MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

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1 INGI PETITEMBERTE KLAIN MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. TESE DE DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO Orientadores: Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão Prof. Doutor João Miguel Moutão VILA REAL, 2013

2 INGI PETITEMBERTE KLAIN MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. Orientadores: Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão Prof. Doutor João Miguel Raimundo Peres Moutão UTAD Vila Real 2013 II

3 FICHA CATALOGRÁFICA Klain, Ingi Petitemberte. Motivação para a prática de exercício físico Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. Vila real: [s.n], Orientadores: Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão Prof. Doutor João Miguel Raimundo Peres Moutão Dissertação (Doutoramento) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. III

4 IV Dissertação foi expressamente elaborada com vista à obtenção do grau de Doutor em Ciências do Desporto de acordo com o disposto no Decreto-Lei 107/2008, de 25 de Junho.

5 Ao meu filho Arthur, com amor. Luz da minha vida. V

6 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pelo incentivo, apoio e acima de tudo por acreditarem em mim. Mãe, eu sou grata por cada palavra, por cada minuto de tua vida dedicado para que eu me tornasse uma pessoa melhor e Pai, obrigada por ter tido a honra e o prazer de ser tua filha em tua breve passagem pela terra; A minha querida família que sempre me apoiou e compreendeu, nas ausências e bons e maus momentos da vida; Ao caro Professor Doutor João Moutão a quem posso chamar de amigo, e por quem tenho profunda admiração e respeito, por sua disposição, dedicação e paciência; Ao Professor Doutor José Carlos Leitão, por sua disponibilidade e pela pertinência das sugestões metodológicas; Ao Professor Doutor Luís Cid Serra, por sua importante colaboração; Aos meus queridos alunos, pela inspiração, pelo carinho e pela compreensão quando precisei ficar ausente; A todos os colegas que acrescentaram de alguma forma conhecimento a este estudo, os quais eu pude discutir e trocar ideias; Ao Rony por sua ajuda, apoio e incentivo imprescindíveis; Ao meu maravilhoso filho, por sua relativa compreensão nos momentos em que eu estive distante, e que não pude estar ao seu lado como gostaria. Ocasiões em que precisei trocar a maior realização que uma mãe pode ter que é estar ao lado do seu filho partilhando alegria, amor e carinho, para estar à frente de um computador. Não sei se poderei algum dia compensar os momentos perdidos, eu peço à Deus que sim; A todos, o meu mais sincero agradecimento pela oportunidade de poder dividir essa alegre conquista com vocês. Valeu cada segundo! VI

7 ÍNDICE GERAL FICHA CATALOGRÁFICA... III AGRADECIMENTOS... VI ÍNDICE GERAL... VII ÍNDICE DE TABELAS... X ÍNDICE DE FIGURAS... XII ÍNDICE DE ANEXOS... XIII LISTA DE ABREVIATURAS... XIV RESUMO... XV ABSTRACT... XVII 1. INTRODUÇÃO ENQUADRAMENTO E PERTINÊNCIA DO ESTUDO CONTEXTO DE APLICAÇÃO ESTRUTURAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS HIPÓTESES REVISÃO DA LITERATURA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NO MUNDO, NO BRASIL E NA CIDADE DE PELOTAS/RS DEFINIÇÃO DE ACADEMIA E DE PERSONAL TRAINING TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) E TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR): FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EM QUE SE BASEIA ESTE ESTUDO VII

8 2.4. TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) TEORIA DAS NECESSIDADES BÁSICAS TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA TEORIA DA INTEGRAÇÃO ORGANÍSMICA TEORIA DA ORIENTAÇÃO DE CAUSALIDADE TEORIA DAS METAS MOTIVACIONAIS TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR) CLIMA MOTIVACIONAL A INTEGRAÇÃO DA TOR (AGT) E DA TAD (SDT) PARA EXPLICAR A ADESÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO METODOLOGIA DESENHO DA INVESTIGAÇÃO METODOLOGIA DE VALIDAÇÃO DOS MODELOS TESTADOS TÉCNICAS E ESTATÍSTICAS DE ANÁLISE DE DADOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS GERAIS ESTUDOS EMPÍRICOS ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS CONCLUSÕES PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS VIII

9 6.1. PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS IX

10 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Consistência interna, pesos fatoriais e medidas de ajustamento do modelo de medida de cada um dos 14 fatores que compõem o EMI-2p Tabela 2 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training.. 51 Tabela 3 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício entre praticantes de academia e personal training Tabela 4 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício entre os praticantes dos géneros masculino e feminino Tabela 5 - Análise fatorial confirmatória e seus respectivos índices de ajustamento obtidos para cada um dos questionários utilizados Tabela 6 - Parâmetros estandardizados dos itens da PMCEQp e GOEMp Tabela 7 - Estatística descritiva, correlações e fidedignidade interna (na diagonal) das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados Tabela 8 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training Tabela 9 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de atividade física entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training Tabela 10 - Análise fatorial confirmatória e respetivos índices de ajustamento obtidos para cada um dos questionários utilizados Tabela 11 - Estatística descritiva das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados X

11 Tabela 12 - Análise correlacional e consistência interna (na diagonal) das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados Tabela 13 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para prática de exercício físico entre praticantes de academia e personal training Tabela 14 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de exercício físico entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training XI

12 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Esquema geral da Teoria da Autodeterminação (adaptado de Barbosa, 2011) Figura 2 - Continuum de autodeterminação (adaptado de Deci & Ryan, 2008) Figura 3 - Teoria dos Objetivos de Realização Percepção de Competência e Sucesso (Cid & Louro, 2010) Figura 4 - Modelo de equações estruturais em que se analisa o efeito das variáveis da TOR sobre a adesão ao exercício Figura 5 - Modelo de equações estruturais em que se analisa as relações causais entre as variáveis da TAD e seu efeito sobre a adesão ao exercício.. 85 XII

13 ÍNDICE DE ANEXOS ANEXO I INSTRUÇÕES GERAIS DE PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ANEXO II QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO ESTUDO ANEXO III QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO ANEXO IV QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO ANEXO V CARTA DE APRESENTAÇÃO ANEXO VI CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO ANEXO VII TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ANEXO VIII CD-ROM COM OUTPUTS ESTATÍSTICOS XIII

14 LISTA DE ABREVIATURAS χ 2 = Qui-quadrado AFC = Análise Fatorial Confirmatória AFE = Análise Fatorial Exploratória BPNES = Basic Psychological Needs in Exercise Scale BREQ = Behavioural regulation in exercise questionnaire PASECQ = Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire EMI-2 = Exercise Motivation Inventory GOEM = Goal Orientation in Exercise Measure PMCEQ = Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire TAD = Teoria da Autodeterminação SDT = Self-determination Theory TOR = Teoria dos Objetivos de Realização AGT = Achievement Goal Theory NPB = Necessidades Psicológicas Básicas DP = Desvio Padrão M = Média Máx. = Valor máximo Mín. = Valor mínino n = Número de sujeitos XIV

15 RESUMO Esta investigação tratou da motivação para prática de atividade física em praticantes de academia e personal training e para tal, foi dividida em três estudos. A amostra foi composta por 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos) com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos, 41 masculinos) com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de Pelotas-RS, Brasil. Estudo 1 Teve como propósito analisar os motivos para prática de atividades físicas e comparar o perfil motivacional dos praticantes tendo em conta o gênero, para tal, recorreu-se a versão Portuguesa do questionário Exercise Motivation Inventory. Os principais resultados revelaram diferenças significativas entre os motivos mais prevalentes para a prática de atividade física, quanto ao tipo de atividade (os praticantes de academia indicam motivos mais relacionados com o prazer, o desafio, a socialização, e os praticantes de personal training mais relacionados com a prevenção de doenças), e quanto ao gênero (os praticantes femininos apresentam motivos mais relacionados com as questões de saúde (física e mental) e os masculinos com questões de condição física (competição e reconhecimento social). Palavras-Chave: Motivos; Atividade física; Academia; Personal training; Motivação. Estudo 2 Teve como finalidade verificar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria dos Objetivos de Realização na predição da adesão a atividade física. Para avaliação do clima motivacional e dos objetivos de realização, recorreu-se às versões Portuguesas do Goal Orientation in Exercise Measure e Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire. Os primordiais resultados revelaram que a orientação para Tarefa é mais elevada em ambos os gêneros e grupos de praticantes. Por outro lado, todas as variáveis subjacentes à teoria dos objetivos de realização correlacionam-se positivamente de forma significativa, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego. Por último o modelo de equações estruturais hipotetizado demonstra que o clima para a mestria e para a performance tem um impacto direto sobre a orientação para a tarefa e para o ego, respectivamente, e estes por suas vez têm um efeito significativo sobre a adesão à atividade física. Palavras-Chave: Objetivos de realização; Clima motivacional; Motivação; Adesão. XV

16 Estudo 3 Teve como objetivo averiguar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria da autodeterminação na predição da adesão à atividade física. Para avaliação do suporte da autonomia, a satisfação das necessidades básicas e o tipo de regulação motivacional, recorreu-se às versões Portuguesas dos questionários Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire, Basic Psychological Needs in Exercise Scale e Behavioural regulation in exercise questionnaire 2. Os principais resultados revelaram que os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e mais adesão à atividade física. Foi testado um modelo de equações estruturais que demonstra que o suporte de autonomia promovido pelo educador físico promoverá a satisfação das necessidades psicológicas básicas, que terá um efeito positivo sobre a regulação autônoma, a qual terá por fim um impacto positivo na adesão à atividade física. Palavras-Chave: Regulação motivacional; Suporte da autonomia; Necessidades psicológicas básicas; Adesão; Academia; Personal training. XVI

17 ABSTRACT This research addressed the motivation for physical activity in practitioners of academy and personal training and such, was divided into three studies. The sample was composed of 405 practitioners from academia (240 female, 165 male) aged between 18 and 81 years (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male) aged between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16), Pelotas-RS, Brazil. Study 1 Aimed to analyze the reasons for physical activity and compare the motivational profile of practitioners taking into account gender, for this, we used the Portuguese version of the questionnaire Exercise Motivation Inventory. The main results revealed significant differences between the most prevalent reasons for physical activity, the type of activity (practitioners academy indicate reasons more related to pleasure, challenge, socialization, and practicing personal training more related with disease prevention) and by gender (female practitioners have more reasons related to health issues (physical and mental), and male fitness issues (competition and social recognition). Keywords: Reasons; Physical activity; Academy, Personal training; Motivation. Study 2 Aimed to verify the validity of the relationships hypothesized by the Theory of Goal Achievement in predicting adherence to physical activity. For evaluation of the motivational climate and achievement goals, appealed to the Portuguese versions of Goal Orientation in Exercise Measure and Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire. The primary findings revealed that task orientation is higher in both genders and groups of practitioners. Moreover, all the variables underlying the theory of achievement goals positively correlate significantly, especially among the climate for mastery and task orientation and climate between performance and ego orientation. Finally, the hypothesized structural equation model shows that the climate for mastery and performance has a direct impact on task orientation and ego respectively, and these in their turn have a significant effect on the adhesion activity physics. Keywords: Goal achievement; Motivational climate; Motivation; Adherence. Study 3 Aimed to ascertain the validity of the relationships hypothesized by the Theory of selfdetermination in predicting adherence to physical activity. To the assessment support of autonomy, satisfaction of basic needs and the type of motivational regulation, appealed to the Portuguese versions of the questionnaires Perceived Autonomy Support Climate Exercise Questionnaire, Basic Psychological Needs in Exercise Scale and Behavioural regulation in exercise questionnaire 2. The main earnings revealed that the practitioners of personal training have more self-determined forms of regulation and more adherence to physical activity. It was tested a structural equation model XVII

18 which demonstrates that the support of autonomy promoted by the physical educator will promote the satisfaction of basic psychological needs, which will have a positive impact on the regulation of autonomy, which will ultimately have a positive impact on adherence to physical activity. Keywords: Motivational regulation; Support of autonomy; Basic psychological needs; Adherence; Academy, Personal training. XVIII

19 1. INTRODUÇÃO Introdução 1 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 1

20 INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO ENQUADRAMENTO E PERTINÊNCIA DO ESTUDO Embora se tenha um conhecimento geral sobre os benefícios da atividade física, percebe-se que cerca de 30% da população mundial, mantémse inativa nos países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil especificamente, este valor é ainda maior, aproximadamente 49%. (Hallal et al., 2012). Nota-se que estas elevadas taxas de sedentarismo são também sintomas de certa ineficácia das abordagens tradicionais para a promoção da atividade física, centradas na persuasão/pressão para a mudança através da divulgação dos benefícios da alteração do comportamento, causando sedentarismo na maioria da população, mesmo esta sendo conhecedora dos benefícios de um estilo de vida ativo (Moutão, 2010). Visto que a promoção da saúde através da prática de exercícios físicos passa pelo conhecimento de suas determinantes, torna-se necessário o uso da motivação para prática da atividade física, já que segundo Klain (2010), a falta de tempo foi apontada em seu estudo como a principal razão para os sujeitos não se exercitarem, o que reforça ainda mais essa necessidade, sendo que a falta de tempo reflete muitas vezes uma real falta de vontade, o que se traduz como falta de motivação. De acordo com Weinberg e Gould (2010), a motivação é considerada uma variável fundamental tanto para adesão à prática, quanto para a aprendizagem e desempenho em contextos esportivos e de exercício físico. A motivação também está relacionada com a possibilidade de se obter, ou não, o sucesso pretendido dentro das sessões de exercício físico. Um programa bem elaborado, associado à motivação dos sujeitos, contribui para um incremento nos índices de adesão. Um dos fatores de auxílio reside também, nas experiências passadas, que projetam certa expectativa na formulação dos resultados, ou seja, as ações passadas e presentes são fatores realmente determinantes na concepção de motivação e adesão à atividade física (ACSM, 2013). Desta forma, o sucesso de qualquer programa de 2

21 INTRODUÇÃO exercícios físicos relaciona-se à motivação de seus participantes e esta, sendo caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta (Samulski, 2009) é considerada uma variável fundamental para a adesão (Moreno, Dezan, Duarte, & Schwartz, 2006; Weinberg & Gould, 2010). Além disso, a principal razão do envolvimento com exercícios físicos regulares é a possibilidade de transformar, ou de ser um agente transformador. Os comportamentos adotados devem ser vislumbrados como formas desejadas, ou elementos positivos de comportamentos estáveis. A motivação passa a ser então, um aspecto muito importante no desenvolvimento do homem, seja ela utilizada na relação ensino-aprendizagem ou no processo de desenvolvimento psicológico (Samulski, 2009; Weinberg & Gould, 2010). Infelizmente, a adesão ocorre em apenas 5% dos adultos fisicamente ativos que iniciam um programa estruturado de exercício físico em academias (ACSM, 2013; IHRSA, 2013). A falta de tempo, de vontade e o elevado custo da mensalidade, são alguns dos motivos que impedem a continuidade da prática regular de exercícios físicos em academias (Liz, Crocetta, Brandt, & Andrade, 2010). Desta forma, pode-se afirmar que um dos grandes desafios da saúde pública tem sido o de manter os indivíduos ativos fisicamente, de maneira regular (WHO, 2002). Nota-se ainda que logo após o vencimento da inércia e a consequente adoção de um estilo de vida mais ativo, diga-se a prática de exercício físico, o principal desafio da adoção de um estilo de vida ativo é a manutenção (Berger, Pargman, & Weinberg, 2002; Buckworth & Dishman, 2002). Os estudos sobre a adesão ao exercício físico são importantes porque podem contribuir para o conhecimento dos processos subjacentes ao abandono e/ou persistência dos sujeitos neste contexto que, pode ser útil para conduzir as intervenções, maximizar a persistência da atividade e minimizar o abandono (Pelletier, Fortier, Vallerand, & Brière, 2001; Sarrazin, Boiché, & Pelletier, 2007). Por esta razão, não se pode deixar de concordar com Frederick (2002), quando diz que talvez uma das mais importantes e apaixonantes razões para estudar a motivação no domínio do desporto e do exercício seja o desejo de associar a motivação à adesão, pois se esta relação entre a motivação e a adesão se confirma podemos estar diante da chave da 3

22 INTRODUÇÃO promoção da prática da atividade física e, consequentemente, da saúde e do bem-estar geral das pessoas. Todavia, existem muitas pesquisas relacionadas aos motivos que levam à adesão (Balbinotti, Barbosa, Balbinotti, & Saldanha, 2011; Liz et al., 2010; Teixeira, Carraça, Markland, Silva, & Ryan, 2012), porém, de maneira geral relacionadas ao âmbito da academia e seus programas de treinamento convencionais. Neste sentido, nota-se a falta de investigações especificamente referidas ao personal training e também estudos comparativos entre essas duas modalidades de treinamento. Apesar da necessidade de informações sobre os fatores motivacionais que levam a adesão de um programa de exercícios físicos, há um número pequeno de pesquisas realizadas no ambiente da academia de ginástica (Monteiro, 2002), e uma quantidade ainda menor em relação ao personal training que de certa forma é uma atividade nova, de custo elevado, onde seu número de praticantes é ainda menor (Bossle & Fraga, 2011, Monteiro, 2002). Essa carência se torna ainda mais evidente quando são procuradas pesquisas realizadas no Brasil, onde esse tema ainda é bastante recente. Tendo em vista a necessidade de ampliar o conhecimento sobre este tema, além das perspectivas citadas acima, serão descritos outros aspectos relevantes, a fim de justificar a pertinência desse estudo: As academias são cada vez mais populares nas sociedades industrializadas (IHRSA, 2013) e o estudo destes indivíduos ativos poderá trazer novas pistas sobre estratégias para promover a sua adesão e manutenção na atividade física (Buckworth & Dishman, 2002). Relacionando motivação a adesão, Balbinotti e Capazzoli (2008) sugerem que novas investigações devem ser realizadas, a fim de verificar a existência de diferenças estatísticas nos níveis de motivação à prática de atividade física, controlando as modalidades praticadas nos ambientes de academias e Klain (2010), propõem a realização de novos estudos a fim de verificar a existência de diferenças estatísticas nos níveis de motivação à prática de atividades físicas, controlando outras variáveis como, por exemplo, o tipo de modalidade tais como: programa de treinamento personalizado e 4

23 INTRODUÇÃO programa de treinamento em academia convencional, pois pouco é conhecido acerca dos tipos específicos de programas que podem ter sucesso na promoção de mudanças de comportamento significativas a longo prazo (McClaran, 2003). Assim, busca-se poder melhor explicar os fenômenos relativos ao desenvolvimento humano. Outro aspecto extremamente relevante é haver notável carência de instrumentos válidos e fidedignos que avaliem a motivação em seus diferentes âmbitos, para a população brasileira praticante de exercício físico. Além disso, podemos acrescentar ainda, que as teorias motivacionais podem ser utilizadas para tornar inteligíveis os motivos pelos quais as pessoas se motivam ou desmotivam na adesão à prática de exercício físico, pois, tentam explicar a razão pela qual determinado comportamento é adotado (Koivula, 1999). Por esta razão, as abordagens mais recentes começaram a integrar diferentes teorias a fim de compreender melhor o comportamento humano (Wang & Biddle, 2007), como no caso deste estudo. Existem estudos que procuram (Ntoumanis, 2001; Georgiadis, et al., 2001) explicar à adesão a prática de atividade física através da integração das teorias TAD e TOR, no entanto, o conhecimento sobre o impacto da interação entre estas teorias sobre o comportamento de adesão ao exercício físico, praticado no contexto das academias é praticamente nulo. Talvez seja por essa razão que Ntoumanis (2001) tenha alertado para o fato de que o caminho a percorrer ainda era longo, sugerindo que a investigação futura deveria examinar as ligações empíricas entre estas duas teorias da motivação utilizando participantes de outros contextos de atividade física, dando como exemplo os praticantes de atividades de academia. A integração de modelos teóricos tem como objetivo geral, suprimir lacunas entre as teorias e procurar complementaridade que permita uma explicação mais alargada do comportamento (Hagger & Chatzisarantis, 2009), possibilitando verificar se as teorias podem ser combinadas num modelo integrado que favoreça a compreensão do mesmo (Wang & Biddle, 2007). A análise do ajustamento dos pressupostos da TAD e da TOR a realidade brasileira em contexto de academia e de personal training, conduz- 5

24 INTRODUÇÃO nos às seguintes questões: i) Quais os motivos mais prevalentes para prática de exercício físico? ii) Qual o papel do clima motivacional e da orientação dos objetivos de realização para prática de exercício físico? iii) Qual o resultado da mediação das necessidades psicológicas básicas, sobre a regulação autônoma e seu efeito na adesão ao exercício físico? Ao longo desta investigação procuramos abordar estas e outras questões similares, uma vez que constituem um desafio em aberto para estudiosos e profissionais que procuram incessantemente uma prática profissional ancorada em racionais teóricos sólidos e atuais. Sendo assim, com o intuito de proporcionar uma explicação diferenciada e talvez mais completa para o comportamento fisicamente ativo, esta investigação teve como foco o estudo dos motivos para a prática de atividade física em contexto de academia e personal training, objetivando desenvolver modelos que suportem de forma positiva a adesão à prática CONTEXTO DE APLICAÇÃO Esta pesquisa estudou os fatores motivacionais que levam a adesão à programas de treinamento em academia e personal training da cidade de Pelotas/RS/Brasil, com o acompanhamento de uma amostra da população frequentadora regular das aulas (i.e. no mínimo duas sessões de treino por semana) de tais programas. A cidade de Pelotas está localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul, Brasil e possui cerca de habitantes. A população desta investigação foi composta por indivíduos adultos (acima de 18 anos), de ambos os gêneros, inscritos em programa de exercícios físicos em academia e personal training, nos locais participantes deste estudo ESTRUTURAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO Esta dissertação está organizada em oito partes, sendo a primeira dedicada a introdução e a segunda a realização de uma breve revisão da literatura, sobre os aspectos conceituais inerentes a TAD e a TOR e a revisão de estudos que tenham sido realizados sobre esta mesma temática. 6

25 INTRODUÇÃO A terceira parte está orientada para a descrição dos aspectos metodológicos gerais inerentes a componente experimental. A quarta parte foi elaborada de acordo com os objetivos prédeterminados para a presente investigação e a componente empírica foi dividida em três estudos, todos estruturados de forma independente, levando em consideração os procedimentos adequados para realização de um trabalho científico. Na quinta, sexta, sétima e oitava partes, respectivamente, constam as considerações finais e conclusões possíveis, confrontando os nossos resultados com as hipóteses de investigação e reorganizando os contornos das questões apresentadas sendo especuladas algumas implicações para a prática profissional, pressupostos e limitações e realizadas algumas recomendações para estudos futuros OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO OBJETIVO GERAL Considerando os aspectos acima mencionados, o objetivo geral do presente estudo foi investigar a motivação para à prática de exercício físico em contexto de academia e de personal training OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desta forma, na realização desta investigação, teve-se a intenção de alcançar os seguintes objetivos específicos: Identificar os motivos para à prática de exercício físico em contexto de academia e personal training e comparar o perfil motivacional destes praticantes tendo em conta o gênero; Analisar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria dos Objetivos de Realização (TOR) na predição da adesão ao exercício físico em praticantes de academia e personal training; 7

