princípio da legalidade, expressa força e se irradia, consolidando-se, em seguida, na Bill of Rights, no ano de 1774, na Filadélfia; na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; no Código Penal francês de 1791, irradiando-se e influenciando todas as Cartas políticas e Códigos de todos os povos civilizados. A fórmula nullun crimen, nulla poena sine lege muito embora formulada em latim, sua origem daí não provém. Foi o alemão Anselmo Feuerbach que a data do início do

2 século passado sintetizou-a, e, através do pensamento liberal iluminista graças a Revolução Francesa tal preceito despontou para diferenciar aquele Estado Absolutista e Tirânico do Estado Constitucional, guardião da liberdade individual. Ademais, a máxima jurídica ultrapassou barreiras e alcançou patamar, não unicamente de um critério jurídicopenal, mas, sobretudo, de um critério político-liberal nos países em que é fonte primordial repressiva, convertendo-se no mais importante fundamento político de segurança jurídica e garantia individual ante a intervenção estatal arbitrária. 2. O Direito Penal Moderno O Direito Penal moderno é aplicado com enfoque em determinados princípios fundamentais estabelecidos pelo Estado de Direito Democrático à luz do neoconstitucionalismo advindo da promulgação da constituição cidadã de Assim, avulta em meio aos princípios constitutivos do Direito Penal, de maneira basilar, o princípio da legalidade, que recebe denominações outras da doutrina: princípio da legalidade dos delitos e das penas, princípio da reserva legal e principio da intervenção legalizada. Na sua mais forte expressão de constitucionalidade, não se limita ele, apenas ao Direito Penal, tendo em vista que decorre do princípio da legalidade geral a máxima jurídica que diz que não é o homem obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, portanto, estende-se aos vários ramos do Direito, Direito este que é o único processo de adaptação social de caráter coercitivo. No Brasil, a máxima nullun crimen, nulla poena sine lege, está consolidada em nossa Carta Política vigente (a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988), art.5º, inciso XXXIX, que diz: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal [1]. Está também fundamentalmente consolidada em nosso Código Penal, em seu art. 1º. Nesse diapasão afirma Garcia Enterría que: quanto ao conteúdo das leis, a que o princípio da legalidade remete, fica também claro que não é tampouco válido qualquer conteúdo (dura lex, sed lex), não é qualquer comando ou precito que se legitima, mas somente aqueles (...) que se produzem dentro da Constituição e especialmente de acordo com sua ordem de valores que, com toda explicitude, expressem e, principalmente não atentem, mas que pelo contrário sirvam aos direitos fundamentais. [2] Em relação à matéria penal aduz Ivan Luiz da Silva que: O Direito Penal, portanto, encontra sua base fundamental no texto constitucional, que lhe determina o alcance e limites. É a Constituição, pois, a fonte da legitimidade e da coercitividade da Lei Penal. [3]

3 Na realidade, quando se fala em princípio da legalidade, isto é, o princípio máximo do ramo jurídico do Direito Penal, diz-se que só a lei positiva é fonte do Direito Penal. Nesse sentido perpetua-se de forma lapidar a conceituação do grande jurista Nelson Hungria quando diz que a fonte única do Direito Penal é a norma legal. Não há direito penal vagando fora da lei escrita. [4] A Lei Penal é um sistema fechado, fechado por quê? Sistema, segundo o vocabulista jurídico De Plácido e Silva o conjunto de regras e princípios sobre uma matéria (...). É o regime a que se subordinam as coisas. [5] E é fechado. É fechado porque a Lei Penal não admite em seu sistema ainda que omissa, ou, mesmo que se apresente lacunosa ser suprida nem pelo arbítrio do juiz, nem pela analogia, nem pelos princípios gerais de direito, muito menos pelos costumes. Não importa para a Lei Penal se alguém cometeu um fato anti-social de reprovação por parte da sociedade, se, de forma precisa (objetiva e subjetiva), escapou à previsão do legislador os tipos delituosos até então abstratos à lei, de forma, que o agente que cometera ou vier a cometer fato que até então não tem previsão legal, não será ele alcançado pela justiça repressiva. Pode-se, somente suprir, caso ocorra, omissão do legislador ou lacuna da norma ocasionada pela política criminal, através de Lei Penal sem efeito retroativo. Excepcionalmente, é permitida a lei penal retroativa mais benigna lex mitior em favor do réu. Dessa forma, aduz o princípio da legalidade em matéria penal uma concepção formal do crime, sendo crime tudo aquilo e, somente aquilo que for previsto pela lei penal como fato típico, antijurídico e culpável, ou seja, aquele fato que se encaixa nos moldes normativos. Daí se diz ter a Lei Penal um sistema fechado. 3. Oposições à eficácia do princípio da legalidade nos Códigos Penais modernos Alguns juristas, entretanto, manifestaram oposição à regra básica do Direito Penal. Anossow, penalista russo, defendia a abolição do princípio da legalidade, argumentando que o direito não tem a mobilidade da vida, mas não é isso razão para que fatos perigosos fiquem impunes por falta de um adequado artigo no Código Penal. [6] Da mesma forma e no mesmo sentido Von Liszt classificava os Códigos Penais modernos fundados no princípio da legalidade como a Magna Carta Libertatum dos criminosos [7], porque, inscrevendo-se nos Códigos as regras substantivas que pautam as decisões judiciárias, se estabeleceria garantias demasiadas para o acusado. Assim ocorreu na Alemanha enquanto perdurou o Estado Nazista; na Inglaterra, pois as normas jurídicas em sua maior parte não são escritas (statute law), mas consuetudinárias (common law), tendo o costume como fonte primordial da legislação repressiva; também nos Estados Unidos, pois a regra básica do Direito Penal é a commom law que tem raízes inglesas, mas aperfeiçoada pela elaboração jurisprudencial dos tribunais americanos.

