1. DEFINÇÃO DA EPILEPSIA a) Crise epiléptica b) Epilepsia. 2. EPIDEMIOLOGIA DA EPILEPSIA a) Países desenvolvidos b) Países emergentes
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- Amélia Veiga Machado
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1 4º ANO DE GRADUÇÃO DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NEUROLÓGICAS DE FAMERP EPILEPSIA Prof Moacir Alves Borges moacirab@hotmail.com ROTEIRO DO CURSO 1. DEFINÇÃO DA EPILEPSIA a) Crise epiléptica b) Epilepsia 2. EPIDEMIOLOGIA DA EPILEPSIA a) Países desenvolvidos b) Países emergentes 3. FENOMENOLOGIA DAS CRISES EPILÉPTICA a) Contada pelo paciente b) Contada pelo acompanhante 4. CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES E DAS SÍNDROMES EPILÉPTICA, SEGUNDO A ILAE 1984,198 e 2010 a) Crises I- focais II- generalizadas III- Não Classificadas b) Generalizadas I-tônico/clônica II- Ausência III- Mioclônica IV- atônica c) Síndromes I- Idiopáticas II- Criptogenéticas III- Sintomáticas d) Ver as diferenças dessa classificação com a proposta de 2012
2 5. ABORDAGEM TERAPÊUTICA FAMACOLÓGICA E NÃO FARMACOLÓGICAS DAS CRISES EPILÉPTICA a) Fármacos antigos (indutores): fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, ácido valpróico b) Fármacos novos (não indutores): lamotrigina topiramato, levetiracetan c) Dieta cetogênica, estímulação vagal, cirurgia 6. CONTRIBUIÇÃO DOS PRINCIPAIS EXAMES COMPLEMENTARES PARA O DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DE PESSOAS COM EPILEPSIA a) Eletrencefalograma, Vídeo/EEG b) Imagens: Tomografia computadorizada, Ressonância magnética encefálica. c) Liquor cefalorraqueano Prof Dr Moacir Alves Borges moacirab@hotmail.com
3 CRISES EPILÉPTICAS E EPILEPSIA DEPARTAMENTO DE NEUROFISIOLOGIA DA FAMERP 18/07//15 Prof Moacir Alves Borges moacirab@hotmail.com Definições
4 Crise epiléptica É um distúrbio decorrente da descarga transitória anormal de neurônios cerebrais, levando à fenômenos identificáveis pela pessoa que a experimenta ou por um observador EPILEPSIA Quando se tiver uma ou mais crises não provocadas em espaço de tempo maior que 24 h. OU Desde a primeira se houver:
5 EPILEPSIA EEG, CT ou RM alterados Identificação de causas remotas Exame neurológico alterado 1 Crises de ausência típica, mioclônica, focal complexa com evolução para crise Tônico-clônica de início 2 1 Hesdorffer at al 2009; 2 Berg 2006 Epidemiologia
6 Epidemiologia Em países em desenvolvimento Incidência estimada: 50/10 5 hab/ano Prevalência estimada: 5/1.000 habitantes Estima-se que no Brasil (185,7 milhões hab) pelo menos 10 6 de pessoas com epilepsia São 10 5 casos novos/ano. Incidência São José Rio Preto 111,6/10 5 hab/ano Borges et al, 2012 Incidência da epilepsia idade ajustada, considerando o sexo 2003 a 2012 A incidência média anual bruta da epilepsia nos dez anos de foi 105,8/10 5 hab/ano, sendo maior no sexo masculino com 125,2 e 88 para o feminino (p-valuer = 0,0001) Borges et al, 2014
7 Incidência da epilepsia idade ajustada, considerando o sexo 2003 a 2012 MEAN AGE-ADJUSTED INCIDENCE OF EPILEPSY 10 5 inhabitants/year ,1 99,9 111,6 males females Total Borges et al, 2014 Incidência da epilepsia idade ajustada, considerando o sexo 2003 a 2012 Borges et al, 2014
8 Incidência da epilepsia Borges Hauser, et al, WA 2014 (1997) Incidência da epilepsia Borges Hauser, et al, 2014 WA (1997)
9 Incidência da epilepsia idade ajustada, considerando o sexo 2003 a 2012 Borges et al, 2014 Fatores de risco
10 Fatores de risco Ambientais Meio rural Populações de periferias urbanas. Endemias Assistenciais Acesso limitado aos serviços de saúde Programas de imunização deficientes Atenção obstétrica deficiente Familiares História familiar de epilepsia. Condições Sócio-econômicas Fatores de risco de epilepsia em São José do Rio Preto 2003 a 2012 Borges et al, 2012
11 Fatores precipitantes de crises Foto-sensibilidade, Febre (em crianças) Privação de sono, Estresses Interrupção da medicação anti-epiléptica Abuso ou suspensão brusca de certas drogas Período peri-menstrual Distribuição sócioeconômica
