O desempenho de 27 cidades no centro da economia mundial

Transcrição

1 10Minutos Setor público Cidades de Oportunidade O desempenho de 27 cidades no centro da economia mundial Janeiro 2013 Destaques Londres sobe acentuadamente na lista deste ano, mas Nova York se mantém firme na liderança. São Paulo caiu uma posição e está em penúltimo lugar na classificação geral deste ano. Cidades dos EUA desaparecem do ranking das melhores em transporte e infraestrutura, substituídas por asiáticas; a mobilidade interna explica. Segurança e boa educação são as pedras angulares para a saúde das comunidades. Estocolmo, Toronto e Sydney apresentam sucesso nesses indicadores. O conteúdo a seguir, extraído do estudo Cidades de Oportunidade 2012, da PwC, analisa a trajetória de 27 metrópoles globais todas elas centros financeiros, de comércio e cultura. Com base em seu desempenho, procuramos desvendar o que as leva a funcionar melhor. Foi a importância dessas cidades que nos levou a conduzir a pesquisa. Hoje, elas representam quase 8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mas apenas 2,5% dos habitantes. Nos próximos 12 anos, abrigarão mais 19 milhões de moradores, criarão 13,7 milhões de novos postos de trabalho e somarão outros US$ 3,3 trilhões ao PIB, se a demografia seguir as previsões da ONU e o progresso econômico permanecer modesto. O crescimento deve intensificar a simbiose entre Ocidente e Oriente: população e emprego vão disparar nos centros emergentes, mas as cidades desenvolvidas manterão o poder de gastos, assim como a demanda das empresas e dos consumidores, para impulsionar seu desempenho e um lado ainda precisará do outro para seguir avançando. Continuamos com a tese de que o crescimento saudável de uma cidade e sua resiliência no longo prazo dependem de um reforço positivo na rede de desenvolvimento econômico e social, para citar o cientista E.O. Wilson. Quando importantes fatores relacionados à qualidade de vida, como escolas, saúde, moradia e segurança, são equilibrados com empresas fortes e infraestrutura sólida, chega-se à fórmula correta para que as ruas se encham de otimismo, quando não de riqueza. No ranking deste ano, Londres avançou quatro colocações e encostou em Nova York, líder geral. Toronto saiu do 2º para o 3º lugar. São Paulo caiu uma posição e ficou em penúltimo lugar. As asiáticas Cingapura, Hong Kong, Tóquio, Seul, Pequim e Xangai conquistaram posições. 1

2 Instantâneo O ranking das cidades 27 Nova York Capital intelectual e inovação 189 Conexão global 121 Prontidão tecnológica 91 Transporte e infraestrutura 101 Saúde e segurança Londres Toronto Paris Estocolmo São Francisco Cingapura Hong Kong Chicago Tóquio Sydney Legenda Alto Médio Baixo Berlim Los Angeles Seul Madri Milão Maior pontuação em cada indicador Pequim Kuala Lumpur Xangai A pontuação geral das cidades é a soma de suas classificações em todos os 10 indicadores pesquisados. A ordem das cidades de 27 pontos até 1 se baseia nesses resultados. Nesta página, foram apresentados apenas alguns dos indicadores pesquisados. Fonte: Cidades de Oportunidade 2012, PwC Moscou Cidade do México Abu Dhabi Buenos Aires Istambul Johannesburgo São Paulo Mumbai