4 4. A essência do princípio da legalidade nos Códigos Penais modernos Será o princípio da legalidade um valor essencial aos Códigos Penais modernos, ou garantias demasiadas aos criminosos de tipos delituosos abstratos à Lei Penal? Ora, negar a eficácia do princípio da legalidade em matéria penal é negar, sobretudo, a liberdade do homem e do cidadão, e, mais além, seria tirar a tranqüilidade e a paz do cidadão que viveria constantemente sobressaltado, sempre na iminência de ser sujeito à reação penal arbitrária, pois, a extinção do sistema taxativo dos crimes, possibilitaria o arbitrium judicis, sem falar que seria possível a utilização da analogia na incriminação de fatos e na aplicação de penas. Seria colocar o cidadão a mercê de poderes em demasia e dos critérios de sensibilidade jurídico-social dos juizes tirânicos, de seus caprichos e requintes, em outras palavras, acarretaria a hipertrofia funcional. 5. À guisa de conclusão Aristóteles, (384 a 322 a.c.) de há muito tempo ensinava com grande sabedoria que a base do Estado democrático é a liberdade, a qual, de acordo com a opinião comum dos homens, só nele pode ser desfrutada. [8] Negar a eficácia do princípio da legalidade em matéria penal é negar os direitos individuais em si mesmos; é negar o valor do postulado mais importante à consciência jurídica universal, a liberdade, e involuir ao nefasto e excessivo poder estatal medieval. 6. Notas [1] CF, art.5º, inciso XXXIX. [2] MORAIS, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, [3] SILVA, Ivan Luiz da. Das bases constitucionais do direito penal. Revista informativa legislativa, Brasília, senado federal, ano 39, p. 45, out./ dez [4] HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. Revista Forense: Rio de Janeiro, v. 1, 1949, p. 09. [5] SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1998, p [6] HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. Revista Forense: Rio de Janeiro, v. 1, 1949, p. 10.

5 [7] GARCIA, Basileu. Instituições de direito penal. Max Limonad: São Paulo, v. 1, t. 1, 37. ed. 1975, p [8] SILVEIRA, Paulo Fernando. Devido processo legal (Due process of law). 2. ed. Del Rey: Belo Horizonte, 1996, p. 18. Disponível em: Acesso em: 06/04/09.

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Aplicação da Lei Penal Militar Parte 1 Prof. Pablo Cruz Legalidade: Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Quadro da denominada "função

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Teoria da Constituição Constitucionalismo Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Constitucionalismo moderno: limitação jurídica do poder do Estado em favor da liberdade individual. É uma

Leia mais

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL Os princípios podem ser encontrados de maneira explícita, positivados (lei) ou implícitos. Para compreendermos melhor essa maneira muito importante devemos separar as

Leia mais

Direito Penal Militar

Direito Penal Militar Direito Penal Militar Aplicação da Lei Penal Militar Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal Militar DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 Código Penal Militar Os

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL - GARANTIAS FUNDAMENTAIS. Professor Murillo Sapia Gutier.

DIREITO PROCESSUAL PENAL - GARANTIAS FUNDAMENTAIS. Professor Murillo Sapia Gutier. 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL - GARANTIAS FUNDAMENTAIS Professor Murillo Sapia Gutier www.murillogutier.com.br E-mail: murillo@gutier.com.br PROCESSO PENAL PARA QUÊ (M) Por que estudar Direito Processual

Leia mais

PRINCÍPIOS PENAIS E CONSTITUCIONAIS

PRINCÍPIOS PENAIS E CONSTITUCIONAIS PRINCÍPIOS PENAIS E CONSTITUCIONAIS www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 2. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE...6 Reserva legal... 8 Anterioridade... 8 Irretroatividade...9 Taxatividade...9 3. PRINCÍPIO

Leia mais

NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO

NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO

Leia mais

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO 1 Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b)

Leia mais

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo UD I DIREITO PENAL MILITAR Assunto 01 A Lei Penal Militar e a Justiça Militar 1. Distinguir Direito Penal de Direito Penal Militar A ordem jurídica militar, que se encontra inserida na ordem jurídica geral

Leia mais

DIREITO PENAL. d) II e III. e) Nenhuma.