12 Diagnóstico Diagnóstico de epilepsia É essencialmente clínico e se baseia: Na história clínica, elaborada com dados obtidos com: o paciente alguém que tenha presenciado as crises No exame clínico Os exames complementares podem auxiliar na classificação da crise e síndrome epiléptica
13 História clínica Descrição das crises Epilepsia Diagnóstico diferencial das crises
14 Diagnóstico diferencial das crises Mais frequentes: Síncope Migranea Pseudocrise(ENEP) Menos freqüentes: Ataque de pânico Hiperventilação Alterações do sono. Transtornos metabólicos Classificação das crises
15 Classificação das crises (de acordo com o início da descarga neuronal anormal ILAE 1981l) Focais Início em uma região localizada do córtex cerebral As manifestações clínicas (motoras, sensoriais ou psicomotoras) dependem da localização da origem das crises Sem perda de consciência, inicialmente Classificação das crises (de acordo com o início da descarga neuronal anormal ILAE 1981l) Generalizadas Acometem simultaneamente e desde o início todo o córtex cerebral Provocam perda de consciência desde o início da crise, freqüentemente do tipo tônico-clônicas
16 Classificação das crises (de acordo com o início da descarga neuronal anormal ILAE 1981l) Crises não classificáveis Crises focais simples Sem perda de consciência ou amnésia posterior Movimentos tônicos, clônicos,localizados Paralisia de um membro. Alucinações/ilusões (ópticas, olfatórias, gustativas, auditivas) Parestesias (adormecimento em face ou membros) Sintomas neurovegetativos Sintomas afetivos (medo, choro, riso,etc)
17 Crises focais com automatismo Sempre se acompanham de alterações de consciência. Sintomas similares aos das crises focais simples Duração do ataque de segundos a vários minutos Cefaléia, sono ou confusão após o ataque (pós-ictal) Crises generalizadas Comprometimento simultâneo de todo o córtex cerebral desde o começo da crise Perda de consciência desde o início
18 Tipos de crises generalizadas Convulsivas: Crises tônico-clônicas Crises clônicas Crises mioclônica Crises atônicas Crises tônicas Não convulsivas Crises de ausência (pequeno mal) Crises generalizadas Crises clônicas contrações rítmicas em todo o corpo de duração variável Crises mioclônicas contrações inesperadas de grupos musculares que causam movimentos em todo o corpo ou parte dele, de brevíssima duração Estes ataques nem sempre são patológicos (ex: mioclonias do sono)
19 Crises generalizadas Ausências (pequeno mal) Ocorrem quase exclusivamente em crianças e adolescentes Perda de consciência segundos de duração. coexistir com crises mioclonias atônicas e/ou crises generalizadas tônico-clônicas Evolução das crises Crises focais isoladas simples ou automatismo Crise tônico-clônica desde o início Crise focal simples Crise focal complexas Crise tônicoclônica
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21 Epilepsia Exames complementares Exames complementares Eletrencefalograma (EEG) Tomografia Computarizada (TC) Ressonância Magnética (RM) Análise laboratorial pertinente a cada caso
22 Epilepsia (do Grego: ser apanhado de surpresa ) Isabela F. Politi nº 22 Isabela Rossi nº 23 Jéssica T. Bruxelas nº 24 João Eduardo T. Sartori nº 25 Histórico Desde a.c.: Descrições de crises epiléticas atribuídas a egípcios e sumérios. Exemplo: Papiro de Smith (1700 a.c.) Mestre, eu te trouxe o meu filho, que está com um espírito que o impede de falar. Onde quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido.... Trecho da Bíblia
23 "Os homens pensam que a epilepsia é divina meramente porque não a compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que não compreendem, não haveria fim para as coisas divinas. Hipócrates pai da Medicina (400 a.c.) Transtorno crônico, em que a característica indispensável é a recorrência de convulsões que são tipicamente não provocadas e geralmente imprescindíveis Tratado de neurologia 12ª edição (2011), pág. 933, Lewis P. Rowland e Timothy A. Pedley Condição crônica, ou um grupo de doenças que tem em comum crises epiléticas que recorrem na ausência de doença tóxico-metabólica ou febril Epilepsia (1993), pág. 11, Carlos A. M. Guerreiro e Marilisa M. Guerreiro
