A COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL COM FINANCIAMENTO BANCÁRIO, NO COTEJO COM O COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA 1

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL COM FINANCIAMENTO BANCÁRIO, NO COTEJO COM O COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA 1"

Transcrição

1 1 A COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL COM FINANCIAMENTO BANCÁRIO, NO COTEJO COM O COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA 1 CAROLINE MOREIRA VELHO ETGES 2 RESUMO: O presente trabalho versará sobre a importância e a complexidade das relações contratuais havidas entre as partes, por ocasião da celebração de atos negociais, envolvendo especificamente a compra e venda de imóvel. Dada a natureza do negócio ver-se-á que foram necessários dois contratos em que promitentes vendedores e promitentes compradores compromissaram-se com um contrato particular de compromisso de compra e venda e um contrato posterior com financiamento bancário, através do qual se deu quitação plena, rasa e total do negócio havido entre as partes, ratificado com a transferência do título translativo, mediante o respectivo registro no Cartório de Registro de Imóveis. Entre as controvérsias suscitadas entre o primeiro e o segundo contrato constará a abusividade de cláusulas havidas no contrato particular, sendo objeto de análise e aprofundamento sobre a sua eficácia e validade. Ao fim, constar-se-á que o que importa é o Registro da Escritura Pública, onde deverá constar explicitamente termo de quitação e assim, satisfeitas as cláusulas contratuais firmando-se o negócio jurídico perfeito com presunção de veracidade, pois confirmado por tabelião que goza de fé pública. O trabalho ainda abordará as congruências contratuais de formação dos contratos, requisitos necessários para a sua validade e demais aparos concernentes ao tema. Palavras-chave: compromisso de compra e venda; compra e venda com recursos financeiros bancários; transmissão do título translativo do registro do bem e o respectivo registro; perfectibilização do contrato posterior. 1 Artigo extraído do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, aprovado com grau máximo pela banca examinadora composta pelo Professor Orientador Moacir Costa de Araújo Lima, Professor Álvaro Vinícius Paranhos Severo e Professor Fábio Melo de Azambuja, em 07 de novembro de Acadêmica do curso de Ciências Jurídicas e Sociais da PUCRS. Contato: carolinevelho@yahoo.com.br

2 2 1 INTRODUÇÃO A dinâmica social nos apresenta a um campo de possibilidades, desencadeando uma série de discussões acerca daquilo que o legislador não previu com exatidão quando da elaboração da lei. Os contratos se apresentam como lei entre as partes, contudo, tais disposições devem estar de acordo com as diretrizes apresentadas pela legislação. Apesar do presente trabalho tratar de contratos nominados, o ponto suscitado não apresenta regulação. Para tanto, buscarei nos princípios contratuais e na fonte formal secundária diretrizes para incidir no confronto intercontratual. O compromisso de compra e venda está previsto no artigo 1417 do Código Civil e se apresenta consumado, quando as partes acordam o objeto do futuro contrato de compra e venda, mediante acordo de vontades, ajuste de preço, assinatura dos contratantes e de duas testemunhas. Muito embora o compromisso de compra e venda possa ter aparência formal, de perfeito e legalmente constituído, podem as partes, ou uma delas, na maioria das vezes o vendedor do bem, impor cláusulas abusivas, visando melhores condições somente para um dos pólos da relação, aproveitando-se do desejo de aquisição dos adquirentes. E nesse liame, avoca-se o princípio da autonomia da vontade, visto que é nesse estágio que as imposições oportunistas operam em desfavor da outra parte, considerada a mais fraca na relação. Deve-se, contudo, considerar que é nessa fase que as imposições são delineadas, ou até o mais perverso, fazendo com que as mesmas sejam impostas no momento da assinatura do compromisso de compra de venda, fazendo com que o adquirente não tenha possibilidade de aceitação, pois o desejo íntimo o impulsiona a aceitar imposições onerosas e desconformes com a equivalência entre as obrigações. Destarte, o objeto do presente trabalho é o confronto da validade e exigibilidade entre o compromisso de compra e venda com a compra e venda com financiamento bancário, na seguinte indagação: na existência dos dois contratos antes referidos, qual prevalecerá? Por óbvio, far-se-á um cotejo na doutrina, legislação vigente, e jurisprudência, a qual nos conduzirá para a