DIREITO PENAL. d) II e III. e) Nenhuma. DIREITO PENAL 1. Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b) A pena só pode ser imposta

Leia mais

Teoria do Estado e da Constituição

Teoria do Estado e da Constituição Jorge Miranda Teoria do Estado e da Constituição 5.a edição ISBN 978-85-309-7988-1 728 páginas 15,8 x 22,8 cm FORENSE Sumário Do Autor... IX Capítulo I Localização Histórica do Estado 1º O Estado, realidade

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 1 Profª. Liz Rodrigues - Além dos direitos fundamentais, a CF/88 prevê uma série de garantias,

Leia mais

PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 11 DIREITO PENAL para concursos Parte Geral CAPÍTULO 1 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 1.1 Princípios Constitucionais do Direito Penal 1.1.1

Leia mais

Primado do Direito e Julgamento Justo

Primado do Direito e Julgamento Justo Federal Ministry for Foreign Affairs of Austria O primado do Direito é mais do que o uso formal dos instrumentos jurídicos, é também o Primado da Justiça e da Proteção para todos os membros da sociedade

Leia mais

ÍNDICE SISTEMÁTICO. Parte I O ESTADO NA HISTÓRIA. Capítulo I LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO. 1º O Estado, realidade histórica

ÍNDICE SISTEMÁTICO. Parte I O ESTADO NA HISTÓRIA. Capítulo I LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO. 1º O Estado, realidade histórica ÍNDICE SISTEMÁTICO Do Autor Parte I O ESTADO NA HISTÓRIA 1. O Estado, espécie de sociedade política 2. O aparecimento histórico do Estado 3. Sociedades políticas pré-estatais 4. Processos de formação do

Leia mais

Gustavo Filipe Barbosa Garcia CPC. e Processo do Trabalho. Atualizado com as Instruções Normativas 39 e 40 de 2016 do TST

Gustavo Filipe Barbosa Garcia CPC. e Processo do Trabalho. Atualizado com as Instruções Normativas 39 e 40 de 2016 do TST Gustavo Filipe Barbosa Garcia Novo CPC e Processo do Trabalho Atualizado com as Instruções Normativas 39 e 40 de 2016 do TST 2ª edição Revista, ampliada e atualizada 2017 Garcia-Novo CPC e Processo do

Leia mais

DIREITOS HUMANOS. Direito Internacional dos Direitos Humanos. Evolução Histórica dos Direitos Humanos Parte 1. Profª.

DIREITOS HUMANOS. Direito Internacional dos Direitos Humanos. Evolução Histórica dos Direitos Humanos Parte 1. Profª. DIREITOS HUMANOS Direito Internacional dos Direitos Humanos Evolução Histórica dos Direitos Humanos Parte 1. Profª. Liz Rodrigues - A ideia dos direitos humanos é, assim, tão antiga como a própria história

Leia mais

CRIMES ECONÔMICOS CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO

CRIMES ECONÔMICOS CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO CRIMES ECONÔMICOS CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO Professor Doutor Gianpaolo Poggio Smanio Professor da Faculdade de Direito - UPM 1 HISTÓRICO - A EXTINÇÃO

Leia mais

ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas

ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: Nosso ordenamento jurídico estabelece a supremacia da Constituição Federal e, para que esta supremacia

Leia mais

As Fontes do Direito. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

As Fontes do Direito. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior As Fontes do Direito Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior As fontes do direito têm por objetivo estabelecer como o Direito se expressa. São as forças geradoras das normas jurídicas. Diz respeito aos

Leia mais

A FARSA DO ABORTO LEGAL *

A FARSA DO ABORTO LEGAL * A FARSA DO ABORTO LEGAL * Senhoras e senhores presentes e amigos: Wa lt e r Mo r a e s ( ) ** O que eu quero destacar nesta minha fala de poucos minutos é que existe diferença entre o que é simplesmente

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO E DIREITOS HUMANOS. Um estudo sobre o papel do Ministério Público na defesa e na promoção dos direitos humanos

MINISTÉRIO PÚBLICO E DIREITOS HUMANOS. Um estudo sobre o papel do Ministério Público na defesa e na promoção dos direitos humanos JORGE ALBERTO DE OLIVEIRA MARUM Promotor de Justiça no Estado de São Paulo, mestre em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco) e professor titular

