PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR ASSOCIADA A CATETER VESICAL
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- Bárbara do Amaral Barreto
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1 PREVENÇÃO ASSOCIADA A CATETER VESICAL INSTALAÇÃO DO CATETER VESICAL 1. Realizar primeiramente rigorosa higiene da genitália externa com água e sabão, utilizando luvas de procedimento. Higiene feminina: separar pequenos e grandes lábios e lavar incluindo o meato urinário. Higiene masculina: retrair o prepúcio para lavar glande e meato urinário. 2. Retirar as luvas de procedimento e higienizar as mãos com antisséptico detergente ou álcool 70%; 3. Após a higienização das mãos, calçar luvas estéreis colocar o campo estéril; 4. Realizar antissepsia local utilizando povidine tópico ou clorexidina aquosa. 5. Realizar o cateterismo com técnica asséptica. Obs:O gel lubrificante deve ser estéril. 6. Optar por um menor calibre para reduzir a chance de trauma. Insuflar o balão com água destilada com volume recomendado pelo fabricante da sonda. 7. No paciente do sexo masculino inserir o cateter até a extremidade distal para confirmar que o balão de retenção esteja dentro da bexiga antes de insuflá-lo. 8. Utilizar exclusivamente sistema fechado de coleta de urina. 9. Desprezar o material descartável utilizado e higienizar as mãos.
2 MANUTENÇÃO DO CATETER URINÁRIO 1. Manter o cateter fixado para evitar trauma no trato urinário. 2. Proceder higiene com água e sabão do meato urinário diariamente e sempre que necessário. 3. Nunca abrir o sistema para evitar contaminação. 4. Sempre manter a bolsa e o tubo de drenagem abaixo do nível da bexiga (mesmo que o coletor tenha válvula anti-refluxo) para evitar o refluxo do tubo para bexiga e da bolsa para o tubo. 5. Clampear o tubo coletor quando houver risco de refluxo da urina do coletor para a bexiga como durante a movimentação do paciente. Não clampear o tubo sem necessidade ou por período prolongado. 6. Em caso de obstrução do cateter (de 2 vias), não proceder à desobstrução. Nesse caso, o cateter deverá ser trocado, conforme técnica descrita. 7. A irrigação vesical não deve ser realizada com cateter de 2 vias, para tanto deve ser instalado um cateter 3 vias quando houver indicação clínica. INDICAÇÃO DE TROCA DO CATETER URINÁRIO a1. A troca do cateter urinário deve ser individualizada, pois não há rotina estabelecida de troca. 2. As indicações mais comuns para troca são: obstrução, vazamento e infecção. 3. A troca do cateter em paciente com sintomatologia de infecção urinária (febre, dor no trato urinário, urina purulenta e espasmos da bexiga) deve ser realizada antes do inicio da antibioticoterapia. 4. A antibioticoterapia não deve ser feita como medida profilática. 5. A troca do cateter também está recomendada quando este estiver visivelmente sujo, tanto interna como externamente (depósitos e resíduos aderidos), e/ou quando houver violação do sistema fechado, quebra da técnica asséptica ou mau funcionamento do cateter.
3 COLETA DE UROCULTURA NO PACIENTE CATETERIZADO 1. Após 30 dias de cateter urinário, virtualmente 100% dos indivíduos apresentam bacteriúria. Não é recomendada a coleta de cultura de rotina. 2. Ainda não há definição na literatura quanto à necessidade de troca do cateter para a coleta de urinocultura. Entretanto: Se for feito diagnóstico clínico de infecção urinária (febre, dor no trato urinário, urina purulenta e espasmos de bexiga): trocar o cateter antes da coleta para cultura e antes do início do antibiótico. Se estiver por um período > 14 dias: trocar o cateter. 3. A coleta de urina deverá ser feita através de punção do botão coletor depois de repetidos movimentos de fricção com gaze estéril embebida em álcool 70% esperando-se a secagem antes da punção. 4. Imediatamente antes da coleta de urina, clampear o circuito abaixo do botão coletor para evitar o refluxo da urina acumulada no tubo coletor para a seringa; 5. Na ausência de urina residual na porção proximal do circuito (acima do botão coletor), não clampear o cateter para acumular urina na bexiga. Para pacientes oligoanúricos, o clampeamento será permitido apenas para o acúmulo do volume mínimo necessário à realização do exame. 6. Na coleta de urina para cultura, aspirar com seringa estéril e agulha de pequeno calibre no mínimo 01 ml e encaminhar ao laboratório imediatamente ou conservar sob refrigeração à 4ºC. Para o EAS o volume coletado deverá ser no mínimo de 05 ml.
4 CUIDADOS DURANTE O ESVAZIAMENTO DA BOLSA COLETORA 1. Devido o risco de contaminação cruzada, o esvaziamento simultâneo de vários pacientes com o mesmo recipiente sem a prévia limpeza do recipiente NÃO deve ser realizado. 2. Antes e entre a manipulação de pacientes e/ou do sistema coletor, higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel antes de colocar as luvas de procedimento. 3. A extremidade do dispositivo de saída de urina não deve tocar outras superfícies, como o recipiente de coleta ou piso. 4. Ao término de cada coleta, proceder à limpeza do recipiente com água e sabão e a desinfecção da extremidade distal do coletor, utilizando álcool a 70%. 5. A bolsa coletora deve ser esvaziada regularmente para que o fluxo se mantenha contínuo e não haja acúmulo excessivo (volume superior a 2/3 da capacidade total do coletor) e risco de refluxo da urina da bolsa par o tubo coletor.
5 OBSERVAÇÕES E OUTRAS RECOMENDAÇÕES: 1. Só instale o cateter vesical de demora quando for indispensável. A indicação deve ser criteriosa. 2. Quando possível, preferir o cateterismo vesical intermitente. 3. Avaliar diariamente a retirada do cateter. 4. Não há recomendação de irrigação do trato urinário com antibiótico ou outro tipo de antimicrobiano para tratar ou prevenir infecção urinária. 5. Não há benefício algum de se clampear o cateter urinário para reeducação vesical. 6. Cateter de grosso calibre (>22F) deve ser evitado, exceto quando há indicação urológica específica como o risco de obstrução por coágulos. 7. Ainda não se tem um consenso sobre a antissepsia com povidine ou clorexidina posterior a higienização da região com água e sabão, porém esta prática é ainda recomendada pela CCIH enquanto não se há respaldo da ANVISA e comprovações cientificas para tal. Validação Adaptado da rotina do HUCFF Elaboração Aprovação Nome Elisabeth Rodrigues de Azevedo Nome Nancy Soares Peixoto Prof. Adj. Paulo Vieira Damasco (RI) André Luiz dos Santos Ferreira Cargo Enfermeiro Cargo Coordenador
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