24 Crise epilética Manifestação neurológica anormal, de início repentino, causada por descargas elétricas anormais e excessivas em uma parte do cérebro ou em sua totalidade. Estas descargas elétricas surgem do funcionamento anormal de um neurônio ou de um grupo deles em um determinado momento. Classificação das crises epiléticas Crises epilépticas parciais (focais): descarga elétrica anormal ocorre em uma parte localizada do cérebro e os sintomas da crise dependem da função desempenhada pela área do cérebro cujos neurônios estão disfuncionais. Crises epilépticas generalizadas: descarga elétrica anormal ocorre de maneira sincronizada em todo o cérebro, causando um desmaio desprovido de indícios prévios.
25 Vídeos Crise epilética generalizada Crise epilética focal Epilepsia Definição conceitual (científica) de epilepsia: Epilepsia é um transtorno do cérebro caracterizado por uma predisposição duradoura a crises epilépticas, e pelas consequências neurobiológicas, sociais, cognitivas e psicológicas desta condição. A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica. Fischer et. Al, ILAE 2005 Prática clínica: Epilespsia é uma doença do cérebro caracterizada por uma das seguintes condições: Pelo menos duas crises não provocadas (ou duas crises reflexas) ocorrendo em um intervalo superior a 24 horas Uma crise não provocada (ou uma crise reflexa) e chance de uma nova crise estimada em pelo menos 60% Diagnóstico de uma síndrome epiléptica A epilepsia é considerada resolvida naqueles indivíduos que tiveram uma epilepsia relacionada a uma determinada faixa etária e que agora ultrapassaram essa idade ou naqueles que tiveram a última crise há mais de 10 anos e estão há pelo menos 5 anos sem usar medicações antiepilépticas. Fisher et. Al, 2014
26 Epilepsia Duas ou mais crises não provocadas em espaço de tempo maior que 24 h. Desde a primeira se houver: EEG, CT ou RM alterados Identificação de causas remotas Exame neurológico alterado Crises de ausência típica, mioclônica, focal complexa com evolução para crise Tônico-clônica de início Estigma da epilepsia Principais motivos: Doença mental Medo do desconhecido Falta de informação e conhecimento O estigma afeta negativamente: relações sociais oportunidades escolares e de emprego aspectos emocionais
27 Relato de caso Identificação: R.M.C., 32 anos, casada. Tenho epilepsia, minha primeira crise foi em uma sala de aula, com 13 anos de idade, passei a enxergar tudo distorcido, escutar tudo estranho e a crise veio, só me lembro de ter acordado com meus pais e meu professor a minha volta. Meus pais não esperaram eu ter outra crise e procuraram um Neurologista para me examinar, passei por dois Neuros antes de conseguir encontrar um neuro que soubesse como me tratar, pois os dois por quem eu passei não conseguiram ajudar muito. A medicação no começo não resolveu muito, eu tive um problema no uso dos remédios, meu cabelo caía muito e eu me sentia muito mole, com muito sono, o que dificultava bastante a minha vida na escola, pois eu estava em plena formação escolar terminando o ensino fundamental. Dos 13 aos 14 anos eu sofri muito com as crises, pois sempre que as tive a maioria foi em público, o que me fazia sentir mal, menor, culpada, etc... Entrei na juventude e prossegui meus estudos, com as crises já controladas, fiz faculdade de História e pós graduação em filosofia e sociologia. No período da faculdade nunca ninguém soube o que eu tinha, eu nunca gostei de falar sobre o assunto, sempre me sentia mal, cresci em uma família cristã protestante, onde eu escutei de muitos parentes que o que eu tinha era um "mal espiritual. Me casei com 21 anos, ainda não tenho filhos, pois sonho com o ambiente