Leia mais

TEMA 16: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

TEMA 16: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE TEMA 16: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE EMENTÁRIO DE TEMAS: A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma

Leia mais

f ÅâÄtwÉ wx IED / V Çv t céä à vt `öüv t cxä áátü INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIÊNCIA POLÍTICA

f ÅâÄtwÉ wx IED / V Çv t céä à vt `öüv t cxä áátü INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIÊNCIA POLÍTICA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIÊNCIA POLÍTICA 01) Não se enquadra na subdivisão de "Público" o direito: a) Constitucional b) Administrativo. c) Judiciário / processual. d) Penal. e) Comercial. 02) Não

Leia mais

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase Período 2010-2016 1) VUNESP Analista de Promotoria MPE/SP - 2010 Com relação à aplicação da lei penal no tempo e ao princípio

Leia mais

Sumário. Introdução. Parte I História do Direito Penal. 1. Período Primitivo 1.1 Vingança divina 1.2 Vingança privada 1.

Sumário. Introdução. Parte I História do Direito Penal. 1. Período Primitivo 1.1 Vingança divina 1.2 Vingança privada 1. Sumário Introdução Parte I História do Direito Penal 1. Período Primitivo 1.1 Vingança divina 1.2 Vingança privada 1.3 Vingança pública 2. Antigo Oriente 2.1 China 2.2 Índia 2.3 Assíria 2.4 Israel (Hebreus)

Leia mais

Instituições de direito FEA

Instituições de direito FEA Instituições de direito FEA CAMILA VILLARD DURAN CAMILADURAN@USP.BR Apresentação: Módulo I! O que é o direito? O que é lei?! Qual é o papel institucional do Legislativo e do Executivo, notadamente no processo

Leia mais

Teoria da Argumentação Jurídica. Prof.: José Neres

Teoria da Argumentação Jurídica. Prof.: José Neres Teoria da Argumentação Jurídica Prof.: José Neres www.joseneres.com Seção 4.1 4.2 livro-texto Tópico: Linguagem jurídica e vocabulário jurídico Tipos de Linguagem A linguagem pode ser classificada em verbal

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Lei Penal no tempo: "novatio Legis" incriminadora, "abolitio criminis", "novatio legis in pejus" e a "novatio legis in mellius" Trata da lei penal no tempo, e das regras, institutos

Leia mais

Exercícios de Fixação Controle de Constitucionalidade

Exercícios de Fixação Controle de Constitucionalidade Exercícios de Fixação Controle de Constitucionalidade Vamos repassar a matéria ministrada na aula!!! Parte introdutória: 1) Quanto à natureza do órgão: a) o controle de constitucionalidade pode ser: b)

Leia mais

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 1º ao 12 do CP LEI PENAL NO TEMPO Princípio da Legalidade ou Reserva Legal Art. 5º, inciso XXXIX da CR/88: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Teoria da Constituição Constitucionalismo Parte 3 Profª. Liz Rodrigues - As etapas francesa e americana constituem o chamado constitucionalismo clássico, influenciado por pensadores

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A ação penal popular no ordenamento jurídico brasileiro Liduina Araujo Batista * O presente estudo trata da discussão acerca da possibilidade, ou não, de existência, em nosso ordenamento

Leia mais

PROCESSO CONSTITUCIONAL PROF. RENATO BERNARDI

PROCESSO CONSTITUCIONAL PROF. RENATO BERNARDI CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Conceito: assegurar a supremacia da Constituição Federal. supremacia formal da Constituição Federal rigidez constitucional. Controlar a constitucionalidade consiste em examinar

Leia mais

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Competência De acordo com o art. 102, I, a, CR(Constituição da República Federativa do Brasil), compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente,

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Profª. Liz Rodrigues - Liberdade: pode ser entendida como a possibilidade de escolher entre fazer ou não fazer algo, podendo-se escolher entre duas ou mais opções.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Vigência e validade da lei Luiz Flávio Gomes * O Estado constitucional e democrático de Direito, que é muito mais complexo e garantista que o antigo Estado de Direito, caracteriza-se

Leia mais

AVANÇOS E DESAFIOS DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUALIDADE. Prof. Dra. DANIELA BUCCI

AVANÇOS E DESAFIOS DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUALIDADE. Prof. Dra. DANIELA BUCCI AVANÇOS E DESAFIOS DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUALIDADE Prof. Dra. DANIELA BUCCI 1 ENADE E OS DIREITOS HUMANOS Panorama Geral : PROVAS 2012 E 2015 As provas abarcaram questões gerais sobre globalização,

Leia mais

ASPECTOS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO

ASPECTOS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO ASPECTOS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO MARCOS MARQUARDT

Leia mais

SUMÁRIO 1. O CRIME DE TERRORISMO: UM OLHAR SOBRE A PUNIBILIDADE DOS ATOS PREPARATÓRIOS... 19

SUMÁRIO 1. O CRIME DE TERRORISMO: UM OLHAR SOBRE A PUNIBILIDADE DOS ATOS PREPARATÓRIOS... 19 SUMÁRIO 1. O CRIME DE TERRORISMO: UM OLHAR SOBRE A PUNIBILIDADE DOS ATOS PREPARATÓRIOS... 19 1. CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS... 19 2. FUNDAMENTOS PUNITIVOS DOS DELITOS DE TERRORISMO: O BEM JURÍDICO TUTELADO...