3 3 prevalência do contrato de compra e venda, posto que neste se perfectibiliza a quitação da compra do bem e, é posterior àquele. Dessa forma, tem-se dois contratos, com as mesmas partes, mas com a validade apenas do posterior, fazendo com que seja mitigado o cumprimento do contrato de compromisso em face à existência do contrato posterior. 2 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Cumpre mencionar que os contratos não são sempre justos, entretanto, a igualdade de obrigações entre os contratantes é essencial para o fiel cumprimento da justiça contratual. Com o intuito de lograr a perfectibilidade nos contratos, deve-se apreciar os princípios contratuais, com a finalidade de afastar os vícios, erros ou a onerosidade excessiva. Dessa forma, apresentar-se-á os princípios gerais dos contratos, quais sejam: 1) Autonomia da vontade; 2) consensualismo; 3) força obrigatória; 4) boa-fé. Entretanto, segundo o douto Orlando Gomes 3, podem-se acrescentar dois outros princípios norteadores do regime contratual: o princípio do equilíbrio econômico do contrato e o princípio da função social do contrato. Dessa forma, para melhor elucidar o tema far-se-á uma breve apresentação dos referidos princípios, nos tópicos que seguem: 2.1 O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE Por esse princípio, incide o livre estímulo dos indivíduos de contratar, mediante declaração de vontade. Assim, todo indivíduo capaz tem competência para invocar o surgimento de um direito, 4 ou seja, o princípio da autonomia da vontade é a livre ingerência delineada pelos contratantes, capazes para tanto. A autonomia da vontade, conforme os ensinamentos de Kant 5 : A vontade é uma espécie de causalidade, pela qual ela pode ser eficiente, independentemente de causas estranhas que a determinem; assim como necessidade natural é a propriedade 3 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p Ibidem, p KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos. Tradução: Leopoldo Holzbach. São Paulo: Martin Claret, 2005.p. 93 e 94.

4 4 da causa de todos os seres irracionais de serem determinados à atividade pela influência de causas estranhas [...] Destarte, imperioso mencionar que a liberdade em contratar é uníssona e segue o desejo dos contratantes, entretanto, o artigo (art.) 421 e seguintes do Código Civil (CC), evidencia que a liberdade de contratar será exercida nos limites da função social 6. Assim, há uma mitigação do princípio da liberdade, muito embora as partes sejam livres para contratar o que pretendem ou anseiam, devendo observar os ditames do art. 421 do CC e ao princípio constitucional da igualdade, fazendo com que sejam afastadas as desigualdades entre os contratantes. Ainda, para corroborar o pensamento em destaque, evidencia-se o que bem coloca Kant 7 uma vontade livre seria um absurdo. 2.2 PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO O consensualismo, por sua vez, denota a consentimento das partes para que o contrato tenha existência, entretanto, este que não conduz o pleno consenso, podendo, inclusive a contratação ser válida por atos de solenidade, tais como nos contratos solenes e os contratos reais PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA O referido princípio consubstancia a força dos contratos entre as partes, de modo que o contrato faz lei entre as partes, caracterizado pelo devido cumprimento do contrato. Assim, o contrato celebrado com os delineamentos de todos os pressupostos e requisitos, deve ser cumprido ou até mesmo executado de forma imperativa. A força obrigatória dos contratos é a certeza do cumprimento do que foi acordado entre as partes, evidenciando a segurança jurídica no âmbito extrajudicial, contudo, não significa a impossibilidade de levar ao crivo do Judiciário, o contrato firmado entre as partes, visando à nulidade da cláusula, 6 JUNQUEIRA, Gabriel José pereira. Contratos em geral no Código Civil de São Paulo: 3. ed. Leme, Imperium, 2009, p KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos. Tradução: Leopoldo Holzbach. São Paulo: Martin Claret, 2005.p GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 26.

5 5 revogação ou a revisão dos contratos. Nessa seara, destaca-se a cláusula rebus sic standibus, a mencionada cláusula, de tamanha importância, passou a ser denominada na hodiernidade de teoria de imprevisão, pois esta autoriza a revisão do contrato, fazendo com que as situações com excessivo desabono para um dos contratantes sejam revisadas 9. Cumpre referir que a clausula de rebus sic standibus ou teoria da imprevisão deve ser entendida como presumida e intrínseca aos contratos. 2.4 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ Imperioso relatar que pela manifestação de vontade as partes são levadas a configurar o negócio jurídico, denominado contrato, entretanto, para a fiel formulação dos contratos é indispensável à incidência da boa-fé, se caracterizando na lealdade, na confiança, na honestidade, na retidão, na equivalência de prestações e contraprestações. Em suma, o princípio da boa fé evidencia os pilares em que são calcados as relações contratuais. O princípio da boa-fé e o da probidade estão estipulados no art. 422 do CC/02, que preceitua: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé 10. Por conseguinte e considerando que o Código Civil trouxe para as suas linhas o artigo concernente à boa-fé é porquê a transparência edificada nas expressões, probidade e boa-fé, de certo modo nos apresentam e igualmente impõe-se à confiabilidade a qual as relações contratuais devem estar submetidas. Pela boa-fé, a exigência se faz uníssona, no sentido que as partes se apresentem de forma correta durante as tratativas e durante o cumprimento do contrato. Importante que se diga que ninguém pode benefiar-se da própria torpeza, mas, para tanto, a má-fé deve ser provada, enquanto a boa-fé é presumida. 9 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p BRASIL. Código Civil Brasileiro. Art. 422, caput, introduzido pela lei 10406/2002. Disponível em < Acesso em 20 out. 2011

