A complexidade e a formação de pensadores.
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- Oswaldo Dinis Leal
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1 A complexidade e a formação de pensadores. A complexidade corresponde à multiplicidade, ao entrelaçamento e à interação contínua da infinidade de sistemas e de fenômenos que compõem o mundo, as sociedades humanas, a pessoa humana e todos os seres vivos. Não é possível dentro da complexidade trabalhar com pensamentos simplistas e lineares. É necessário haver flexibilidade e pensamentos abertos para que possa assim pensar a complexidade. Edgar Morin (2006) no livro Introdução ao pensamento complexo traz em seu primeiro capitulo, intitulado A inteligência cega, que explana a falta de consciência, inibindo o real de forma que retém o pensamento flexível para um caminho complexo, consequentemente são de natureza irresponsáveis pelo fato incapacidade de pensar multidimensinalmente. A cada dia mais as pessoas buscam formas simplistas de viverem, a praticidade e o pouco pensar tem se tornado comum entre pessoas de todas as idades. As ideias são vestidas em outras roupas e apresentadas como se fossem primeiras e únicas, o que vem acontecendo com uma geração em que o pouco pensar tem se tornado moda? O que esperar das gerações que ainda virão? Onde esta o conhecimento? Como direciona-lo? O presente texto busca, através destes pontos, explanar a inteligência cega citada por Morin de modo que venha mostras como ela reforça o método linear, proposto pela metodologia cientifica, que tem se tornado comum em nosso meio e principalmente dentro das instituições de ensino por seguir um padrão cientifico tornando o conhecimento fechado, fragmentado e linear. A metodologia cientifica tem se apresentado como o verdadeiro regente de conhecimentos, ditando como deve ser feito, separando aquilo que está dentro do padrão adotado de forma a serem mais valorizados e menos valorizados ou mais certos e mais errados. Elegendo produções, promovendo somente aqueles que seguem os padrões, limitando aqueles que criam ou tentaram criar novas lentes para enxergar o todo e partes que compõe o todo, questionar e solucionar as relações entre elas, esse padrão tem sido o fator limitante. Embora a ciência não seja o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade, há diferentes essências entre o conhecimento cientifico e o senso-comum, vulgar ou popular, resultantes muito mais do que contexto metodológico de que emergem do que propriamente do seu conteúdo. (MARIA, ANDRADE, pag, ano). Para Morin (2006) o conhecimento científico foi durante muito tempo e com frequência ainda continua sendo concebido como tendo por missão dissipar a aparente complexidade dos fenômenos a fim de revelar a ordem simples a que eles obedecem. O que é inverso ao pensamento complexo que busca a junção e não a separação do conhecimento.
2 É preciso, pois, que procuremos entendê-los, porque por mais que tentemos não conseguiremos reduzir a complexidade a explicações simplistas, regras rígidas, fórmulas simplificadoras ou esquemas fechados. Ela só pode ser entendida e trabalhada por um sistema de pensamento aberto, abrangente e flexível o pensamento complexo (MARIOTTI, pag, ano). Sendo assim pensar de maneira complexa provavelmente nos proporcionaria maiores descobertas, então por que somos ensinados apenas que 2+2 são 4? O que esta por traz desta afirmação? Por que não podemos conhecer o que está além das afirmações que nos são impostas? Morin (2006) fala que na ciência há um predomínio cada vez maior dos métodos de verificação empírica e lógica. As luzes da Razão parecem fazer refluir os mitos e trevas para as profundezas da mente. E, no entanto, por todo lado, erro, ignorância e cegueira progridem ao mesmo tempo que os nossos conhecimentos. Para ele o ser humano precisa de uma tomada de consciência radical, que implica em perceber que o erro não está no erro de fato e sim na organização das ideias, que a nova ignorância ligada ao desenvolvimento da própria ciência, que há uma nova cegueira ligada ao uso degradado da razão e que as ameaças mais graves em que incorre a humanidade estão ligadas ao processo cego ou seja ilusão de um conhecimento completo. A junção dos fatores citados por ele (erro, ignorância, cegueira e perigo) resulta na incapacidade de reconhecer e de aprender a complexidade do real. É fato que o conhecimento opera por seleção de dados, involuntariamente selecionamos dados em significativos e não significativos. Essa ideia de separação começou á muito tempo atrás, os geocêntricos rejeitavam como não significativo aquilo que eles não conseguiam resposta e outros baseavam-se nesses dados para conceber o sistema heliocêntrico. Para Morin a visão do mundo mudou, A simples permutação entre Terra e Sol foi muito mais do que uma permutação já que foi uma mudança do centro (a Terra) em elemento periférico e de um elemento periférico (o Sol) em centro (MORIN, 2006). A incerteza trazida em um texto complexo coloca em funcionamento um lado dá mente que é muita das vezes o responsável por buscar respostas ou gerar mais questionamento, não é algo objetivo e simples. É considerada um componente indispensável o estudo do conjuntos e as totalidades, estabelecendo assim um estrutura não simplificadora. O pensamento simplificador tem sido o mutilador, sintetizado e desordenado, não abrem espaço para qualquer opinião que venha justapor. O modo simples de pensar segundo Morrin (2006) o Paradigma de simplificação tem operado como divisor de conhecimento, sintetizador e formador de um falso conceito sobre o real. Deste modo é explanado por