Leia mais

Unidade I. Instituições de Direito Público e Privado. Profª. Joseane Cauduro

Unidade I. Instituições de Direito Público e Privado. Profª. Joseane Cauduro Unidade I Instituições de Direito Público e Privado Profª. Joseane Cauduro Estrutura da Disciplina Unidade I Conceitos Gerais de Direito O Direito e suas divisões, orientações e a Lei jurídica Unidade

Leia mais

Objetivos: Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional brasileira.

Objetivos: Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional brasileira. DISCIPLINA: CONSTITUCIONAL I CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 CRÉDITOS: 04 CÓDIGO: DIR 02-07411 Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional

Leia mais

MONTESQUIEU. Separação de poderes. Origens da teoria e sua aplicação na atualidade. Prof. Elson Junior

MONTESQUIEU. Separação de poderes. Origens da teoria e sua aplicação na atualidade. Prof. Elson Junior MONTESQUIEU Separação de poderes Origens da teoria e sua aplicação na atualidade Prof. Elson Junior Santo Antônio de Pádua, Maio de 2017 1. Primeiras ideias 1.1. Esclarecimentos iniciais Pela definição

Leia mais

Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE DIREITOS HUMANOS. Profª. Teodolina B. S. C. Vitório

Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE DIREITOS HUMANOS. Profª. Teodolina B. S. C. Vitório Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE DIREITOS HUMANOS Profª. Teodolina B. S. C. Vitório 2018 1 2 Sem respeito à pessoa humana não há justiça e sem justiça não há direito. (Afonso Arinos

Leia mais

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE As normas elaboradas pelo Poder Constituinte Originário são colocadas acima de todas as outras manifestações de direito. A própria Constituição Federal determina um procedimento

Leia mais

Direito Penal 1 (Material de apoio)

Direito Penal 1 (Material de apoio) APLICAÇÃO DA LEI PENAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP e Art 5º, XXXIX, CF) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (cláusula pétrea da Constituição Federal

Leia mais

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular OPÇÃO I - TEORIA DA LEI PENAL Ano Lectivo 2013/2014

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular OPÇÃO I - TEORIA DA LEI PENAL Ano Lectivo 2013/2014 Programa da Unidade Curricular OPÇÃO I - TEORIA DA LEI PENAL Ano Lectivo 2013/2014 1. Unidade Orgânica Ciências Humanas e Sociais (1º Ciclo) 2. Curso Políticas de Segurança 3. Ciclo de Estudos 1º 4. Unidade

Leia mais

Movimento para o Direito Livre

Movimento para o Direito Livre Movimento para o Direito Livre Reação ao conceitualismo e formalismo do Direito da pandectista alemã. Não era um grupo específico, mas eram iniciativas isoladas de juristas alemães. Direito = lei + conjunto

Leia mais

DIREITO PROVA DE DIREITO

DIREITO PROVA DE DIREITO DIREITO 01. A Constituição que, resultante dos trabalhos de um órgão constituinte, sistematiza as idéias e os princípios fundamentais da teoria política e do direito dominante no momento, quanto ao modo

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Contextualização - Posso torturar uma pessoa? - Posso montar uma associação de assistência às mulheres solteiras mal amadas e carentes? - Quem pode ser Presidente, Vereador? - Quem e como se cria leis?

Leia mais

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA Curso preparatório para o concurso: Polícia Rodoviária Federal Professor : Gustavo de Lima Pereira Contato: gustavo.pereira@pucrs.br AULA 1 AFIRMAÇÃO HISTÓRICA E TEORIA GERAL

Leia mais

1 Direito Administrativo Aula 01

1 Direito Administrativo Aula 01 1 Direito Administrativo Aula 01 2 Direito Administrativo Aula 01 Direito Penal Crime x Contravenção Penal. Princípios do direito penal Sumário Ilícito... 4 Lei de introdução ao código Penal... 4 Princípios