26 INTRODUÇÃO Verificar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria da autodeterminação (TAD) na predição da adesão ao exercício físico em praticantes de academia e personal training; Realizar nos estudos desenvolvidos nesta pesquisa uma análise prévia da validade e fidedignidade dos instrumentos utilizados HIPÓTESES A formulação dos objetivos específicos deram origem às seguintes hipóteses: H1. A percepção dos motivos para a prática de exercício físico difere significativamente para os praticantes de academia e de personal training; H2. Os praticantes de academia e de personal training diferem significativamente quanto ao seu perfil motivacional; H3. A influência do clima motivacional associado a orientação dos objetivos de realização na adesão ao exercício físico é percepcionado de forma idêntica por ambos os grupos; H4. O clima para a mestria e para a performance influencia a orientação para a tarefa e para o ego em ambos os grupos; H5. O suporte da autonomia, associado à satisfação das necessidades psicológicas básicas e a regulação autônoma influencia na adesão à prática do exercício físico; H6. Níveis mais elevados do suporte da autonomia estão associados a uma percepção mais elevada da satisfação das necessidades psicológicas básicas. 8

27 2. REVISÃO DA LITERATURA Revisão da Literatura 2 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 9

28 REVISÃO DA LITERATURA 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NO MUNDO, NO BRASIL E NA CIDADE DE PELOTAS/RS Entre os diversos comportamentos de saúde, o da prática de atividade física representa atualmente um dos maiores desafios em termos de saúde pública na maioria dos países industrializados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, todos os anos morrem cerca de 1,2 milhões de pessoas por causas diretamente relacionadas com o sedentarismo e aproximadamente 19 milhões ficam incapacitadas (WHO, 2004). Ainda neste contexto, apenas 25% da população mundial adulta é regularmente ativa e somente 10% faz exercícios físicos de forma suficientemente vigorosa para que obtenham benefícios relacionados à saúde (Dishman, 2001). No caso específico do Brasil, a prevalência de praticantes de atividade física atualmente é cerca de 7 milhões, os quais, realizam suas práticas em mais de academias distribuídas pelo país (IHRSA, 2013) porém, cerca de 20% dos adultos da população brasileira são pouco ativos, isto é, realizam exercícios físicos apenas uma vez por semana, e somente 8% praticam regularmente, de três a cinco vezes por semana (Spinato, Monteiro e Santos, 2010). Em um importante estudo conduzido por Hallal, et al., (2012) em 122 países (i.e. 88,9% da população do mundo), os pesquisadores constataram que a inatividade aumenta com a idade, é maior em mulheres do que em homens e é mais elevada em países de alta renda, no mundo 31% dos adultos são fisicamente inativos e no Brasil este valor sobe para 49 %. Silva, Rombaldi, Azevedo e Hallal (2008), com o objetivo de avaliar a participação atual e passada de adultos em academias de ginástica da cidade de Pelotas/RS, realizaram um estudo de base populacional, incluindo 972 indivíduos de 20 a 69 anos de idade e relataram que a prevalência de prática atual e passada de atividades físicas em academias foi de 7,8%, e mencionam 10

29 REVISÃO DA LITERATURA ainda, que a maioria dos freqüentadores de academia o faz há mais de seis meses e realiza três sessões semanais de treino. Os motivos mais prevalentes para a procura das academias foram emagrecimento, prazer pelo exercício e preparação física. O nível econômico associou-se positivamente à participação atual e passada em academias, a idade esteve associada inversamente à prática passada e o tabagismo à prática atual. Estes dados são preocupantes e questionam o porquê de tão poucas pessoas aderirem a programas de exercícios físicos DEFINIÇÃO DE ACADEMIA E DE PERSONAL TRAINING As academias são compreendidas como centros de condicionamento físico que oportunizam o ambiente e a orientação para à prática de programas de exercícios físicos (Rojas, 2003). Na década de 80, aconteceu no Brasil uma verdadeira proliferação dos ambientes denominados de academias de ginástica, que se apoiavam nas informações e nos objetivos dos livros de Cooper e nos health clubs americanos. Isso ocorreu, principalmente, devido à chegada de uma proposta de exercícios denominada de ginástica aeróbica ou, simplesmente, aeróbica (Rufino, Soares, & Santos, 2000). Desde o seu surgimento, as academias têm absorvido um número cada vez maior de adeptos, com faixas etárias e motivos de procura diferenciados (Marcellino, 2003), exigindo dos educadores físicos conhecimentos que vão além dos aspectos físicos e biológicos do movimento humano. Atualmente, no Brasil, o número de academias já atinge a marca de mais de estabelecimentos, porém, os estudos aplicados na população brasileira sobre adesão, têm verificado um índice de evasão de aproximadamente 70% entre os praticantes de academias (Albuquerque & Alves, 2007). Apesar do crescente número destes locais de prática e das informações sobre a importância da atividade física, é elevado o número de pessoas que iniciam sua rotina de treino neste meio e desistem dentro de um 11

30 REVISÃO DA LITERATURA curto período. Essa desistência é mais acentuada ao final do primeiro e do terceiro mês de participação nos programas (Dishman, 2001). Marcellino (2003), em um estudo que envolveu a observação de aulas e entrevistas com professores, realizado em Campina/SP, procurou analisar as academias de ginástica como opção de lazer e concluiu que esses espaços podem ser considerados equipamentos específicos para tal, quer do ponto de vista da sua organização e funcionamento, quer na representação dos seus frequentadores. Configuram-se assim, não só como locais da prática dos interesses físico-esportivos, mas também de outros conteúdos, como os sociais. A proliferação das academias de ginástica é uma realidade em todo o mundo e a rotatividade de alunos é um fenômeno que estimula os profissionais e pesquisadores da área a investigar os motivos atribuídos à permanência nos programas estruturados de exercícios físicos oferecidos nestes espaços (Marcellino, 2003). O Personal Training é uma nova proposta de exercício supervisionado que chegou ao Brasil no início dos anos 90, cujo processo de evolução sofreu influência das aulas particulares de ginástica, da musculação e da grande quantidade de estudos científicos relacionados à atividade física, à aptidão física e à saúde (Monteiro, 2002). De acordo com Garay, Silva, & Beresford (2008) o personal training é um processo de aplicação e execução de testes e tarefas realizadas de maneira sistemática e individualizadas. Sanches (2006), define o personal trainer como um profissional formado/graduado em educação física que ministra aulas personalizadas, formulando e executando programas de treinamento específicos para cada aluno. Este profissional emergiu como um treinador físico individualizado, pautado pelo discurso da atividade física para à saúde. Segundo Brooks (2008), nos Estados Unidos da América (EUA) a cobertura dada pela mídia ao treinamento personalizado parece ter atingido 12

31 REVISÃO DA LITERATURA seu ápice no início da década de 1980 e os centros de exercícios físicos em Los Angeles e New York foram apontados em muitos artigos como os locais de proveniência dessa modalidade. Barbosa (2008), relata a chegada do personal training no Brasil em meados dos anos 1980 e que o seu boom, grifo do autor, ocorreu na década de 1990, em razão dos progressos científicos sobre os benefícios do exercício sistematizado e a divulgação da mídia sobre a importância da atividade física orientada por profissionais. O personal training emergiu como um novo modismo (Rodrigues, 1998), desde então, o treinamento personalizado vem ganhando espaço e aumentando a sua participação no mercado da atividade física. Um estudo de revisão denominado O treinamento personalizado: um enfoque paradigmático da performance para o bem estar (Garay et al., 2008), descreve o personal training como uma modalidade utilizada por um grupo de pessoas que por diferentes objetivos e interesses buscam melhorias na saúde, performance dentre outros aspectos. Porém, o atendimento prestado pelo personal trainer, através de um programa personalizado de atividade física, pode apresentar limitações na sua execução quando não considera outras dimensões do homem, além do aspecto biofísico. Fatores importantes devem ser considerados para a adesão e manutenção em um programa de personal training. Para isso, o texto tem a preocupação em abordar concepções básicas referentes à prescrição de um programa de treinamento personalizado e à natureza do homem, tornando-se então possível apresentar uma filosofia de trabalho, que possa contribuir não só com a dimensão física como também a dimensão psicológica, moral e social que envolve a vida dos clientes que utilizam um programa de personal training. A tradução mais apropriada de personal trainer para a Língua Portuguesa é treinador pessoal. No entanto, a bibliografia especializada consagrou a expressão treinador personalizado para a tradução de personal trainer e treinamento personalizado para a de personal training (Barbosa, 13

32 REVISÃO DA LITERATURA 2008; Bossle & Fraga, 2011; Brooks, 2004, 2008; Domingues Filho, 2006; Guiselini, 2007; Monteiro, 2002). O perfil da pessoa que frequenta a academia para a prática de atividades físicas coletivas, geralmente, é de uma pessoa que se preocupa com a imagem corporal, que quer fazer amizades ou que se sente mais motivada exercitando-se em grupo. Ao passo que o aluno personalizado, tem algumas expectativas a serem supridas com o personal trainer. Essas pessoas buscam melhores hábitos e resultados físicos, melhorias na postura, primam pela qualidade, visam disponibilidade de horários e sentem-se mais motivadas com a exclusiva atenção do personal trainer (Melher, 2000; Monteiro, 2002) TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) E TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR): FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EM QUE SE BASEIA ESTE ESTUDO Segundo Roberts (2001), há pelos menos trinta e duas teorias distintas sobre a motivação, no entanto, existem duas, que muitos autores consideraram entre as mais populares e contemporâneas abordagens teóricas, que têm sido utilizadas para examinar os processos motivacionais nos últimos anos no domínio da Psicologia do Desporto e do Exercício (Kingston, Harwood, & Spray, 2006): Teoria da Autodeterminação (TAD) (Deci & Ryan, 1985) e a Teoria dos Objetivos de Realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989) TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) Entre as teorias que fundamentam o estudo da motivação, atualmente, destaca-se a Teoria da Autodeterminação (Self-determination Theory) elaborada por Edward Deci e Richard Ryan na década de 1970 (Deci & Ryan, 1985) que distingue entre comportamentos que o indivíduo executa livremente e os que são realizados por algum tipo de influência e propondo que o ser humano, desde o nascimento, possui propensão inata para aprender e ser estimulado. 14

33 REVISÃO DA LITERATURA A presença da motivação é fato marcante no que diz respeito ao exercício físico, pois requer para sua realização esforço, fadiga física e psicológica, tempo, etc, ainda assim, muitas pessoas se exercitam sem aparente estímulo externo ou pressão. O reconhecimento deste tipo de atividades espontâneas pode ser uma das razões para o crescente interesse na aplicação da teoria da autodeterminação (Deci & Ryan, 1985) ao contexto do exercício e saúde (Hagger & Chatzissaratis, 2007). De acordo com a teoria, o desenvolvimento da personalidade, objetivos de vida, aspirações, energia e vitalidade são importantes para as pessoas se sentirem ativas, auto motivadas, curiosas e interessadas (Deci & Ryan, 2008). A proposta apresentada, entretanto, reconhece que nem sempre as pessoas agem de maneira autodeterminada, podendo atuar de diferentes formas perante uma situação, de acordo com seu envolvimento com o ambiente. A teoria da autodeterminação propõe que os ambientes estão continuamente em mudança e transformação, porém, seus estudos não buscam observar as diferenças de ambiente, mas sim, investigar como o contexto sociocultural pode contribuir para proporcionar e satisfazer as necessidades psicológicas básicas em um indivíduo (Deci & Ryan, 2008). O foco da teoria concentra-se em estudar como as pessoas iniciam suas interações com o ambiente e como elas adaptam-se, modificam-se e crescem em função das transações ambientais. A teoria analisa por que uma pessoa age (i.e. o grau em que sua motivação é mais ou menos autodeterminada), como os diversos tipos de motivação levam a diferentes comportamentos, e como as condições sociais apóiam ou prejudicam o bem-estar humano por meio de suas necessidades psicológicas básicas (Vierling, Standage, & Treasure, 2007). A teoria da autodeterminação indica que o comportamento humano está mediado por três necessidades psicológicas primárias e universais: autonomia, competência e relação social, que parecem ser essenciais para facilitar o ótimo funcionamento das tendências naturais para o crescimento e a integração, 15

34 REVISÃO DA LITERATURA assim como também para o desenvolvimento social e o bem-estar pessoal (Deci & Ryan, 2000). Contextos sociais que satisfaçam essas necessidades tendem a apresentar regulações mais autodeterminadas, portanto, mais motivadas intrinsecamente, sustentando maior persistência e bem-estar psicológico (Ryan & Deci, 2000c). Ao longo dos anos a teoria da autodeterminação foi expandida e refinada sendo atualmente considerada uma teoria macro da motivação com o intuito de investigar e conhecer a motivação das pessoas nos domínios mais diversos (Deci & Ryan, 2008; Reeve, Deci, & Ryan, 2004). Deci e Ryan (2000), elaboraram um conjunto de subteorias que, de modo coordenado, interagem, complementam-se e relacionam-se entre si. Figura 1 - Esquema geral da Teoria da Autodeterminação (adaptado de Barbosa, 2011) 16

35 REVISÃO DA LITERATURA TEORIA DAS NECESSIDADES BÁSICAS Deci e Ryan (2008), consideram a teoria das necessidades básicas (basic psychological needs theory) como uma subteoria da teoria da autodeterminação, a qual explica que as pessoas possuem uma série de necessidades que, quando satisfeitas, são percebidas como uma condição necessária a sua vida ou essencial ao seu bem estar (Reeve, 2006). Os autores proponentes da teoria da autodeterminação argumentam que as necessidades psicológicas (autonomia, competência e relação) existem na natureza humana e, portanto, são inerentes a todas as pessoas e por serem inatas, são consideradas pela teoria da autodeterminação como essenciais para verificar a motivação em um comportamento. A autonomia reflete o desejo de participar de atividades onde a possibilidade de escolha na realização do comportamento esteja presente (Deci & Ryan, 1985), sendo pouco motivadora a atividade realizada por uma demanda externa, seja ela uma punição ou recompensa. É necessário que o indivíduo perceba que a atividade está sob seu controle. A necessidade de autonomia é fundamental para que se compreenda a qualidade de um comportamento (Ryan & Deci, 2006). A necessidade de competência está ligada a sentir-se capacitado e confiante para realizar um comportamento definido com determinada aptidão. A proposta da necessidade de competência como fator determinante da motivação intrínseca é embasada nos trabalhos de White, que utilizou o termo para definir a capacidade do organismo de interagir satisfatoriamente com o seu meio (Guimarães & Boruchovitch, 2004). Complementando as necessidades básicas de autonomia e competência, os autores da teoria da autodeterminação propõem uma terceira necessidade psicológica básica como essencial ao indivíduo, a necessidade de pertencer, também traduzida por estabelecer vínculo, necessidade de relacionamento ou, ainda, necessidade de preenchimento. A necessidade de relação refere-se ao desejo de se sentir valorizado e ligado a um determinado grupo, bem como, perceber que o comportamento é reconhecido positivamente 17

36 REVISÃO DA LITERATURA por outras pessoas, ou que a prática deste facilita a socialização (Deci & Ryan, 2000). Os autores sugerem que dentre as três necessidades, a de relação seria a menos influente sobre a motivação autônoma (Standage & Gillison, 2007). Apesar de proporem que as três necessidades são universais, os criadores da teoria, indicam que isso não implica que suas relações sejam inalteráveis por toda a vida ou que se manifestam da mesma maneira em diferentes culturas (Ryan & Deci, 2000c), isso ocorre porque o modo e o grau das necessidades psicológicas são influenciados não apenas pelo próprio indivíduo, mas principalmente pelo contexto sociocultural. Por outro lado, em qualquer caso, a satisfação é essencial para o bem-estar e desenvolvimento saudável dos indivíduos, considerando cultura, gênero ou período do desenvolvimento (Deci & Ryan, 2000). De acordo com a teoria da autodeterminação, a proposição das três necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relação) revelase extremamente útil para que se compreenda como os diversos agentes sociais e ambientais interpessoais influenciam a motivação do indivíduo. Deci & Ryan (2008), consideram que, com o conhecimento dessas necessidades, as pessoas serão capazes de prever os efeitos dos comportamentos sobre a sua motivação TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA Segundo Deci e Ryan (2000), a teoria da avaliação cognitiva (cognitive evaluation theory), tem como foco de estudo a motivação intrínseca, analisando como eventos externos podem incidir sobre esta motivação e exercer influência direta sobre suas necessidades psicológicas básicas. De acordo com essa teoria, todos os eventos externos têm tanto um aspecto controlador quanto um aspecto informativo, como um feedback que auxilia a satisfação da necessidade psicológica básica de competência (Deci & Ryan, 1985). Segundo Ryan e Deci (2000a), alguns fenômenos externos podem servir de apoio para as pessoas sentirem-se competentes durante uma ação e, dessa forma, promover motivação intrínseca, uma vez que esta auxilia na satisfação 18

37 REVISÃO DA LITERATURA da necessidade psicológica básica de competência. Os autores explicam que alguns eventos, se forem de cunho informativo como promover desafios, proporcionar liberdade na ação e fornecer um feedback positivo, podem auxiliar a promover a motivação intrínseca de uma pessoa. Os sentimentos de competência percebida, entretanto, não irão satisfazer a motivação intrínseca de uma pessoa se não forem acompanhados por uma sensação de autonomia, ou lócus de causalidade interno (Ryan & Deci, 2000a). Deci, Koestner e Ryan (1999), analisaram uma série de estudos que foram fundamentados na teoria da autodeterminação confirmando a hipótese de que em determinadas condições os eventos externos minavam a motivação intrínseca das pessoas, e em outros casos, poderiam auxiliar na satisfação de autonomia e de competência. Quando um evento externo, como uma gratificação, é utilizado como incentivo para que as pessoas se engajem numa tarefa, ele não promove a motivação intrínseca. Entretanto, um benefício inesperado, mesmo sendo uma recompensa, não prejudicaria a motivação intrínseca, uma vez que ele não foi o fato gerador da ação (Deci et al., 1999). De acordo com esses estudiosos, é possível utilizar em alguns momentos recompensas externas (de forma cautelosa) sem que estas tenham efeitos prejudiciais na motivação dos indivíduos TEORIA DA INTEGRAÇÃO ORGANÍSMICA Com a teoria da autodeterminação, Deci e Ryan (1985) introduzem uma subteoria denominada - teoria da Integração organísmica (Organismic integrationa theory), que estabelece que a motivação está presente em diferentes níveis de autodeterminação. Os autores consideram a dicotomia intrínseca-extrínseca simplista e redutora para a compreensão da motivação, afirmando que ela pode ser categorizada de uma forma mais global, considerando um continuum da forma mais autodeterminada para a menos autodeterminada (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005). Assim, a TAD assume a existência de quatro níveis de motivação extrínseca, que está presente quando o comportamento não acontece exclusivamente para satisfação pessoal, mas visto como um meio para atingir um determinado fim 19

38 REVISÃO DA LITERATURA (Boiché & Sarrazin, 2007). Desta forma, a motivação extrínseca mostra-se como um construto multidimensional, variando de acordo com o nível de autonomia do indivíduo em relação aos níveis de regulação (Brickell & Chatzisarantis, 2007). É necessário o esclarecimento do continuum da autodeterminação, citando exemplos ligados ao nosso contexto de investigação. Ao extremo mais à esquerda do continuum está a amotivação, que é um estado em que a pessoa não tem ainda a intenção de realizar o comportamento, não havendo nenhum tipo de regulação, seja externa ou interna (Ryan & Deci, 2000c). Nesse caso, o indivíduo não percebe motivos para adesão ou continuação em uma prática de exercícios ou esportes. Em seguida, no quadro à direita da amotivação, está a mais externa dos tipos de motivação extrínseca, a regulação externa. Tal comportamento é realizado para suprir uma demanda externa ou receber algum tipo de recompensa (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005). Este termo representa a motivação extrínseca da forma com que é tradicionalmente denominada, quando de seu entendimento como conceito unidimensional (Standage, Duda, & Ntoumanis, 2003). Como exemplo no esporte, podemos considerar as crianças que praticam algum esporte por pressão dos pais, ou os atletas que competem unicamente em função de ganhos financeiros. Na seqüência, com regulações menos externas que a anterior, está a regulação introjetada, que diferencia-se das externas, por tratar-se de recompensas e punições internas, havendo sentimento de obrigação, ansiedade, ou orgulho (Ryan & Deci, 2000c), sendo o caso de quem pratica alguma atividade física para não se sentir culpado. Mais autônoma, na regulação identificada, o comportamento é regulado mais internamente, pois o indivíduo considera-o importante e aprecia os resultados e benefícios da participação em tal atividade. Percebemos essa situação quando uma pessoa pratica um esporte por saber dos benefícios para sua saúde, ainda que o comportamento em si não seja agradável (Wilson, Rodgers, Blancharad, & Gessel, 2003). 20

39 REVISÃO DA LITERATURA Mais à direita do continuum está à regulação integrada, forma mais autodeterminada ou autônoma da regulação externa. Ações caracterizadas pela regulação integrada têm muitas qualidades da motivação intrínseca, embora seja considerada extrínseca por visar algum tipo de resultado além do prazer da prática (Ryan & Deci, 2000c). Nessas atividades, diferente da regulação identificada, a possibilidade de escolha e o prazer são mais evidentes. Exemplificando, é o caso de quem se exercita por saber que este tem influência sobre a sua qualidade de vida, mas sem um fim específico. No extremo direito encontra-se a motivação intrínseca, que é um processo caracterizado pela escolha pessoal, satisfação e prazer (Brickell & Chatzisarantis, 2007), assim, as regulações para esse tipo de tarefa são unicamente internas. Numa partida de futebol, como exemplo, estaria motivado intrinsecamente aquele jogador que participa por gostar de jogar futebol, a atividade tem um fim em si mesmo, não se espera mais nada dela. Semelhanças entre os tipos de regulações têm feito com que alguns estudiosos optem por agrupar algumas delas. Segundo Ryan e Deci (2000c), em alguns estudos as regulações identificada e integrada e a motivação intrínseca são combinadas, formando a motivação autônoma. Existem outros que optam por tratar a regulação externa e a introjetada como um construto uno dentro da motivação extrínseca (Williams, Grow, Freedman, Ryan, & Deci, 1996), o mesmo tem acontecido com a regulação identificada e integrada, que por suas semelhanças são algumas vezes tratadas como um único construto (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005). É interessante ainda, o entendimento do conceito de internalização, caracterizado como o meio pelo qual os indivíduos reconstroem comportamentos que anteriormente eram controlados externamente, de modo que se tornem mais autodeterminados (Deci & Ryan, 2000). Desta forma, uma atividade que se inicia com total controle externo, pode, com o passar do tempo assumir outros tipos de regulações mais internas (Wilson et al., 2003), quando o praticante percebe ser mais autônomo em sua realização (Ryan & Deci, 2000c). 21

40 REVISÃO DA LITERATURA A figura 2 abaixo pretende sucintamente definir as formas motivacionais que constituem o continuum de autodeterminação proposto por Deci & Ryan, Figura 2 - Continuum de autodeterminação (adaptado de Deci & Ryan, 2008) TEORIA DA ORIENTAÇÃO DE CAUSALIDADE De acordo com Deci e Ryan (2000d), a teoria da orientação de causalidade (causality orientations theory), tem como objetivo analisar como as diferenças individuais dos sujeitos podem orientar seus comportamentos de forma autônoma ou controlada. A teoria da autodeterminação também atenta que a motivação autônoma e a controlada não são opostas, mas elas se relacionam entre si. De acordo com a teoria da orientação de causalidade, qualquer pessoa pode potencialmente apresentar atitudes tanto autônomas como controladas em um determinado assunto. No entanto, as pessoas que relatam maior grau de motivação autônoma em relação à motivação controlada apresentam de um modo geral maior adaptação ao ambiente ao qual estão inseridas (Ratelle, Guay, Vallerand, Larose, & Senécal, 2007). Segundo a teoria da autodeterminação, os professores não são capazes de fornecer aos alunos a experiência da autonomia, eles podem apenas encorajá-los, fornecendo suporte para a percepção de autonomia, de 22

