DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: LIMITAÇÃO À IGUALDADE DE GÊNERO E AO DESENVOLVIMENTO. Palavras-chave: Divisão sexual do trabalho. Gênero.

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1 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: LIMITAÇÃO À IGUALDADE DE GÊNERO E AO DESENVOLVIMENTO Amanda Gonçalves Pereira * Resumo O crescimento econômico mercantilista que prioriza o lucro em detrimento da justiça social prejudica o verdadeiro desenvolvimento, o social. Nesse contexto compreende-se como é importante investir nas potencialidades das mulheres como agentes produtivas, ao mesmo tempo em que é fundamental romper com o preconceito sexista que envolve a divisão sexual do trabalho na conjuntura patriarcal capitalista. Dessa forma entendemos que a divisão sexual do trabalho se coloca como um grave obstáculo à inserção da mulher nos espaços públicos, produzindo menores salários e piores condições de trabalho, bem como a hierarquização e invisibilização do trabalho atribuído ao gênero feminino. Romper com esse paradigma, compreendendo a importância da valorização da mulher como agente produtiva e não apenas reprodutiva, significa também compreendê-la como um importante instrumento na construção de um desenvolvimento verdadeiramente justo. Palavras-chave: Divisão sexual do trabalho. Gênero. Desenvolvimento 1 INTRODUÇÃO As diferenças entre os gêneros são produtos de uma construção social, e não resultados de características comportamentais biologicamente programadas e reproduzidas em atos instintivos como afirma Danièle Kergoat: As condições em que vivem homens e mulheres não são produtos de um destino biológico, mas, antes de tudo, construções sociais. Homens e mulheres não são uma coleção ou duas coleções de indivíduos biologicamente distintos. Eles formam dois grupos sociais que estão engajados em uma relação social específica: as relações sociais de sexo. (Kergoat, 2000, p. 55) Ou seja, essas relações seguem diferentes padrões que podem modificar dependendo da sociedade, porém o status quo em boa parte das sociedades, principalmente as capitalistas burguesas é o patriarcado e com ele toda a tradição sexistas, onde vigora o pensamento em que mulheres não podem exercer os mesmos trabalhos que homens e que seu trabalho é de menor valor, hierarquicamente inferior. Estas, como todas as relações sociais, têm uma base material, no caso o trabalho, e se exprimem através da divisão social do trabalho entre os sexos, chamada, de maneira concisa, divisão sexual do trabalho (Kergoat, 2000, p. 55). É nesse contexto que se desenvolveu o preconceito que determinou a exploração das mulheres pelos homens e a condicionou aos trabalhos domésticos e aos cuidados com a prole, atividades depreciadas pela * Universidade Federal Rural de Pernambuco 426

2 sociedade capitalista, pois não geram um lucro quantificável nem são transformadas em mercadorias de consumo. Tendo em vista que a divisão sexual do trabalho é um obstáculo ao potencial que a mulher tem como agente do desenvolvimento, quando ganha espaço nas esferas públicas, promovendo mudanças sociais e não sendo apenas coadjuvante nas questões de saúde, educação e segurança alimentar. Utilizando como base teórica o trabalho de Amartya Sen em Desenvolvimento como liberdade e trazendo para a nossa realidade também terceiro mundista, e compreendendo como a divisão sexual do trabalho e a desvalorização da mulher como agente produtiva pode ser prejudicial ao desenvolvimento social, e em contrapartida que a valorização e o investimento nas mulheres podem ser vantajosos para desenvolvermos com garantia de igualdade para as futuras gerações. O presente trabalho tem como objetivo discutir bibliograficamente a divisão sexual do trabalho e seus reflexos na desvalorização do trabalho feminino no cerne da sociedade patriarcal, bem como refletir sobre a importância da valorização da mulher para o desenvolvimento social com justiça. 2 METODOLOGIA O presente artigo foi produzido a partir de análise teórica, buscando fazer uma reflexão sobre os temas abordados a partir da revisão bibliográfica. Procurando apreender, analisar e discutir do ponto de vista epistemológico a questão da divisão sexual do trabalho e suas implicações nas práticas capitalistas patriarcais, usando dados e gráficos do IBGE- Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística para ilustrar de forma quantitativa a situação de disparidade vivida pela mulher brasileira em analogia ao homem com relação à desvalorização do seu trabalho, bem como a reflexão e discussão sobre as potencialidades da mulher quando alcança espaço nas tomadas de decisão, a partir da teoria elaborada por Amartya Sen na qual o mesmo observa o quão é necessário abolirmos com as diferenças de oportunidades entre os gêneros para impetrarmos um real desenvolvimento humano que não priorize o crescimento econômico em detrimento do desenvolvimento das potencialidades humanas. 3 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: LIMITAÇÃO ÀS MULHERES 427

