PLANEAMENTO DE OBRAS José Amorim Faria
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- Ronaldo Beltrão Faro
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1 PLANEAMENTO DE OBRAS José Amorim Faria ABRIL OBJECTO 1. Noção de Planeamento 2. Dados base 3. Resultados do planeamento 4. Como obter os dados base 5. Planeamento de obras Reflexões teóricas 6. Planeamento de obras com recurso a programas informáticos 2 1
2 1. NOÇÃO DE PLANEAMENTO Planear obras é realizar um plano de actividades e indexá-las ao calendário. No fundo, é decompor a obra em tarefas ou actividades elementares e definir para cada uma, datas de início e fim e folgas de realização. Do planeamento resulta ainda muita informação marginal. Não faz sentido planear sem controlar. Controlar o planeamento da obra é retirar da obra em curso informação (balizamentos) que permita actualizar sucessivamente os planos em vigor e fornecer informação útil para o futuro desenvolvimento dos trabalhos DADOS BASE Listagem de tarefas Duração das tarefas (Duração programada!!) Encadeamento das tarefas Para cada tarefa Equipamento necessário Mão-de-obra necessária Custos ou facturação associados 4 2
3 3. RESULTADOS DO PLANEAMENTO Caminho crítico Datas e margens características das tarefas; Tarefas não críticas; Gráficos facturação-tempo (cronograma financeiro, por exemplo); Gráficos recursos-tempo; Gráficos custos-tempo. 5 DIMC DIMT DFMC DFMT d MT A DIMT de tal forma que d seja igual nas 2 situações d d B DATAS CARACTERÍSTICAS TAREFAS 6 3
4 MARGENS TAREFAS MT MARGEM TOTAL - máximo atraso que uma tarefa pode ter sem atrasar a realização do projecto na duração global prevista. ML MARGEM LIVRE - máximo atraso que uma tarefa pode ter sem afectar as datas início mais cedo das suas tarefas sucessoras MD MARGEM DEPENDENTE = MT-ML Tarefas críticas são todas as tarefas que têm margem total zero. 7 OUTROS RESULTADOS CRONOGRAMA FINANCEIROS DIAGRAMAS CUSTO-TEMPO DIAGRAMAS RECURSO - TEMPO 8 4
5 4. COMO OBTER OS DADOS-BASE Listagem de tarefas (1) CONCEITO DE NÍVEL - A listagem de tarefas faz-se a vários níveis segundo uma estrutura piramidal em que o número de actividades vai sucessivamente crescendo e a unidade de duração diminuindo. Nível 1 programa global: unidade mês Nível 2 Planeamento ao nível das artes: unidade semana Nível 3 Planeamento de pormenor: unidade dia Nível 4- Planeamento específico detalhe 9 COMO OBTER OS DADOS-BASE Listagem de tarefas (2) A listagem de tarefas é feita com base no orçamento de obra mas não é necessariamente coincidente com este. Deverá ser mais simples e agrupar todas as tarefas organicamente semelhantes ou que sejam realizadas ao mesmo tempo. A individualização excessiva complica o plano de trabalhos. 10 5
6 LISTAGEM TAREFAS - EXEMPLO Obra: Edifício de cave + R/C + 3 pisos Prazo 14 meses Nível 1 Geral (Meses) Fase inicial Demolições, limpezas e movimento de terras Estrutura Tosco não estrutural Envolvente Acabamentos Arranjos exteriores 11 LISTAGEM TAREFAS EX cont. Nível 2 Estrutura (Semanas) Caboucos Fundações Cave + R/C 1º Piso 2º Piso 3º Piso Cobertura Diversos 12 6
7 LISTAGEM TAREFAS EX cont. (2) Nível 3 1º Piso (Dias) Cofragem pilares R/C 1º Armaduras pilares R/C 1º Betão pilares R/C 1º Cofragem caixa escadas R/C 1º Armaduras caixa escadas R/C 1º Betão caixa escadas R/C 1º Cofragem vigas 1º Anda Armaduras vigas 1º Andar Betão vigas e lajes 1º Andar Cofragem escadas R/C 1º Armaduras escadas R/C 1º Betão escadas R/C 1º 13 LISTAGEM TAREFAS EX cont. (3) Nível 4 Estruturas Ex.: Planeamento específico de cofragens Nº jogos, rotações jogos, rotação escoramentos, fabricos,... Nota muito importante: Até ao planeamento específico não se entra com tarefas de fabrico. Só consideramos tarefas de colocação ou montagem na obra. Devemos sempre listar tarefas individualizando as diversas artes. 14 7