41 REVISÃO DA LITERATURA competência e de relação, desse modo, o professor oferece oportunidade para que os alunos internalizem seus comportamentos e se envolvam satisfatoriamente numa tarefa (Reeve et al., 2004) TEORIA DAS METAS MOTIVACIONAIS A teoria das metas motivacionais (goal contents theory) começou a ser investigada recentemente, emergindo a partir da distinção entre as metas intrínsecas, extrínsecas e seu efeito sobre a motivação e o bem estar pessoal. De acordo com Deci e Ryan (2008), as metas são vistas como um diferencial capaz de proporcionar satisfação das necessidades básicas, e, assim, estão associadas ao bem estar psicológico. Baseados na teoria da autodeterminação Vansteenkiste (2007), argumenta que o uso de metas intrínsecas pelo professor está associado a instigar os alunos a realizar uma tarefa, enquanto as metas extrínsecas são geralmente utilizadas para satisfação do ego. Dessa forma, a teoria de metas motivacionais complementa a teoria da avaliação cognitiva e a teoria da integração organísmica, ao analisar como os eventos externos e internos podem comprometer os objetivos de uma pessoa de se engajar numa tarefa TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR) A teoria dos objetivos de realização (TOR) (AGT: Achievement Goal Theory) (Nicholls, 1984, 1989), sustenta o fato de que em contextos de realização, os sujeitos comportam-se com o objetivo principal de desenvolver ou demonstrar competência (evitando demonstrar incompetência), pelo que a concepção de competência, que desempenha um papel central nesta teoria, também assume um papel fundamental no desenvolvimento da motivação para a realização (Nicholls, 1984). De acordo com vários autores (Biddle, 2001; Duda, 2001; Kilpatrick, Bartholomew, & Riemer, 2003; Petherick & Markland, 2008; Treasure, 2001), os quais têm aplicado este modelo em contextos diversos da atividade física (i.e. desporto, exercício físico e educação física), os sujeitos podem orientar a sua motivação de duas formas, refletindo critérios diferenciados pelos quais avaliam a sua competência e definem o sucesso (e o 23

42 REVISÃO DA LITERATURA fracasso) da sua participação numa determinada atividade e que tem repercussões comportamentais distintas: 1) Orientação para a Tarefa. Uma pessoa orientada para a tarefa tende a definir o sucesso ou a julgar a sua competência de uma forma auto-referenciada, baseando-se na melhoria das suas próprias habilidades/capacidades ou no esforço investido, para conseguir a mestria na tarefa. Os indivíduos orientados para a tarefa, independentemente dos níveis de competência percebida, tendem a exibir padrões positivos ou adaptativos de comportamento (e.g. esforçam-se mais, escolhem tarefas desafiadoras, são mais persistentes na busca dos seus objetivos); 2) Orientação para o Ego. Uma pessoa orientada para o ego tende a definir o sucesso de uma forma normativa, pois o seu objetivo é fazer melhor do que os outros ou alcançar os resultados pretendidos com menos esforço que os outros. Os indivíduos que se orientam para o ego e que tenham uma percepção alta de competência (derivada de critérios normativos), também tendem a exibir padrões comportamentais adaptativos, no entanto, quando percebem a sua competência como baixa, tendem a ficar frágeis motivacionalmente e a exibir respostas comportamentais negativas ou desajustadas (e.g. menos empenho e persistência na realização, menor compromisso com a atividade, maior ansiedade na realização). Outro dos construtos centrais da TOR é a percepção do clima motivacional. Segundo Nicholls (1984, 1989), existe diferenças individuais que predispõem os sujeitos para uma orientação para a tarefa ou para o ego, porém, a percepção que estes têm do clima motivacional pode afetar os objetivos que cada um adota numa determinada situação, ou seja, as interpretações que fazemos do contexto social têm um efeito importante sobre a motivação e o comportamento do sujeito (Hagger & Chatzisarantis, 2008). De fato, desde os primeiros trabalhos realizados com o objetivo de compreender a estrutura dos objetivos subjacentes à TOR (Ames, 1984, 1992), foram identificadas duas dimensões sobre a forma como se percebe o clima motivacional do contexto onde os sujeitos atuam que se distinguem pelas diferenças avaliativas da realização, pela presença e extensão da utilização da comparação social, pela distribuição de castigos ou recompensas e pela 24

43 REVISÃO DA LITERATURA qualidade das relações interpessoais (Newton, Duda, & Yin, 2000). Quando os sujeitos percebem um contexto em que se coloca a ênfase no empenho, esforço, cooperação e desenvolvimento pessoal, estamos perante um clima motivacional orientado para a mestria. Por outro lado, quando os sujeitos percebem um contexto que tende a promover a comparação social e a competição interpessoal, onde se coloca a ênfase no resultado, atribuindo recompensas para o sucesso e castigos para o fracasso, estamos perante um clima motivacional orientado para a performance (Duda, 2001; Duda & Balaguer, 2007; Newton, Duda, & Yin, 2000). Por esse motivo, os climas motivacionais orientados para a tarefa são promotores de padrões motivacionais adaptativos e estão associados ao aumento do bem estar psicológico e a persistência no comportamento do indivíduo (Hagger & Chatzisarantis, 2008; Ntoumanis & Biddle, 1999). Em suma, de acordo com a TOR (Nicholls, 1984, 1989) existem duas formas de conceber e julgar a competência que são os elementos chave desta teoria. Na sua essência diferenciam-se pela forma como o sujeito define o seu sucesso: quando o sujeito orienta os seus objetivos para a tarefa rege-se por critérios auto-referenciados, e quando os orienta para o ego rege-se por critérios normativos, tais objetivos afetam não só a quantidade, mas, sobretudo, a qualidade da sua motivação (Ntoumanis & Biddle, 1999), uma vez que a forma como o sujeito orienta os seus objetivos vai ter um impacto significativo na direção, intensidade e persistência do comportamento (Biddle & Mutrie, 2001; Dosil, 2008; Weinberg & Gould, 2010). Por outro lado, a TOR também sugere que o envolvimento do sujeito numa determinada atividade não é apenas uma função da tendência disposicional (pessoal: objetivos de realização), mas também é uma função das características do contexto social onde a atividade ocorre (situacional: clima motivacional), ou seja, da forma como o sujeito percepciona o clima motivacional (ambiente social e psicológico do contexto) induzido pelos outros significativos (e.g. educadores físicos, praticantes, familiares, amigos), que tem um efeito importante sobre a motivação e o comportamento (Duda, 2001; Duda & Balaguer, 2007; Hagger & Chatzisarantis, 2008; Newton et al., 2000; Ntoumanis & Biddle, 1999). 25

44 REVISÃO DA LITERATURA As diferentes orientações para objetivos podem ocorrer ao mesmo tempo no individuo: um alto nível de orientação para tarefa e para o ego, baixa em ambas, ou alta em uma das orientações e baixa na outra (Nicholls, 1989a, 1992). Este autor também sugere que as diferenças individuais na orientação para objetivos estão na disposição de experiências sociais dentro de um contexto. As interações sociais têm significativa participação na escolha da orientação para objetivos, onde outros fatores influenciam no clima motivacional e baseado nestas relações, o individuo terá uma tendência para escolher a orientação para o ego ou para a tarefa CLIMA MOTIVACIONAL Nicholls (1989) está subjacente à teoria dos objetivos de realização, que a adoção de um envolvimento para a tarefa ou para o ego, numa determinada atividade e num dado momento, não é só uma função da tendência disposicional (pessoal), mas também das características do contexto de realização (situacional). Na opinião de alguns autores (Duda, 2001; Duda & Balaguer, 2007), isto quer dizer, que existem dois grandes construtos incorporados no modelo: 1) percepção dos objetivos situacionais (i.e. percepção do clima motivacional: que é a forma como o sujeito percebe o ambiente social e psicológico do contexto que é induzido pelos outros significativos instrutores, praticantes, família, amigos, etc.; 2) orientação dos objetivos disposicionais (i.e. orientação motivacional: que é a tendência individual para orientar os objetivos em função dos critérios de sucesso). Por outras palavras, as perspectivas disposicionais sobre a realização, associadas às influências dos agentes sociais, determinam o significado pessoal da realização, e o padrão cognitivo, afetivo e comportamental que o sujeito exibe num determinado momento (Ntoumanis & Biddle, 1999). A premissa básica da perspectiva das pesquisas situacionais parte do pressuposto que a natureza das experiências individuais e a forma como o indivíduo as interpreta influenciam no grau de sua escolha: o ego e a tarefa que são salientadas e percebidas por ele dentro de um determinado contexto, seja na escola, na atividade física ou no esporte. Isto, portanto, influencia 26

45 REVISÃO DA LITERATURA diretamente na percepção que o indivíduo tem e como ele vê o contexto social, o que contribui para que ele atinja o sucesso (Roberts, 2001). Para Nicholls (1989), as orientações e as diferenças individuais estão na disposição das experiências sociais dentro de um determinado contexto e estas interações têm significativa participação na escolha das orientações às metas, quando outros como colegas, técnico e família influenciam no clima motivacional. Baseado nestas relações, o indivíduo tem uma tendência para escolha de clima orientação para o ego ou para a tarefa. No campo da atividade física, a percepção de um clima motivacional para a tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a atividade e aumento do esforço. A percepção de um clima motivacional para a o ego tem sido associada a padrões motivacionais desajustados, principalmente: falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço e baixa persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999). O papel central desta abordagem está na forma como as pessoas interpretam a realização e a forma como os sujeitos percepcionam o contexto social no qual operam. Nicholls (1989) sugere que o envolvimento do sujeito numa situação particular, é determinado por fatores de dois tipos: pessoais e ambientais, ou seja, a orientação dos objetivos de realização e a percepção do clima motivacional no contexto de realização são duas dimensões da motivação que interagem entre si e que influenciam o comportamento do sujeito A INTEGRAÇÃO DA TOR (AGT) E DA TAD (SDT) PARA EXPLICAR A ADESÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Conforme explanado ao longo do texto, a motivação é um processo psicológico dinâmico e complexo que é influenciado por fatores sociais e cognitivos, existindo muitas teorias que tentam explicar este construto (Roberts, 2001), por essa razão, as abordagens mais recentes começaram a integrar diferentes teorias para tentar compreender melhor o comportamento humano 27

46 REVISÃO DA LITERATURA (Wang & Biddle, 2007). A integração de modelos teóricos é uma tentativa de analisar a congruência entre as teorias, tomando em consideração a convergência conceitual e a sobreposição entre os seus construtos para eliminar a redundância e aumentar a parcimônia (Hagger & Chatzisarantis, 2008; Hagger & Chatzisarantis, 2009), ou seja, os investigadores integram teorias com o objetivo geral de suprimir lacunas entre elas e procurar complementaridade que permita uma explicação mais alargada do comportamento (Hagger & Chatzisarantis, 2009). Só assim é possível verificar se as teorias podem ser combinadas num modelo integrado que possibilite a compreensão do comportamento, para que se possa ajudar as pessoas a manter a motivação e o compromisso com a atividade física por longos períodos de tempo (Wang & Biddle, 2007). Os dois modelos teóricos interagem entre si e as similaridades e as diferenças são encontradas na base de sustentação das duas teorias em questão, uma vez que logo na fase inicial de desenvolvimento da TAD os investigadores reconheceram paralelos com a TOR (Hagger & Chatzisarantis, 2008). De fato, segundo Nicholls (1984, 1989) a orientação para a tarefa envolve a motivação intrínseca para a realização da atividade porque quando as pessoas assumem um compromisso com uma atividade e a vivenciam como um fim em si mesmo, a ênfase é colocada no desenvolvimento da competência, que conduzirá a processos adaptativos que aumentam a motivação intrínseca. Ao contrário, a orientação para o ego tem uma relação negativa com a motivação intrínseca porque o compromisso com a atividade é assumido como um meio para atingir um fim (instrumentalização da ação) e é dada ênfase na demonstração de competência, que conduz a processos desajustados, os quais são corroborados por Deci e Ryan (1985), já que para estes autores o conceito de orientação para o ego representa um estado controlador interno, no qual a auto-estima do sujeito está dependente de determinados resultados, pelo que este estado pode ser muito motivador (extrinsecamente), mas é provável que enfraqueça a motivação intrínseca, pois ao invés de se envolverem na atividade com uma orientação para a tarefa, as pessoas tendem 28

47 REVISÃO DA LITERATURA a fazer depender a sua auto-estima do resultado da realização (orientação para o ego). Segundo Deci e Ryan (2000), o envolvimento para a tarefa tem uma relação considerável com a motivação intrínseca num contexto de realização, assim como, o envolvimento para o ego a enfraquece. No entanto, segundo estes autores, apesar do conceito de orientação para a tarefa estar aparentemente bem alinhado com o conceito de motivação intrínseca, o mesmo já não se passa com o conceito de orientação para o ego e o conceito de motivação extrínseca subjacente à TAD, uma vez que existem vários tipos de motivação extrínseca, com graus diferentes de autodeterminação e que têm consequências distintas. De acordo com a TAD, o envolvimento para o ego é apenas um dos tipos de motivação extrínseca (regulação introjetada) (Deci & Ryan, 2000), pois esta é baseada nas contingências relacionadas com a autoestima e o comportamento é realizado para poder aumentar o ego (e.g. através de sentimentos tais como o orgulho), ou seja, representa uma forma controladora de motivação na qual o self é regulado por pressões internas (Ryan & Deci, 2007b). Mas seja como for, os objetivos de comparação social (que estão inerentes ao envolvimento para o ego), também podem ser associados ao propósito de obter recompensas externas (regulação externa) ou serem regidos por um desejo de desenvolvimento do comportamento (regulação identificada), pelo qual a orientação para o ego pode variar consideravelmente no nível de autodeterminação (Deci & Ryan, 2000), ou seja, pode estar associado quer às formas mais controladoras de regulação da motivação extrínseca (menos autodeterminadas), assim como às formas mais autônomas (mais autodeterminadas). De qualquer forma, segundo Wang e Biddle (2007) a TAD adiciona uma dimensão extra à análise da motivação, além daquela que é proporcionada pela TOR. Por outro lado, se tomarmos em consideração que o contexto social afeta os níveis de autodeterminação do sujeito por facilitar/inibir a satisfação das necessidades psicológicas básicas (Deci & Ryan, 2000, 2008; Ryan & Deci, 2000b, 2002, 2007a), então o clima motivacional percepcionado pode ter um efeito importante na motivação autodeterminada dos praticantes de atividade física (Sarrazin et al., 2007). De 29

48 REVISÃO DA LITERATURA fato, o ambiente social pode fornecer, ou não, as condições necessárias para a motivação autônoma, pois os climas controladores normalmente estão associados à regulações externa e introjetada e os climas que dão suporte à autonomia estão agregados à regulações identificadas, integradas e intrínsecas (Ryan & Deci, 2007a). Em outras palavras, os contextos onde a prática ocorre podem conduzir a uma motivação mais controladora, se for dado mais importância às recompensas, aos castigos e à realização referenciada, ou conduzir a uma motivação mais autônoma se promoverem o suporte/apoio para o desenvolvimento do comportamento autodeterminado. Após fazerem uma breve reflexão sobre as ligações entre a TAD e a TOR, Deci e Ryan (2000) consideraram que existe uma convergência geral entre os dois modelos, uma vez que ao nível das condições ambientais ambas as teorias sugerem que os ambientes menos avaliativos dão mais apoio ao desejo intrínseco de aprender e promovem a base para aumentar a realização e o bem-estar. Os climas motivacionais orientados para a mestria (tarefa) são promotores de padrões motivacionais adaptativos e estão associados ao aumento do bem-estar psicológico e à persistência no comportamento (Duda, 2001; Duda & Balaguer, 2007; Hagger & Chatzisarantis, 2008; Ntoumanis & Biddle, 1999). Segundo Ntoumanis e Biddle (1999) e Hagger e Chatzisarantis (2008) um clima motivacional orientado para a mestria é compatível com a motivação autônoma porque contextos desta natureza promovem critérios de sucesso mais intrínsecos e estão associados ao aumento da motivação intrínseca. Em contraste, um clima orientado para o desempenho, que opera numa base onde o critério de sucesso é mais normativo, pode diminuir a motivação intrínseca porque coloca a ênfase nas contingências externas. De acordo com Kingston et al. (2006) e Wang e Biddle (2007), quando falamos de diferenças individuais na orientação dos objetivos de realização, podemos dizer que a orientação para a tarefa parece estar mais associada a maiores níveis de autonomia (mais autodeterminação) e consequentemente a padrões comportamentais mais adaptativos (e.g. mais divertimento, menos 30

49 REVISÃO DA LITERATURA aborrecimento, mais persistência) e a orientação para o ego aparentemente está mais ligada a menores níveis de autonomia (menos autodeterminação) e consequentemente a padrões mal adaptativos (e.g. menos divertimento, mais aborrecimento, menos persistência). Alguns estudos realizados nos mais diversos contextos da atividade física têm demonstrado empiricamente a ligação entre as duas teorias nesse sentido, principalmente no contexto do desporto (Ntoumanis, 2001; Petherick & Weigand, 2002; Spray, Wang, Biddle, & Chatzisarantis, 2006), educação física (Hein & Hagger, 2007; Murcia, Coll, & Garzón, 2009; Murcia, Hellín, Hellín, Cervelló, & Sicilia, 2008; Wang, Chatzisarantis, Spray, & Biddle, 2002) e exercício físico (Georgiadis, Biddle, & Chatzisarantis, 2001; Murcia, Blanco, Galindo, Villodre, & Coll, 2007; Murcia & Coll, 2006; Petherick & Markland, 2008). Por outro lado, quando se focaliza a atenção nos objetivos de realização em termos situacionais (clima motivacional), os estudos no contexto da educação física (Cox & Williams, 2008; Fernandes, Vasconcelos-Raposo, Lázaro, & Dosil, 2004; Ntoumanis, 2001, 2005), do desporto (Ntoumanis & Standage, 2009; Pelletier et al., 2001; Sarrazin, Vallerand, Guillet, Pelletier, & Cury, 2002) e do exercício (Murcia, Roman, Galindo, Alonso, & Gonzalez- Cutre, 2008), têm demonstrado empiricamente as relações positivas entre o clima motivacional orientado para a mestria (ou os contextos que dão suporte à autonomia) e as necessidades psicológicas básicas, o que pode sustentar as ligações entre a TOR e a TAD também ao nível situacional, pois o clima motivacional orientado para a mestria é o melhor preditor das necessidades psicológicas básicas, que por sua vez predizem positivamente as formas mais autodeterminadas da motivação. Em suma, na última década em especial, diversos estudos aplicados aos mais variados contextos da atividade física, têm vindo a demonstrar que as variações dos objetivos de realização (tanto a nível disposicional como situacional) estão associadas a diferentes graus de autodeterminação. Segundo Chatzisarantis e Hagger (2007), parece evidente de que existe uma relação (teórica e empírica) entre os construtos subjacentes à TOR (clima e orientação motivacional) e à TAD (necessidades psicológicas básicas e 31

50 REVISÃO DA LITERATURA regulação comportamental), cujo efeito sobre as mais diversas variáveis é inegável: abandono da atividade (Sarrazin et al., 2002), persistência na atividade (Pelletier et al., 2001), intensidade de prática (Gillison, Standage, & Skevington, 2006), frequência da Atividade Física (Murcia & Coll, 2006; Wang et al., 2002), intenções de prática de Atividade Física (Biddle, Soos, & Chatzisarantis, 1999; Fernandes et al., 2004; Ntoumanis, 2005; Sarrazin et al., 2002), auto-estima (Georgiadis et al., 2001; Hein & Hagger, 2007), percepção de competência (Murcia et al., 2008; Wang et al., 2002), qualidade de vida (Gillison et al., 2006). As perspectivas objetivadas neste estudo ficam evidenciadas de forma individualizada nas pesquisas citadas acima. Através da junção das variáveis amplamente discutidas neste capítulo (motivação e motivos para prática de exercício físico, necessidades psicológicas básicas, suporte da autonomia, clima motivacional, orientação motivacional e adesão à academia e ao personal training), procuramos desenvolver esse tema de maneira a buscar soluções para proporcionar a adesão e a motivação para à prática de exercício físico, seja em razão da organização de programas mais adequados e/ou aprimoramento dos profissionais e do ambiente, para suprir as expectativas e as exigências dos sujeitos avaliados neste estudo. 32

51 3. METODOLOGIA Metodologia 3 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 33

52 METODOLOGIA 3. METODOLOGIA 3.1. DESENHO DA INVESTIGAÇÃO Este estudo foi dividido em três fases. Assim, no primeiro momento procuramos validar os instrumentos utilizados nesta pesquisa (EMI-2, BREQp- 2, GOEMp, BPNESp, PASECQp, PMCEQp), necessários para avaliação das teorias TAD e TOR. Em sequência, delineamos modelos de equações estruturais e testamos seus ajustamentos à matriz dos dados obtidos numa amostra de praticantes de academia e personal training. Na terceira fase quisemos compreender quais os motivos que levam os praticantes de academia e personal training a aderirem à prática de exercício físico e qual o perfil motivacional destes sujeitos, levando em conta o gênero, a modalidade praticada e o tempo de prática. Tendo em conta os objetivos definidos para cada uma das três fases em que se divide este trabalho, foram considerados diferentes desenhos investigacionais. No primeiro instante, a investigação é essencialmente um estudo metodológico uma vez que pretende validar instrumentos, assumindo assim uma natureza descritiva e correlacional, pois está essencialmente voltada para a compreensão e a predição dos fenômenos através da formulação de hipóteses sobre as relações entre variáveis. No segundo momento, o estudo também assumiu um aspecto metodológico de natureza descritiva e correlacional, uma vez que foram descritos e analisados os tipos de relações reais existentes entre as variáveis nos modelos que pretendiamos testar. Por último, na terceira fase a pesquisa assumiu um caráter essencialmente descritivo e comparativo, devido ao propósito de encontrarmos diferenças entre os grupos distintos de praticantes, relativamente às variáveis psicológicas em estudo. Esta investigação de corte transversal é majoritariamente do tipo quantitativa, uma vez que as variáveis foram medidas desta forma e 34