3 (MORIN, 2006) o pensamento simplificador é incapaz de conceber a conjunção do uno e do múltiplo (unitat multiplex). Ou ele unifica abstratamente ao anular a diversidade, ou, ao contrário, justapõe a diversidade sem conceber a unidade. Assim sendo possível legitimar o pensamento simplificador como integrante da inteligência cega que por sua vez vem pra separa sintetizar, esquecem a universalidade divide as disciplinas que segundo (MORIN, 2006 pag 11) A inteligência cega destrói os conjuntos e as totalidades, isola todos os seus objetos do seu meio ambiente. As limitações e regras impostas dentro da instituição de ensino, tem tornado o conhecimento linear, limitado e fragmentado. É notável a grande dificuldade que os alunos e até mesmo professores sentem ao ter que viver dentro de regras que fazem o conhecimento voltar-se para escuridão, criando frustrações e desilusões para aqueles que criam ou pelo menos tentaram criar algo novo. Tornando o processo da educação mais simplista externando atualmente grande pobreza intelectual. Este modo simples e fragmentado de pensar, provavelmente, não nos permite irmos além do que podemos ir, nos faz permanecermos estáticos e não buscarmos novas soluções. Afinal o que é mais fácil: deixar as coisas como estão ou tentar muda-las? E talvez por este motivo tenhamos tantos professores desmotivados em sala de aula. O complicado é tentar hoje mudar uma realidade que vem de muito tempo. Porém acreditamos que pequenos atos ou iniciativas pessoais podem fazer com que os bons atos e uma nova forma de conhecimento. Este modo simples e fragmentado de pensar, provavelmente, não nos permite irmos além do que podemos ir, nos faz permanecermos estáticos e não buscarmos novas soluções. Afinal o que é mais fácil: deixar as coisas como estão ou tentar muda-las? E talvez por este motivo tenhamos tantos professores desmotivados em sala de aula. O complicado é tentar hoje mudar uma realidade que vem de muito tempo. Porém acreditamos que pequenos atos ou iniciativas pessoais podem fazer com que os bons atos e uma nova forma de conhecimento seja propagado. A educação no país segue os padrões quase que irreversíveis adotado pela ciência, não é uma prioridade, há falta de investimentos provocando paralisações dos professores pela desvalorização da categoria, infraestrutura, pesquisa e extensão, juntos a categoria luta por condições melhores de trabalho. Suponha que houvesse a valorização da categoria e investimentos necessários para um reforma no ensino, e evidentemente essa reforma seria a longo prazo, pois não se muda um método de ensino tão rápido, agora voltando para o real é viável para docentes e discentes?. Respondendo ponto de vista complexo seria um verdadeiro salte na construção de um conhecimento real, onde as limitações (falta de
4 respostas) por se tratar do incerto, seria o engajamento na busca das respostas. Não seria a solução para todos os problemas mais, viria solucionar alguns como tirar a ideia do homem como máquina, com respostas mecânicas, nada novo apenas aperfeiçoado. Uma das tendências do mercado é busca por mentes que enxergue o mercado por outro ângulo, que saiba traçar estratégias de escape, lideranças que venham conduzir uma organização de forma plena, com funcionários que detenham conhecimento não apenas de uma área especifica, mais uma visão do todos e de suas partes. Há uma necessidade do pensamento complexo para que se possa tratar as coisas imprevisíveis ou incertas, a aprendizagem precisa evoluir para aderir uma reforma, são varios fatores para que possa haver um rompimento dos conceitos isolados obscuros. A visão global é um fomentador para a produção de conhecimento, deve-se exprimir clareza, profundidade de forma concisa, operando dentro das multiciplinas, e que essa unificação possa produzir o real e a partir do real ser formado outros conhecimentos, ou seja deixar de lado algo replicado e formar algo novo. É considerado um desafio para qualquer que seja o detentor do pensamento complexo explanar essa forma de ver o mundo para que venha atentar pessoas a pensar de igual forma ou semelhante. Desta forma o simples entender, é descartado não por ser ruim ou por retardar, pelo contrário a comodidade que ela oferece faz com que as pessoas se conformem com a ideia fantasiosa do real, já a complexidade provoca desconforto a salienta a mente a buscar por repostas que venham de fato preencher a necessidade do saber o que não é fácil. Contudo esse estudo busca trazer alguns dos princípios da complexidade abordados por Edgar Morin, de forma que viabilizasse uma visão diferente do conhecimento e a formação do conhecimento em universidades, a abdicação da replicação e a formação do novo conhecimento, não como uma tentativa de explicar e sim de excitar a incerteza, para que que o conformismo ficasse acuado para que finalmente a proposta de um debate seja iniciado.
5 Bibliografia. MARIOTTI, Humberto; COMPLEXIDADE E PENSAMENTO COMPLEXO: BREVE INTRODUÇÃO E DESAFIOS ACTUAIS. Publicado na Revista Portuguesa de Clínica Geral (Rev Port Clin Geral) 23: , MARIA, Eva e ANDRADE; METODOLOGIA CIENTÍFICA; Editora ATLAS S.A.; São Paulo SP; 2ª Edição, MORIN, Edgar; INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO; Editora Sulina, 1ª Impressão, setembro de 2006)
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