AUTOESTIMA DA MULHER SUBMETIDA À MASTECTOMIA: COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO

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1 AUTOESTIMA DA MULHER SUBMETIDA À MASTECTOMIA: COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO Thaís Caroline Nascimento Muniz Graduada em Enfermagem Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá enf.thaiscaroline@outlook.com Rosely Kalil de Freitas Castro Carrari de Amorim Docente de Enfermagem, Doutoranda em ciências pela EE-USP, Mestre em ciências pela EE-USP, Especialista em enfermagem de saúde pública pela FSP-USP, Especialista em promoção da saúde pela FM-USP Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá profroselykfc@gmail.com José Isaias Costa Lima Docente de Enfermagem, Especialista em Saúde da Família pela Universidade de Ribeirão Preto Unaerp, Especialização em Formação pedagógica para profissionais de saúde pela Universidade Camilo Castelo Branco. Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá jlima@unaerp.br Resumo: Este trabalho acadêmico é um estudo bibliográfico com suporte numa leitura explanatória em material de produção científica do site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) sobre o tema autoestima das mulheres submetidas à mastectomia e as competências do enfermeiro. O objetivo deste estudo foi discorrer sobre as competências do enfermeiro em relação à autoestima da mulher submetidas à mastectomia, com base na revisão bibliográfica. No estudo foram pesquisados os bancos de dados eletrônicos da LILACS, BDENF, SCIELO entre os meses de fevereiro a setembro de Foram selecionados para este trabalho acadêmico, artigos no idioma português, produzidos entre os anos de 2008 a Considerase que ocorrem modificações significativas na vida da mulher submetida à mastectomia e que o apoio do enfermeiro é indispensável para um melhor enfrentamento da patologia, seguido pelo acolhimento familiar. Palavras-Chave: Autoestima; Mastectomia; Enfermagem; Câncer De Mama. Área de conhecimento: Saúde 1. Introdução O câncer é uma patologia que surge quando uma célula normal é modificada por uma mutação genética do DNA celular, forma um clone e começa a multiplicarse de maneira anormal, de caráter invasivo, podendo dispersar-se para outras regiões do corpo (metástase), (OLIVEIRA et al., 2010). A neoplasia mamária é uma patologia definida como a desordem celular, gerando o crescimento anormal das células que constitui os tecidos da mama sendo considerada uma doença tenebrosa pela a maioria das mulheres, em razão da 1

2 ligação com a mutilação física e as modificações que ocorrem no estilo de vida da mulher (ALVES et al., 2011). No Brasil, o diagnóstico de câncer de mama, ainda é realizado, na maioria das vezes, quando a patologia se encontra em fase avançada e o procedimento terapêutico mais utilizado tem sido o tratamento cirúrgico radical, representada pela mastectomia, que exige uma série de cuidados voltados para reabilitação física, emocional e social das mulheres que enfrentam este processo. Em 2014, no Brasil, foram casos novos de câncer de mama, com um risco considerado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres. A neoplasia de mama é um dos maiores motivos de morte por câncer nas mulheres em toda parte do mundo (ALVES et al., 2011; BRASIL, 2014). A mastectomia é uma conduta cirúrgica ameaçadora que traz consequências traumatizantes nas experiências de vida e saúde da mulher. A mama desde a adolescência é um elemento essencial da feminilidade, pois desempenha parte da imagem corporal, sexual, além de cumprir o papel da lactação (BARRETO et al., 2008). Um dos períodos de extremo estresse é a etapa do diagnóstico da doença. Na fase cirúrgica, a mulher tem conflito com a perda da mama, com o medo da intervenção cirúrgica e da morte. Ao sobreviver o pós-cirúrgico, a mulher tem expectativa de que venceu o câncer de mama. Além disto, há a preocupação da reincidência da doença, o medo de novamente sentir a dor, utilizar drenos, realizar curativos, o descontentamento com a autoimagem e com a reação do conjugue em relação à mutilação (ROSA; RADÜNZ, 2012). A autoestima é definida como admiração e sentimento que uma pessoa tem por si própria, ou seja, o quanto ela gosta, como se vê e pensa sobre ela mesma (FERNANDES et al., 2013). O enfermeiro é a figura indispensável na equipe multiprofissional, por manter com a mulher mastectomizada, uma comunicação terapêutica que favorece cuidado de enfermagem atendendo às expectativas e necessidades da mulher, proporcionando conforto físico, emocional e espiritual. Sendo assim, o enfermeiro responsável pelo cuidado da mulher mastectomizada, necessita planejar e estabelecer metas dos seguintes desconfortos: alterações emocionais pelo diagnóstico do câncer de mama, medo aos tratamentos, distorção da imagem corporal e receio da rejeição social e familiar (SANTOS et al., 2010). Entende-se que o câncer de mama causa um abalo emocional na percepção da imagem pessoal, sexualidade e na autoestima de um modo muito mais relevante que qualquer outro câncer. Vale ressaltar que a prevenção ainda é a melhor forma de combater a doença, pois só assim a mulher obtém maior probabilidade de cura (ALVES et al., 2010). Diante dessas considerações, os pesquisadores têm com questão norteadora: de que forma o enfermeiro pode auxiliar na melhora da autoestima de mulheres mastectomizadas em tratamento de câncer de mama? 2