3 Capital intelectual e inovação: alavancas de crescimento 1. Uma medida precisa de desenvolvimento. Entre os indicadores que utilizamos em nosso estudo, capital intelectual e inovação constantemente atraem a atenção de uma ampla gama de leitores. E isso faz sentido: é quase um axioma que esses dois elementos são o motor do desenvolvimento social e do crescimento econômico. Por isso, utilizamos em nossa medição 162 componentes estatísticos, a fim de assegurar resultados bastante precisos e abrangentes. 2. Estocolmo e Toronto lideram. Obtivemos pouca variação nos resultados em relação à pesquisa anterior. Mas a capital sueca, que no ano passado obteve o 1º lugar em três das variáveis que compõem este indicador, agora só lidera em duas. Além disso, caiu do 11º para o 13º lugar em conhecimentos de matemática/ ciências, igualando-se a quatro cidades americanas. Toronto melhorou seu desempenho: figura entre as 10 melhores em todas as variáveis. São Paulo ficou em 24º lugar. 3. Tóquio foi a única asiática entre as 10 primeiras no indicador. Os resultados notáveis que as cidades asiáticas atingiram em conhecimentos de matemática/ciências podem ser um indício de mais avanços futuros, uma vez que elas conquistaram os seis primeiros lugares nessa variável. Além disso, o desempenho das pesquisas nas principais universidades de três capitais asiáticas (Tóquio, Seul e Hong Kong) mostra que elas sabem o que precisam fazer para alcançar posições competitivas nesse campo. 4. As 10 cidades na base do ranking possuem economias fortes. Os resultados mostram, porém, que, se elas quiserem competir com os centros dominantes da Europa, da América do Norte e da Ásia, precisarão desenvolver uma infraestrutura intelectual que torne isso possível. É uma tarefa difícil, mas factível só que elas precisarão de ajuda governamental. No Brasil, por exemplo, o programa Ciência sem Fronteiras visa treinar 100 mil novos engenheiros e cientistas em algumas das melhores universidades do mundo até

4 Conexão global, um novo indicador de desempenho Classificação geral* 1 Londres Paris Pequim Xangai Nova York Madri Tóquio Hong Kong Cingapura 10 Los Angeles São Paulo 50 * A pontuação final leva em conta a quantidade de quartos de hotel, de turistas internacionais e de encontros de associações internacionais, o movimento de aeronaves, o fluxo de passageiros chegando ou partindo e o acesso entre terminais aeroportuários internacionais e distritos centrais de negócios. Fonte: Cidades de Oportunidade 2012, PwC. Conexão global é o único indicador inteiramente novo na pesquisa deste ano. Ele procura quantificar a capacidade de atração de uma cidade além de suas fronteiras locais. O objetivo é tentar mapear a realidade do mundo interligado de hoje. Londres figura na primeira posição do ranking, por constituir o principal centro de viagens da Europa, status sustentado por quatro de seus aeroportos. O que surpreende é como Paris, a segunda colocada, não apenas se sai bem em todas as variáveis que compõem este indicador, como ultrapassa Londres, Nova York e Cingapura em número de encontros de associações internacionais. As mais atraentes para os turistas Londres, Paris e Nova York são consideradas no Ocidente os destinos que mais atraem turistas no mundo. Embora Nova York concentre a maior movimentação de aeronaves e detenha o 2º lugar em fluxo de passageiros, seu desempenho é afetado pelo acesso precário entre os aeroportos e o centro comercial. Por esse motivo, organizadores de eventos têm pouco interesse na cidade. O outro lado da moeda Enquanto a conexão global mede a atratividade dos centros para os turistas, o indicador de demografia e qualidade de vida julga o quanto a cidade é agradável para os seus próprios cidadãos. As cidades que se saem bem em ambos os indicadores combinam atratividade e vitalidade global e local. Londres, Paris, Hong Kong e Cingapura são as únicas avaliadas no terço superior de ambos os indicadores. Paris fica em 1º lugar em demografia e qualidade de vida. Já Pequim e Xangai, que rapidamente alcançaram uma importante presença global, precisarão atender às necessidades e aos desejos de seus próprios habitantes para alcançar uma vitalidade equilibrada e duradoura. 4