53 METODOLOGIA caracteriza-se como uma investigação de campo, pois foi realizada no local onde ocorreram os fenômenos estudados METODOLOGIA DE VALIDAÇÃO DOS MODELOS TESTADOS Para analisar a validade dos instrumentos e para investigar a legitimidade preditiva da TAD e da TOR no contexto da prática de exercício físico em academia e personal training foram realizadas, respectivamente, análises fatoriais confirmatórias e a observação de modelos de equações estruturais, englobados através da metodologia de análise de estruturas de covariância. A análise fatorial confirmatória (AFC) é uma técnica estatística relativamente recente e que vem substituindo a técnica mais tradicional da análise fatorial exploratória (AFE) (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2009). Este tipo de apreciação visa testar hipóteses de uma determinada relação entre fatores, cujo número e interpretação é dada a priori. Por este motivo, é necessário especificar previamente as variáveis que saturam em cada fator, obrigando o investigador a desenhar uma hipótese prévia para a estrutura subjacente aos dados, permitindo testar uma estrutura fatorial tal como prescrito pela teoria (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009). Por sua vez, os modelos de equações estruturais podem ser entendidos como uma combinação entre a análise fatorial confirmatória (i.e. medição do modelo) e a regressão múltipla (i.e. modelo estrutural), no qual variáveis latentes podem relacionar-se direta ou indiretamente com outras variáveis latentes num processo eventual. A inferência causal, que pode ser concluída da análise de equações estruturais, não pode ser entendida como sinônimo de causalidade, uma vez que nenhum tipo de análise pode estabelecer qual variável origina efeito (Kline, 2005). Neste contexto, as variáveis exógenas, similares às independentes, exercem influência noutras variáveis em estudo e não são influenciadas por outros fatores no modelo. As variáveis endógenas, similares as dependentes, são afetadas pelas exógenas e outras endógenas do modelo. Ambas podem ser observáveis ou latentes, dependendo da configuração do modelo a testar (Hu & Bentler, 1995). 35

54 METODOLOGIA Quanto à análise propriamente dita dos modelos, o processo de estimação utilizado foi o da máxima verossimilhança, o método mais aconselhado na literatura ( Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012; Hair et al., 2009). A avaliação para saber se o modelo hipotetizado oferece uma explicação plausível das relações existentes na matriz de dados empíricos foi realizada em dois níveis; primeiramente sobre o nível de ajustamento local e seguidamente quanto ao ajustamento global. O primeiro nível de análise visa identificar a qualidade do ajustamento local do modelo, que consiste na avaliação da listagem de eventuais inconsistências nas estimativas dos diferentes parâmetros (Byrne, 2009). Para tal foi realizada a estatística descritiva das variáveis observáveis incluídas nos modelos de estrutura de covariância (i.e. media, desvio-padrão, assimetria, curtose), analisados os pesos fatoriais ou os valores estimados (estandardizados e não estandardizados), as correlações bilaterais produto momento de Pearson, entre os itens e os respectivos fatores a que pertencem. Relativamente ao segundo nível de análise, que visa à avaliação sobre o grau de ajustamento global do modelo, foi construído o diagrama de ligações do modelo inicial, e analisado o ajustamento do modelo através do método de máxima verossimilhança (Pimlott) e de alguns dos índices de ajustamento que permitem esta tomada de decisão, principalmente: χ 2 ; χ 2 /gl; CFI; NNFI; RMSEA. O Qui-quadrado (χ 2 ) é uma estatística que deve refletir ausência de significado estatístico, o valor p deve exibir valores próximos de 1, para que as duas matrizes, a dos dados e a ajustada, não sejam significativamente diferenciadas (Hair et al., 2009). Pelo contrário, a significância estatística, deveria implicar a rejeição da hipótese nula e, simultaneamente, do modelo hipotetizado. No entanto, a este propósito, salienta-se que é possível haver contradições entre diferentes indicadores estatísticos: por vezes, observam-se valores de χ 2 significativos (indicando um mau ajustamento do modelo estudado), a par de outros indicadores 36

55 METODOLOGIA que revelam um ajustamento aceitável do mesmo modelo, o que pode ser explicado pelo fato da estatística de χ 2 ser sensível a dimensão da amostra e distribuição das variáveis (Boomsma, 2000). O valor da razão do χ 2 do modelo postulado pelos seus graus de liberdade (χ 2 /gl) e um indicador alternativo que ajusta a sensibilidade do teste de χ 2 ao tamanho da amostra. O valor esperado para este índice é de 1. Contudo, não existe acordo na literatura quanto ao valor à partir do qual se considera um bom ajustamento. Consideraremos que valores superiores a 3 são indicadores de desajuste do modelo (Byrne, 2009). O índice Comparative Fit Index (CFI) é calculado à partir da diferença entre a unidade e o quociente entre a não-centralidade dos parâmetros estimados no modelo a avaliar e no modelo de base. Os valores de CFI iguais ou superiores a (.90) são habitualmente considerado indicadores de ajustamento do modelo (Kline, 2005; Worthington & Whittaker, 2006). O valor de Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA), ou seja, a raiz quadrada média do erro de aproximação, é um indicador que reflete o erro de aproximação à população. Esta discrepância é expressa em graus de liberdade, o que torna este índice sensível ao número de parâmetros estimados (i.e. a complexidade do modelo). Os valores de RMSEA que ultrapassam (.10) revelam um ajuste pobre, quando variam entre (.08 e.10) refletem um ajuste medíocre, entre (.08 e.06) um ajuste razoável e abaixo de (.06) um bom ajuste (Kline, 2005; Worthington & Whittaker, 2006) TÉCNICAS E ESTATÍSTICAS DE ANÁLISE DE DADOS Procedimentos adotados na pré-análise dos dados No pré-tratamento dos dados analisados optamos por eliminar as não respostas, uma vez que eram numa percentagem muito reduzida em todas as 37

56 METODOLOGIA amostras utilizadas, bem abaixo dos 20% sugeridos por Pestana e Gageiro (2005), e manter os outliers, uma vez que a estatística descritiva (desviopadrão, curtose e assimetria) de cada uma das amostras se mostrou, mesmo assim, adequada. Técnicas estatísticas aplicadas na análise dos dados Em todos os estudos foram realizados cálculos de estatística descritiva (média, desvio-padrão, assimetria, curtose) relativamente as variáveis psicológicas estudadas. Para a análise da validade dos instrumentos e para se investigar a legitimidade preditiva da TAD e da TOR, foram realizadas, respectivamente, análises fatoriais confirmatórias e análises de modelos de equações estruturais, conforme descrito anteriormente. A análise correlacional foi realizada com base no teste estatístico produto momento de Pearson (r de Pearson), sendo que para as análises comparativas foi utilizado o teste estatístico t-student, que permitiu analisar as diferenças entre os grupos de sujeitos de acordo com as variáveis independentes definidas (i.e. academia vs personal training). Para a realização destas análises foi utilizado o programa estatístico SPSS-20, tendo-se assumido um nível de significância de p PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS GERAIS Procedimentos utilizados em comum nos três estudos desenvolvidos nesta investigação. Características da amostra Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos (59 %); 165 masculinos (41 %), com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos (78 %); 41 masculinos (22 %), com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), da cidade de Pelotas/RS/Brasil que cumpriram os seguintes critérios de inclusão: estarem frequentando regularmente as aulas (i.e. no mínimo duas sessões de 38

57 METODOLOGIA treino por semana) dos programas de academia ou personal training e concordarem em assinar o termo de consentimento. Os praticantes de academia auto-relataram uma experiência de prática, no ambiente onde treinam atualmente, entre 1 a 180 meses (M = 19; DP = 24), uma frequência de prática entre 2 a 8 sessões por semana (M = 4; DP = 1) e uma duração de prática semanal entre 1 a 7 horas (M = 3; DP = 1), os praticantes de personal training auto relataram uma experiência de prática, no ambiente onde treinam atualmente, entre 1 a 180 meses (M = 26; DP = 30), uma frequência de prática entre 1 a 7 sessões por semana (M = 3; DP = 1), uma duração de prática semanal entre 1 a 16 horas (M = 3; DP = 2). Como informação adicional, podemos acrescentar ainda que 154 praticantes de academia (38%) relataram frequentar o local atual de prática de exercícios físicos a menos de seis meses, destes, 98 sujeitos (24, 2%) introduziram a prática de exercícios físicos em sua rotina tão somente a menos de 6 meses, nunca haviam praticado antes e 251 praticantes (62%) a mais de 6 meses no local atual de prática, onde 307 sujeitos (75, 8%) já haviam praticado antes, em outro local. Referente aos praticantes de personal training, 54 sujeitos (29, 5%) relataram frequentar o local atual de prática de exercícios físicos a menos de 6 meses, destes, 21 (11, 5%) introduziram a prática de exercícios físicos em sua rotina tão somente a menos de 6 meses, nunca haviam praticado antes e 129 praticantes (70, 5%) a mais de 6 meses no local atual de prática, onde 162 sujeitos (88, 5%) já haviam praticado antes, em outro local. A escolha das academias foi por conveniência. Os questionários não foram aplicados a todos os praticantes de cada local de intervenção, pois a participação na pesquisa foi voluntária e não obrigatória. Procedimentos e recolha de dados Primeiramente foram contatados os proprietários e/ou administradores das academias e/ou centros de treinamento personalizado, realizado convite formal e apresentação do pré-projeto da pesquisa, buscando aprovação para realização da investigação nos locais. Após definição das instituições interessadas, foi realizado um contato inicial com os alunos praticantes, onde a 39

58 METODOLOGIA pesquisadora se identificou e explicou o tema do estudo buscando recrutar os sujeitos interessados em participar da coleta de dados. Como procedimento seguinte, a investigadora aplicou os questionários e ficou à disposição para orientar e esclarecer possíveis dúvidas a respeito do preenchimento dos mesmos. Todos os procedimentos metodológicos aplicados foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, sob o número 016/2012 e os dados foram recolhidos após os participantes terem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido, autorizando sua participação na metodologia e concordando com a divulgação dos resultados, sendo guardadas as identidades pessoais. As condutas adotadas seguiram as normas de ética em pesquisas com seres humanos conforme a resolução nº 251, de 07/08/1997 do Conselho Nacional de Saúde e da resolução nº. 196, de 10/10/1996 que dispões sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, em concordância com os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki, da World Medical Association (WMA, 2008). A coleta dos dados foi realizada através de questionários, os quais foram respondidos por cada participante da amostra com orientação da pesquisadora e entregue ao final do preenchimento no mesmo dia. 40

59 4. ESTUDOS EMPÍRICOS Estudos Empíricos 4 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 41

60 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 42

61 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Resumo Este estudo teve como objetivo analisar os motivos para à prática de exercício físico em academia e personal training e comparar o perfil motivacional destes praticantes tendo em conta o gênero. Participaram nesta investigação 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos) com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos, 41 masculinos) com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de Pelotas-RS, Brasil. Para avaliação dos motivos para a prática de atividade física recorreu-se a versão Portuguesa do questionário Exercise Motivation Inventory-2, tendo-se verificado a sua validade de construto através de análises fatoriais confirmatórias a cada um dos quatorze fatores. Os principais resultados revelaram diferenças significativas entre os motivos mais prevalentes para a prática de atividade física, quanto ao tipo de atividade (os praticantes de academia indicam motivos mais relacionados com o prazer, o desafio, a socialização, e os praticantes de personal training mais relacionados com a prevenção de doenças), e quanto ao gênero (os praticantes femininos apresentam motivos mais relacionados com as questões de saúde (física e mental) e os masculinos com questões de condição física (competição e reconhecimento social). Palavras-Chave: Motivos; Atividade física; Academia; Personal training; Motivação. 43

62 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Abstract This study aimed to analyze the reasons for the practice of physical exercise in academy and personal training and compare the motivational profile of these practitioners with regard to gender. The sample consisted of 405 practitioners of academy (240 female, 165 male) aged between 18 and 81 years (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male) aged between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16) from Pelotas, Brazil. To evaluate the reasons for the physical activity we used the Portuguese version of the Exercise Motivation Inventory-2, and has examined its construct validity through confirmatory factor analyzes for each of the fourteen factors. The main results revealed significant differences among the most prevalent reasons for physical activity: the type of activity (the practitioners of academy indicate reasons more related to pleasure, challenge, socialization, and the practitioners of personal training more related to disease prevention), and regarding gender (the practitioners female have more reasons related health issues (physical and mental) and male of physical condition with issues (competition and social recognition). Motivation. Keywords: Reasons; Physical activity; Academy; Personal training; 44

63 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Introdução Apesar do conhecimento generalizado sobre os efeitos positivos na saúde que a prática regular de atividade física pode potencializar (ACSM, 2013; Lee et al., 2012), percebe-se que parte da população nas sociedades industrializadas ainda é inativa, ou abandona a prática nos primeiros seis meses (Dishman, 1994; Weinberg & Gould, 2010), dando a entender que esses benefícios não são razões suficientes para que realizem tais atividades. Em um estudo conduzido por Hallal, et al., (2012) em 122 países (i.e. 88,9% da população do mundo), foi constatado que 31% dos adultos são fisicamente inativos e no Brasil 49 %. Na cidade de Pelotas/RS, 41% dos adultos são inativos fisicamente (Hallal, Victora, Wells, & Lima, 2003). Na área da psicologia aplicada ao contexto da atividade física, a motivação é um dos temas que mais investigação tem produzido e um dos tópicos que mais tempo e energia têm sido dedicado (Biddle & Mutrie, 2001). A razão para isso se deve ao fato de que a motivação, que dá energia e direção ao comportamento, atua como um autêntico motor da realização (Dosil, 2008; Samulski, 2002; Weinberg & Gould, 2007). Por esse motivo, podemos defini-la como uma variável psicológica que move o indivíduo face à realização, orientação, manutenção ou abandono de uma atividade física ou desporto (Dosil, 2008, p. 129), podendo ser determinada por uma associação cognitiva que o sujeito faz das diferentes situações, em função de uma série de fatores individuais e sociais, sendo da interação entre eles que normalmente resulta a motivação para a realização de uma atividade (Roberts, 2001; Samulski, 2002). Tendo as pessoas motivos tão diversos para a prática de atividade física, faz-se imprescindível que os educadores físicos estejam cientes dos mesmos para poderem adequar as atividades e assim, irem de encontro às expectativas dos praticantes, garantindo a sua adesão à prática de atividade física. Nesse sentido, é fundamental identificar, estudar e discriminar as variáveis (i.e. os motivos) que estão sujeitas a modificação e que tem sido consistentemente associada com a prática habitual da atividade física (Reis & Sallis, 2005). Existem alguns estudos desenvolvidos no Brasil que procuram identificar os motivos para a prática de atividade física, (Balbinotti, Barbosa, Balbinotti, & 45

64 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Saldanha, 2011; Balbinotti & Capozzoli, 2008; Liz, Crocetta, Brandt, & Andrade, 2010). Porém de maneira geral relacionados a atividades em academias, e não na população específica de praticantes de personal training. Numa recente revisão de literatura sobre os principais motivos de adesão e desistência de brasileiros praticantes de atividade física em academias, realizada por Liz, Crocetta, Brandt e Andrade (2010), após a análise de 13 estudos, foi possível verificar que os motivos saúde, estética, socialização, melhoria da condição física e bem estar foram mencionados para adesão a prática de atividade física. Todavia, neste estudo destaca-se a pouca atenção que foi dada aos instrumentos utilizados para avaliação dos motivos nos estudos revistos, quer pela diversidade de questionários utilizados, o que dificulta a comparação dos resultados encontrados, tanto a nível nacional, como internacional, quer pela ausência, na maioria dos casos, de indicadores sobre a validade desses questionários, o que pode colocar algumas reservas sobre os resultados obtidos, pois o único instrumento para análise dos motivos para prática de atividade física validado no Brasil, do qual temos conhecimento, trata-se do Inventário de Motivação para Prática Regular de Atividade Física (IMPRAF-126), que foi validado por Balbinotti e Barbosa (2008), não foi mencionado em nenhum dos estudos revisados. No entanto, o IMPRAF-126 é um instrumento que foi desenvolvido e validado em uma amostra muito heterogênia de praticantes de atividade física (i.e. clubes, academias, escolas), e inclui não só adultos, mas também adolescentes (a partir dos 13 anos de idade). Além disso, o modelo de medida subjacente a este instrumento é demasiado complexo, pois apresenta uma estrutura de 6 fatores e 120 itens (20 itens por fator), que não apresentou valores satisfatórios de ajustamento (χ 2 = ; gj=7005; p=.000; GFI=.859; AGFI=.0854; RMS=.065). Outro senão, é o fato de ser um instrumento que foi desenvolvido especificamente para um contexto nacional, o que dificulta a sua utilização a nível internacional, e consequentemente a comparação dos resultados com outras culturas. Sendo assim, o principal objetivo do presente estudo foi analisar os motivos para à prática de exercícios físicos em praticantes de academia e de personal training, comparando as diferenças quanto ao tipo de atividade e 46

65 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING quanto ao gênero dos praticantes, bem como, validar a versão brasileira do Exercise Motivations Inventory (EMI-2), desenvolvido por Markland e Ingledew (1997), que foi traduzida e validada preliminarmente para português (em Portugal) por Alves e Lourenço (2003). formuladas: Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram a) A percepção dos motivos para a prática de exercício físico difere significativamente para os praticantes de academia e de personal training; b) Os praticantes de academia e de personal training diferem significativamente quanto ao seu perfil motivacional. Metodologia Amostra Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos; 165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41 masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil. Instrumento de avaliação Exercise Motivation Inventory-2 (EMI-2): este questionário foi desenvolvido por Markland e Ingledew (1997). Optou-se por sua utilização porque além de ser mais reduzido (51 itens) ele avalia 14 motivos de prática de atividade física (estresse, revitalização, prazer, desafio, reconhecimento social, socialização, competição, saúde, doença, manter-se saudável, peso, aparência, força e resistência e agilidade). As respostas são dadas em uma escala do tipo Likert de 6 pontos, em que 0 significa nada pra mim e 5 é completamente verdadeiro pra mim. A importância de cada motivo para a prática de atividade física foi obtida através da soma das respostas obtidas nos respectivos itens, sendo o valor do motivo determinado pelo maior ou menor escore. Destacamos ainda o fato de se tratar de um instrumento internacional, cuja fidedignidade e validade têm sido demonstradas em diferentes culturas como a inglesa (Markland & Ingledew, 1997) a portuguesa (Alves & Lourenço, 2003) e a espanhola (Capdevila, Niñerola, & Pintanel, 2004) permitindo a comparação dos resultados obtidos com os de outros países. 47

66 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING A avaliação das respostas foram obtidas através do cálculo da média dos itens correspondentes a cada fator motivacional. Assim, cabe destacar aqueles fatores com pontuações mais e menos elevadas, que representam respectivamente os motivos mais e menos importantes para à prática de exercício físico. Este instrumento foi traduzido e validado para a língua portuguesa por Alves e Lourenço (2003), tendo-se obtido valores de consistência interna considerados recomendáveis (α,70) (Taylor, Bagby, & Parker, 2003) em todos os seus 14 fatores. Ainda assim, para um questionário ser considerado válido se faz necessária a comprovação da sua validade de construto, ou seja, do quanto os construtos representados por cada um dos fatores do questionário se mantêm e verificam após a sua tradução. Dada a importância deste tipo de validade e a sua ausência nos estudos realizados previamente no Brasil, foi testado a validade de construto do EMI-2p através da realização de análises fatoriais confirmatórias (AFC) a cada um dos 14 fatores que fazem parte deste questionário, seguindo os mesmos procedimentos adotados por Markland e Ingledew (1997) para o desenvolvimento da versão original do EMI- 2. Tratamento e análise estatística dos dados A validade de construto do EMI-2p foi testada através da realização de análises fatoriais confirmatórias (AFC) a cada um dos 14 fatores que fazem parte deste questionário, seguindo os mesmos procedimentos adotados por Markland e Ingledew (1997) para o desenvolvimento da versão original, que foram realizados de acordo com os seguintes pressupostos: (i) as respostas dos sujeitos são explicadas por 14 fatores, (ii) a carga fatorial exibida por cada um dos itens está associada ao fator que é suposto medir (denominada carga fatorial alvo) e (iii) não há correlação entre os erros de estimativa associados a cada um dos itens. Assim, para a realização da AFC foi utilizado o método de estimação da máxima verossimilhança (ML: Maximum Likeliood) que avalia o modelo através do teste estatístico do qui-quadrado (χ 2 Chi-Square) e do seu nível de significância (p), bem como, os índices alternativos de ajustamento mais 48

67 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING consensuais (Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012; Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009; Kahn, 2006a), designadamente: Standardized Root Mean Square Residual (SRMR), Comparative Fit Index (CFI), Non-normed Fit Index (NNFI) e o Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) e respectivo intervalo de confiança (IC) a 90%. No presente estudo, para os índices referidos, foram adotados os valores de corte sugeridos por Hu e Bentler (1999): SRMR.080, CFI e NNFI.950 e RMSEA.060. Todas as análises multivariadas foram realizadas com o recurso ao software AMOS 7.0 (Arbuckle, 2006). No que se refere às análises estatísticas univariadas subsequentes, foram realizadas com recurso a técnicas de estatística descritiva (Média; Desvio-padrão) e inferencial (t-student) para comparação de médias de dois grupos, nas quais foi adotado o nível de significância de p.05. Este tipo de análises foram realizadas com recurso ao SPSS 20. Resultados Consistência interna e validade de construto do EMI-2p Previamente foram realizadas a fidedignidade interna e a validade de construto do questionário EMI-2p (Tabela 1), referente a cada um dos fatores. Convém relembrar, no que diz respeito a este tipo de análise, a teoria subjacente ao método de estimação (ML) assume que os dados tenham uma distribuição normal multivariada (Kahn, 2006b; Kline, 2005). De acordo com Byrne (2006), se o coeficiente de Mardia normalizado (kurtosis multivariada) for superior a 5.0 é indicativo que os dados não tenham uma distribuição normal multivariada, o que acontece no caso do presente estudo. Como tal, devem ser equacionadas medidas corretivas, utilizando-se normalmente o qui-quadrado corrigido (Santorra-Bentler χ 2 : S-B χ 2 ), que corrigem ligeiramente os valores do teste do qui-quadrado e também dos índices de ajustamento. No entanto, esta correção não está disponível no software utilizado no presente estudo (AMOS). Seja como for, segundo Maroco (2010), o método ML é relativamente robusto à violação do pressuposto da não normalidade da distribuição dos dados. Além disso, segundo Hair, Black, Babin, Anderson e Tatham (2006), para minimizar o problema da distribuição não normal dos dados, aconselham-se um rácio de 49

68 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING 15:1 (sujeitos por parâmetro livre) ou amostras grandes (n > 400), o que acontece no nosso caso. Tabela 1 - Consistência interna, pesos fatoriais e medidas de ajustamento do modelo de medida de cada um dos 14 fatores que compõem o EMI-2p Fatores EMI-2 α fl χ 2 p df SRMR NNFI CFI RMSEA 90% CI Estresse (4itens) Revitalização* (3itens) Prazer (4 itens) Desafio (4 itens) Rec. Social (4 itens) Socialização (4 itens) Competição (4 itens) Saúde*(3 itens) Doença* (3 itens) Manter-se Saudável* (3 itens) Peso*/** (3 itens) Aparência (4 itens) Força e Resistência (4 itens) Agilidade* (3 itens) Legenda: α = alfa de cronbach; fl = factor loading (peso factorial); χ 2 Qui-Quadrado; p = grau de significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI Bentler-Bonnett Nonnormed Fit Index; CFI Comparative Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square; RMSEA Root Mean-Squared Error of Approximation; 90% IC intervalo de confiança a 90% para RMSEA. Nota. *por questões de identificação do modelo foi colocado um constrangimento igual nos parâmetros com estimativas aproximadas (na variância de dois os erros de medida); ** eliminação do item 1 por apresentar um peso fatorial inaceitável (.25), cuja eliminação também aumentou a consistência interna do fator (passou de.78 para.88). Os resultados comprovam a fidedignidade e validade de construto da versão Portuguesa do EMI-2p neste grupo de participantes em particular, garantindo a qualidade dos dados obtidos e permitindo, por essa razão, a sua utilização nas análises estatísticas que se seguem. Motivos para a prática de atividade física A observação da tabela 2 permite perceber, que praticantes de academia e personal training não apresentam um único motivo ou fator motivacional para aderirem à atividade física. É possível verificar ainda os motivos mais e menos importantes para prática de atividade física tendo em conta a atividade praticada (i.e. academia e personal training). Nota-se também que praticantes de academia e de personal training consideram como mais importante para prática de atividade física o motivo manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento social. Os praticantes de academia referem os motivos prazer, força/ resistência, desafio, socialização, competição e reconhecimento social como 50

