NA CASA... Traço linha pinto risco

Transcrição

1 NA CASA... Traço linha pinto risco Dois seres animados surgem da forma improvisada que nasce na folha de papel. A partir da relação entre a forma, a textura e a sensação, partimos à descoberta, no universo encenado da obra de Paula Rego, da história que motiva a personagem a encontrar o seu espaço de ação Visita história que revelou o processo criativo da artista, bem como o encontro com algumas personagens. Permitiu a recolha de objetos que remeteram às histórias chave do projeto: O Capuchinho Vermelho e o Príncipe Porco. Corpo, figura, personagem? Quando o 'quem' é o 'quê', e quando o 'quê' é o 'quem', o que pode acontecer? A partir da visita jogo lançam-se as premissas que convidam a olhar o corpo. Na obra de Paula Rego o corpo não é só uma presença, pode ser o mote para encenar as histórias. Da cabeça aos pés, de fora para dentro, descobrimos o que é o corpo e seus cotovelos Visita jogo com ateliê que contextualizou o corpo num espaço; a personagem que habita um lugar, dentro do lugar da pintura - cenário. Turma 3º B, Professora Paula

2 Humores às Avessas A lua tem fases e nós também: às vezes estamos de humor cheio, outras estamos aluados! Na exposição encontramos várias formas de fazer crescer a imaginação ou encolher o coração. Visita história e ateliê que conclui a transformação do corpo do personagem que, ao habitar o lugar, sente e explora este espaço a partir dos humores. Relação com a fabula, enquanto personagens hibridas e antropomorfizadas - o bicho que vive dentro de nós e nos obriga a uma transformação física e/ou psicológica. Turma 3º A, Professora Maria Turma 3º B, Professora Paula

3 NA ESCOLA Livro biográfico Os alunos construíram um livro gigante para ilustrar a vida e obra de Paula Rego. A partir da primeira visita à CHPR e após das pesquisas levadas a cabo, na escola e em casa, realizaram o livro biográfico, destacando as peças mais importantes. Através deste exercício os alunos perceberam a importância das histórias como mote e ferramenta de trabalho, não só para a artista, mas também para o projeto que se desenhou. Aluno João Charola, Professora Sónia Pereira e Assistente Educativa Catarina Aleluia O Dia Internacional da Mulher A partir de questões relacionadas com o conceito de género e direitos humanos as turmas fizeram um levantamento junto das suas famílias, para procurarem a origem do Dia Internacional da Mulher. Esta pesquisa motivou o debate entre alunos, familiares e professores sobre a forma como o papel da mulher foi alterado e redesenhado ao longo das gerações. O debate contou com a presença da investigadora de Genoveva Oliveira e contou com a construção de um painel comemorativo para assinalar a data. Após conversa, esta reflexão foi completada e analisada na relação com a estrutura do conto que, também este foi sendo alterado conforme conveniências sociais, políticas e hierárquicas. Em jeito de conclusão, descobrimos que as personagens mulheres nem sempre foram frágeis e que os cavaleiros por vezes davam lugar a personagens frágeis, e do amparo feminino. Turmas 3º A e 3º B, Professoras Maria e Paula

4 O bicho que há em mim A partir do último ateliê na Casa (Humores às Avessas), os alunos recriaram os vários bichos interiores em seis seres esquisitos que habitaram o palco final. Bicho coletivo a partir de seis bichos interiores, recolhidos na visita ateliê Humores às Avessas Sessão pública de apresentação na Escola Os bichos interiores habitaram Place (Lugar) de Victor Willing, que em trabalha a questão do lugar numa sugestão da sua presença/ausência, a partir de um palco improvisado. Os alunos apropriaram-se desta obra como palco final onde aconteceram todas as histórias exploradas ao longo do ano (apresentação da exposição final aos pais e restante comunidade escolar). REFLEXÃO FINAL O projeto proporcionou trocas de vivências pessoais e coletivas a partir da observação, interpretação, e interiorização do conceito da "obra de arte". O museu surge como plataforma de formação, conhecimento, aprendizagem e divertimento. Esta valência debruçou-se sobre as histórias tradicionais do universo de Paula Rego, no qual foram consideradas questões ligadas ao conceito de género e de direitos humanos a partir da exposição O Corpo que tem Mais Cotovelos (Julho'11/Fev'12), onde o contributo da investigadora Genoveva Oliveira foi essencial para esta reflexão. O projeto proporcionou ao longo do ano letivo 2011/2012 três visitas à Casa das Histórias Paula Rego e três idas à escola, fomentando uma relação próxima entre alunos, docentes e educadores do museu. Desde a visita história à visita ateliê, o corpo foi ferramenta de trabalho e personagem das histórias, enquanto as sensações foram o veículo primordial igualmente exploradas na exposição Mood (Março/Junho '12). Destas propostas nasceram objetos curiosos como o livro gigante que conta a história de vida da artista, chapéus-contadores que narram histórias, e bichos metamorfoseados oriundos de fábulas. Este projeto celebra uma aprendizagem partilhada, entre museu e escola, possibilitando o repensar de outras ferramentas que permitem ir mais além da sala de aula.

5 FICHA TÉCNICA Conceção e Coordenação do Projeto Adriana Pardal Conceção e Orientação das Atividades Catarina Aleluia Escola/Professoras Parceiras Escola EB 1 São João do Estoril com Carmen Silva/ Maria Caramelo/ Sónia Pereira Colaboração Genoveva Oliveira