3 Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. (Beauvoir, 1967, p. 9) Quando Beauvoir faz essa observação logo no princípio do seu clássico O segundo sexo: a experiência vivida, ela deixa claro que as diferenças entre homens e mulheres são socialmente construídas e não uma simples questão biológica. Ninguém nasce mulher é preciso uma educação condicionante para se tornar um ser socialmente feminino. Torna-se mulher, aprende-se a ser mulher e não é a natureza que o faz, mas sim a sociedade que elabora o conceito do feminino e do masculino e o impõe como algo natural, biologicamente determinado. Por ser uma questão sociocultural, que o padrão feminino não segue um modelo universal, ou seja, as diferenças e semelhanças entre homens e mulheres adotam condições distintas que mudam para cada sociedade. Margarete Mead, ao sair dos Estados Unidos e partir para a Nova Guiné na década de 1930 comprova que as diferenças de gênero assim como muitos outros aspectos culturais são uma questão social, e por tanto, diversa. Os padrões de feminino e masculino não seguem uma lógica única determinada biologicamente, pois o que a antropóloga encontrou em sua pesquisa foram padrões distintos de comportamentos femininos e masculinos dos naturalizados nas sociedades ocidentais, contrariando a premissa de que homens e mulheres são naturalmente separados por características biológicas que se refletem socialmente, Homens e mulheres têm seus comportamentos condicionados culturalmente. (Cuche, 1999). Nas sociedades patriarcais, da qual a capitalista burguesa faz parte, a mulher é vista como um ser incompleto, sem um membro que represente a virilidade, frágil e indefesa. Marcada pelo determinismo biológico, coube à mulher da família burguesa permanecer em casa cuidando dos ofícios domésticos, uma vez que não era vista como capaz de exercer atividades pesadas, do ponto de vista do esforço físico (fora de casa) nem complexo do ponto de vista intelectual, pois os conceitos machistas pregavam que: O volume do crânio do homem e da mulher, mesmo quando se comparam indivíduos de idade igual, de estrutura igual e de peso igual, apresenta diferenças consideráveis a favor do homem, e esta desigualdade vai igualmente crescendo com a civilização, de maneira que do ponto de vista da massa encefálica e, por consequência, da inteligência, a mulher tende a diferenciar-se cada vez mais do homem (Durkheim, 1978, p.3). 428