69 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING significativamente mais importantes, enquanto para os praticantes de personal training os motivos mais significativos para prática de atividade física foram agilidade e prevenção de doenças. Tabela 2 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training Motivos Academia Personal training Média DP Min. Max. Média DP Min. Max. Manter-se saudável Revitalização Prazer * Agilidade Prevenção de doenças * Força e resistência * Peso Estresse Aparência Desafio * Socialização * Problemas de saúde Competição * Reconhecimento social * Legenda: DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo; *p.05 p A tabela 3 mostra os motivos mais e menos importantes para prática de atividade física tendo em conta a atividade praticada (i.e. academia e personal training). A análise foi efetuada considerando separadamente os praticantes do gênero masculino e feminino. Os praticantes de personal training e de academia de ambos os gêneros, consideram como mais importante para prática de atividade física o motivo manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento social. No caso do gênero masculino verifica-se que os praticantes de personal training referem o motivo prevenção de doenças como significativamente mais importante do que para os praticantes de academia. Quanto ao gênero feminino as praticantes de academia referiram os motivos prazer, desafio, socialização, competição e reconhecimento social como significativamente mais importantes para prática de atividade física do que as praticantes de personal training. 51

70 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 3 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício entre praticantes de academia e personal training Masculino Feminino Motivos Academia Personal p Academia Personal p Média DP Média DP Média DP Média DP Manter-se saudável Prazer * Força/ resistência Revitalização Agilidade Prev. de doenças Aparência Desafio * Estresse Peso Socialização * Competição * Problema de saúde Reconhec. Social * Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05. A tabela 4 mostra os motivos mais e menos importantes tendo em conta o gênero dos praticantes (i.e. feminino e masculino). A análise foi efetuada considerando separadamente as atividades de personal training e de academia. Os praticantes de ambos os gêneros tanto de personal training como de academia, consideram como mais importante para prática de atividade física o motivo manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento social. Assim, para a atividade de personal training, verifica-se que os praticantes do gênero masculino identificam os motivos desafio, socialização, competição e reconhecimento social como sendo significativamente mais importantes que os praticantes do gênero feminino, os quais consideraram o motivo estresse como significativamente mais importantes. No caso das atividades de academia verifica-se que praticantes do gênero masculino identificam os motivos de força/ resistência, competição e reconhecimento social como sendo significativamente mais importantes do que os praticantes do gênero feminino os quais deram significativamente mais importância aos motivos manter-se saudável, revitalização, prevenção de doenças, agilidade, peso, estresse e problemas de saúde. 52

71 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 4 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício entre os praticantes dos géneros masculino e feminino Academia Personal training Motivos Feminino Masculino p Feminino Masculino p Média DP Média DP Média DP Média DP Manter-se saudável Revitalização Prevenir doenças Agilidade Prazer Peso Estresse * Força/ resistência Aparência Desafio * Problema de saúde Afiliação Competição * Reconhec.social * Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05 Discussão Este estudo versou sobre os motivos para a prática de atividade física, com o acompanhamento de uma amostra da população de praticantes de academias e de personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, com recurso ao questionário internacional EMI-2p, que possibilita comparação dos resultados obtidos noutras culturas, por se apresentarem fidedignos e válidos nas mesmas e por avaliar 14 motivos associados à prática de atividade física, sendo mais que o dobro das dimensões avaliadas pelo inventário de abrangência nacional IMPRAF-126, o único instrumento ao qual temos conhecimento, ser validado no Brasil. Dada a inexistência de valores de fidedignidade e validade de construto do EMI-2p em praticantes de atividade física no Brasil, estes aspectos foram analisados previamente. Os resultados obtidos na amostra recolhida comprovam a fidedignidade e validade de construto da versão Portuguesa do EMI-2p neste grupo de participantes em particular. Os resultados revelaram que praticantes de academia e de personal training apresentam vários motivos para aderirem à atividade física, conforme elucidado por Weinberg e Gould (2010) e verificado na recente revisão da literatura sobre adesão à prática de exercícios físicos em academias de ginástica (Liz et al., 2010), onde os motivos mais citados para a adesão foram 53

72 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING saúde, estética, resistência, condicionamento/ aptidão física, bem-estar, prazer e socialização. Da análise realizada, o motivo manter-se saudável foi considerado como mais importante para à prática de atividade física tanto para os praticantes de personal training como para os de academia e também para ambos os gêneros. Os motivos reconhecimento social, competição, desafio, socialização, prazer e ainda prevenção de doenças, foram considerados como menos importante indo ao encontro dos resultados encontrados em pesquisas prévias, em populações diversificadas, (Cid, Silva, & Alves, 2007; Ingledew & Markland, 2008; Jacinto, 2010; Legnani, 2009; Lourenço, 2002). Estes resultados levam a especular sobre a existência de uma base comum de motivação associada à prática das modalidades escolhidas (i.e. personal training ou academia), que se justifica pelo simples fato de ambas as modalidades terem o mesmo propósito de melhorar a saúde. Apesar dessa base comum, neste estudo verifica-se a existência de diferenças estatisticamente significativas ao nível da importância que alguns dos 14 motivos assumem considerando o gênero e a modalidade praticada. Estes resultados confirmam a primeira hipótese levantada nesta pesquisa. Os motivos significativamente mais importantes para prática de atividade física para os praticantes de personal training foram agilidade e prevenção de doenças, estando de acordo com um estudo desenvolvido por Lourenço (2002) com o objetivo de conhecer os principais fatores motivacionais que conduzem os hipertensos da cidade do Porto/Portugal a praticar atividade física regular. A idade média mais elevada dos praticantes de personal training, talvez justifique os motivos prevenção de doenças e agilidade aparecerem como mais importantes para este grupo, pois pessoas mais velhas apresentam uma maior incidência de doenças e uma menor agilidade (Ribeiro, Alves, & Meira, 2009). Por outro lado, para os praticantes de academia os motivos significativamente mais importantes foram prazer, força/ resistência, desafio, socialização, competição e reconhecimento social. Em virtude destes resultados pode-se dizer que praticantes de academia buscam esta atividade por sentirem prazer através da prática e da socialização que a mesma oferece, eles intencionam mostrar seu valor as outras pessoas, atingir metas, competir e 54

73 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING comparar suas capacidades físicas com as de outros. Uma possível justificativa para estes resultados poderá ser o fato de que a média de idade deste grupo é menor (i.e. são mais jovens), o que corrobora com os resultados obtidos no estudo de Jacinto (2010), onde os motivos desafio, força/ resistência, competição e reconhecimento social foram considerados como menos importantes para prática de atividade física em pessoas idosas. Yan e Mccullagh (2004), confirmam esta teoria, ao afirmarem que os mais jovens têm uma pré-disposição típica em enfrentar desafios e colocar a prova sua competência pessoal. Os resultados significativos citados como importantes para os praticantes de personal training e academia (i.e. prazer, força/ resistência, desafio, socialização, competição, reconhecimento social, agilidade e prevenção de doenças) são similares aos achados de Cid, Silva e Alves (2007) em um estudo que teve entre os objetivos estabelecer um perfil psicológico dos sujeitos aderentes aos programas de exercício e saúde, com uma amostra de 70 sujeitos na cidade de Rio Maior/Portugal e concluíram que para aquela população, os motivos mais importantes para prática de atividade física foram manter-se saudável e revitalização. Os resultados obtidos e exibidos acima, permitem confirmar a segunda hipótese elaborada neste estudo. Considerando a atividade praticada percebe-se que os praticantes de personal training do gênero masculino dão significativamente mais importância ao motivo prevenção de doenças, comparando com os praticantes do gênero masculino de academia. No caso do gênero feminino, as praticantes de academia dão significativamente mais importância aos motivos prazer, desafio, socialização, competição e reconhecimento social. Na análise comparativa entre gêneros, e considerando a atividade de personal training, verifica-se que os praticantes do gênero masculino dão significativamente mais importância aos motivos desafio, socialização, competição e reconhecimento social comparativamente aos praticantes do gênero feminino, os quais deram comparativamente mais importância apenas ao motivo estresse. No caso da modalidade de academia, os homens mencionam os motivos força/ resistência, competição e reconhecimento social como significativamente 55

74 ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING mais importantes, comparativamente às mulheres que se destacaram significativamente nos motivos manter-se saudável, revitalização, prevenção de doenças, agilidade, peso, estresse e problemas de saúde. Estes resultados apontam a existência de diferenças significativas nos motivos para a prática de atividade física entre praticantes do gênero masculino e feminino, contrariando os resultados encontrados por Balbinotti et al. (2011) numa amostra de 635 praticantes regulares de atividade física, bem como noutros estudos (Balbinotti & Capozzoli, 2008; Castro, Silva, Monteiro, Palma, & Resende, 2010) onde não foram encontradas diferenças significativas nas respostas dos praticantes de diferentes gêneros. Levando em conta os dados obtidos, os educadores físicos responsáveis pelas modalidades em academia e personal training, devem estar alerta para os motivos supracitados como mais importantes para prática de atividade física e buscar qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de modo a tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestes tipos de atividades. O presente estudo apresenta alguns aspectos positivos que devem ser mencionados. Segundo o conhecimento dos autores, esse é o primeiro estudo brasileiro comparativo que investiga os motivos para prática de atividade física em adultos freqüentadores de academia e personal training. Outros estudos consideraram os programas de exercício físico somente em academias de ginástica, sem diferenciar ou comparar ao personal training (Balbinotti & Capozzoli, 2008; Liz et al., 2010; Silva, Rombaldi, Azevedo, & Hallal, 2008) por esse motivo a discussão deste estudo limita-se a praticantes de academia. Além disso, foram testados os modelos de medidas do instrumento utilizado, através de AFC que verificaram a validade de construto do questionário EMI-2p para população brasileira. Por outro lado, limitações podem ter afetado os resultados deste estudo, sendo a principal, a conveniência na seleção da amostra. As conclusões, portanto, pode não se aplicar a toda população de adultos. 56

75 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 57

76 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Resumo Este estudo teve como objetivo analisar as relações hipotetizadas pela Teoria dos Objetivos de Realização na predição da adesão ao exercício físico em praticantes de academia e personal training. Participaram neste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos), com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos, 41 masculinos), com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de Pelotas- RS, Brasil. Para avaliação do clima motivacional e dos objetivos de realização, recorreu-se às versões Portuguesas do Goal Orientation in Exercise Measure e Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire, cuja validade e fidedignidade para população Brasileira também foi analisada através de análises fatoriais confirmatórias dos modelos de medidas. Os principais resultados revelaram que a orientação para Tarefa é mais elevada em ambos os gêneros e em ambos os grupos de praticantes. Por outro lado, todas as variáveis subjacentes à teoria dos objetivos de realização correlacionam-se positivamente de forma significativa, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego. Por último o modelo de equações estruturais hipotetizado demonstra que o clima para a mestria e para a performance tem um impacto direto sobre a orientação para a tarefa e para o ego, respectivamente, e estes por suas vez têm um efeito significativo sobre a adesão ao exercício físico. Palavras-Chave: Objetivos de realização; Clima motivacional; Motivação; Adesão ao exercício físico. 58

77 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Abstract This study aimed to analyze the relationships hypothesized by the Achievement Goal Theory in predicting adherence to exercise in practicing academy and personal training. The sample consisted of 405 practitioners academy (240 female, 165 male) aged between 18 and 81 years (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male), aged between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16), from Pelotas, Brazil. To evaluate the motivational climate and achievement goals, we used the Portuguese versions of Goal Orientation in Exercise Measure and Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire, whose validity and reliability for the Brazilian population was also analyzed using confirmatory factor analyzes of models measures. The main results revealed that task orientation is higher in both genders and in both groups of practitioners. Moreover, all variables underlying the theory of achievement goals positively correlate significantly, especially between climate for mastery and task orientation and between climate for performance and ego orientation. Finally the hypothesized structural equation model shows that the climate for mastery and performance has a direct impact on task orientation and ego respectively, and these in their turn have a significant effect on adherence to physical exercise. Keywords: Achievement Goal; Motivational Orientation; Motivational Climate; Motivation; Adherence to physical exercise. 59

78 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Introdução A teoria dos objetivos de realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989) preconiza que os sujeitos podem orientar a sua motivação de duas formas: Ego e Tarefa ou, utilizando outra terminologia, Mestria e Performance (Ames, 1984, 1992), que refletem critérios diferenciados pelos quais os sujeitos avaliam a sua competência e definem o sucesso da sua participação em uma determinada atividade (i.e. em um contexto de realização). Os sujeitos que se orientam para o ego focalizam a sua atuação no resultado que provém do seu envolvimento na atividade, sendo a sua percepção de competência resultante da comparação com os outros (Nicholls, 1984, 1989). Normalmente, esta forma de orientação dos objetivos de realização, conduz a comportamentos desajustados, tais como, a escolha de tarefas com dificuldades e desafios extremos e de metas abaixo dos rendimentos alcançados anteriormente, comparação de sua capacidade, atribuição aos seus resultados a dificuldades da tarefa ou ao acaso, impersistência, demonstração de superioridade, ansiedade e insegurança no comportamento, baixa percepção da competência, orientação às normas sociais, motivados extrinsecamente e/ou pelo reconhecimento social, falta de autodeterminação e abandono da atividade em caso de derrota ou fracasso (Winterstein, 2002). Os que se orientam para a tarefa focalizam a sua atuação na melhoria das suas competências pessoais e a sua percepção de competência é regida por critérios auto-referenciados. Normalmente, os sujeitos que se orientam mais para a tarefa, tendem a adotar estratégias adaptativas do comportamento. De acordo com Winterstein, (2002) estes indivíduos trabalham mais, acreditam no seu esforço, preocupam-se com a aprendizagem, são mais competitivos e persistentes, assumem responsabilidades pelos atos, possuem uma percepção adequada da sua habilidade e capacidade, favorecem a capacidade para cooperar e o esforço para o domínio pessoal, são independentes, mais criativos e inovadores, julgam seu êxito pela qualidade do seu trabalho, possuem mais autocontrole, aprendem mais depressa e demonstram segurança no comportamento. 60

79 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Desta forma, a teoria dos objetivos de realização (figura 3) assume que os indivíduos são orientados por objetivos, os quais influenciam a tomada de decisão e o comportamento, determinando assim em grande parte os seus índices motivacionais (Biddle & Mutrie, 2001; Duda & Hall, 2001; Roberts, 2001; Treasure, 2001). Objetivos de Realização Orientação das metas a alcançar com o envolvimento na atividade Orientação Motivacional TAREFA (Realização) EGO (Resultado) Percepção de Competência e Definição de Sucesso Orientado pela avaliação do seu desempenho baseado na realização e no julgamento das suas capacidades através de um processo de comparação com ele próprio. Orientado pela avaliação do seu desempenho baseado na realização e no julgamento das suas capacidades através de um processo de comparação com os outros. Figura 3 - Teoria dos Objetivos de Realização Percepção de Competência e Sucesso (Cid & Louro, 2010) No contexto desportivo, a pertinência da TOR tem sido demonstrada em vários estudos desenvolvidos a nível internacional (Cid & Louro, 2010; Georgiadis, Biddle, & Chatzisarantis, 2001; Smith, Balaguer, & Duda, 2006) os quais verificaram que a promoção de uma orientação dos objetivos de 61

80 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING realização para a tarefa auxilia os atletas a julgarem a sua competência através de um processo de comparação consigo mesmo, conduzindo a comportamentos mais adaptativos. No caso do Brasil foram desenvolvidos igualmente alguns estudos que procuram identificar a orientação motivacional de praticantes desportivos (Hirota, Hayashi, De Marco, & Verardi, 2011; Hirota, Schindler, & Villar, 2006; Hirota, Verardi, & De Marco, 2012), com recurso ao Task and Ego Orientation in Sport Questionnaire (TEOSQ) (Duda, 1992). Nestes estudos foi possível verificar que os atletas mais orientados para a tarefa, mostram-se mais autodeterminados, autoconfiantes, mais criativos e julgam seu êxito pela qualidade do trabalho realizado. Apesar da sua pertinência no contexto desportivo, a aplicabilidade da teoria dos objetivos de realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989) ao domínio do exercício físico é ainda muito escassa, e só recentemente recebeu uma atenção especial na literatura internacional (Kilpatrick, Bartholomew, & Riemer, 2003; Petherick & Markland, 2008), bem como nos países de língua portuguesa (Cid, Leitão, & Alves, 2012a; Cid, Moutão, Leitão, & Alves, 2012b). Sendo assim, considerando a pertinência da TOR demonstrada no contexto desportivo, o principal objetivo deste estudo foi analisar a validade das relações hipotetizadas pelo modelo teórico, na predição da adesão ao exercício em praticantes de academia e personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil. Além disso, este estudo também objetivou apresentar os resultados da validação dos instrumentos de medida dos objetivos de realização e da percepção do clima motivacional no contexto do exercício físico para a população Brasileira. estruturadas: Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram a) A influência do clima motivacional associado a orientação dos objetivos de realização na adesão ao exercício físico é percepcionado de forma idêntica por ambos os grupos; b) O clima para a mestria e para a performance influencia a orientação para a tarefa e para o ego em ambos os grupos. 62

81 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Metodologia Amostra Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos; 165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41 masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil. Instrumentos de avaliação Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire - versão Portuguesa (PMCEQp). Este questionário foi desenvolvido por Thomas e Barron (2006) e consiste numa adaptação para o exercício do Perceived Motivational Climate in Sport Questionnaire (Seifriz, Duda, & Chi, 1992; Walling, Duda, & Chi, 1993), sendo constituído por 10 itens, aos quais se responde numa escala tipo Likert com 5 alternativas de resposta, que variam entre o Discordo Totalmente (1) e o Concordo Totalmente (5). Posteriormente os itens são agrupados em 2 fatores (Mestria e Performance) que representam as formas distintas de percepção dos sujeitos sobre o clima motivacional no contexto de exercício, de acordo com a TOR (Nicholls, 1984, 1989) ao nível situacional. Este questionário foi traduzido e validado para língua portuguesa por Cid, Moutão, Leitão e Alves (2012c), tendo-se verificado valores de fidedignidade interna aceitáveis para ambos os fatores (α Mestria =.740; α Performance =.750), e de validade de construto (S-Bχ 2 = 40.6; df=34; p =.20; S-Bχ 2 /df = 1.19; SRMR =.03; NNFI =.98; CFI =.99; RMSEA =.02; 90% IC RMSEA = ), com os pesos fatoriais dos itens a variar entre.50 e.79. Os valores dos resultados obtidos foram conseguidos através da média da distribuição de cada item. Goal Orientation in Exercise Measure - versão Portuguesa (GOEMp). Este questionário foi desenvolvido por Petherick e Markland (2008), sendo constituído por 10 itens, aos quais se responde numa escala tipo Likert com 5 alternativas de resposta, que variam entre o Discordo Totalmente (1) e o Concordo Totalmente (5). Posteriormente os itens são agrupados em 2 fatores (Tarefa e Ego), que representam as formas distintas de orientação dos objetivos de realização do sujeito no contexto do exercício, de acordo com a TOR (Nicholls, 1984, 1989) ao nível disposicional. Este questionário foi 63

82 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING traduzido e validado para língua portuguesa por Cid, Moutão, Leitão, Alves e Petherick (2009), tendo-se verificado valores de fidedignidade interna aceitáveis para ambos os fatores (α Ego =.887; α Tarefa =.771), e de validade de construto (S-Bχ 2 = , df = 34, p =.000; S-Bχ 2 /df SRMR =.051; CFI =.971; RMSEA =.054; RMSEA 90% CI = ), com os pesos fatoriais dos itens tendo variado entre.66 a.86 (Ego) e.45 a.77 (Tarefa). Os valores dos resultados encontrados foram obtidos através da média da distribuição de cada item. A adesão ao exercício foi avaliada considerando o tempo de prática, avaliada através de inquérito que indagava há quanto tempo o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que freqüenta atualmente. Análise dos dados: Análise Fatorial Confirmatória e Análise de Equações Estruturais. Sendo a primeira vez que estes questionários foram aplicados no Brasil, serão previamente apresentados os valores de fidedignidades e de validade de construto de cada um através de uma análise fatorial confirmatória (AFC). Posteriormente, foi analisado o ajustamento do modelo hipotetizado, que analisa os efeitos do modelo teórico na predição da adesão ao exercício em praticantes brasileiros de personal training e de academias, através de uma análise de equações estruturais (SEM), a qual permite examinar simultaneamente as relações causais existentes entre os construtos latentes de um determinado modelo (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009). Em ambos os casos foi utilizado o método de estimação da máxima verossimilhança (ML: Maximum Likeliood) que avalia o modelo através do teste estatístico do quiquadrado (χ 2 Chi-Square) e do seu nível de significância (p). Considerando a sensibilidade do valor do χ 2 à dimensão da amostra, que tornam este critério demasiado exigente em estudos nas ciências sociais onde há muitas fontes de variabilidade (Byrne, 2006), serão igualmente analisados os valores obtidos nos índices alternativos de ajustamento mais consensuais (Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012; Hair et al., 2009; Kahn, 2006), designadamente: Comparative Fit Index (CFI), Non-normed Fit Index (NNFI) e o Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) e respectivo intervalo de confiança 64

83 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING (IC) a 90%. No presente estudo, para os índices referidos, foram adotados os valores de corte sugeridos por Hu e Bentler (1999): SRMR.080, CFI e NNFI.950 e RMSEA.060 utilizado o software de análise de equações estruturais AMOS 20. Por último, também foram calculadas as medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão), de correlação entre variáveis (r de Pearson) e análise das diferenças entre grupos (t de student). Foi adotado o nível de significância de p.05. Resultados Ajustamento dos modelos de medida Os modelos de medida foram examinados através de AFC e avaliaram o ajustamento da estrutura de dois fatores correlacionados de ambos os questionários PMCEQp e GOEMp (Tabela 5). Convém relembrar, no que diz respeito a este tipo de análise, a teoria subjacente ao método de estimação (ML) assume que os dados tenham uma distribuição normal multivariada (Kahn, 2006b; Kline, 2005). De acordo com Byrne (2006), se o coeficiente de Mardia normalizado (kurtosis multivariada) for superior a 5.0 é indicativo que os dados não tenham uma distribuição normal multivariada, o que acontece no caso do presente estudo. Como tal, devem ser equacionadas medidas corretivas, utilizando-se normalmente o qui-quadrado corrigido (Santorra-Bentler χ 2 : S-B χ 2 ), que corrigem ligeiramente os valores do teste do qui-quadrado e também dos índices de ajustamento. No entanto, esta correção não está disponível no software utilizado no presente estudo (AMOS). Seja como for, segundo Maroco (2010), o método ML é relativamente robusto à violação do pressuposto da não normalidade da distribuição dos dados. Além disso, segundo Hair, Black, Babin, Anderson e Tatham (2006), para minimizar o problema da distribuição não normal dos dados, aconselham-se um rácio de 15:1 (sujeitos por parâmetro livre) ou amostras grandes (n > 400), o que acontece no nosso caso. 65