acadêmico, atualmente estou desempregada, pois não passei no exame admissional, justamente por ter epilepsia. Não é fácil ser rejeitada, não é fácil ouvir que você não pode ocupar uma função por ter epilepsia. A partir deste dia eu voltei a falar no assunto e criei um Blog, onde falo sobre como é viver com epilepsia. Coloquei em minha cabeça desde os 13 anos de idade que não é a epilepsia que me domina, e sim, eu posso controla-la seguindo a risca as orientações do meu neuro, e os horários da minha medicação. Referências Silva, AV, & Cavalheiro, EA (2004). Epilepsia: uma janela para o cérebro. Multiciência, 3ªedição. Fernandes, PT, & Li, LM (2006). Percepção de estigma na epilepsia. J Epilepsy Clin Neurophysiol; 12(4): Gomes, MM (2006). A história da epilepsia: um ponto de vista epidemiológico. J Epilepsy Clin Neurophysiol 2006; 12(3): Rowland, LP, & Pedley, TA (2011). Tratado de neurologia. Grupo Editorial nacional, 12ª edição, pág Guerreiro, CAM, & Guerreiro, MM (1993). Epilepsia. Editora Lemos, pág. 11. Fisher RS, van Emde Boas W, Blume W, et al. Epileptic seizures and epilepsy: definitions proposed by the International League Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE).Epilepsia2005;46:
28 Larissa Furlan, 33 Lucas Abrahão, 34 Lucas Cardoso, 35 O que é o ILAE? Trata-se da organização que luta contra a Epilepsia Existe há cerca 100 anos Faz a classificação das crises epilépticas
29 Critérios de 1981 das crises Epiléticas Parciais Critérios de 1981 das crises Epiléticas Generalizadas
30 Classificação de 1989
31 Classificação de 2010
32 Epilepsia e Crises Epiléticas C O N T R I B U I Ç Ã O D O S P R I N C I P A I S E X A M E S C O M P L E M E N T A R E S P A R A O D I A G N Ó S T I C O E A C O M P A N H A M E N T O D E P E S S O A S C O M E P I L E P S I A Marcia Tanaka n 40 Maria Amélia Santili n 41 Maria Carolina Ribeiro n 42 Principais exames complementares para diagnóstico de Epilepsia: EXAMES LABORATORIAIS: I. Exames sanguíneos de rotina: identificar causas metabólicas mais comuns da crise epiléptica. Ex: anormalidades nos eletrólitos, glicose, cálcio ou magnésio e doenças hepática ou renal. II. Triagem para toxinas no sangue e urina de todos os pacientes que pertençam a grupos de risco apropriados. III. Punção lombar: em suspeitas de meningite ou encefalite, e em todos os pacientes infectados pelo HIV.
33 EXAMES ELETROFISIOLÓGICOS I. Eletroencefalograma: Como a epilepsia é basicamente um distúrbio da função cerebral, o EEG é o teste mais importante na avaliação de pacientes que apresentam crises convulsivas. O EEG ajuda tanto a estabelecer o diagnóstico de epilepsia como a caracterizar síndromes epilépticas específicas II. Vídeo/EEG:O tempo de registro prolongado é extremamente útil para documentar características clínicas das crises convulsivas/epilépticas, localizar o início e a propagação das descargas e classificar corretamente diferentes tipos de crises epilépticas, possibilitando o diagnóstico e a programação terapêutica clínica ou cirúrgica, assim como o seu prognóstico. III. MAGNETOENCEFALOGRAFIA (MEG): Outro método não invasivo de avaliar a atividade cortical. Em vez de medir a atividade elétrica do cérebro, mede os pequenos campos magnéticos que são gerados por essa atividade. EXAMES DE IMAGEM: I. Tomografia Computadorizada: A TC, com frequência deixa passar despercebidas lesões epileptogênicas comuns como: a esclerose hipocampal, a displasia cortical e as malformações cavernosas. Em pacientes com suspeita de infecção do SNC ou lesão expansiva: TC em regime de emergência caso não se disponha de RM. II. Ressonância Magnética Encefálica: É superior à TC na detecção de lesões cerebrais associadas à epilepsia. Identifica tumores, malformações vasculares, e outras patologias. A RM deve ser realizada em todos os pacientes com mais de 18 anos e em crianças com desenvolvimento anormal, achados anormais ao exame físico ou tipos de crises que podem ser manifestações de epilepsia sintomática.