3 Este artigo se justifica devido a um acontecimento de um câncer de mama na família, dessa forma, os pesquisadores resolveram estudar o assunto. O tratamento do câncer de mama é um procedimento que interfere no estado físico, emocional e social da cliente e família. Diante do exposto, o presente estudo objetivou discorrer sobre as competências dos enfermeiros em relação à autoestima da mulher submetidas à mastectomia. 2. Objetivo O objetivo deste estudo é discorrer sobre as competências do enfermeiro em relação à autoestima das mulheres submetidas à mastectomia, cujo trabalho feito a partir de um estudo bibliográfico. 3. Método Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, por meio de um levantamento digital em site acadêmico, apoiado na leitura exploratória do material pesquisado buscando-se conhecer a autoestima de mulheres submetidas à mastectomia e de que forma o enfermeiro pode auxiliá-las. Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma revisão sistemática dos artigos publicados em revistas científicas buscadas no portal BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) por meio de bases de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de dados em Enfermagem). A pesquisa bibliografia tem como base os estudos científicos entre os anos de 2008 a 2014, no idioma português, cujo tema é a autoestima de mulheres submetidas à mastectomia e as competências do enfermeiro. Foram encontrados 18 artigos, sendo que 05 deles se repetiam nos cruzamentos de descritores resultando 13 artigos, porém 01 artigo não foi utilizado por não atender o objetivo deste estudo. Além disso, outros 02 artigos foram encontrados em busca no portal BVS sem cruzamento, sendo 01 artigo de 2008 e 01 artigo de 2013, totalizando 14 artigos utilizados. O desenvolvimento do trabalho acadêmico de pesquisa foi realizado no período compreendido entre fevereiro a setembro de Foram utilizados os descritores de ciência e saúde (DECS): autoestima, mastectomia, enfermagem, câncer de mama. Os descritores foram cruzados com operador lógico booleano (AND). Para restrição da pesquisa os seguintes filtros aplicados foram: texto completo, limite, idioma, ano de publicação e tipo de documento. 4. Desenvolvimento A seguir, o quadro 1 apresenta o cruzamento com os descritores e seus sinônimos e critérios de pesquisa. 3