4 O trabalho doméstico atribuído à mulher na figura da dona de casa é desvalorizado, pois não se torna em mercadoria e não é quantificável monetariamente, e numa sociedade capitalista o que não é quantificável e não se torna em mercadoria não é produtivo. A mulher foi condicionada a permanecer em casa e naturalizou a sua condição por muito tempo, pois era importante para o eficiente funcionamento da sociedade burguesa que ela permanecesse nos trabalhos domésticos, uma vez que segundo Durkheim: A sociedade conjugal carece de coesão. Se as relações do homem e da mulher são instáveis e intermitentes, ela não pode tomar uma forma bem determinada e, consequentemente, o casamento reduz-se a um pequeno numero de regras sem rigor e sem precisão. O estado do casamento nas sociedades onde os dois sexos são fracamente diferenciados testemunha, portanto que a própria solidariedade conjugal é muito fraca. (Durkheim, 1978, p 29) A mulher carregou o estigma socialmente construído de que precisava manter-se em casa, porque assim a ordem da família burguesa era estabelecida, sendo inferiorizada intelectualmente e fisicamente, seu trabalho era associado à reprodução e ao cuidado com o funcionamento do lar e da educação das crianças, repassando a ideologia burguesa para seus descendentes. Portanto a divisão sexual do trabalho está inserida na divisão sexual da sociedade com uma evidente articulação entre trabalho de produção e reprodução. E a explicação pelo biológico legitima esta articulação. O mundo da casa, o mundo privado é seu lugar por excelência na sociedade e a entrada na esfera pública, seja através do trabalho ou de outro tipo de prática social e política, será marcada por este conjunto de representações do feminino (Brito e Oliveira apud Carloto, 2002). O trabalho da mulher na sociedade burguesa é desvalorizado, pois está associado a um trabalho dado a ela pela própria natureza, como algo biologicamente delineado, e, portanto natural. Essa cultura patriarcal condicionou a mulher aos trabalhos domésticos e aos cuidados com os filhos, sendo assim um trabalho reprodutivo. Tal cultura fez com que a mulher fosse a responsável pela educação e por todos os cuidados com as crianças como que por designo da própria natureza, a ela coubesse apenas essa função. Então quando ela transpõe essa realidade encontra obstáculos ao se deparar com a desvalorização da sua força de trabalho no âmbito da sociedade capitalista. As desvantagens sociais que gozavam os elementos do sexo feminino permitiam à sociedade capitalista em formação arrancar das mulheres o máximo de mais-valia absoluta através, simultaneamente, da intensificação do trabalho, da extensão da jornada de trabalho e de salários mais baixos que os masculinos. (Saffioti apud Carloto, 2002). 429

5 Se em seu estabelecimento a sociedade capitalista explorava a mulher, atualmente ela não faz deferente. A mulher brasileira representa 63,9% da população ocupada entre 25 e 49 anos, porém 14,5% dessas mulheres ocupam-se exclusivamente dos trabalhos domésticos contra apenas 0,7% dos homens. Contudo 94,85% das mulheres exercem dupla jornada, pois além de trabalhar fora de casa ainda ocupam-se dos trabalhos domésticos e dos cuidados com os filhos, contra somente 5,2% dos homens como lembra-nos Hirata: As desigualdades dos salários, das condições de trabalho e da saúde não foram significativamente reduzidas com o crescimento do emprego assalariado das mulheres, e a divisão do trabalho doméstico não mudou de fato, apesar das responsabilidades crescentes assumidas, pelo menos por algumas dessas mulheres, no campo do trabalho profissional. (Hirata, 2003, p 16) As mulheres ainda ganham menos do que os homens pelas mesmas atividades exercidas em todos os grupos de escolaridade, ou seja, não importa o quanto ela se especialize, ela inda ganhará menos do que um homem com seu mesmo grau de instrução. No grupo com onze anos ou mais de estudos os homens ganham em média no Brasil R$ 2.467,49 enquanto as mulheres com a mesma escolaridade ganham em média R$ 1.706,39, como mostra o gráfico 1. A mulher brasileira ganha menos do que o homem, fato comprovado pelo gráfico 2 (IBGE, 2012) essa realidade nos mostra o quanto ainda somos um país machista com profundas desigualdades sociais de gênero. Os números do IBGE comprovam que os hiatos de desigualdades sociais, traço cultural da nossa sociedade, não são uma questão apenas de nível socioeconômico, mas também de uma cultura patriarcal e sexista que coloca a mulher em uma posição social de inferioridade hierárquica. 430