34 Sobre o EEG: Diagnóstico é feito na presença de atividade epiléptica eletrográfica (pontas e ondas agudas) durante o evento clinicamente evidente -> atividade rítmica repetitiva anormal com início e fim distintos, porém, a ausência de atividade epiléptica eletrográfica não exclui um distúrbio epiléptico porque crises focais podem originar-se de uma região do córtex que não pode ser detectada por eletrodos no couro cabeludo. EEG sempre é anormal durante as crises tônico-clônicas generalizadas Período interictal (Período de pelo menos 24h sem crise): EEG pode mostrar certas anormalidades sugestivas do diagnóstico de epilepsia -> salva de descargas anormais contendo pontas ou ondas agudas. Paciente com epilepsia confirmada: O EEG interictal de rotina inicial é normal em até 60% dos casos. A presença de atividade epileptiforme não é específica de epilepsia, mas tem maior prevalência em pacientes com epilepsia. Portanto é importante lembrar que antes de mais nada a anamnese minuciosa é essencial, pois em muitos casos o diagnóstico da crise epiléptica se baseia unicamente em critérios clínicos o exame físico e os exames complementares costumam estar normais.
35 Importância dos exames complementares para o prognóstico em Epilepsia: EEG: classifica os distúrbios epilépticos e ajuda na seleção de fármacos anticonvulsivantes.
36 Em um cérebro normal predomina a frequência Beta Frequências: Alpha 8 a menos de 13 Beta 13 ou mais Theta 4 a menos de 8 Delta menos de 4
37 Após o diagnóstico, o EEG de rotina ajuda a determinar o prognóstico: I. EEG normal: indicativo de um bom prognóstico. II. Ritmo de base anormal ou atividade epileptiforme profusa:indicativo de prognóstico reservado. III. Porém: o valor do EEG no prognóstico é controverso e deve ser encarado como um fator indireto, correlacionado à etiologia, à idade do paciente e à freqüência das crises Referências: Rowland L P, Pedley T A. Tratado de Neurologia. Décima segunda edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. C3%A7%C3%A3o%20em%20Urg%C3%AAncia%20e%20Emerg%C3% AAncias/Crises%20Convulsivas.pdf BRAUNWALD, Eugene, FAUCI, Anthony S., HAUSER, Stephen L., LONGO, Dan L., KASPER, Dennis L., JAMESON, J. Larry - HARRISON Medicina Interna - 2 Volumes - 17ª ou 18ª edição. Editora Artmed, Rio de Janeiro 2009.
38 Fenomenologia da Epilepsia Eduarda Menin Nº 14 Juliana Taranha Nº 30 Juliany Roberta Cintra Nº 31 Julio Morgan Nº 32 Introdução A fenomenologia das crises epilépticas é o primeiro eixo diagnóstico das Epilepsias. Trata-se do conjunto de sinais e sintomas que ocorrem durante a crise e no período pós-ictal. Fenômenos motores Fenômenos não motores - incluem manifestações sensitivas Fenômenos experienciais Fenômenos pós-ictais Fenômenos autonômicos Permite-nos chegar à classificação dos tipos de crise apresentados pelo paciente, o que consiste no segundo eixo diagnóstico das epilepsias. Depende da(s) área(s) do cérebro acometidas.