4 Quadro 1 Apresentação dos critérios da coleta de dados de interesse a pesquisa acadêmica segundo portal DECS e BVS. Ampla busca por Descritores Enfermagem Sinônimos: Cuidados de Enfermagem Mastectomia Sinônimos: Mastectomia Total Autoestima Sinônimos: Autopercepção Sinônimos: Autoestima Câncer de mama Sinônimos: Câncer de Mama Sinônimos: Neoplasias Mamárias Competência Sinônimos: Competência Profissional Número total de publicações depois de aplicados os filtros: Enfermagem AND Mastectomia: 707 Autoestima AND Mastectomia: 210 Autoestima AND Câncer de Mama: 448 Enfermagem AND Câncer de Mama: 3412 Critérios aplicados: Últimos 5 anos (2010 à 2014). Textos completos disponíveis. Idioma português. Limite feminino Tipo de documento: artigo Número total de publicações: 4777 Número total de artigos selecionado: 18 Número total de artigos repetidos: 05 Número total de artigos utilizados: 13 Número total de artigos encontrados em busca manual: 02 Fonte: Elaborado pelas autoras. De acordo com os cruzamentos, a seguir, o quadro 2 detalha os artigos que foram encontrados, os que se repetiram e os que foram utilizados. Quadro 2 Apresentação dos artigos selecionados através do cruzamento de descritores por meio de do portal da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Descritor (es) Título Qualidade de vida e autoestima de pacientes mastectomizadas Autor (es) FURLAN et al Autoestima AND Mastectomia Publicação, volume, páginas, etc. Cirurgia Plástica, São Paulo, v. 28, n. 2, p.264- Ano Base de Dados Selec LILACS Sim* 4

5 submetidas ou não a reconstrução de mama Descritor (es) Título Qualidade de vida e autoestima de pacientes mastectomizadas submetidas ou não a reconstrução de mama Descritor (es) Título Conhecimento e expectativa de mulheres no pré-operatório da mastectomia Representações sociais de mulheres mastectomizadas e suas implicações para o autocuidado Qualidade de vida e desempenho de atividades cotidianas após tratamento das neoplasias mamárias Diagnósticos de enfermagem no pósoperatório de mastectomia O adoecer e sobreviver ao câncer de mama: a vivência da mulher mastectomizadas A vivência do câncer de mama na percepção de mulheres submetidas à mastectomia: uma análise a partir de publicações científicas Autor (es) FURLAN et al Autor (es) ALVES et al. SILVA et al. FANGEL et al LOPES et al. PEREIRA et al. MARINHO, Diana; COSTA, Thatiane; VARGENS, Octavio 269, abr Autoestima AND Câncer de mama Publicação, volume, Ano páginas, etc. Base de Selec. Dados Cirurgia Plástica, São Paulo, v. 28, n. 2, p , abr 2013 LILACS Sim* Enfermagem AND Mastectomia Base Publicação, volume, Ano de páginas, etc. Dados Selec. Revista da Escola de Enfermagem USP, Fortaleza, v. 44, n. 4, p LILACS Sim* 995, mar Enfermagem, Brasília, v. 63, 2010 LILACS Sim* n. 5, p , maio Acta Paulista de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 26, n. 1, p , 2013 LILACS Não* fev. Escola Anna Nery, São Paulo, v. 17, n. 2, p LILACS Sim 360, jun Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 5, 2013 LILACS Sim n. 2, p , out Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 5, 2013 LILACS Sim* n. 5, p.8-19, dez 5

6 Sistematização da Assistência de Enfermagem às Mulheres Mastectomizadas OLIVEIRA et al. Cogitare Enfermagem, Fortaleza, v. 15, n. 2, p , mar 2010 LILACS Sim Análise de qualidade de vida em mulheres mastectomizadas atendidas no ambulatório do HBDF SOUSA, Ana; ANA, Geisa; COSTA, Zulmira Ciência e Saúde, Brasília, v. 1, n. 25, p.13-24, jul LILACS Sim Cuidados de enfermagem no pré-operatório e reabilitação de ALVES et al. Enfermagem, Fortaleza, v LILACS Sim mastectomia: revisão 64, n. 4, p , nov narrativa da literatura Cuidar integral da equipe Escola Anna Nery Revista multiprofissional: discurso de mulheres em pré- NASCIMENTO et al. de Enfermagem, João Pessoa, v. 18, n. 3, p LILACS Sim operatório de mastectomia 440, jul Comunicação terapêutica no cuidado pré-operatório SANTOS et al. Enfermagem, Brasília, v. 63, 2010 LILACS Sim de mastectomia n. 4, p , ago Descritor (es) Enfermagem AND Câncer de mama Título Autor (es) Publicação, volume, páginas, etc. Ano Base de Dados Selec. Conhecimento e Revista da Escola de Expectativa de Mulheres no Pré-Operatório da ALVES et al. Enfermagem USP, Fortaleza, v. 44, n. 4, p LILACS Sim* Mastectomia 995, mar Representações sociais de mulheres mastectomizadas e suas SILVA et al. Enfermagem, Brasília, v. 63, 2010 LILACS Sim* implicações para o n. 5, p , maio autocuidado Qualidade de vida e Acta Paulista de desempenho de atividades cotidianas após tratamento FANGEL et al Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 26, n. 1, p , 2013 LILACS Não* das neoplasias mamárias fev. A vivência do câncer de MARINHO, Revista de Pesquisa: mama na percepção de Diana; Cuidado é Fundamental 2013 LILACS Sim* mulheres submetidas à COSTA, Online, Rio de Janeiro, v. 5, 6