5 Prontidão tecnológica: cresce a competição por vantagem digital Classificação geral* 1 Seul 96 2 São Francisco 3 Nova York 91 4 Estocolmo 89 5 Chicago 81 6 Cingapura 80 7 Tóquio 80 8 Londres 79 9 Los Angeles Hong Kong São Paulo 22 Este indicador apresentou um interessante reordenamento de posições entre os 10 primeiros colocados este ano. Embora o fato possa ser atribuído a questões de curto prazo, ele também indica tendências de longo prazo. Um novo líder Seul destronou Nova York nesta edição da pesquisa. E a metrópole norte-americana caiu para a 3ª posição, atrás de São Francisco que antes figurava em 4º lugar. Ou seja, São Francisco passou também Estocolmo, que caiu uma posição em relação a Além disso, enquanto Hong Kong desceu três degraus, para 10º lugar, Tóquio subiu três, avançando para a 7ª posição no ranking. Londres, que havia ficado de fora das 10 primeiras colocações, agora aparece em 8º, ao lado de Los Angeles. No entanto, prevalecem coincidências básicas, porém intrigantes, com a pesquisa anterior. Estocolmo ainda é a única capital não asiática a alcançar o topo na maior parte das variáveis deste indicador, aparecendo em 1º tanto em acesso à internet nas escolas, como no índice de economia digital. Seul continua a liderar na qualidade da banda larga, e Tóquio é a primeira em desenvolvimento/design de softwares e multimídia. Os resultados deste ano continuam a suscitar a pergunta óbvia do estudo anterior: por que Estocolmo pontuou tão baixo em desenvolvimento e design, a única variável em que não apareceu em 1º ou 2º lugares? Uma resposta possível é sua dificuldade de atrair empresas estrangeiras de tecnologia. Se todo o resto fosse mantido, a capital sueca subiria facilmente para a 1ª posição neste indicador caso conseguisse ser competitiva nesta variável. * A pontuação final leva em conta o acesso à internet em escolas, a qualidade da banda larga, o índice de economia digital e o desenvolvimento/design de softwares e multimídia. Fonte: Cidades de Oportunidade 2012, PwC. 5

6 Transporte e infraestrutura: mobilidade interna repensada Classificação geral* 1 Cingapura Seul Toronto Tóquio Hong Kong Estocolmo Nova York Londres 9 Madri 10 Paris 23 São Paulo 54 * A pontuação final leva em conta os sistemas de transporte público, a cobertura e o custo do transporte coletivo, o número de táxis licenciados, a atividade de grandes construções a habitação. Fonte: Cidades de Oportunidade 2012, PwC. Após uma reorganização para melhor refletir a experiência de residentes e visitantes em relação ao sistema de transportes e à infraestrutura das cidades, o ranking deste indicador mudou totalmente. Nenhum dos cinco primeiros colocados deste ano figurava nessa posição no ano passado. Por exemplo, Cingapura, atual líder, estava em 17 lugar. Seul e Toronto, agora empatadas no 2º lugar, apareciam em 9º e 15, respectivamente. Toronto, aliás, é a única cidade não asiática entre as cinco primeiras colocadas em oposição ao cenário anterior, em que o topo da tabela era formado apenas por capitais europeias ou norte-americanas. Os Estados Unidos, na realidade, são representados apenas por Nova York entre as 10 primeiras cidades. Chicago caiu 12 posições (do 2º para o 14 lugar) e ficou empatada com São Francisco, que despencou 10 posições. Los Angeles teve desempenho ainda pior, indo do 21 para o 25 lugar. Uma nova forma de pensar O objetivo da mudança foi refletir o real papel que o transporte e a infraestrutura desempenham no desenvolvimento e na coesão de uma cidade. Agora, o indicador procura medir e avaliar as redes de mobilidade interna e conexão física que mantêm uma cidade unida, maximizando sua eficiência econômica e integração social. Como resultado, três variáveis (movimentação de aeronaves, fluxo de passageiros e acesso do aeroporto ao centro comercial) foram transferidas para o indicador de conexão global. Congestionamento, obviamente, é um fator que afeta a mobilidade urbana interna, mas ele também foi transferido para o indicador de demografia e qualidade de vida, devido à grande teia de questões que suscita, mais relacionadas à satisfação dos habitantes do que ao transporte urbano. Mas o indicador de transporte e infraestrutura também ganhou variáveis novas, uma delas inédita: sistemas de transporte público, que avalia diversos elementos de uma rede de transporte altamente moderna e eficiente. Com a medição da cobertura e da conectividade sistêmica (corredores expressos de ônibus, compartilhamento de carros e bicicletas, entre outros, além dos meios convencionais), a variável reflete a cobertura máxima de transporte público existente, ou quanto o maior percentual possível da população tem acesso à maior variedade possível de meios de transporte público. 6

