Crise, Austeridade e Saúde. Constantino Sakellarides Novembro 2013

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1 Crise, Austeridade e Saúde Constantino Sakellarides Novembro 2013

2 ÍNDICE Crise económica e saúde: que efeitos? Regras do jogo: quais são? Base de conhecimento: que evidência? Condicionamentos: com supera-los?

3 ÍNDICE Crise económica e saúde: que efeitos? Regras do jogo: quais são? Base de conhecimento: que evidência? Condicionamentos: com supera-los?

4 Crise económica e saúde: que efeitos? 1. Intensidade da crise: recessão, duração, nível de desempego 2. Ponto de partida: saúde, vulnerabilidade e proteção social 3. Qualidade da resposta: pessoal, institucional, política

5 Suécia 14.6 Irlanda 10.5 Espanha 8.4 Grécia 6.6 Portugal 5.4 Anos de vida saudável após os 65 anos

6 OCDE, 2011 Irlanda Espanha Grécia Portugal

7 Irlanda Espanha Grécia Portugal

8 Portugal

9 Saúde e austeridade Curto prazo - Saúde mental: depressão, ansiedade, suicídio - Dependências: álcool, toxicodependências - Doenças transmissíveis - Acesso a cuidados de saúde Long prazo - Doenças cardiovasculares - Maior resistência aos antibióticos - Aumento dos custos da saúde.

10 ÍNDICE Crise económica e saúde: que efeitos? Regras do jogo: quais são? Base de conhecimento: que evidência? Condicionamentos: com supera-los?

11 Saúde nas políticas públicas Tratado da União Europeia Tratado da União Europeia proteger a saúde deve ser parte integrante de todas as outras políticas Boas práticas em políticas públicas

12 Saúde nas políticas públicas Tratado da União Europeia Tratado da União Europeia ANÁLISE ANTECIPATÓRIA IMPACTO DA CRISE NA SAÚDE Health impact assessment Boas práticas em políticas públicas

13 Health systems in times of global economic crisis: an update of the situation in the WHO Holmenkollen, European Oslo Region Oslo, Norway April 2013

14 Organização Mundial da Saúde, Oslo It is critical to keep an eye on the long-term challenges of the health system while navigating the crisis.; 2. Fiscal policy should explicitly take into account the likely impact on population health; 3. Social safety nets and labour market policies can mitigate the negative health effects of financial and economic crisis; 4. Health policy responses influence the health effects of financial and economic crisis; 5. Funding for public health must be protected; 6. Fiscal policy should avoid prolonged and excessive cuts in health budgets; 7. High performing health systems may be more resilient during times of crisis; 8. Deeper reforms are unlikely to deliver savings quickly under time pressure; 9. Safeguarding access to services requires a systematic and reliable information and monitoring system; 10. Prepared and resilient health systems result primarily from good governance.

15 Maio 2013 (i) Os efeitos sociais e de saúde não são inevitáveis: políticas públicas protetoras em relação ao emprego, à habitação, à saúde e serviços de saúde;... (ii) O investimento no setor da saúde, não só protege as pessoas da crise financeira, como pode contribuir decisivamente para a recuperação económica.

16 ÍNDICE Crise económica e saúde: que efeitos? Regras do jogo: quais são? Base de conhecimento: que evidência? Condicionamentos: com supera-los?

17 Blog do BMJ, um jovem médico português acabado de emigrar para o Reino Unido (TV, Agosto, 2013). It was becoming increasingly harder to work as a GP in Portugal, and my motivation was dwindling. Recently, many computers at my GP practice were broken even if the computer worked there was not enough toner in the printer for the first time, I had to buy paper to print out prescriptions and exam requests

18 A. Biscaia, R. Guiomar (2003) USF Marginal Cascais 16.5% 11.9%

19 A. Biscaia, R. Guiomar (2003) USF Marginal Cascais 16.5% Escolaridade: Sem escolaridade: 4.5% Básico: 19,1 Secundário: 28,2% Médio: 15.5 Superior: 32,7% 11.9%

20 Depressão nos utentes de USF segundo a perceção dos seus profissionais n=878 (53%) - 79, 7% dos respondentes percecionam um aumento entre 2011 e 2012 Aumentou muito Aumentou Sem alterações Diminuiu Diminuiu muito OPSS, 2012

21 Depressão nos registos dos médicos de família USLAM (população ) Depressão Tentativas de Suicídio H M H M % 31% 35% 47% M. Barbosa, 2013 (

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23 Inverteram-se os papeis! O OPSS faz o diagnóstico e aponta para as ações necessárias. Governo critica o OPSS

24 ÍNDICE Crise económica e saúde: que efeitos? Regras do jogo: quais são? Base de conhecimento: que evidência? Condicionamentos: com supera-los?

25 Grande Teatro Sistémico

26 O sucesso é certo

27 O sucesso é certo Os fins justificam os meios

28 O sucesso é certo Primum Nocere Os fins justificam os meios

29 Taxas de juro a 10 anos das dívidas soberanas dos países europeus EURO CRISE

30 Taxas de juro a 10 anos das dívidas soberanas dos países europeus CRISE Alemanha

31 CRISE DO REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA Taxas de juro a 10 anos das dívidas soberanas dos países europeus Grécia Irlanda Portugal Alemanha

32 Eurostat, 2011 Metas do PEC Anos Deficit 3% PIB Dívida 60% PIB Incumprimentos entre 2000 e possíveis

33 Eurostat, 2011 Metas do PEC Anos Deficit 3% PIB Dívida 60% PIB Incumprimentos entre 2000 e possíveis

34 J.C. Juncker Ex-Presidente do Euro Grupo ( ) os planos sugeridos à Grécia apostaram apenas no equilíbrio financeiro do país e não no crescimento. ( ) [isso] foi uma falha e essa estratégia explica, em parte, que o país esteja há cinco anos consecutivos em recessão, período no qual a economia grega decresceu 15%. ( ) não houve abertura suficiente para procurar soluções alternativas Entrevista ao jornal Kathemerini, Atenas, Março 2012

35 Maio 2013 A opção por políticas de austeridade severas e abruptas... resulta de preconceitos políticos, económicos ou culturais, sem qualquer sustentação empírica, que não só não melhoram a economia como se desinteressam pelo previsível impacto dessas opções sobre saúde e os serviços de saúde (e ignoram ou desvalorizam esses efeitos quando eles se materializam)

36 Futuro próximo?

37 Futuro próximo? LOW SLOW UNEQUAL JOBLESS ECONOMIC GROWTH

38 Futuro próximo? LOW SLOW UNEQUAL JOBLESS ANÁLISE ANTECIPATÓRIA IMPACTO DA CRISE NA SAÚDE Health impact assessment ECONOMIC GROWTH