7 mastectomia: uma análise Thatiane; a partir de publicações VARGENS, científicas Octavio ROSA, Significado do câncer de Luciana; mama na percepção da RADÜNZ, Vera Fonte: Elaborado pelas autoras. n. 5, p.8-19, dez Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, p , dez 2012 LILACS Sim Legenda * artigo se repetiu em mais de um cruzamento. A análise dos artigos selecionados resultou em 2 categorias que são apresentados na discussão. 4.1 Autoestima das Mulheres Mastectomizadas Conforme Pereira et al. (2013) da descoberta do nódulo, até a confirmação do câncer de mama, a mulher passa por diversos sentimentos, como a angustia, a incerteza, o medo, que pode persistir antes, durante e após o tratamento, atuando em todo o processo de sobrevivência. Segundo Furlan et al. (2013) a mastectomia continua sendo o tratamento mais utilizado em relação ao câncer de mama; além disso, a extração da mama e os tratamentos fundamentais para a retirada completa das células cancerígenas contribuem para o surgimento de problemas físicos e psicológicos e para Alves et al. (2011) após a mastectomia, a mulher encontra a maior diversidade, que é a sua própria aceitação, como de olhar-se no espelho e aceitar que ocorreram mudanças no seu corpo. A mulher, ao descobrir que está com câncer de mama, passa por vários lutos internos. A retirada da mama costuma causar grandes impactos psicológicos, debilitando sua autoestima. Quando é coligado à quimioterapia e radioterapia esse abalo emocional torna-se maior em função dos efeitos colaterais decorrentes, principalmente a queda de cabelo, apresentando respostas negativas pelo medo, angústia, depressão, tristeza, e transtorno da imagem (LOPES et al., 2013). É importante destacar que cada mulher reage de forma diferente, devido isso, cada cliente deve ter um cuidado diferencial e de forma individual. Os seios fazem parte da estética feminina e a retirada da mama, em geral, causa um sentimento de mutilação e uma distorção na imagem corporal. A mama é o símbolo da feminilidade, logo, mulheres com a ausência da mama passam por sensação de inferioridade que nem sempre são verbalizados (SILVA et al., 2010). O preconceito social é um dos fatores de intimidação e repressão a essas clientes, que dificulta para o enfrentamento dessa experiência fazendo com que elas mesmas sejam preconceituosas com seu próprio corpo. Furlan et al. (2013) observaram que as clientes mais jovens tiveram que desistir de seu trabalho em virtude do tratamento contra o câncer, o que lhes trouxe apuros financeiras. Como toda doença possivelmente letal, o câncer traz a perda do corpo sadio, fazendo com que a mulher se sinta mais frágil e desprotegida, além da falta de controle sobre a própria vida. Além disso, a mulher se torna dependente, 7