6 Gráfico 1 Gráfico 2 431

7 A divisão sexual do trabalho tem dois enfoques, o primeiro consiste em segregação entre o considerado trabalho feminino e o considerado trabalho masculino. O segundo diz respeito à hierarquização onde o trabalho masculino é colocado a cima do trabalho feminino, pois foi ao longo da história carregado pela carga simbólica do determinismo biológico (Kergoat, 2000) e ainda hoje as mulheres sofrem com essa carga simbólica e são exprobradas pelo preconceito da sociedade patriarcal, burguesa e capitalista que continua explorando ao máximo o trabalho feminino em jornadas múltiplas e salários menores. O engodo da ascensão da mulher no mercado de trabalho esta dissimulado pela precarização e a flexibilização do trabalho feminino, pondo a mulher em situações de terceirização, onde ela encontra obstáculos, suscitados pelo liberalismo econômico associado à globalização do capital (Carloto, 2002). Ou seja, a conjuntura da mulher na sociedade brasileira ainda é de exploração e de desigualdade, nesse contexto de opressão a mulher é a força de trabalho mais expropriada pelo capitalismo patriarcal. 4 O POTENCIAL DA MULHER COMO AGENTE DO DESENVOLVIMENTO A ação do movimento feminista vem evidenciando o papel da mulher como agente transformadora, capaz de requerer mudanças de paradigmas e modificar a sua própria realidade. Foram muitas as transformações desde os escritos de Simone de Beauvoir, entretanto a realidade da mulher ainda é de exploração e disparidade em todo mundo. Segundo Sen (2005) o papel da mulher como agente social vem gradativamente ganhando destaque nas transformações sociais. A sua alfabetização, sua entrada no mercado de trabalho e consequentemente a queda da fecundidade vem transformando a realidade de países terceiro mundistas. A inserção das mulheres nos espaços públicos em países pobres vem diminuindo, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil principalmente em crianças do sexo feminino. Analogamente, o aumento de poder das mulheres parece ser importantíssimo para a redução do flagrante viés contra o sexo feminino (em particular contra as meninas) no aspecto da sobrevivência. (Sen, 2005, p 227). O papel feminino nas mudanças sociais por tanto não se limita as mudanças em seu próprio benefício, mas também pode promover transformações na estrutura social de uma forma mais ampla. Ou seja, com o relativo ganho de poder que a mulher auferiu nos últimos anos ao sair de casa para trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro, 432

8 principalmente em países subdesenvolvidos, foi possível perceber transformações substanciais para essas sociedades mais do que a própria modernização que quando não acompanhadas de ganho de poder para as mulheres pode até mesmo reforçar, em vez de enfraquecer, o viés contra o sexo feminino no aspecto da sobrevivência infantil. (Sen, 2005 p 229). O papel da mulher como agente social amplia-se com a sua entrada no mercado de trabalho e a sua alfabetização, possibilitando ganhos para a sociedade de países subdesenvolvidos, o que mostra o potencial da mulher quando ganha lugar nos espaços externos, refletindo nos processos de tomada de decisões em casa. Ao passo que a mulher ganha expressão social em países terceiro mundistas como o Brasil o desenvolvimento começa a ser democratizado, pois o que deve ser levado em consideração não é somente o crescimento econômico, que expressa à renda da mulher, mas sim a sua mesmo que embrionária melhoria de qualidade de vida que acompanha o seu ganho de poder. As desigualdades ainda são altíssimas, a mulher sofre no mundo todo com a misoginia, o machismo e o preconceito que as leva a desigualdades profundas nas condições sociais de gênero. Certamente, ser capaz de sobreviver é apenas uma capacidade entre outras (embora sem dúvida uma capacitação básica), outras comparações podem ser feitas com base em informações sobre saúde, morbidade, etc. A capacidade de ler e escrever também é muito importante, e as taxas de analfabetismo são muitas vezes escandalosamente mais altas entre as mulheres em diversas partes do mundo. O efeito combinado de uma alta taxa de analfabetismo em geral (a carência de uma capacidade básica nos dois gêneros) e de uma desigualdade de gênero nessa taxa (carência maior das mulheres com respeito a essa capacidade básica) tende a ser desastroso para as mulheres. Aparentemente, mesmo deixando de lado muitos países sobre os quais não dispomos de informações confiáveis, em muitos outros a taxa de analfabetismo das mulheres é superior a 50%. Na verdade, é superior mesmo a 70% em 26 países, a 80% em 16 e a 90% em pelo menos 5. (Sen, 1989). Subjugar os direitos das mulheres como membros de igual importância para a sociedade é considera-las inferiores, é também ignorar todas as possibilidades de desenvolvermos com justiça. Para Sen (2005) o desenvolvimento vai além do crescimento econômico, é preciso garantir os direitos das pessoas e dar condições delas desenvolverem suas capacidades. Permanecer com o conceito de inferioridade feminina, negando o direito de igualdade dos gêneros, privando as mulheres de salários dignos de 433