39 Introdução 1) Crises focais ou parciais: se iniciam numa porção delimitada do cérebro. Parciais simples: não há comprometimento da consciência Parciais complexas: ocorre alteração da consciência (ruptura do contato) 2) Crises generalizadas: se iniciam em ambos hemisférios simultaneamente e provocam perda de consciência. Crises de ausência Crises mioclônicas Crises tônico-clônicas (comumente denominadas convulsões). Crises parciais simples: Sintomas podem ser motores, sensoriais, psíquicos (estados de consciência), e / ou autônomos. Não há perda da consciência. Sintomas Motores: Alternância entre contração e relaxamento de grupos musculares Movimentos dos olhos e virar a cabeça para o mesmo lado Postura assimétrica dos membros Fala embargada, vocalização
40 Crises parciais simples Sintomas Sensoriais: Ver flashes de luzes ou cores, ilusões e alucinações Ouvir zumbidos, ruídos sibilantes Sentir odores e gostos desagradáveis Tonturas, vertigens Sintomas Psíquicos: Desapego, despersonalização Devaneios Distorção de memória Distorção de tempo Emoção, não provocado: medo, prazer, desprazer, depressão, raiva, alegria, erotismo Crises parciais simples Sintomas Autônomos: Ruídos abdominais produzidos pela presença de gás nos intestinos Rubor Incontinência Náuseas, vómitos Piloereção Dilatação pupilar Sudorese Taquicardia
41 Crises parciais complexas A perda de consciência distingue as crises parciais complexas das parciais simples. Durante o estado de inconsciência o paciente apresenta aparência vaga ou assustada e pode apresentar os sintomas de uma crise parcial simples. Automatismos podem ocorrer durante a perda de consciência. Há 5 principais tipos de automatismos: Alimentar: ato de mastigação, aumento da salivação, aumento de ruídos hidroaéreos. Mimético: expressões faciais de medo, confusão, mal-estar, tranquilidade, risadas ou choro. Gestual: movimentos repetitivos das mãos, dedos ou gestos sexuais. Deambulação ou corrida. Verbal: repetição de frases curtas ou xingamentos.
42 Os pacientes que apresentam crises parciais complexas durante muito tempo podem desenvolver uma queda súbita devido à perda do tônus postural seguida de perda de consciência. Crises tônico-clônicas (grande mal) Apresentam: Perda abrupta da consciência, Contração tônica (contração muscular mantida por segundos a minutos)e depois clônica (contração seguida de relaxamento abalos musculares) Podem começar como crises parciais simples ou complexas que pela propagação do estímulo se tornam generalizadas. Aura - em alguns casos, mas os pacientes muitas vezes não se lembram dessa fase.
43 Crises tônico-clônicas (grande mal) A fase tônica consiste em: Queda Perda de consciência Expulsão do ar pela glote fechada grito epiléptico Extensão de braços, pernas, e / ou face Dedos e mandíbula cerrados Crises tônico-clônicas (grande mal) Sintomas autonômicos: Aumento da pressão arterial Taquicardia Aumento da pressão da bexiga Rubor Sudorese Sialorreia Broncorreia Apnéia
44 Crises tônico-clônicas (grande mal) A fase clônica consiste em: Relaxamento dos músculos seguido de sua contração -> abalos rítmicos do corpo e da cabeça. A fase pós-ictal consiste em: Sialorreia Mordedura da língua, bochecha, ou lábio Liberação esfíncteriana Período pós crítico: Confusão mental Sonolência Fraqueza O paciente pode permanecer inconsciente por um tempo, não despertar e entrar em sono ou despertar após a crise.
45 Crises de ausência (Pequeno Mal) Esse tipo afeta crianças. Crises de ausência são crises generalizadas que têm um rápido início e são caracterizados pelo seguinte: Automatismos (por exemplo, lambendo os lábios, mordendo, fazendo uma careta, coçando, atrapalhado com roupas) Olhos Abertos em branco Mudança na expressão facial Falta de consciência, capacidade de resposta, memória Movimentos bruscos das extremidades Confusão pós-ictal, sensação de tempo "perdido" Vídeo 8
46 Referências Associação brasileira de epilepsia A Neurologia que Todo Medico Deve Saber 2ª Edição - Nitrini, Ricardo; Bacheschi, Luiz Alberto TRATAMENTO EPILEPSIA
47 Tratamento Farmacológico Objetivos Eliminar ou reduzir ao máximo a frequência de convulsões; Evitar os efeitos colaterais associados ao tratamento; Restaurar ajustamento psicossocial na sociedade; Qualidade de Vida