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DOS ATOS NORMATIVOS

DIREITO CONSTITUCIONAL O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DOS ATOS NORMATIVOS DIREITO CONSTITUCIONAL O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DOS ATOS NORMATIVOS LEGISLAÇÃO e Jurisprudência CRFB/88 Lei no. 9.868/99 Lei no. 9.882/99 Lei no. 11.418/2006 www.stf.gov.br apostila de jurisprudência

Leia mais

PROF. RAUL DE MELLO FRANCO JR. UNIARA

PROF. RAUL DE MELLO FRANCO JR. UNIARA PROF. RAUL DE MELLO FRANCO JR. UNIARA Conceito Controlar a constitucionalidade de lei ou ato normativo significa: a) impedir a subsistência da eficácia de norma contrária à Constituição (incompatibilidade

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 3 Profª. Liz Rodrigues - A terceira modalidade de prisão extrapenal são as prisões militares.

Leia mais

INTRODUÇÃO PROCESSO PENAL

INTRODUÇÃO PROCESSO PENAL INTRODUÇÃO DIREITO PROCESSUAL PENAL PROCESSO PENAL O Direito Penal é o conjunto de regras que preveem uma conduta como ilícita e a identificam como crime quando vinculam a prática daquela conduta prevista

Leia mais

SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO... 25

SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO... 25 LISTA DE ABREVIATURAS... 23 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO... 25 CAPÍTULO 2 O FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO... 45 2.1. Marcos teóricos... 46 2.1.1. A ideia de força normativa da Constituição...

Leia mais

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores DIREITO PENAL SUMÁRIO UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 1.2 Lei penal no tempo e no espaço 1.3 Tempo e lugar do crime 1.4 Lei penal excepcional, especial

Leia mais

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE AULA 6. Prof. Eduardo Casassanta

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE AULA 6. Prof. Eduardo Casassanta CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE AULA 6 Prof. Eduardo Casassanta ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Previsão constitucional e infraconstitucional A ADPF está prevista no art. 102, 1º da

Leia mais

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 DIREITO PENAL Sessão n.º 3 2 DIREITO PENAL OBJETIVOS GERAIS Identificar o âmbito de aplicação do Direito Penal 3 DIREITO PENAL

Leia mais

FONTES DO DIREITO. Prof. Thiago Gomes

FONTES DO DIREITO. Prof. Thiago Gomes Prof. Thiago Gomes 1. CONTEXTUALIZAÇÃO QUAL FONTE VOCÊ PRECISA? 2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Expressão designa todas as representações que, de fato, influenciam a função criadora e aplicadora do Direito.

Leia mais

Sumário. Prefácio...xiii Apresentação...xv Introdução...1

Sumário. Prefácio...xiii Apresentação...xv Introdução...1 Sumário Prefácio...xiii Apresentação...xv Introdução...1 Primeira Parte: História, conteúdos e garantias da legalidade...5 1 Origem e desenvolvimento do princípio...5 1.1 Nota histórica...5 1.2 Significado

Leia mais

PLANO DE CURSO FUND. HISTÓRICO-SISTEMÁTICOS DO DIREITO (CÓD.: ENEX 60103) ETAPA: 1ª TOTAL DE ENCONTROS:

PLANO DE CURSO FUND. HISTÓRICO-SISTEMÁTICOS DO DIREITO (CÓD.: ENEX 60103) ETAPA: 1ª TOTAL DE ENCONTROS: PLANO DE CURSO DISCIPLINA: FUND. HISTÓRICO-SISTEMÁTICOS DO DIREITO (CÓD.: ENEX 60103) ETAPA: 1ª TOTAL DE ENCONTROS: 15 SEMANAS Semana Conteúdos/ Matéria Categorias/ Questões Tipo de aula Habilidades e

Leia mais

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR Princípio da Legalidade / Princípio Legalidade / Princípio da Anterioridade Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Lei

Leia mais

Os Direitos Humanos correspondem à somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam a todos uma vida digna.

Os Direitos Humanos correspondem à somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam a todos uma vida digna. MATERIAL DE AULA I) Ementa da aula e breve resumo 1. Conceito de. Os correspondem à somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam a todos uma vida digna. 2. Breve Evolução dos. Existem três

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Juízes legisladores: da ilegitimidade à insegurança jurídica Ludmila Silva de Brito * Discute sobre a atividade de criação do direito pelos juízes, enfocando principalmente a ilegitimidade

Leia mais

introdução 17 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

introdução 17 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO introdução 17 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO O presente estudo, após se aprofundar na análise das operações de polícia judiciária e na jurisprudência no tocante à concessão de medidas cautelares atípicas no processo

Leia mais

1. Noções gerais Conceito de Direito Público

1. Noções gerais Conceito de Direito Público 1. Noções gerais Todo o Direito objetivo, também conhecido como Direito positivado quando no aspecto exclusivamente normativo (Kelsen), é dividido em dois grandes ramos, quais sejam: o Direito Público