8 Encadeamento de tarefas Todas as tarefas têm entre si um qualquer tipo de ligação. A ligação mais corrente e perceptível é a ligação física (associada à impossibilidade física) mas podem existir outros tipos de ligação tais como: -segurança; -programáticas; -meios (financeiros, mão-de-obra, equipamentos). LIGAÇÕES FIM-FIM; FIM-INÍCIO; INÍCIO-INÍCIO E INÍCIO-FIM 15 DURAÇÃO DAS TAREFAS (1) O cálculo da duração das tarefas é normalmente realizado a partir dos rendimentos da equipa quando se programam equipas. Em certos casos a programação é feita com base em rendimentos de oficiais e a serventia é no final estimada em função do número de oficiais programados para a obra. 16 8
9 DURAÇÃO DAS TAREFAS (2) Duração para 1 equipa D 1 = Q x Req (horas) D 1 duração para 1 equipa Q quantidade associada à tarefa (medições) Req rendimento da equipa que realiza a tarefa 17 DURAÇÃO DAS TAREFAS (3) Duração para 1 oficial D 1 = Q x r of (horas) D 1 duração para 1 oficial r of rendimento do oficial na realização da tarefa Esta situação aplica-se em trabalhos em que só os oficiais trabalham ou sempre que se usam técnicas de programação em que só se contabilizam os oficiais estimando os serventes por uma fracção do número total de oficiais (feito no final da programação e para o total da obra). 18 9
10 DURAÇÃO DAS TAREFAS (4) Duração programada A duração programada é a duração associada à tarefa depois de escolhidos o número de equipas a afectar à tarefa. D p = D 1 /NHTD/m D p duração programada m número de equipas NHTD número de horas de trabalho diário D p pode ser α, α/2, α/3, α/4, α/5... descontínuo Existe um limite físico para D p 19 DURAÇÃO DAS TAREFAS (5) Exemplo: Reboco numa sala com 100 m 2 r m = 1.08 Hh/m 2 (1T + 1S) Q = 100 m 2 D 1 =6 dias - 1 equipa; 3 dias - 2 equipas ; 2 dias - 3 equipas Não é possível reduzir mais porque 6 homens a rebocar numa sala de 100 m 2 já é loucura!!! 20 10
11 RESTANTES DADOS BASE Mão-de-obra necessária resulta univocamente da duração programada. Equipamento necessário resulta do orçamento Custo resulta do orçamento/mapa de produção Facturação resulta do plano de pagamentos apresentado ao cliente PLANEAMENTO DE OBRAS. REFLEXÕES TEÓRICAS No planeamento de obras as grandes variáveis são a duração programada e o encadeamento. A listagem de tarefas e a duração global em horas são mais ou menos fixas para cada obra (variando naturalmente com o indivíduo encarregado de planear a obra). Os critérios globais a adoptar são normalmente os seguintes: duração do projecto prazo duração mínima sem qualquer preocupação de custo optimização de recursos (mão-de-obra, equipamentos ou custos) 22 11
12 OPTIMIZAÇÃO DO PLANO Como facilmente se deduz as variáveis são às centenas e os critérios a respeitar são (ou poderão ser) algumas dezenas. A OPTIMIZAÇÃO COMPLETA DE UM PLANO DE TRABALHOS NÃO É POSSÍVEL Um plano de trabalhos é assim uma possível indexação das tarefas ao calendário em que se procura, na medida do possível, respeitar um ou mais critérios de optimização. Atendendo à complexidade do problema normalmente utiliza-se apenas um critério como principal (EM GERAL A DURAÇÃO) e utilizam-se os restantes critérios para melhorar o programa. 23 Ex. 1: Duração projecto prazo Processo iterativo de concepção Ver Esquema nos apontamentos 24 12
13 Ex. 2: Optimização de mão de obra Listagem tarefas Equipas disponíveis Duração tarefas em função equipas disponíveis Encadeamento Fim-Início Duração resulta implícita Diagramas equipa/tempo = Outros recursos resultam implícitos PLANEAMENTO DE OBRAS COM RECURSO A PROGRAMAS INFORMÁTICOS (1) não se deve recorrer ao computador sem: - preparar muito bem os dados-base. Admitir várias hipóteses de duração programada - partir de um encadeamento explicito ou implícito de um gráfico de barras
14 O PLANEAMENTO DE OBRAS COM RECURSO A PROGRAMAS INFORMÁTICOS (2) Haverá vantagens em recorrer a programas em que a edição de dados seja cómoda já que a principal vantagem do computador é: - permitir afinar programas e reprogramar de uma forma expedita e com conhecimento das implicações ao nível de diagramas de recursos; - permitir o cálculo muito rápido de redes, características de tarefas e diagramas de recursos. Para além de vantagens na programação a principal utilidade da informática é a facilidade de fazer controlo. Não é aconselhável recorrer à informática em pequenas empresas ou por pessoas com pouca experiência de programação. 27 FIM 28 14
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