48 Informações Gerais Prolongado meses a anos; Nunca retirar medicamentos de forma abrupta, exceto quando houver resposta alérgica; Maioria possui metabolização hepática; Monitoramento dos riscos das medicações, através de controle hematológico hepático três a seis meses após introdução medicação, e anualmente quando assintomático; Em caso de falha do primeiro fármaco fazer a substituição gradual por outro, de primeira escolha, mantendose a monoterapia. Em caso de falha na segunda tentativa de tratamento em monoterapia tentar a combinação de dois fármacos anticonvulsivantes. A esolha depende do tipo de Crise que o paciente apresenta
49 Fenítoina Indicação: prevenção de crises parciais e crises tônico-clônicas; generalizadas; Mecanismo de Ação: Diminui excitação neuronal por bloqueio dos canais de sódio; Sistema Saturável de Oxidação Hepática: aumento pequenas doses grandes elevações séricas; Dose: mg/dia. Necessidade de um ajuste cuidadoso para evitar neurotoxicidade, com incrementos de 30mg; Efeitos Adversos Estéticos: hiperplasia gengival, traços faciais grosseiros, Hirsutismo; Lábio Leporino (grávidas); Agressão.Sedação; Osteoporose; Ataxia, tremor e nistagmo: quando super-dosagem. Carbamazepina
50 Valproato Fenobarbital
51 Lamotrigina Lamictal Antiepilético da classe das feniltriazinas Controle sintomas de convulsão; estabiliza a atividade anormal do cérebro. INDICAÇÃO: - Crises tônico-clônicas generalizadas; - Ausência; - Mioclonia; - Crises parciais; MECANISMO DE AÇÃO: Não conhecido totalmente; Modula a transmissão pré-sináptica; inibe os canais de sódio; diminui a liberação do glutamato. EFEITOS COLATERAIS COMUNS: Efeitos neurocognitivos; cefaléia; alterações de humor; náuseas e vômitos; eritema exudativo multiforme, entre outros. Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são drogas hipnóticas e ansiolíticas bastante utilizadas na prática clínica. INDICAÇÃO: aliviar ansiedade; tratar insônia; relaxar ou aliviar espasmos musculares; transtornos de pânico. Pode causar dependência psicológica; Podem causar: sonolência, tonturas e imperícia. MECANISMO DE AÇÃO: se baseia na atuação nos sistemas inibitórios de neurotransmissão do ácido-gamaamino-butírico (GABA), além de provável ação direta na indução do sono não REM. Hiperpolarização da célula. EFEITOS COLATERIAS COMUNS: Instabilidade; tonturas e delírios; sonolência
52 Epilepsia Focal Epilepsia Generalizada
53 Combinação de Medicamentos As recomendações da ILAE: adultos com epilepsia focal - carbamazepina, fenitoína e ácido valproico; crianças com epilepsia focal - carbamazepina; idosos com epilepsia focal - lamotrigina e gabapentina; adultos e crianças com crises TCG, crianças com crises de ausência, epilepsia rolândica e epilepsia mioclônica juvenil - nenhuma evidência alcançou níveis A ou B. Epilepsia idiopática generalizada grávidas: Divalproato, Lamotrigina, Valproato; Epilepsia focal grávidas: Oxcarbazepina, Carbamazepina
54 Tratamento não-farmacológico 1) Cirúrgico Quando Utilizar? -Focal, resposta não satisfatória a medicamentos Como descobrir? -Spect, vídeo EEG, RM Método -Retirada Isolada do foco Contra - multifocal Dieta cetogênica -Utilizada em crianças -Dieta cetogênica : rica em gorduras, pobre em carboidratos e proteínas -Motivo : estimular cetogênese estabilização das conexões -Como? Início no hospital 2 anos em casa. Monitorização de glicemia e corpos cetônicos
55 Terapia VNS estimulação vagal Indicação Epilepsia refratária Funcionamento Modulação dos impulsos vagais Comunicação: vago-cerebral Considerada terapia adjunta Bibliografia BETTING, LUIZ EDUARDO et al. Tratamento de Epilpsia. Consenso dos Especialistas Brasileiros. Arq Neuropsiquiatr 2003;61(4): Link: Guerreiro, Carlos A. M.; Guerreiro, Marilisa M. Epilepsia. Lemos Editorial, São Paulo, Rowland, Lewis P.; Pedley, Timothy A. Tratado de Neurologia. Décima segunda edição. Editora Guanabara, Rio de Janeiro, 2011; PORTARIA nº 1.319, de 25 de novembro de Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas epilepsia do. Ministério da saúde. Link:
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