Leia mais

3.º Ano Noite DIREITO PENAL I. EXAME 17 de fevereiro de 2016 Duração: 90 minutos

3.º Ano Noite DIREITO PENAL I. EXAME 17 de fevereiro de 2016 Duração: 90 minutos 3.º Ano Noite DIREITO PENAL I EXAME 17 de fevereiro de 2016 Duração: 90 minutos Regência: Prof. Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Mestres António Brito Neves e Sónia Moreira Reis I 1. A pergunta

Leia mais

Legislação Previdenciária

Legislação Previdenciária Legislação Previdenciária Fontes Hierarquia (ordem de graduação) Autonomia (entre os diversos ramos) Aplicação (conflitos entre normas) Vigência Interpretação (existência de norma) Integração (ausência

Leia mais

AULA 03 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

AULA 03 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 1 AULA 03 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Movimento teórico de revalorização do direito constitucional, de uma nova abordagem do papel da constituição no sistema jurídico 2 Surgiu a partir da segunda metade do

Leia mais

Gustavo Filipe Barbosa Garcia CPC. Novo. e Processo do Trabalho. 39 e 40 de 2016 do TST. Conforme a Lei / ª edição Revista e atualizada

Gustavo Filipe Barbosa Garcia CPC. Novo. e Processo do Trabalho. 39 e 40 de 2016 do TST. Conforme a Lei / ª edição Revista e atualizada Gustavo Filipe Barbosa Garcia Novo CPC e Processo do Trabalho 39 e 40 de 2016 do TST Conforme a Lei 13.467/2017 3ª edição Revista e atualizada 2017 CAPÍTULO 1 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO CPC DE 2015 1. INTRODUÇÃO

Leia mais

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/2015

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/2015 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/2015 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/2015 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS NOÇÕES GERAIS DE DIREITO Sessão n.º 5 2 2 NGD SESSÃO N.º 5 OBJETIVOS GERAIS Caraterizar a Constituição

Leia mais

GARANTIAS E VEDAÇÕES CONFERIDAS AOS MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 45 / 2004

GARANTIAS E VEDAÇÕES CONFERIDAS AOS MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 45 / 2004 GARANTIAS E VEDAÇÕES CONFERIDAS AOS MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 45 / 2004 Décio Guimarães Júnior Acadêmico do 5º período do Curso de Direito do Centro Universitário Newton

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Considerações sobre a causa de diminuição de pena prevista no art. 33, 4º, da Lei Antitóxicos César Dario Mariano da Silva* Pedro Ferreira Leite Neto** Logo após a publicação da

Leia mais

TRABALHOS PUBLICADOS

TRABALHOS PUBLICADOS TRABALHOS PUBLICADOS LIVROS DO AUTOR NA ÁREA JURÍDICA 1. O promotor de Justiça e o atendimento ao público. São Paulo, Saraiva, 1985, 176 p. 2. Manual do promotor de Justiça. 1. ed. 1987, 408 p.; 2. ed.

Leia mais

Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade

Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade Direito Constitucional Direitos Fundamentais e Constitucionalidade Determinação! Concursos Promotor de Justiça 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Concurso Promotor de Justiça - Análise estatística das últimas provas

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Controle Preventivo: Comissões de Constituição e Justiça e Veto Jurídico. Profª. Liz Rodrigues - Noções gerais: o controle de constitucionalidade

Leia mais

Fundamentos Críticos de IREIT E L

Fundamentos Críticos de IREIT E L STJ00096987 GUILHERME MEROLLI Professor Universitário Advogado Militante em Florianópolis Mestre em Direito das Relações Sociais (UFPR) Fundamentos Críticos de IREIT E L Dos Princípios Penais de Garantia

Leia mais

Direito Penal Militar

Direito Penal Militar Fabiano Caetano Prestes Ricardo Henrique Alves Giuliani Mariana Lucena Nascimento 36 Direito Penal Militar Parte Geral e Especial 3ª edição revista e atualizada 2017 Capítulo 1 DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Quesitação, no tribunal do júri, da inexigibilidade de conduta diversa Ana Paula Faria* O Código Penal Brasileiro, art. 22, prevê como causas legais da inexigibilidade de outra conduta

Leia mais

DIREITO. 08. URCA/ Não é um dos caracteres da Norma Jurídica: a) Unilateralidade; b) Bilateralidade; c) Generalidade; d) Coercitividade.