84 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 5 - Análise fatorial confirmatória e seus respectivos índices de ajustamento obtidos para cada um dos questionários utilizados Modelos χ 2 p df χ 2 /df SRMS NNFI CFI RMSEA 90% IC PMCEQp Versão POR GOEMp Versão POR PMCEQp Versão BRA GOEMp Versão BRA 40.6* *.001** ** ** Legenda: χ 2 Qui-Quadrado; **p = grau de significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI Bentler- Bonnett Nonnormed Fit Index; CFI Comparative Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square; RMSEA Root Mean-Squared Error of Approximation; 90% IC intervalo de confiança a 90% para RMSEA. POR Portuguesa; BRA Brasileira; *Valores do Qui-Quadrado corrigido (S-Bχ 2 ). Pode-se observar os resultados da AFC demonstram que ambos os modelos de medida utilizados possuem índices de ajustamento aceitáveis, evidenciando boas qualidades psicométricas. Além disso, como podemos observar na tabela 6, os pesos fatoriais estandardizados dos itens (todos estatisticamente significativos para um p<.001), variam, no caso da PMCEQ, entre.36 e.67 (Mestria) e entre.50 e.78 (Performance), e no caso da GOEM, entre.41 e.66 (Tarefa) e entre.61 e.86 (Ego). Embora existam pesos fatoriais abaixo do recomendável (.50), se tomarmos em consideração as recomendações de Tabachinick e Fidel (1989), que consideram como justo um peso fatorial acima de 0.45, ou as considerações de Hair et al. (2006b), que para amostras superiores a 250 sujeitos indicam valores acima de.35, então podemos aceitar os pesos fatoriais como adequados. Por último, verificou-se uma correlação não significativa (r=.05) entre os fatores Ego e Tarefa (r=.05), bem como, entre os fatores Mestria e Performance (r=.09), que comprova a ortogonalidade deste modelo teórico, tendo os pesos fatoriais do PMCEQp variado entre.36 e.78 e do GOEMp variado entre 41 e

85 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 6 - Parâmetros estandardizados dos itens da PMCEQp e GOEMp PMCEQp M±SD FL GOEMp M±SD FL Item1 (P) 2.86± Item1 (T) 4.41± Item2 (M) 4.17± Item2 (E) 2.23± Item3 (P) 2.46± Item3 (T) 4.26± Item4 (M) 3.94± Item4 (T) 4.13± Item5 (P) 2.61± Item5 (E) 1.94± Item6 (M) 4.00± Item6 (T) 4.37± Item7 (P) 2.20± Item7 (E) 2.08± Item8 (M) 3.85± Item8 (E) 2.06± Item9 (P) 2.16± Item9 (T) 4.20± Item10 (M) 3.96± Item10 (E) 1.97± M (Mestria); P (Performance); E (Ego); T (Tarefa); M (Palmeira); SD (desvio-padrão); FL (fator loading peso fatorial) Análise descritiva, correlacional e de consistência interna É possível verificar na Tabela 7 que para todas as variáveis latentes o coeficiente de fidedignidade interna foi acima do valor de corte.70, sendo considerado ajustados (Taylor, Bagby, & Parker, 2003). A matriz de correlação demonstra uma correlação positiva significativa entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa (r =.34) e entre o clima para a performance e a orientação para o ego (r =.50). Tabela 7 - Estatística descritiva, correlações e fidedignidade interna (na diagonal) das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados Variáveis latentes Mín - Máx M DP Clima Mestria α= Clima Performance α= Orientação Tarefa ** -.02 α= Orientação Ego **.05 α=.88 Legenda: M = Média; DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo. ** correlação significativa para p.01 Efeito preditivo da TOR sobre a adesão ao exercício físico Foi testado um modelo de equações estruturais para analisar o efeito que a percepção do clima motivacional tem sobre a orientação dos objetivos de realização, bem como, o seu efeito sobre a adesão ao exercício (i.e. tempo de 67

86 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING prática), os resultados do modelo hipotetizado revelaram um bom ajustamento aos dados da amostra (χ 2 = ; p =.000; df = 185; χ 2 /df = 2.321; SRMS =.048; NNFI =.923;CFI =.923; RMSEA =.047; RMSEA 90% CI = ). Figura 4 - Modelo de equações estruturais em que se analisa o efeito das variáveis da TOR sobre a adesão ao exercício Nota: todos os parâmetros são apresentados de forma estandardizada e representam efeitos significativos (p.01) As regressões múltiplas quadradas indicam que a variável clima para a mestria explica 21% da variável orientação para a tarefa e que a variável clima para a performance explica 32% da variável orientação para o ego. Estes dois tipos de orientação explicam 3% da variação na adesão ao exercício, ou seja, do tempo em que o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que freqüenta atualmente. Análise comparativa A análise da tabela 8 permite concluir que os praticantes de academia e personal training apresentam uma motivação orientada majoritariamente para a tarefa. Contudo, os praticantes de academia percebem o clima motivacional significativamente mais centrado na performance ao passo que os praticantes de personal training percebem o clima como sendo significativamente mais centrado na mestria. Ao nível da orientação motivacional os praticantes de academia apresentam uma orientação para o ego significativamente mais elevada comparando com os praticantes de personal training, sendo que ao nível da orientação para a tarefa não existem diferenças. 68

87 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 8 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training Total Academia Personal Training Média DP Média DP Média DP Clima Mestria * Clima Performance * Orientação Tarefa Orientação Ego * Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05 p A tabela 9 identifica as diferenças entre os gêneros ao nível das variáveis da TOR, tendo em conta os dois contextos de prática (i.e. academia e personal trainning). É possível verificar que ambos os gêneros apresentam majoritariamente uma orientação motivacional para a tarefa em ambos os contextos de prática. Contudo o gênero feminino apresenta médias mais elevadas de percepção do clima para a mestria, sendo que no caso da academia essa diferença é significativa. Já o gênero masculino apresenta médias mais elevadas de percepção do clima para a performance, sendo que essa diferença é significativa nos praticantes de personal tranning. Esta percepção de clima diferenciado reflete-se ao nível da orientação motivacional dos praticantes, já que os praticantes do gênero masculino de ambos os contextos apresentam uma orientação para o ego significativamente mais elevada, apesar de ao nível da orientação para a tarefa não existirem diferenças entre ambos os gêneros. Tabela 9 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de atividade física entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training Academia Personal Training Feminino Masculino Feminino Masculino Média DP Média DP p Média DP Média DP p Clima Mestria Clima Performance * Orientação Tarefa Orientação Ego * Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05 69

88 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Discussão Este estudo teve como objetivo principal estudar a influência que a percepção do clima motivacional induzido pelo educador físico tem sobre a orientação dos objetivos de realização dos praticantes de academia e personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, bem como, o seu efeito na adesão ao exercício físico. Dada a inexistência de instrumentos de medida adequados validados em praticantes de exercício físico no Brasil, procedeu-se também à validação da versão Brasileira do PMCEq e GOEMp, a partir da versão Portuguesa. Os resultados encontrados comprovam a fidedignidade e validade de construto destes questionários na amostra recolhida, garantindo a qualidade dos dados obtidos. De fato, os valores de ajustamento dos modelos de medida e os valores dos parâmetros individuais, são muito semelhantes aos das versões portuguesas que estiveram na base do presente estudo (Cid, Moutão, Leitão, Alves, & Petherick, (2009); Cid, Moutão, Leitão, & Alves (2012c). Posteriormente foi analisado o ajustamento de um modelo de equações estruturais baseado nas relações hipotetizadas pela teoria dos objetivos de realização, bem como o seu valor preditivo sobre a adesão dos sujeitos à prática de exercício físico. Os resultados encontrados confirmaram que o clima motivacional orientado para a mestria ou performance induzido pelo educador físico promove, respectivamente, a orientação dos objetivos de realização para a tarefa e para o ego, e que estas por sua vez tem um efeito positivo ou negativo, respectivamente, sobre a adesão ao exercício. Estes resultados estão em conformidade com os pressupostos da teoria e o modelo hipotetizado testado revelou índices de ajustamento que permitem assumir a sua validade. Os resultados exibidos acima e os dispostos logo abaixo permitem confirmar a segunda hipótese elaborada nesta investigação. Assim, os resultados obtidos colocam em evidência o efeito positivo significativo entre as variáveis da teoria dos objetivos de realização, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego, o que demonstra concordância com os pressupostos teóricos do modelo (Nicholls, 1984, 1989), inclusivamente quando aplicado no contexto do desporto (Duda, 1992) ou no contexto do exercício (Georgiadis et al., 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick 70

89 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING & Markland, 2008). Ou seja, quando os sujeitos (e.g. praticantes de exercício) estão orientados para a tarefa (e.g. aumentar o seu volume de carga no exercício de supino em função daquilo que consegue levantar) as exigências da tarefa, o esforço empregue, e a melhoria do seu nível técnico origina sentimentos de sucesso (i.e. a sua percepção de competência é julgada por critérios auto-referenciados). Mas por outro lado, quando os sujeitos estão orientados para o ego (e.g. levantar mais volume de carga no exercício de supino do que outro praticante) os sujeitos sentem-se altamente competentes e bem-sucedidos apenas quando mostram que são melhores que os outros (i.e. a sua percepção de competência é julgada por critérios normativos). Neste caso, a experiência da melhoria pessoal (e.g. aumento do volume de carga) e o esforço empregado no exercício pode não resultar numa percepção de competência se o sujeito não fizer melhor que os outros, ou, se tiver que desempenhar um esforço maior para conseguir os mesmos resultados (i.e. normalmente a sensação de competência também surge se o individuo consegue fazer melhor que os outros e não for preciso muito esforço para consegui-lo). Segundo (Nicholls, 1989), a adoção de uma orientação para a tarefa ou para ego, numa determinada atividade e num dado momento, não é só uma função da tendência disposicional (pessoal), mas também das características do contexto de realização (situacional). De acordo com (Duda, 1992), o clima vai afetar as orientações para metas (i.e. para o ego ou para a tarefa) dos atletas o que pode ser confirmado também na amostra de praticantes de academia e personal training brasileiros, do presente estudo. No campo do exercício físico, a percepção de um clima motivacional para a Tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a atividade, aumento do esforço. A percepção de um clima motivacional para o Ego tem sido associada a padrões motivacionais desajustados, principalmente: falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço e baixa persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999). 71

90 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Praticantes de academia e de personal training de ambos os gêneros, apresentam uma orientação motivacional mais elevada para tarefa do que para o ego, o que indica que os sujeitos desta amostra avaliam o seu sucesso em função de critérios auto-referenciados (Cid et al., 2012b; Cid et al., 2009; Duda & Hall, 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick & Markland, 2008; Roberts, 2001). Os resultados explanados acima estão de acordo com a primeira hipótese levantada neste estudo. É importante que o indivíduo seja mais orientado para a tarefa, uma vez que produz consequências positivas, em especial um ótimo nível de motivação (Roberts, 2001). Por outro lado, é importante salientar que os indivíduos com orientação para tarefa são aqueles que acreditam no seu esforço, são mais persistentes e cooperativos, julgam o êxito pela qualidade de seu trabalho, são otimistas e buscam a satisfação pessoal (Winterstein, 2002). Ames (1992), salienta a importância de promover um clima motivacional orientado para a mestria e para a tarefa em contextos desportivos. Tal clima não só promove o prazer e divertimento, como também desenvolve e melhora as percepções de competência pessoal e a motivação intrínseca dos indivíduos. No campo do exercício físico, a percepção de um clima motivacional para a Tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a atividade, aumento do esforço. E a percepção de um clima motivacional para a o Ego tem sido associada a padrões motivacionais desajustados, principalmente: falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço e baixa persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999). Neste estudo, os praticantes de academia percebem o clima motivacional significativamente mais centrado na performance, o que supostamente poderia levar a concluir que estes sujeitos atribuem muita importância ao resultado e a percepção de sucesso guiada por critérios normativos (i.e. comparação com os outros), (Duda & Hall, 2001) ao passo que os praticantes de personal training percebem o clima como sendo significativamente mais centrado na mestria, o que teoricamente poderia levar a deduzir que para estes sujeitos o importante é a aprendizagem e não a 72

91 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING performance e a sua percepção de sucesso é guiada por critérios autoreferenciados (i.e. comparação com seus próprios resultados) (Duda & Hall, 2001). Os resultados explanados acima permitem negar a primeira hipótese levantada neste estudo, pois ambos os grupos de praticantes diferem significativamente na percepção do clima motivacional. As diferenças encontradas podem ser justificadas pelo fato de os praticantes de academia valorizarem mais a comparação com os outros por estarem envolvidos num ambiente de prática de exercício em conjunto, o que não se verifica no grupo de praticantes de personal training. Quanto ao nível da orientação motivacional os praticantes de academia apresentam uma orientação para o ego significativamente mais elevada comparando com os praticantes de personal training, sendo que ao nível da orientação para a tarefa não existem diferenças. No entanto, apesar das implicações menos positivas que a orientação para o ego possa existir relativamente ao comportamento perante na modalidade de academia, este fato não chega a ser problemático, pois segundo um estudo realizado por Smith, et al. (2006), uma orientação moderada-alta para o ego, quando complementada com uma orientação elevada para a tarefa, não conduz necessariamente a estratégias mal adaptativas do comportamento, uma vez que também produz sentimentos de divertimento e satisfação com a prática da modalidade. Estes resultados também são explicados por Nicholls, (1989) que relata que diferentes orientações para objetivos podem ocorrer ao mesmo tempo no individuo: um alto nível de orientação para tarefa e para o ego, baixa em ambos ou alta em uma das orientações e baixa na outra. Por esse motivo, educadores físicos devem oferecer, no caso dos resultados obtidos com praticantes de academia, uma orientação ambivalente, priorizando a orientação para tarefa, porém, não deixando de lado a orientação para o ego, visando uma maior adesão, pois cabe especular que tais indivíduos sentem necessidade de experimentar ambas as orientações (i.e., tarefa e ego) para sentirem-se motivados. Os educadores físicos devem saber quando, quanto e como estimular o envolvimento com a Tarefa e com o Ego. Por exemplo, pessoas com uma alta 73

92 ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING percepção da habilidade poderiam adotar o critério de envolvimento com o ego durante a execução de suas tarefas, para estas pessoas o critério de comparação social é positivo para um bom desempenho. Sendo assim, podese supor que o fato de estarem altamente orientados à tarefa e ao ego traz resultados positivos em relação à motivação dos sujeitos (Duda, Cumming, & Balaguer, 2005). O gênero feminino apresenta uma percepção mais elevada do clima para a mestria, sendo que no caso da academia essa diferença é significativa estando de acordo com os resultados encontrados por Hirota, Schindler e Villar (2006). Em contrapartida, o gênero masculino apresenta uma percepção mais elevada do clima para a performance, sendo que essa diferença é significativa nos praticantes de personal traning, tais resultados vão de encontro aos estudos conduzidos por Hirota, et al. (2011) e Hirota, et al. (2012) Esta percepção de clima diferenciado reflete-se ao nível da orientação motivacional dos praticantes, já que os praticantes do gênero masculino de ambos os contextos apresentam uma orientação para o ego significativamente mais elevada, apesar de ao nível da orientação para a tarefa não existirem diferenças entre ambos os gêneros. Em suma, tendo em consideração os resultados obtidos, pode-se concluir que os educadores físicos devem estar alerta para o tipo de orientação motivacional que devem promover junto de cada praticante e buscar qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de modo a tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestes tipos de atividades. 74

93 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING. MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 75

94 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Resumo Este estudo teve como objetivo analisar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria da autodeterminação (TAD) na predição da adesão ao exercício físico em praticantes de academia e personal training. Participaram neste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos) com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos, 41 masculinos) com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de Pelotas-RS, Brasil. Para avaliação do suporte da autonomia, a satisfação das necessidades psicológicas básicas e o tipo de regulação motivacional, utilizou-se as versões Portuguesas dos questionários Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire, Basic Psychological Needs in Exercise Scale e Behavioural Regulation in Exercise Questionnaire-2, tendo-se verificado as validades de construto através de análises fatoriais confirmatórias. Os principais resultados revelaram que os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e uma maior adesão ao exercício físico. O modelo de equações estruturais hipotetizado, demonstrou que o suporte de autonomia desenvolvido pelo educador físico promove a satisfação das necessidades psicológicas básicas, que por sua vez, têm um efeito positivo sobre a regulação autônoma, que prediz positivamente a adesão dos praticantes ao exercício físico. Palavras-Chave: Regulação motivacional; Suporte da autonomia; Necessidades psicológicas básicas; Adesão ao exercício; Academia; Personal training. 76

95 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Abstract This study aimed to analyze the validity of the relationships hypothesized by self-determination theory (TAD) to predict adherence to exercise in practicing academy and personal training. The sample consisted of 405 practitioners of academy (240 female, 165 male) aged between 18 to 81 years old (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male) aged between 18 and 88 years old (M = 43, SD = 16), from Pelotas, Brazil. To assessment of autonomy support, satisfaction of basic psychological needs and the type of motivational regulation, was used the Portuguese versions of the questionnaires Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire, Basic Psychological Needs in Exercise Scale and Behavioural Regulation in Exercise Questionnaire-2, and has verified the construct validity through confirmatory factor analyzes. The main results showed that the practitioners of personal training have more self-determined forms of regulation and high levels of exercise adherence. The hypothesized structural equation model demonstrates that the autonomy support promoted by the physical educator promotes the satisfaction of basic psychological needs, which in turn have a positive impact on the autonomic regulation, which predicts a positive adherence of practitioners to physical exercise. Keywords: Motivational regulation; Support of autonomy; Basic psychological needs; Adherence to exercise; Academy; Personal training. 77

96 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Introdução Muitos são os fatores que podem interferir, tanto favorável como negativamente na prática dos exercícios físicos regulares, mas, para relacionar esses fatores, deve-se iniciar abordando a motivação, por ser um assunto que tende a ser um catalisador das ações daqueles que resolvem optar por aderir a um programa regular de exercícios físicos (Dishman, 1981; Samulski, 2009). Segundo os autores da Teoria da Autodeterminação (TAD) (SDT: Self- Determination Theory), (Deci & Ryan, 1985) a motivação do sujeito não está diretamente relacionada com os fatores do envolvimento social, uma vez que a influência destes fatores (e.g. clima das atividades, comportamento dos instrutores) é mediada pela satisfação de três nutrientes fundamentais (Ryan & Deci, 2007), ou seja, as necessidades psicológicas básicas inatas de autonomia (i.e. capacidade de regular as suas próprias ações), competência (i.e. capacidade de eficácia na interação com o envolvimento) e relação (i.e. capacidade de procurar e desenvolver ligações e relações interpessoais). Estas necessidades psicológicas básicas vão determinar a regulação do comportamento do sujeito, e oscilam entre formas menos e mais autodeterminadas (i.e. controladas versus autônomas). A teoria da autodeterminação é um modelo que consolida seus pressupostos na análise da adesão ao exercício regular e prevê que a qualidade da motivação é essencial, por esse motivo, Ryan & Deci, (2000a) salientam a utilidade de diferenciar a motivação intrínseca da motivação extrínseca, através de um continuum de autodeterminação que descreve o conceito de internalização do comportamento, que pode variar desde amotivação (i.e. ausência de motivação ou intenção para agir - pólo menos autodeterminado do continuum), passando pela motivação extrínseca (regulação externa, introjetada, identificada e integrada) até a motivação intrínseca (i.e. realização do comportamento pelo prazer e divertimento que proporciona - pólo mais autodeterminado do continuum) (Deci & Ryan, 2008). De acordo com Deci e Ryan, (2008) a diferenciação central da TAD está entre a motivação autônoma (que incorpora a motivação intrínseca e a motivação extrínseca integrada e identificada) e a motivação controlada (que incorpora a motivação extrínseca introjetada e externa). No primeiro caso, 78

97 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING quando as pessoas são autonomamente motivadas, elas vivenciam vontade (i.e. regem os seus comportamentos por decisão e vontade própria) ou sentimentos de auto-aprovação das suas ações. No segundo caso, quando as pessoas são motivadas de forma controlada, elas vivenciam situações de pressão para pensarem, sentirem ou comportarem-se de uma forma particular (i.e. regem os seus comportamentos por determinações externas ou pressões internas). Quer a motivação autônoma, quer a controlada, direcionam e influenciam o comportamento do sujeito, ao contrário do que sucede com a amotivação, que revela uma ausência de processo regulatório. Aplicando a TAD ao contexto do exercício físico, podemos referir que o suporte da autonomia dado pelos professores influi positivamente na satisfação das necessidades psicológicas básicas dos praticantes (i.e. autonomia, competência e relação), pois terá um impacto positivo sobre a regulação comportamental autônoma, que influenciará positivamente o bem-estar e o comportamento dos sujeitos (Deci & Ryan, 1985, 2002b), como por exemplo, a vitalidade percebida e a adesão ao exercício (Couto, Moutão, & Cid, 2012; Moutão, Alves, & Cid, 2012a; Vlachopoulos & Karavani, 2009). A pertinência deste modelo tem sido demonstrada em vários estudos a nível internacional (Markland & Ingledew, 2007; Murcia, Blanco, Galindo, Villodre, & Coll, 2007; Teixeira, Carraça, Markland, Silva, & Ryan, 2012) e nacional (Silva, Matias, Viana, & Andrade, 2012; Viana, Andrade, & Matias, 2010), no contexto escolar, desportivo e do exercício físico. Contudo, nenhum destes estudos aplicou este modelo teórico em uma amostra de praticantes de academia e personal training, isto apesar de se entender que a TAD pode auxiliar na melhor compreensão daquilo que determina a adesão destes praticantes à atividade física, permitindo assim uma intervenção profissional mais efetiva. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar a validade das relações hipotetizadas pela TAD na predição da adesão ao exercício físico em praticantes de academia e personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil. Considerando que a versão portuguesa do BREQ-2p (Palmeira, Teixeira, Silva, & Markland, 2007) foi validada com recurso a uma amostra de praticantes de exercício portugueses (Cid, Moutão, Leitão, & Alves, 2012a) e 79

98 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING que os estudos consultados no Brasil (Silva et al., 2012; Viana et al., 2010), apenas reportam os dados de fidedignidade interna (i.e. Alpha de Cronbach), foi adicionalmente objetivada a análise da validade de construto do BREQ-2p em praticantes brasileiros de academia e personal training, através da realização de uma análise fatorial confirmatória (AFC). formuladas: Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram a) O suporte da autonomia, associado à satisfação das necessidades psicológicas básicas e a regulação autônoma influencia na adesão a prática do exercício físico; b) Níveis mais elevados do suporte da autonomia estão associados a uma percepção mais elevada da satisfação das necessidades psicológicas básicas. Metodologia Amostra Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos; 165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41 masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil. Instrumentos de avaliação Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire - versão Portuguesa (PASECQp): consiste num instrumento de auto-relato adaptado ao contexto do exercício físico por Edmunds et al. (2006) a partir da versão original do Perceived Autonomy Support: Health Care Climate Questionnaire (Williams, Grow, Freedman, Ryan, & Deci, 1996) tendo sido posteriormente traduzido e validado para a língua Portuguesa (Moutão, Cid, Leitão, & Alves, 2012c). Este questionário é constituído por 6 itens, que concorrem para um único fator que avalia a perceção do suporte de autonomia dado pelo educador físico (e.g. demostra confiança na minha capacidade de realizar os exercícios). A resposta é dada numa escala ordinal de 1-7, correspondendo a opção Discordo Totalmente ao valor 1 e o Concordo Totalmente ao valor 7. 80