9 condições de trabalho iguais, saúde, educação e cidadania é inviabilizar o desenvolvimento justo. Há provas abundantes de que, sempre que as disposições sociais deferem da prática tradicional da propriedade masculina, as mulheres conseguem tomar iniciativas nos negócios e na economia com grande êxito. Esta claro que o resultado da prática feminina não é meramente a geração de renda para as mulheres, mas também a provisão dos benefícios sociais decorrentes de status mais elevados e da independência feminina (incluindo a redução das taxas de mortalidade e fecundidade). Assim, a participação econômica das mulheres é tanto uma recompensa em si (com a redução associada do viés contra o sexo feminino na tomada de decisões familiares) como uma grande influência para a mudança social em geral. (Sen, 2005, p 233). A Divisão sexual do trabalho é mais uma das formas de agressão contra as potencialidades das mulheres como agentes do desenvolvimento. As diferenças exorbitantes nas condições de trabalho e de salários das mulheres são um obstáculo ao desenvolvimento com justiça social. Abolir as formas de injustiças provenientes da divisão sexual do trabalho é abrir espaço para a mulher como agente de transformações sociais benignas para a sociedade. As experiências de microcrédito incentivadas pelo Banco Mundial em todo o mundo mostram como o investimento em mulheres pode ser frutífero e trazer uma melhoria na qualidade de vida de famílias, mesmo que de forma minimalista e ainda incipiente, quando se trata de romper com o viés da hierarquização entre os gêneros e de partir com a lógica da desigualdade entre homens e mulheres (Labrecque, 2010). O que podemos perceber com essas práticas é que a mulher tem potencialidades, que podem, se não ceifadas, promover o desenvolvimento com mais justiça e qualidade. Outros exemplos mostram experiências voltadas para a economia solidária, social ou popular como uma política de desenvolvimento que tenha em vista a emancipação e a sustentabilidade desses empreendimentos. É o caso do reconhecimento do trabalho das mulheres no Movimento Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) que surge após intensa mobilização e luta pela garantia do acesso à exploração dos recursos naturais nas áreas dos babaçuais nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará. Nestes estados as áreas dos babaçuais correspondem a 18 milhões de hectares e sofrem os impactos ambientais e sociais causados pela ação das guzeiras, pelo cultivo da soja, eucalipto e cana de açúcar e pela atividade pecuária. Verifica-se que as mulheres inseridas na cadeia produtiva do babaçu no Maranhão lutam para garantir o direito de trabalhar nos babaçuais, ao mesmo tempo em que constroem estratégias contra a devastação ambiental, como o reconhecimento da Lei do Babaçu Livre que já se encontra regulamentada em vários municípios. (Lima,T. et al. 2007, p. 2) 434

10 Um desenvolvimento com mais potencial de equidade que só é possível com a inserção da mulher nos espaços de poder e a valorização do seu trabalho e potencialidades. A igualdade de gênero também é importante como instrumento de desenvolvimento. Conforme mostra esse relatório, a igualdade de gênero representa uma economia inteligente: ela pode aumentar a eficiência econômica e melhorar outros resultados de desenvolvimento de três maneiras. Primero removendo barreira que impedem as mulheres de ter o mesmo acesso que os homens têm a educação, oportunidades econômicas e insumos produtivos podem gerar enormes ganhos de produtividade (...). Segundo, melhorar a condição absoluta e relativa das mulheres introduz muitos resultados de desenvolvimento, inclusive para seus filhos. Terceiro, o nivelamento das condições de competitividade- onde mulheres e homens têm chances iguais para se tornar socialmente e politicamente ativos, tomar decisões e formular políticas- provavelmente gerará no decorrer do tempo instituições e escolhas de políticas mais representativas e mais inclusivas, levando assim a um melhor caminho de desenvolvimento. (Banco Mundial, 2012, p. 3). Emancipar a mulher é desenvolver. Compreender que é fundamental pra a sociedade que a mulher tenha condições equitativas de trabalho, renda, educação, saúde, cidadania etc. é essencial para alcançarmos uma sociedade mais justa e com melhores condições de vida. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O relatório da ONU demonstra que a persistência das desigualdades entre gêneros é o maior entrave ao desenvolvimento humano nos países. Essa desigualdade, segundo a ONU, chega a provocar perdas de até 85% no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). (Sempre Viva Organização Feminista, 2012). Essa observação do boletim da Sempre Viva Organização Feminista feito para ser apresentado na cúpula dos povos que acontece em junho de 2012 simultaneamente a Rio+ 20 como protesto das organizações da sociedade civil de todo o mundo ao modelo capitalista vigente ilustra bem a urgência pela construção de uma sociedade mais igualitária e consequentemente justa. O capitalismo é intrinsecamente excludente e para as mulheres ele é ainda mais perverso, pois está acompanhando do patriarcado onde o trabalho masculino é associado à produção e o feminino a reprodução e aos cuidados com a prole (Kergoat, 2003), por essa razão a mulher ainda padece com os obstáculos da divisão sexual do trabalho e os seus custos, o machismo do capitalismo patriarcal ignora as possibilidades de desenvolvimento humano com liberdade das 435