DIREITO. 08. URCA/ Não é um dos caracteres da Norma Jurídica: a) Unilateralidade; b) Bilateralidade; c) Generalidade; d) Coercitividade. DIREITO 01. URCA/2011.2 Sobre os Valores Jurídicos, indique a assertiva incorreta: a) Os valores jurídicos se apresentam em escala hierárquica dotada de rigidez, sendo, pois, impossível que se sacrifique

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Recursos Criminais Fundamentos, Natureza Jurídica e Aspectos Conceituais Prof. Gisela Esposel Previsão Legal: artigo 574 e seguintes do Código de Processo penal Princípio da Justiça

Leia mais

Aula nº Estrutura Normativa - Pirâmide de Kelsen Hierarquia das Normas

Aula nº Estrutura Normativa - Pirâmide de Kelsen Hierarquia das Normas Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Penal Objetivo Aula: Direito Constitucional Penal Objetivo Aula 01 Professor(a): Marcelo Leonardo Tavares Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 01. 1. Estrutura

Leia mais

PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE I. CONCEITO É a verificação da compatibilidade de uma lei ou ato normativo com a Constituição, verificando seus requisitos de constitucionalidade.

Leia mais

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28.

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. 24 ART.1 - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. XXXIX-CF/88 Para Delmanto o enunciado do art. 1º

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Parte 8 Prof. Renata Menezes Veja: Lei 6815/80 art. 91: não se referia à pena de prisão perpétua. Interpretação do STF: no EE não havia nenhuma menção à pena de prisão perpétua.

Leia mais

SHEILA JORGE SELIM DE SALES Professora de Direito - UFMG

SHEILA JORGE SELIM DE SALES Professora de Direito - UFMG SHEILA JORGE SELIM DE SALES Professora de Direito - UFMG ESCRITOS DE DIREITO PENAL Editora Del Rey Belo Horizonte, 2005 CATALOGAÇÃO NA FONTE Sales, Sheila Jorge Selim de. Escritos de direito penal / Sheila

Leia mais

A proteção dos direitos fundamentais. Professora Adeneele Garcia Carneiro

A proteção dos direitos fundamentais. Professora Adeneele Garcia Carneiro A proteção dos direitos fundamentais Professora Adeneele Garcia Carneiro A proteção contra o legislador A proteção do indivíduo contra o Estado sistema de freios e contrapesos A exigência de constitucionalidade

Leia mais

16/09/2012 DIREITO PROCESSO PENAL I. Processo penal I

16/09/2012 DIREITO PROCESSO PENAL I. Processo penal I DIREITO I 9ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Processo penal I 2 1 AÇÃO PENAL É o direito público subjetivo do Estado Administração, de pedir ao Estado a aplicação do direito penal objetivando

Leia mais

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS Aula 01 Apontar bases tecnológicas relacionadas VOCÊ CONCORDA COM ISSO? 1 CONTEXTUALIZAÇÃO O homem como ser social. O papel das organizações na vida em sociedade. As relações

Leia mais

Direitos Humanos Noções

Direitos Humanos Noções Professor: Rodrigo Belmonte Matéria DIREITOS HUMANOS Direitos Humanos Noções Teoria Geral Pacto de São José da Costa Rica Divisão didática necessária para melhor aproveitamento e-mail: rodrigoabelmonte@terra.com.br

Leia mais

Aula 08 POSICIONAMENTO DE CANOTILHO

Aula 08 POSICIONAMENTO DE CANOTILHO Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Posicionamento de Canotilho. Eficácia dos Princípios (Luis Roberto Barroso). Classificação Material dos Princípios Constitucionais 08 Professor

Leia mais

TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO

TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO Aula 01 O CONSTITUCIONALISMO: CONCEITO O CONSTITUCIONALISMO: EVOLUÇÃO HISTÓRICA. O DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA E CONCEITO O DIREITO CONSTITUCIONAL: OBJETO O DIREITO

Leia mais

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA POLÍCIA FEDERAL 2012 AGENTE/ESCRIVÃO PROF. EMERSON CASTELO BRANCO DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 1.1 PRINCÍPIO DA

Leia mais

Para o ministro do STF, Constituição é clara ao determinar que só após trânsito em julgado alguém poderá ser considerado culpado

Para o ministro do STF, Constituição é clara ao determinar que só após trânsito em julgado alguém poderá ser considerado culpado Para o ministro do STF, Constituição é clara ao determinar que só após trânsito em julgado alguém poderá ser considerado culpado No entendimento do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal,

Leia mais

Direito. Constitucional. Dicas de Estudo

Direito. Constitucional. Dicas de Estudo Direito Constitucional Dicas de Estudo Dicas de Estudo - Aprendizagem Efetiva Dicas de Estudo - O Conhecimento O Saber - É possível ter prazer com o conhecimento? - O sucesso é apenas uma consequência

Leia mais

GUSTAVO SALES DIREITO ADMINISTRATIVO

GUSTAVO SALES DIREITO ADMINISTRATIVO GUSTAVO SALES DIREITO ADMINISTRATIVO 01 - Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa O direito administrativo consiste em um conjunto de regramentos e

Leia mais