7 Saúde e segurança: bem-estar dos cidadãos é a chave Da Atenas antiga às modernas Nova York e Hong Kong, parece haver consenso universal sobre a responsabilidade de uma cidade em relação ao bem-estar de seus cidadãos. Sendo assim, aqui testamos a viabilidade cívica, a coesão e as conquistas socioeconômicas. Entre todos os indicadores do nosso estudo, este é o que chega mais perto de quantificar as qualidades que constituem a civilização urbana um termo cujo próprio sentido está incorporado à noção de cidade. É por esse motivo que este indicador também premia a estabilidade de longo prazo e a prosperidade relativa. Afinal, saúde e segurança foram as razões pelas quais homens e mulheres se reuniram para formar as primeiras comunidades humanas, precursoras das cidades. Assim sendo, é evidente que as cidades mais desenvolvidas são as que conseguem permanecer no topo do ranking neste indicador específico. Este ano, Estocolmo e Toronto repetem o desempenho do ano passado, aparecendo, respectivamente, na 1ª e na 2ª posições. Depois de figurar em 4º lugar em 2011, Sydney subiu uma colocação, trocando de lugar com Chicago. São Francisco caiu uma posição, figurando agora no 5º lugar. Esses são apenas pequenos movimentos. De todo modo, nenhuma cidade em desenvolvimento aparece entre as 10 primeiras deste ano como aconteceu na pesquisa anterior. São Paulo ficou em último lugar. Há uma razão por que Roma não foi construída em um dia. A única coisa que leva mais tempo para se desenvolver do que a infraestrutura urbana é o senso intangível de bem-estar e confiança, que são os resultados mais diretos dos sistemas bem tangíveis de proteção e ordem comunal instituídos pelas sociedades desenvolvidas. Segurança pública é a primeira obrigação de um governo democrático. O policiamento não é um custo. É um investimento. Se você não tem segurança pública, o dinheiro aportado em bibliotecas e parques é desperdiçado: se as pessoas não se sentirem seguras, não vão frequentá-los. Com segurança, elas virão. As empresas investirão, mais empregos serão criados, mais impostos serão pagos, mais escolas serão construídas, mais policiais serão contratados. William J. Bratton, comissário do Departamento de Polícia de Nova York de 14 a 16 e atual presidente da Kroll, empresa de segurança particular. 7

8 Para obter mais informações sobre o futuro das cidades, entre em contato com: Richard Dubois Sócio Líder de Governo e Setor Público Tel: (11) richard.dubois@br.pwc.com Baixe gratuitamente o aplicativo PwC BR na App Store e tenha acesso às publicações nacionais e globais da PwC. Compartilhe conosco o que você acha da série 10Minutos e quais temas gostaria de conhecer melhor. Acesse: Leitura relacionada: Cities of Opportunity 2012: pwc.com/cities Siga-nos Twitter@PwCBrasil facebook.com/pwcbrasil 2013 PricewaterhouseCoopers Brasil. Todos os direitos reservados. Neste documento, PwC refere-se à PricewaterhouseCoopers Brasil, a qual é uma firma membro do network da PricewaterhouseCoopers, sendo que cada firma membro constitui-se em uma pessoa jurídica totalmente separada e independente. O termo PwC refere-se à rede (network) de firmas membro da PricewaterhouseCoopers International Limited (PwCIL) ou, conforme o contexto determina, a cada uma das firmas membro participantes da rede da PwC. Cada firma membro da rede constitui uma pessoa jurídica separada e independente e que não atua como agente da PwCIL nem de qualquer outra firma membro. A PwCIL não presta serviços a clientes. A PwCIL não é responsável ou se obriga pelos atos ou omissões de qualquer de suas firmas membro, tampouco controla o julgamento profissional das referidas firmas ou pode obrigá-las de qualquer forma. Nenhuma firma membro é responsável pelos atos ou omissões de outra firma membro, nem controla o julgamento profissional de outra firma membro ou da PwCIL, nem pode obrigá-las de qualquer forma. 8