8 especialmente durante o tratamento e pós-cirúrgico pelos efeitos adversos, precisando de ajuda para executar tarefas domésticas que antes realizava com facilidade (PEREIRA et al., 2013). De acordo com Alves et al., 2010, a mastectomia tem alterações até na personalidade da mulher, nos aspectos sociais e sexuais, em respostas no relacionamento marital. Sendo assim, os resultados da mastectomia sobre a vida do casal dependem muito da relação de ambos, antes da intervenção cirúrgica e envolvimento emocional. Complementando a fala dos autores supracitados, a mulher desenvolve vários papeis, no qual surge preocupações, de como não querer incomodar e nem depender de outras pessoas. (PEREIRA et al. 2013; FURLAN et al. 2013; ALVES et al. 2011; LOPES et al., 2013; SILVA et al., 2010, ALVES et. al, 2010). Dessa forma, o enfermeiro é o profissional preparado para apoiar e defender a mulher submetida à mastectomia. 4.2 Competências frente a Autoestima da Mulher Submetida à Mastectomia O profissional enfermeiro é o membro da equipe multidisciplinar que tem maior contato com mulher mastectomizada, possibilitando, dessa forma, atuação integral. Ao enfermeiro cabe inserir no seu planejamento de cuidados ações terapêuticas específicas. O uso de instrumentos de medida como escalas psicométricas seria muito útil não apenas para identificar diagnósticos da esfera psicossocial, mas também para avaliar o efeito das intervenções de enfermagem. Uma das funções do enfermeiro é proporcionar a qualidade de vida da mulher mastectomizada por meio de ações educativas, sendo tão significativos quanto os cuidados clínicos. Assim, a experiência da mastectomia pode ser menos traumática para as mulheres com neoplasia mamária se houver pleno comprometimento dos enfermeiros (LOPES et al., 2013). Sabe-se que a enfermagem é definida como a arte de cuidar. Esse cuidado tem em sua essência, assistir ao ser humano de forma integral e, deste modo, o cliente deve ser assistido como um todo, observando a ligação mente e corpo. Assim, podemos observar que cada ser é particular e tem necessidades individuais e valores próprios. O apoio emocional e os cuidados com essas clientes são fatores fundamentais para a sua recuperação, analisando as limitações de cada mulher e esclarecendo o motivo desses cuidados (SILVA et al., 2010). De todos os profissionais, os enfermeiros são os que têm maior oportunidade para criar um relacionamento próximo com a cliente. Através de cuidados individualizados podem colaborar para o conforto da dor e dos elementos que interferem na qualidade de vida. Uma das competências do enfermeiro é prestar uma assistência que auxilie uma melhora da qualidade de vida, atuando tanto no aspecto psicossocial como na readaptação do estilo de vida dessas mulheres (SOUSA; ANA; COSTA, 2014). O enfermeiro deve ter habilidades comunicativas para oferecer uma melhor adaptação à doença e ao tratamento. Outro papel importante é a presença nos grupos de ajuda, em que são oferecidos às mulheres suporte emocional, desenvolvimento e troca de experiências. Desse modo, consegue-se trazer essenciais contribuições na reabilitação e promoção da saúde, oferecendo um cuidado integral e humanizado (PEREIRA et al., 2013). 8

9 É de grande importância uma maior qualificação do enfermeiro, a fim de que esses profissionais se envolvam mais ativamente do tratamento e da reabilitação das mulheres submetida à mastectomia, orientando sobre os prováveis efeitos colaterais dos tratamentos, esclarecendo duvidas, auxiliando e apoiando quanto ao estado psicológico e social dessas mulheres (MARINHO; COSTA; VARGENS, 2013). Nascimento et al., 2014, refere que a competência do enfermeiro no cuidado a cliente com câncer de mama é minimizar o estresse que afeta diretamente a adaptação física, psicológica e social, ajudado assim, a prevenir e superar a depressão e ansiedade. 5. Considerações Finais Acredita-se que o estudo atingiu seus objetivos, visto que foi possível discorrer a autoestima de mulheres submetidas à mastectomia e as competências do enfermeiro. Esta pesquisa bibliográfica permitiu conhecer de que forma a mulher sobrevivente ao câncer de mama vivencia esta trajetória. A mulher mastectomizada se vê em diversos sentimentos, como a angústia, tristeza, inferioridade, fracasso do tratamento e o medo de morrer, que acaba interferindo na maneira de como lidar com a doença. Entende-se que o enfermeiro tem função indispensável e deve ajudar a cliente a superar essas sensações e sentimentos, prestando assistência humanizada, fornecendo todas as informações necessárias e esclarecendo dúvidas, respeitado a necessidade de cada mulher e nível de entendimento. Para isso, o enfermeiro deve desenvolver vínculos e relação de confiança para que elas possam demonstrar o que lhes preocupam e sentem. Diante do proposto entende-se que se faz importante o preparo adequado do enfermeiro para as demandas do cuidar dessas clientes. 6. Referências ALVES, Priscilla Cândido et al. Cândido et al. Conhecimento e expectativas de mulheres no pré-operatório da mastectomia. Revista da Escola de Enfermagem da Usp, Fortaleza, v. 44, n. 4, p , mar Disponível em: < Acesso em: 26 set ALVES, Priscilla Cândido et al. Cuidados de enfermagem no pré-operatório e reabilitação de mastectomia: revisão narrativa da literatura. Enfermagem, Brasília, v. 64, n. 4, p , ago Disponível em: < Acesso em: 21 fev BARRETO, Regiane Aparecida dos Santos et al. As necessidades de informação de mulheres mastectomizadas subsidiando a assistência de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiás, v. 10, n. 1, p , mar Disponível em: < Acesso em: 27 mar BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância (Org.). Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca, p. Disponível em: 9