11 potencialidades, e as mulheres ainda são mais prejudicadas por essa falta de liberdade para desenvolver com liberdade como nos chama a atenção o Sen. Através do Relatório sobre o desenvolvimento mundial: igualdade de gênero e desenvolvimento do Banco mundial é possível perceber que é essencial garantir às mulheres condição equitativas de trabalho e cidadania para garantir o desenvolvimento, uma vez que ele só é possível, verdadeiramente, quando todos apresentarem as mesmas condições sociais de desenvolverem suas aptidões, quando não forem mais julgados pelo gênero nem raça. Romper com o paradigma do patriarcado é um passo fundamental para alcançarmos uma sociedade melhor onde à realidade da expropriação e da disparidade da divisão sexual do trabalho não seja algo naturalizado. REFERÊNCIAS Banco Mundial. Relatório sobre o desenvolvimento mundial: igualdade de gênero e desenvolvimento, Disponível em: < Acessado em 15 de jun BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. São Paulo, Difusão europeia de livros, Sempre Viva Organização Feminista. Persiste desigualdade entre gêneros. Boletim, Disponível em: < Acessado em 13 de jun CARLOTO, Cassia Maria. Gênero, reestruturação produtiva e trabalho feminino. Em: Serviço Social em revista, Londrina, v. 4, nº2, Disponível em: < Acessado em: 18 de mai CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, DURKHEIM, Émile. A Divisão do Trabalho Social. São Paulo: Ed. Abril Cultural, HIRATA, Helena. Por quem os sinos dobram? Globalização e divisão sexual do trabalho. In: TEIXEIRA, Marli, EMÍLIO, Marilane, NOBRE, Miriam e GODINHO Tatau. (org.). Desafios para as políticas públicas: trabalho e cidadania para as mulheres. São Paulo, p IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística). A mulher no mercado de trabalho: Perguntas e respostas. Pesquisa mensal de emprego- PME, Disponível em: 436

12 < Mulher_Mercado_Trabalho_Perg_Resp_2012.pd>. Acessado em: 12 de mai KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In TEIXEIRA, Marli, EMÍLIO, Marilane, NOBRE, Miriam e GODINHO Tatau. (org.). Desafios para as políticas públicas: trabalho e cidadania para as mulheres. São Paulo, p LABRECQUE, Marie France. Transversalização da Perspectiva de Gênero ou Instrumentalização das Mulheres? In Estudos Feministas, v. 18 nº P Disponível em: < Acessado em: 29 de mai LIMA, Teresinha, et al. Trabalho, gênero e a questão do desenvolvimento. In JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUESTÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO NO SÉCULO XXI, 3., 2007, São Luis. Disponível em: Vera.pdf. Acessado em: 2 de ago. 212 SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo, Companhia das Letras, O desenvolvimento como expansão de capacidades. Em: Lua nova: Revista de cultura e política. Jounal of Development Planning, (encarte especial sobre "Desenvolvimento humano a partir dos anos oitenta") Tradução Regis Castro Andrade nº 19, Disponível em: < Acessado em 24 de mai

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