99 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING O valor do clima motivacional foi obtido através do cálculo da média dos 6 itens do questionário. Basic Psychological Needs in Exercise Scale - versão Portuguesa (BPNESp): consiste num instrumento de auto-relato desenvolvido especificamente para o contexto de exercício físico por Vlachopoulos e Michailidou (2006) e posteriormente traduzida e validada para a língua Portuguesa (Moutão, Cid, Leitão, Alves, & Vlachopoulos, 2012d) com o intuito de avaliar a percepção que os praticantes têm da satisfação das suas NPB. Este questionário é constituído por 12 itens, distribuídos pelos fatores de autonomia (e.g. faço exercício de acordo com aquilo que pretendo fazer), competência (e.g. sinto que o exercício é uma actividade que faço muito bem) e relação (e.g. tenho uma relação próxima com as pessoas com quem faço exercício). As respostas são dadas numa escala ordinal de 1-5, correspondendo a opção Discordo Totalmente ao valor 1 e o Concordo Totalmente ao valor 5. Os valores foram obtidos através das médias realizadas com os 12 itens, dsitribuídos pelos fatores de autonomia, competência e relação. Behavioural regulation in exercise questionnaire 2 - versão Portuguesa (BREQp-2): consiste num instrumento de auto-relato desenvolvido por Markland e Tobin (2004) traduzido e validado para a língua Portuguesa (Palmeira, Teixeira, Silva, & Markland, 2007) e posteriormente validado para o contexto do exercício em academias (Cid et al., 2012a). Este questionário é constituído por 19 itens que permitem avaliar o tipo de regulação motivacional relacionada à prática de exercícios físicos, e avaliam a amotivação e as regulações comportamentais extrínseca, introjetada, identificada e intrínseca (e.g. Gosto das minhas sessões de exercício; Faço exercício porque é divertido). As respostas são dadas numa escala ordinal de cinco dimensões, correspondendo a opção Discordo Totalmente ao valor 0 e outro extremo Concordo Totalmente ao valor 4. Os valores dos resultados encontrados foram obtidos através da média da distribuição de cada item. 81

100 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING A adesão ao exercício foi avaliada por auto-relato, considerando o tempo de prática. Tal classificação foi definida através de inquérito que indagava há quanto tempo o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que freqüenta atualmente. Tratamento e análise estatística dos dados Para a realização da AFC foi utilizado o método de estimação da máxima verossimilhança (ML: Maximum Likeliood) que avalia o modelo através do teste estatístico do qui-quadrado (χ 2 Chi-Square) e do seu nível de significância (p). Considerando a sensibilidade do valor do χ 2 à dimensão da amostra, que tornam este critério demasiado exigente em estudos nas ciências sociais onde há muitas fontes de variabilidade (Byrne, 2006), serão igualmente analisados os valores obtidos nos índices alternativos de ajustamento mais consensuais (Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012b; Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009; Kahn, 2006), designadamente: Comparative Fit Index (CFI), Non-normed Fit Index (NNFI) e o Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) e respectivo intervalo de confiança (IC) a 90%. No presente estudo, para os índices referidos, foram adotados os valores de corte sugeridos por Hu e Bentler (1999): SRMR.080, CFI e NNFI.950 e RMSEA.060. Foram também utilizadas medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão), distribuição de frequências, bem como, de correlação entre variáveis (r de Pearson) e de análise de diferenças entre grupos (Teste t de student). Foi adotado o nível de significância de p.05. Resultados Ajustamento dos modelos de medida Os modelos de medida utilizados foram examinados através de AFC que avaliaram o ajustamento do modelo de um fator e 6 itens do PASECQp, de três fatores e 12 itens do BPNESp e de cinco fatores e 18 itens do BREQ-2p (Tabela 10). 82

101 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 10 - Análise fatorial confirmatória e respetivos índices de ajustamento obtidos para cada um dos questionários utilizados Modelos χ 2 p df χ 2 /df SRMS NNFI CFI RMSEA 90% IC PASECQp BPNESp BREQ-2p* Legenda: χ 2 Qui-Quadrado; p.05 = grau de significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI Bentler-Bonnett Nonnormed Fit Index; CFI Comparative Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square; RMSEA Root Mean- Squared Error of Approximation; 90% IC intervalo de confiança a 90% para RMSEA. *sem item 4 (intrínseca) e 17 (identificada). Os resultados da AFC demonstram que os modelos de medida utilizados possuem índices de ajustamento aceitáveis. Todavia, no caso do questionário BREQ-2p o modelo de medida apenas se ajustou após a eliminação do item 17, o que já era esperado, pois segundo Cid et al. (2012a), o BREQ-2 deve ser utilizado no contexto do exercício em academias sem o item 17. No entanto, devido ao peso fatorial baixo (.25) do item 4 (regulação intrínseca), optou-se por retirá-lo do modelo. Os pesos fatoriais do PASECQp variado entre.68 e.78, os pesos fatoriais do BPNESp variado entre 38 e.80 e os pesos fatoriais do BREQ-2p variado entre.37 e.69 (apenas o item 14 regulação identificada, teve um peso abaixo de.50). Estes resultados, bem como, os valores da fidedignidade interna apresentados na tabela 2, comprovam a validade de construto das versões Portuguesas do PASECQp, BPNESp e BREQp-2 neste grupo de participantes em particular, garantindo a qualidade dos dados obtidos e permitindo, por essa razão, a sua utilização nas análises estatísticas que se seguem. Análise descritiva, correlacional e de consistência interna Como podemos observar a matriz de correlação demonstra uma relação entre as variáveis que é coerente com a TAD. Assim, o suporte de autonomia relaciona-se de forma positiva com a satisfação das três NPB, as quais por sua vez têm uma relação negativa com a amotivação e com as formas mais controladoras de regulação do comportamento (i.e. externa e introjetada) e positiva com as formas mais autônomas de regulação (i.e. identificada e intrínseca). Verifica-se igualmente que há relação negativa entre as formas motivacionais nos pólos opostos do continuum de autodeterminação (i.e. 83

102 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING motivação externa e motivação intrínseca) e mais fortes entre as formas de regulação mais próximas. Por último, no que diz respeito à adesão ao exercício, as formas menos autodeterminadas relacionam-se negativamente com o tempo de prática e as regulações mais autodeterminadas relacionam-se positivamente com o tempo de prática. Tabela 11 - Estatística descritiva das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados Varáveis Latentes Min - Máx M DP Suporte da Autonomia NPB Autonomia NPB Competência NPB Relação Amotivação Regulação Externa Regulação Introjetada Regulação Identificada Regulação Intrínseca Tempo de Prática Legenda: M = Média; DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo. Tabela 12 - Análise correlacional e consistência interna (na diagonal) das variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados Varáveis Latentes Sup. Autonomia α =.88 2.NPB Autonomia.400** α =.67 3.NPB Competência.405**.406** α =.76 4.NPB Relação.431**.322**.542** α =.82 5.Amotivação -.086* ** α =.65 6.Reg. Extrínseca * ** α =.74 7.Reg. Intrínseca.111**.089*.163*.185**.093*.197** α =.66 8.Reg. Identificada.177**.116**.339**.231** -.094* ** α =.52 9.Reg. Introjetada.213**.196**.292**.270** -.121** -.120**.147**.402** α = Tempo de Prática *.084* ** -.124** **.130** - Legenda: NPB = necessidade psicológica básica. ** p.01; * p.05 Efeito preditivo da TAD sobre a adesão ao exercício físico Foram analisadas as relações causais propostas pela TAD e seu efeito na adesão ao exercício, com recurso a um modelo de equações estruturais. Por questões de simplificação do modelo, foi utilizado um índice global de satisfação das necessidades psicológicas básicas, constituído pelas três necessidades psicológicas, que foi validado num modelo de medida como fator de 2ª ordem (Moutão et al., 2012d). A utilização de um índice desta natureza 84

103 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING não é inédita e encontra suporte empírico em diversos estudos (Deci et al., 2001; Gagné, 2003; Ntoumanis, 2005; Vlachopoulos, 2007). Pela mesma razão foi utilizada uma medida de regulação autônoma que consiste na média aritmética entre as duas escalas de regulação mais autodeterminada (i.e. regulação identificada e regulação intrínseca). Esta medida de regulação autônoma está em conformidade com os pressupostos teóricos da TAD (Deci & Ryan, 1985, 2002a) e foi recentemente validada psicometricamente em praticantes de exercício portugueses (Cid et al., 2012a). No presente estudo estes índices obtiveram níveis aceitáveis de consistência interna, principalmente,.68 (motivação autônoma),.67 (motivação controlada) e.83 (necessidades psicológicas básicas). Os resultados revelaram que o modelo apresenta um bom ajustamento aos dados da amostra (χ 2 = ; p =.000; df = 52; χ 2 /df = 4.514; SRMS =.049; NNFI =.906;CFI =.926; RMSEA =.077; RMSEA 90% CI = ). As correlações múltiplas quadradas indicam que o suporte da autonomia explica 40 % da satisfação das NPB, a qual explica 32 % da regulação autônoma, que por sua vez explica 6 % da variação na adesão ao exercício, ou seja, do tempo o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que freqüenta atualmente. Figura 5 - Modelo de equações estruturais em que se analisa as relações causais entre as variáveis da TAD e seu efeito sobre a adesão ao exercício Nota: todos os parâmetros são apresentados de forma estandardizada e representam efeitos significativos (p.01) Análise comparativa A análise da Tabela 13 permite verificar que os praticantes de personal training sentem um suporte da autonomia dada pelo educador físico significativamente maior, que parece refletir uma percepção significativamente 85

104 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING mais elevada que têm da satisfação da necessidade psicológica de relação, quando comparado aos praticantes de academia. Em coerência com esses resultados, os praticantes de personal training apresentam valores significativamente mais elevados de regulação identificada, ao passo que os praticantes de academia se diferenciam por terem valores significativamente mais elevados de amotivação e regulação externa. Consequentemente a adesão para o exercício físico foi significativamente superior nos praticantes de personal training. Tabela 13 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para prática de exercício físico entre praticantes de academia e personal training Total Academia Personal Training Média DP Média DP Média DP p Sup. Autonomia * NPB Autonomia NPB Competência NPB Relação * Amotivação * Reg. Externa * Reg. Introjetada Reg. Identificada * Reg. Intrínseca Adesão (meses) * Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05 A Tabela 14 mostra que tanto ao nível dos praticantes de academia como de personal training os gêneros tendem a não se diferenciar entre si. A exceção prende-se com os praticantes de academia do gênero feminino que apresentam uma regulação identificada significativamente mais elevada do que os do gênero masculino, assim como os praticantes do gênero feminino de personal training que apresentam uma regulação externa significativamente menor e uma regulação introjetada significativamente maior do que o gênero masculino. 86

105 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Tabela 14 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de exercício físico entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training Academia Personal Training Feminino Masculino Feminino Masculino Média DP Média DP p Média DP Média DP p Sup. Autonomia NPB Autonomia NPB Competência NPB Relação Amotivação Reg. Externa * Reg. Introjetada * Reg. Identificada Reg. Intrínseca Adesão (meses) Legenda: DP = desvio-padrão; *p.05 Discussão O presente estudo teve como objetivo estudar a influência do suporte de autonomia induzido pelo educador físico, sobre a satisfação das NPB e a regulação motivacional nos praticantes de exercício de academia e personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, bem como, o efeito na adesão ao exercício físico. Dada a inexistência de valores de fidedignidade e validade de construto dos questionários PASECQp, BPNESp e BREQp-2 em praticantes de exercício físico no Brasil, estes aspectos foram analisados previamente. Os resultados obtidos na amostra recolhida comprovam a fidedignidade e validade de construto destes questionários na amostra recolhida, garantindo a qualidade dos dados obtidos. Todavia, no caso do BREQp-2, o modelo de medida apenas se ajustou aos dados recolhidos após a eliminação do item 17. Os problemas com este item já se tinham verificado, tanto na versão original (Markland & Tobin, 2004), como no estudo realizado em praticantes de exercício Portugueses (Cid et al., 2012a). Além disso, também houve a necessidade de eliminar o item 4, devido a fraca associação ao fator no qual se deveria associar (i.e. regulação intrínseca), o que reforça a necessidade de alguma revisão semântica no futuro. Seja como for, a eliminação destes itens no cálculo da regulação intrínseca e identificada contribuiu para a obtenção de um valor mais realista na avaliação dos construtos desta escala, reforçando a 87

106 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING importância de se testar previamente os modelos de medida dos questionários utilizados, o que se torna ainda mais pertinente no caso de não existir ainda nenhuma informação prévia a esse respeito. A análise correlacional realizada entre as variáveis revelou um padrão de relações coerente com os pressupostos teóricos da TAD (Deci & Ryan, 1985), já que os tipos de regulação motivacional se correlacionaram positivamente com os construtos mais próximos, e negativamente com os mais distantes, da mesma forma, no que diz respeito à adesão ao exercício, as formas menos autodeterminadas correlacionam-se negativamente com o tempo de prática e as regulações mais autodeterminadas correlacionam-se positivamente com o tempo de prática, o que de certa forma vai ao encontro de alguns estudos recentes realizados neste contexto específico (Couto et al., 2012; Moutão et al., 2012). Em relação ao ajustamento de um modelo de equações estruturais baseado nas relações hipotetizadas pela TAD, os resultados encontrados confirmaram que o suporte de autonomia promovido pelo educador físico, percepcionado pelo praticante, irá promover a satisfação das suas NPB, que por sua vez, irá ter um impacto positivo sobre a regulação do seu comportamento para formas mais autônomas, a qual irá por fim ter um efeito positivo na adesão ao exercício. Estes resultados confirmam a primeira hipótese levantada neste estudo. Os pressupostos da TAD analisam a razão pela qual uma pessoa atua (i.e. grau em que sua motivação é mais ou menos autodeterminada), como os diversos tipos de motivação levam a diferentes comportamentos, e como as condições sociais apóiam ou prejudicam o bem-estar humano por meio de suas necessidades psicológicas básicas (Vierling, Standage, & Treasure, 2007). De acordo com os resultados do presente estudo, o suporte de autonomia dado pelo educador físico (i.e. oferece escolhas, minimiza a pressão e o controle, etc.), favoreceu a satisfação das necessidades psicológicas básicas e está na base do comportamento autodeterminado para prática de exercício físico. Aparentemente, o efeito do clima motivacional induzido pelos educadores físicos sobre a motivação dos praticantes foi mediado pela satisfação ou não 88

107 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING satisfação das necessidades psicológicas básicas, conforme sugerido teoricamente por Ryan e Deci (2007) e empiricamente por Moutão et al. (2012). No que diz respeito à análise comparativa entre gêneros, foi possível verificar que os praticantes de personal training sentem um maior suporte da autonomia dada pelo educador físico, que se reflete numa percepção significativamente mais elevada de satisfação da necessidade psicológica de relação, este fato talvez se dê pelo acompanhamento mais próximo por parte do educador físico. De acordo com a TAD os seres humanos estão inerentemente motivados para se sentirem filiados a outros dentro da sua realidade social (i.e. relação). O esperado era que tais praticantes com um maior suporte da autonomia, percepcionassem de forma mais elevada à satisfação de todas as necessidades psicológicas básicas (i.e. relação, competência e autonomia), por esse motivo negamos em parte a segunda hipótese desta pesquisa. Em coerência com esses resultados, os praticantes de personal training apresentam valores significativamente mais elevados de regulação identificada, tal resultado talvez seja justificado pelo fato de que embora seja considerada uma forma motivacional extrínseca, a identificação consiste na aceitação de um comportamento por parte do sujeito como pessoalmente importante, permitindo sentir algum controle e possibilidade de escolha da atividade, mesmo que por razões extrínsecas (Deci & Ryan, 1985). Como tal, inicia-se um processo de assimilação dos benefícios do presente envolvimento, procedendo-se a percepção de autonomia e possibilidade de escolha de algumas das atividades a desenvolver (Coakley & White, 1992). Nota-se ainda que, de acordo com um estudo recente de revisão realizado por (Teixeira et al., 2012), a partir de 66 estudos empíricos, existe uma certa consistência para que a regulação identificada assuma uma maior preponderância na predição da adesão a longo prazo ao exercício, comparando com a motivação intrínseca. Também no estudo realizado por Cid et al (2012a), os sujeitos da amostra (550 praticantes de exercício), pela análise dos valores médios da regulação da sua motivação, evidenciaram que estavam envolvidos na prática por questões de valorização do exercício, já que os valores médios da regulação identificada foram os mais altos. 89

108 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING Por outro lado, os praticantes de academia se diferenciam por terem valores significativamente mais elevados de amotivação e regulação externa. A amotivação, apesar de teoricamente refletir o fato do sujeito não realizar o comportamento, nem ter a intenção de fazê-lo, pode também estar presente em indivíduos já envolvidos numa atividade, ocorrendo, segundo Ryan e Deci (2007), quando o sujeito não valoriza (ou deixar de valorizar) a atividade, de não se sentir (ou deixar de se sentir) competente na sua realização, e nem acredita (ou deixa de acreditar) nos seus resultados. No caso na regulação externa, o sujeito realiza o comportamento para obter recompensas ou evitar punições. A regulação externa corresponde ao tipo de motivação extrínseca menos autodeterminada e é a forma mais básica e menos autônoma da motivação extrínseca, na qual os comportamentos regulados externamente são realizados de modo que o indivíduo obtém uma recompensa ou satisfaz a uma demanda externa (Reeve, Deci, & Ryan, 2004). Tanto os praticantes de academia, como os de personal training de ambos os gêneros tendem a não se diferenciar entre si no que se refere a regulação da motivação. De fato, os resultados alcançados parecem ir ao encontro de outros estudos realizados no mesmo contexto (Moutão, Alves, Couto, & Cid, 2012), que evidenciam a tendência para que não haja diferenças entre gêneros no que respeita a forma como os praticantes regulam a sua motivação, principalmente nas suas formas mais autodeterminadas. No entanto, no presente estudo, verificamos algumas exceções entre os praticantes de academia do gênero feminino que apresentam uma regulação identificada significativamente mais elevada do que os do gênero masculino, o que poderá estar relacionado com uma maior identificação com as razões pelas quais realizam o comportamento. Na regulação identificada, as pessoas se comportam de forma previsível, como se fosse sua própria maneira de pensar (Ryan & Deci, 2000b). Os praticantes do gênero feminino de personal training apresentam uma regulação externa significativamente menor e uma regulação introjetada significativamente maior do os praticantes de personal training masculino, que reflete certo grau de autonomia, porque nesse caso a pessoa age como se estivesse passando para dentro de si as regras e os comandos de outros, 90

109 ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING fazendo com que uma voz introjetada gere recompensas e punições autoadministradas (Ryan & Deci, 2000b). Os resultados demonstram que os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e mais adesão ao exercício. Esses achados estão em conformidade com os pressupostos da TAD, que sugerem que as pessoas mais autodeterminadas estão mais propensas a se engajarem em determinados comportamentos do que aquelas com baixa autodeterminação (Deci & Ryan, 2000). As pesquisas têm verificado que pessoas mais autodeterminadas para a prática de exercícios físicos e esportes apresentam maior adesão a essas atividades (Edmunds et al., 2006; Ntoumanis, 2005; Wilson & Rodgers, 2004). Entende-se que a TAD pode auxiliar na melhor compreensão da qualidade da motivação que leva os praticantes de academia e personal training a aderirem ou não à prática de exercício físico, o que poderá ser um facilitador para uma intervenção profissional mais eficaz. 91

110 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES Considerações Finais e Conclusões 5 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 92

111 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES 5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS No princípio deste trabalho dissertativo foi levantado um conjunto de questões às quais pretendíamos reponder com base nos resultados encontrados em cada estudo desenvolvido nesta investigação. Assim, tentaremos dar resposta a seguir aos pontos pré-definidos e propostos inicialmente. 1) Quais os motivos prevalentes para prática de exercício físico? Os resultados revelaram que praticantes de academia e de personal training não apresentam apenas um único motivo ou fator determinante para aderirem à prática de exercício físico, conforme elucidado por Weinberg e Gould (2010) e verificado na recente revisão da literatura sobre adesão a prática de exercícios físicos em academias de ginástica (Liz et al., 2010), onde os motivos mais citados para a adesão foram saúde, estética, resistência, condicionamento/ aptidão física, bem-estar, prazer e socialização. Por outro lado, os resultados obtidos parecem apresentar a existência de uma base comum de motivação associada à prática das modalidades de academia e de personal training, que se justifica pelo simples fato de ambas as modalidades terem o mesmo propósito de melhorar a saúde. Apesar dessa base comum, neste estudo verifica-se a existência de diferenças estatisticamente significativas ao nível da importância que alguns dos quatorze motivos assumem tendo em conta o gênero e a modalidade praticada. Verificou-se que os motivos significativamente mais importantes para prática de atividade física para os praticantes de personal training foram a agilidade e a prevenção de doenças e para os praticantes de academia foram prazer, força/ resistência, desafio, socialização, competição e reconhecimento social. 93

112 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES 2) Qual o papel do clima motivacional e da orientação dos objetivos de realização para prática de exercício físico? Os resultados parecem evidenciar um efeito positivo significativo entre as variáveis da teoria dos objetivos de realização, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego, o que demonstra concordância com os pressupostos teóricos do modelo (Nicholls, 1984, 1989), inclusivamente quando aplicado no contexto do desporto (Duda, 1992) ou no contexto do exercício (Georgiadis et al., 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick & Markland, 2008). O clima motivacional do contexto onde o exercício se desenrola e a orientação dos objetivos de realização tem um efeito significativo na satisfação das necessidades psicológicas básicas dos praticantes. A percepção de um clima motivacional orientado para a mestria (um contexto que coloca ênfase no empenho, esforço, cooperação e desenvolvimento pessoal) é um preditor positivo da autonomia (sendo que os praticantes se sentem mais capazes em regular as suas próprias ações), de competência (sendo que os praticantes se sentem mais eficazes no cumprimento do seu programa de exercício) e de relação (sendo que os praticantes se sentem mais interligados uns com os outros). 3) Qual o resultado da mediação das necessidades psicológicas básicas, sobre a regulação autônoma e seu efeito na adesão ao exercício físico? A satisfação das necessidades psicológicas básicas tem um resultado significativo na forma como os praticantes regulam o seu comportamento. O cumprimento das três necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relação) são um preditor positivo da motivação autônoma dos praticantes (regulação identificada e intrínseca). 94