10 < Acesso em: 14 fev FANGEL, Letícia Meda Vendrusculo et al. Qualidade de vida e desempenho de atividades cotidianas após tratamento das neoplasias mamárias. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 26, n. 1, p , fev Disponível em: < Acesso em: 26 set. 10. FERNANDES, Marcela Marques Jucá et al. Autoestima de mulheres mastectomizadas: aplicação da escala de Rosenberg. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, Fortaleza, v. 14, n. 1, p , jan Disponível em: < Acesso em: 21 set FURLAN, Vanessa Lacerda Alves et al. Qualidade de vida e autoestima de paciente mastectomizadas submetidas ou não a reconstrução de mama. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, São Paulo, v. 28, n. 2, p , abr Disponível em: < Acesso em: 26 set LOPES, Maria Helena Baena de Moraes et al. Diagnósticos de enfermagem no pósoperatório de mastectomia. Escola Anna Nery, São Paulo, v. 17, n. 2, p , jun Disponível em: < Acesso em: 21 abr MARINHO, Diana da Silva; COSTA, Thatiane Pinheiro; VARGENS, Octavio Muniz da Costa. A vivência do câncer de mama na percepção de mulheres submetidas à mastectomia: uma análise a partir de publicações científicas. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, Ribeirão Preto, v. 5, n. 5, p.8-19, dez Disponível em: < >. Acesso em: 27 set NASCIMENTO, Karla Tamyres Santos do et al. Cuidar integral da equipe multiprofissional: discurso de mulheres em pré-operatório de mastectomia. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, João Pessoa, v. 18, n. 3, p , set Disponível em: < pdf>. Acesso em: 27 set OLIVEIRA, ShéridaKaranini Paz de et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem às Mulheres Mastectomizadas. Cogitare Enfermagem: Sistema Eletrônico de Revistas, Fortaleza, v. 15, n. 2, p , jun Disponível em: < Acesso em: 26 set PEREIRA, Cíntia Mourão et al. O adoecer e sobreviver ao câncer de mama: a vivência da mulher mastectomizadas. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p , jun Disponível em: < Acesso em: 04 jun ROSA, Luciana Martins da; RADÜNZ, Vera. Significado do câncer de mama na percepção da mulher: do sintoma ao tratamento. Revista da Escola de Enfermagem da USP, Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, p , dez Disponível em: < Acesso em: 27 set

11 SANTOS, Miria Conceição Lavinas et al. Comunicação terapêutica no cuidado préoperatório de mastectomia. Relato de Experiência. Enfermagem, Brasília, v. 63, n. 4, p , ago Disponível em: < Acesso em: 16 set SILVA, Sílvio Éder Dias da et al. Representações sociais de mulheres mastectomizadas e suas implicações para o autocuidado. Enfermagem, Brasília, v. 63, n. 5, p , out Disponível em: < Acesso em: 26 set SOUSA, Ana Letícia Varonilia; ANA, Geisa Sant; COSTA, Zulmira Maria Barroso da. Análise de qualidade de vida em mulheres mastectomizadas atendidas no ambulatório do HBDF. Com. Ciência Saúde, Brasília, v. 25, n. 1, p.13-24, jul Disponível em: < res.pdf>. Acesso em: 18 ago