113 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES Os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e uma maior adesão ao exercício físico quando comparados aos praticantes de academia. O modelo de equações estruturais hipotetizado, demonstrou que o suporte de autonomia promovido pelo educador físico promove a satisfação das necessidades psicológicas básicas, que por sua vez, têm um efeito positivo sobre a regulação autônoma, que prediz positivamente a adesão dos praticantes ao exercício físico. Entende-se que a TAD e a TOR podem auxiliar na melhor compreensão da qualidade da motivação que leva os praticantes de academia e personal training a aderirem ou não à prática de exercício físico, o que poderá ser um facilitador para uma intervenção profissional mais eficaz. Faz-se importante realçar que ambos os modelos analisados (hipotetizados pela TAD e pela TOR) explicaram apenas uma pequena quantidade da variância da adesão ao exercício físico, o que é muito comum na área das ciências sociais e humanas. De fato, o poder preditivo das teorias explicativas do comportamento é ainda de nível moderado no domínio da investigação em atividade física (Biddle & Fuchs, 2009). Sendo assim, apesar de acreditarmos que os resultados obtidos acrescentam conhecimento para que se possa compreender melhor o comportamento de adesão ao exercício físico, num contexto tão particular como são as academias e principalmente o personal training, não podemos deixar de sentir alguma insatisfação em face ao que conseguimos atingir. Por esse motivo, provavelmente, este sentimento será um forte impulsionador da nossa vontade de no futuro querer ir além CONCLUSÕES Considera-se que todas as conclusões de uma investigação pressupõem dois aspectos: por um lado, um balanço sobre as principais contribuções do trabalho desenvolvido; por outro, um esforço de reflexão sobre as limitações decorrentes das diferentes opções consideradas, da qual deriva a explanação de algumas questões levantadas pelos dados obtidos. 95

114 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES Esta conclusão não pretende ser um ponto final do trabalho, mas sim um patamar que permita perspectivar a realidade investigada de uma forma mais alargada, permitindo a reorganização das questões, e sugerindo novas pistas para a investigação. Os resultados juntamente com o referencial teórico deste estudo nos trouxeram algumas conclusões e perspectivas futuras. O presente estudo apresenta alguns aspectos positivos que devem ser mencionados. Primeiramente o caráter inovador desta investigação, centrada no contexto da motivação para prática de exercício físico em praticantes de academia e personal training no Brasil, fato que explica a escassez de referências brasileiras com este tipo de amostra. Dada a inexistência de instrumentos de medida adequados validados em praticantes de exercício físico no Brasil, procedemos também à validação da versão Brasileira dos inventários PMCEq, GOEMp, BREQp-2, PASECQp, EMI-2 e BPNESp a partir das versões Portuguesas. Além disso, na literatura pesquisada, observa-se que outros estudos consideraram os programas de exercícios físicos somente em academias de ginástica sem diferenciar do personal training (Liz et al., 2010; Rojas, 2003; Silva et al., 2008), como no caso desta investigação. Por estes motivos, a recolha bibliográfica e a reflexão produzida, poderão constituir importantes ferramentas de apoio a investigações futuras nesta área. A validação prévia dos seis questionários aplicados na amostra da presente invetigação (i.e. praticantes brasileiros de academia e personal training): Basic Psychological Needs in Exercise Scale (BPNES), Perceived Autonomy Support: Exercise Climate Questionnaire (PASECQ), Goal Orientation in Exercise Measure (GOEM), Behavioural regulation in exercise questionnaire (BREQ), Exercise Motivation Inventory (EMI-2) e Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire (PMCEQ) confirmou que todos os instrumentos ajustam-se a tal amostra. As informações obtidas com estes questionários podem constituir em importantes materiais que poderão causar influencia profissional, permitindo aos educadores físicos e pesquisadores avaliarem a qualidade da sua intervenção e fazer eventuais ajustamentos de melhoria. Estes pressupostos assumem um relevo particular em face dos resultados obtidos em cada modelo de equações estruturais onde, no primeiro 96

115 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES modelo apresentado neste estudo, o clima para a mestria e para a performance estão definidos como tendo um efeito direto sobre a orientação para a tarefa e para o ego, respectivamente, sendo que ambas as orientações irão ter um resultado positivo na adesão ao exercício físico e no segundo modelo apresentado, onde o suporte de autonomia promovido mediado pela satisfação das necessidades psicológicas básicas, irá ter um efeito positivo sobre a regulação autônoma, a qual por sua vez irá por fim ter uma impressão positiva na adesão ao exercício físico. Estes efeitos estão em conformidade com os pressupostos da TOR e da TAD, uma vez que os modelos testados revelaram índices de ajustamento que permitem assumir as suas respectivas validades. A partir dos cuidados éticos, metodológicos e estatísticos, os resultados indicam que os motivos mais prevalentes para a prática de exercício físico são: quanto ao tipo de atividade (os praticantes de academia indicam motivos mais relacionados com o prazer, o desafio, a socialização, e os praticantes de personal training mais relacionados com a prevenção de doenças), e quanto ao gênero (os praticantes femininos apresentam motivos mais relacionados com as questões de saúde (física e mental) e os masculinos com questões de condição física (competição e reconhecimento social), levando em conta estas conclusões, se aceita a primeira hipótese deste estudo. Quanto ao perfil motivacional dos praticantes de academia e de personal training, neste estudo verifica-se a existência de diferenças estatisticamente significativas ao nível da importância que alguns dos motivos avaliados para prática de exercício físico assumem, tendo em conta o gênero e a modalidade praticada. Esta afirmação está de acordo com a segunda hipótese deste trabalho. Em relação a orientação dos objetivos de realização e o clima motivacional os principais resultados revelaram que a orientação para Tarefa é mais elevada em ambos os gêneros e nos dois grupos de praticantes estudados e todas as variáveis se correlacionam positivamente de forma significativa, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego, porém, os praticantes de personal training e academia diferem significativamente na 97

116 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES percepção do clima motivacional, resultado este, que nos permite negar a terceira hipótese desta investigação. O modelo de equações estruturais hipotetizado pela TOR, parece evidenciar que o clima para a mestria e para a performance tem um efeito direto sobre a orientação para a tarefa e para o ego em ambos os grupos estudados, desta forma aceita-se a quarta hipótese desta pesquisa. Quanto ao suporte da autonomia, a satisfação das necessidades básicas e o tipo de regulação motivacional, os resultados parecem revelar que os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e mais adesão ao exercício físico, em virtude destas conclusões, rejeita-se em parte a quinta hipótese deste estudo, pois se pensava que tanto praticantes de academia como de personal training apresentariam um comportamento mais autodeterminado e consequentemente, teriam maior adesão ao exercício físico. Através das evidências encontradas neste estudo, podemos concluir que os praticantes de personal training sentem um maior suporte da autonomia dada pelo educador físico, que se reflete numa perceção significativamente mais elevada somente na satisfação da necessidade psicológica de relação, quando o esperado era que tais praticantes com um maior suporte da autonomia, percepcionassem de forma mais elevada à satisfação de todas as necessidades psicológicas básicas (i.e. relação, competência e autonomia), por esse motivo negamos em parte a sexta hipótese desta pesquisa. Após analisar estas conclusões, percebe-se o quanto se faz importante que os educadores físicos estejam preparados e alertas quanto ao tipo de orientação e de clima motivacional e quanto ao modelo de regulação da motivação que devem oferecer a cada praticante, juntamente com a promoção do suporte da autonomia e satisfação das necessidades psicológicas básicas, através de qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de modo a tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestas modalidades de exercício físico. 98

117 6. PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS Pressupostos, Limitações e Perspectivas de Investigações Futuras 6 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 99

118 PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS 6. PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS 6.1. PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES O presente estudo observou, analisou, comparou e discutiu informações referentes a adultos (acima de 18 anos), de ambos os gêneros, inscritos em programas de treinamento em academia e personal training. O tema desenvolvido tem componentes pessoais, psicossociais e ambientais que podem ser percebidos subjetivamente ou estarem relacionados com características culturais de grupos populacionais. Destaca-se que os resultados que foram discutidos nesta investigação consideraram as características ambientais e culturais dos grupos estudados. Diferentes abordagens têm sido utilizadas no processo de avaliação da motivação, e mais precisamente, na avaliação da motivação à prática regular de atividade física e alguns autores (Anastasi & Urbina, 2000; Balbinotti, 1994, 2001; Cunha, 2000) evidenciam que a forma mais objetiva e sistemática de acessar este tipo de informação é com o uso de questionários, inventários e/ou escalas métricas de construtos pessoais, pois tem-se verificado que estes materiais quando bem elaborados e avaliados com critérios específicos demonstram serem instrumentos valiosos para a obtenção de informações e ainda constituem-se por ser um modo relativamente barato e de fácil aplicação. Todavia, a administração de questionários é um método de coleta de dados que apresenta algumas limitações devido à influência de diversos fatores, como método de aplicação e a fidedignidade das respostas (Montoye, Kemper, Saris, & Washburn, 1996). Além disso, a maioria dos estudos que avalia a adesão focaliza-se em medidas auto-reportadas (Gillison, Standage, & Skevington, 2006; Murcia, Blanco, Galindo, Villodre, & Coll, 2007), que apesar de ser ainda o método mais eleito em pesquisas que exploram as relações entre a atividade física e outras variáveis associadas aos indicadores de saúde (Jorgensen et al., 2009), medir a atividade física através de medidas auto-relatadas é um processo com algumas limitações e dificuldades (Sallis & Saelens, 2000). 100

119 PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS A participação dos sujeitos foi voluntária no processo e a seleção da amostra foi por conveniência. Devido a essas características, a discussão dos resultados e as conclusões deste estudo limitaram-se às características dessa amostra PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS Tendo em vista as considerações acima expostas, novos estudos poderiam ser conduzidos de maneira a explorar profundamente os aspectos inerentes a adesão, pois nesta investigação avaliamos a mesma através do tempo de prática no local atual de treino, uma sugestão interessante e mais abrangente seria considerar também o número de vezes por semana que o indivíduo treina (i.e. freqüência), o tempo em que permanece treinando (i.e. duração do treino) e o número de aulas que é realizado em cada dia de treino, estando de acordo com alguns autores que recomendam como indicadores fundamentais o tipo, a duração, a frequência e a intensidade da prática dos sujeitos (Buckworth & Dishman, 2002). O instrumento de avaliação da regulação do comportamento (BREQ), apesar de ter revelado qualidades psicométricas aceitáveis, também revelou algumas fragilidades quando aplicado ao contexto específico do exercício físico em praticantes de academia e personal training, o modelo de medida apenas se ajustou aos dados recolhidos após a eliminação dos itens 4 e 17. Os problemas com estes itens já se tinham verificado igualmente noutro estudo realizado em praticantes de exercício Portugueses (Cid, Moutão, Leitão, & Alves, 2012). Tal acontecimento sugere a realização de novos estudos a fim de proporcionar uma revisão deste instrumento, de forma a adequá-lo a populações em geral de praticantes de exercício físico, o que reforça uma vez mais a necessidade da sua futura retificação. Além disso, tal como recomendam Hagger e Chatzisarantis (2008), tais esforços devem ser proporcionados no sentido de preencher a lacuna existente neste instrumento. Outra sugestão seria adotar uma abordagem qualitativa (i.e. aplicação de entrevistas e filmagem), de forma a dar uma nova leitura dos dados e de tentar suprir a deficiência na utilização de instrumentos, pois a administração de questionários é um método de recolha de dados que apresenta limitações 101

120 PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS devido à influência de diversos fatores, como método de aplicação e a fidedignidade das respostas (Montoye et al., 1996). Embora acredite-se que os resultados obtidos com esta investigação acrescentem conhecimento para que se possa compreender melhor o comportamento de adesão ao exercício físico, num contexto específico de academia e personal training, observa-se o quanto ainda há que se investigar para que tais indivíduos mudem seu comportamento inativo. Tal fato causa consumição e nos impulsiona a continuar realizando novos estudos a fim de descobrir os aspectos inerentes a adesão e poder melhor explicar os fenômenos relativos ao desenvolvimento humano. 102

121 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Referências Bibliográficas 7 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 103

122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM. (2013). Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription (7th ed.). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins. Albuquerque, C. L. F., & Alves, R. S. (2007). A evasão dos alunos das academias: Um estudo de caso no centro integrado de estética e atividade física - CIEAF, na cidade de Caicó - RN. Dominium Revista Científica da Faculdade de Natal, 1, Alves, J., & Lourenço, A. (2003). Tradução e Adaptação do Questionário de Motivação para o Exercício. Desporto, Investigação e Ciência, 2, Ames, C. (1984). Competitive, cooperative, and individualistic goal structure: A motivational analysis. (Vol. 1). New York: Academic Press. Ames, C. (1992). Classrooms: goals, structure, and student motivation. Journal of Educational Psychology., 84, Anastasi, A., & Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre: Artmed. Arbuckle, J. (2006). AMOS 7.0 User Guide. Chicago, IL: SPSS, Inc. Balbinotti, M. A. A. (1994). Significado Social do Conceito e da Avaliação da Inteligência: Perspectiva Histórica e levantamento de Opiniões. Unpublished Dissertação de mestrado, PUCRS, Porto Alegre. Balbinotti, M. A. A., & Barbosa, M. L. L. (2008). Análise da consistência interna e fatorial confirmatório do IMPRAF- 126 com praticantes gaúchos de atividades físicas. Psico-USF, 13, Balbinotti, M. A. A. (2001). Vers um modele explicatif de La cristallisation dês préférences professionalles durant l adolescence. Unpublished Tese de doutorado, Universidade de Montreal, Canadá. Balbinotti, M. A. A., Barbosa, M. L. L., Balbinotti, C. A. A., & Saldanha, R. P. (2011). Motivação à prática regular de atividade física: um estudo exploratório. Estudos de psicologia, 16,

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143 8. ANEXOS Anexos 8 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto de academia e personal training. 125

144 ANEXO I INSTRUÇÕES GERAIS DE PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS 1) Expresse a sua opinião com a máxima sinceridade e indique aquilo que realmente pensa e sente; 2) Não existem respostas certas ou erradas. A sua opinião é que é a verdadeira; 3) Tenha sempre em consideração a escala de resposta indicada; 4) Em caso de duvidas, responda de acordo com a primeira impressão que teve ao ler a afirmação; 5) Coloque um circulo em redor do número que melhor reflita o seu grau de concordância; CARACTERIZAÇÃO PESSOAL 1. Sexo: Feminino Masculino 2. Idade: 3. Estatura: cm 4. Peso: Kg 5. Há quanto tempo é praticante de exercícios (anos e/ou meses)? anos meses 6. Há quanto tempo é praticante de exercício neste ambiente (anos e/ou meses)? anos meses 7. Qual e a freqüência da sua prática (nº sessões por semana)? Quantas horas totais por semana? 8. Como se considera enquanto praticante de exercício neste ambiente (escolha apenas uma opção)? Praticante de Personal Training Praticante de modalidades em academia 9. Além da atividade que realiza habitualmente no seu ambiente de treino, existe outra atividade que pratique regularmente fora do seu ambiente de treino? Qual? (nº sessões por semana)? Quantas horas totais por semana?

145 ANEXO II QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO ESTUDO 1 QUESTIONÁRIO DE MOTIVAÇÃO PARA O EXERCÍCIO (EMI - 2) The Exercise Motivations Inventory Se considerar que uma afirmação não é, de maneira nenhuma, verdadeira para si, deverá assinalar "0". Se entender que a afirmação é completamente verdadeira para si, assinale "5". Se entender que uma afirmação é parcialmente verdadeira para si, assinale "1", "2", "3" ou "4", de acordo com a intensidade com que essa mesma afirmação reflete o porquê de você praticar exercício físico. Nada verdadeiro para mim Completamente verdadeiro para mim Pessoalmente, faço exercício físico (ou poderei vir a fazer) 1 Para me manter elegante Para evitar ficar doente Porque me faz sentir bem Para me ajudar a parecer mais novo Para mostrar o meu mérito/valor perante os outros Para ter tempo para pensar Para ter um corpo saudável Para me fortalecer/tornar mais robusto Porque gosto da sensação de me exercitar Para passar tempo com os amigos Porque o meu médico me aconselhou Porque gosto de tentar ganhar/vencer quando faço atividade física Para me manter/tornar mais ágil Para ter objetivos que orientem o meu esforço

146 15 Para perder peso Para prevenir problemas de saúde Porque o exercício físico é revigorante Para ter um corpo bonito Para comparar as minhas capacidades com as dos outros Porque ajuda a reduzir a tensão Porque pretendo manter uma boa saúde Para aumentar/melhorar a minha resistência Porque o exercício físico me satisfaz tanto no momento da prática como fora dela Para tirar partido/desfrutar dos aspectos sociais inerentes à prática do exercício físico Para ajudar a prevenir uma doença familiar/hereditária Porque gosto de competir Para manter a flexibilidade Porque me proporciona situações desafiantes Para me ajudar a controlar o peso Para evitar doenças do coração Para recarregar energias Para melhorar a minha aparência Para ser reconhecido pelas minhas prestações/realizações Para ajudar a gerir/controlar o stress Para me sentir mais saudável Para me tornar mais forte Por gostar da experiência de praticar exercício físico Para me divertir estando ativo com outras pessoas Para me ajudar a recuperar de uma doença/lesão Porque gosto da competição física Para me manter/tornar flexível

147 42 Para desenvolver habilidades/capacidades pessoais Porque o exercício físico ajuda-me a queimar calorias Para ter um aspecto mais atrativo Para alcançar coisas que os outros não conseguem Para libertar a tensão Para desenvolver os músculos Porque me sinto na minha melhor forma quando faço exercício físico Para fazer novos amigos Porque acho o exercício físico divertido, especialmente quando envolve competição Para me avaliar em função de critérios pessoais

148 ANEXO III QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 2 QUESTIONÁRIO DE ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO NO EXERCÍCIO (GOEMp) A sua opinião acerca do significado do sucesso na prática de atividade física/exercício... Discordo Totalmente Discordo Não Concordo Concordo Concordo totalmente 1)...dou o meu melhor durante os exercícios )...os outros praticantes não fazem os exercícios tão bem quanto eu )...faço progressos )...atinjo o(s) objetivo(s) a que me propus )...consigo mostrar aos outros praticantes que sou melhor do que qualquer um deles )...sinto que melhorei )...provo a mim próprio(a) que sou o(a) único(a) que consegue fazer um determinado exercício )...sei que sou mais capaz do que os outros praticantes )...faço exercício a um nível que reflete uma melhoria pessoal )...consigo provar aos outros praticantes que sou o(a) melhor ATMOSFERA TÍPICA (PMCEQp) Neste questionário, pedimos que você indicasse a forma como vê e sente o ambiente ( atmosfera típica ) da atividade/exercício que mais pratica atualmente na sua academia. Lembre-se que não existem respostas certas ou erradas. O que realmente importa é que nos indique o que pensa, com a máxima sinceridade. Nesta atividade... Discordo Totalmente Discordo Não concordo, Nem discordo 1) os praticantes sentem-se bem quando fazem os exercícios melhor do que os outros ) o(a) instrutor(a) centra-se na melhoria da execução dos praticantes ) superar o que os outros fazem é importante ) a progressão de cada um dos praticantes é importante ) os praticantes são encorajados a superar o que os outros fazem ) o(a) instrutor(a) quer que os praticantes tentem fazer novos exercícios ) fazer melhor que os outros é importante ) os praticantes são incentivados a trabalhar os seus pontos fracos ) só os melhores praticantes é que dão nas vistas ) os praticantes são encorajados a superarem-se a si próprios durante o exercício Concordo Concordo Totalmente

149 ANEXO IV QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 3 SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS (BPNESp) Gostaríamos de saber qual o seu grau de autonomia, competência e de relação social durante as suas sessões de exercício (tenha em linha de conta aquilo que respondeu na questão 8). Geralmente, ao praticar exercício físico sinto que... Discordo Totalmente Discordo Não Concordo, Nem Discordo Concordo Concordo Totalmente 1) faço grandes progressos em relação ao(s) objetivo(s) que pretendo atingir ) estou bem com as pessoas com quem faço exercício ) faço exercício de acordo com os meus interesses ) realizo com sucesso as atividades do meu programa de exercício ) tenho uma relação muito amigável com as pessoas com quem faço exercício ) faço exercício de acordo com aquilo que pretendo fazer ) o exercício e uma atividade que faço muito bem ) tenho uma excelente comunicação com as pessoas com quem faço exercício ) faço exercício de acordo com aquilo que verdadeiramente sou ) sou capaz de cumprir com as exigências do meu programa de exercício ) tenho uma relação próxima com as pessoas com quem faço exercício ) tenho a oportunidade de fazer escolhas em relação aos exercícios PERCEPCÃO DE AUTONOMIA (PASECQp) Gostaríamos de saber como se sente em relação ao instrutor da atividade/exercício que mais pratica atualmente na sua academia (leve em consideração aquilo que respondeu na questão 8). Ao praticar atividade física, geralmente, sinto que o meu instrutor Discordo Totalmente Discordo Bastante Discordo Não Concordo, Nem Discordo Concordo Concordo Bastante Concordo Totalmente 1. apresenta-me opções de escolha compreende-me considera a forma como eu gosto de realizar os exercícios deixa-me à vontade para colocar questões demonstra confiança na minha capacidade de realizar os exercícios tenta compreender o meu ponto de vista antes de sugerir algo novo

150 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO (BREQp-2) Gostaríamos de saber as razões fundamentais que o (a) levaram a praticar exercício físico. Porque é que faz exercício? Não é verdade para mim Algumas vezes é verdade para mim Muitas vezes é verdade para mim 1) Faço exercício porque outras pessoas dizem que devo fazer ) Sinto-me culpado(a) quando não faço exercício ) Dou valor aos benefícios/vantagens do exercício ) Faço exercício porque e divertido ) Não vejo porque e que tenho de fazer exercício ) Participo no exercício porque os meus amigos/família dizem que devo fazer ) Sinto-me envergonhado(a) quando falto a uma sessão de exercício ) E importante para mim fazer exercício regularmente ) Não percebo porque e que tenho de fazer exercício ) Gosto das minhas sessões de exercício ) Faço exercício porque os outros vão ficar insatisfeitos comigo se não fizer ) Não percebo o objetivo de fazer exercício ) Sinto-me fracassado(a) quando não faço exercício durante algum tempo ) Penso que e importante fazer um esforço por fazer exercício regularmente ) Acho o exercício uma atividade agradável ) Sinto-me pressionado(a) pela minha família e amigos para fazer exercício ) Sinto-me ansioso(a) se não fizer exercício regularmente ) Fico bem disposto(a) e satisfeito(a) por praticar exercício ) Penso que o exercício e uma perda de tempo

151 ANEXO V CARTA DE APRESENTAÇÃO Pelotas, 6 de setembro de Sr(a)s. Proprietários(as) de Academias Pelotas, RS. Universidade Federal de Pelotas Escola Superior de Educação Física Programa de Pós-graduação em Educação Física Prezado(a) Colega(a), Tenho satisfação de me dirigir a cada um de vocês com o objetivo de apresentar a Profa. Ingi Petitemberte Klain, aluna regular do Curso de Doutorado em Ciências do Desporto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Portugal. A Profa. Ingi busca desenvolver aqui nas academias de Pelotas, a coleta de dados de sua Tese intitulada Motivação para a prática de exercício físico: Aplicação de modelos motivacionais ao estudo da prevalência de praticantes de academia e personal training, cujo anteprojeto se encontra em anexo, que objetiva estudar os fatores que determinam o ingresso, a continuidade e o abandono das pessoas nos programas de academia e Personal Training. O tema da tese, creio, poderá ser de seu interesse na medida em que irá proporcionar conhecimentos que irão permitir melhor compreensão dos muitos fatores que interferem na decisão de buscar e se manter um programa de treinamento personalizado. Sendo o que se apresenta, reitero votos de apreço e consideração Cordialmente Prof. Airton José Rombaldi Coordenador PPGEF/UFPel

152 ANEXO VI CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO

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