6 6 O princípio da probidade, expressamente constante no art. 422 do CC, nada mais é do que o reforço quanto aos critérios objetivos, evidenciando a honestidade a que são submetidas as partes quando formam os pólos contratuais. A doutrina ramifica a boa-fé em boa-fé subjetiva e objetiva, que será elucidada de forma sintética, nos tópicos seguintes. 2.5 BOA-FÉ SUBJETIVA A subjetividade denota a situação de o indivíduo ter conhecimento ou falta deste em relação a certos fatos, ou seja, o Direito protege aquele que tem consciência de estar agindo conforme a lei, mesmo que a realidade mostre o inverso, sendo utilizada, com mais incidência nos campo dos direitos reais 11. A subjetividade conduz ao íntimo do indivíduo, com aplicação numa convicção de agir correto, ou seja, o indivíduo acredita estar certo, mas apresenta de forma errada, mas sem o requisito intenção de errar. 2.6 BOA-FÉ OBJETIVA Já nessa modalidade de boa-fé, o indivíduo deve apresentar em seu comportamento a boa-fé, pois trata-se de uma regra de conduta, imposta pelo art. 422 do CC. Conforme antes referido, trata-se da lealdade, da retidão e do bom comportamento, evidenciado no caso em concreto, pois se trata de um princípio, evidentemente abrangente e apreciado na casuística. 2.7 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO Muito embora a apresentação do princípio em comento tenha sido apresentado juntamente com a força obrigatória dos contratos, o princípio do equilíbrio econômico merece pinceladas extras, em função da notoriedade e da mitigação da máxima pacta sunt servanda. 11 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e atos unilaterais. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 3, p. 26.

7 7 O princípio em epígrafe apresenta o que está disciplinado no art. 157 e parágrafos do CC. Ainda entoando a figura da lesão, da revisão ou da resolução por onerosidade excessiva, importante a cumulação do artigo supracitado com os art. 478, 479 e 480 todos do CC. Cumpre referir que os contratos não são estáticos e podem sofrer oneração posterior, tanto por intenção velada de um dos contratantes ou por mera imprevisão. Logo, a dinâmica social concernente a qualquer negócio jurídico encontra amparo no Código Civil para impor a revisão ou resolução contratual 12. Por fim, no que diz respeito à aplicação do princípio econômico na relação contratual, o TJRS parece indicar o caminho sem grandes contradições, uma vez que a algum tempo as decisões seguem no mesmo sentido. 2.8 PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO A relação contratual visa atingir os objetivos específicos do ato negocial, bem como também os objetivos sociais. Mister destacar o art. 421 do CC, senão vejamos: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Destarte, o presente artigo não limita a liberdade de contratação, mas delimita os alcances do contrato quando presentes interesses relativos à dignidade da pessoa humana 13. Bem destaca o Douto Arnaldo Rizzardo 14, assim vejamos: [...] a função social do contrato, que leva a prevalecer o interesse público ao privado, a impor o proveito coletivo em detrimento do meramente individual. Dessa forma, a função social do contrato aprimora o interesse da coletividade em razão do particular que, na verdade, é o princípio Constitucional da igualdade fazendo prevalecer o interesse da coletividade, passando a se impor como diretriz das relações jurídicas. 12 RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 50 e RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 21.

8 8 A nulidade dos atos negociais, por afrontarem a função social contratual, surgiu com a finalidade de proteger o economicamente mais fraco na relação negocial, posto que é conferido ao mais fraco um mínimo de bem estar social. Assim, tratando bem o indivíduo, sai ganhando toda a sociedade 15. A tendência de socialização evidencia a funcionalidade ética e moral que até mesmo uma relação particular deve estar atrelada para de tal sorte ir ao encontro da harmonia e do bem comum. 2.9 BREVE ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DOS CONTRATOS Para a validade dos contratos, se faz necessária a existência dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos. Assim, destacar-se-á de forma minuciosa, os pressupostos extrínsecos: capacidade das partes, idoneidade do objeto e legitimação para realizá-lo. Já os pressupostos intrínsecos são: o consentimento, a causa, o objeto, a forma. Assim seguem: Capacidade das partes A capacidade das partes é requisito exigível para todo o negócio jurídico, sob pena de nulidade ou anulabilidade, dependendo do tipo de incapacidade em questão. Para tanto, importante destacar a capacidade jurídica e capacidade natural: a primeira é aquela constatada quando o agente tem capacidade civil, conforme os ditames do art. 5 do CC. Já no que se refere à capacidade natural, percebe-se que está vinculada à capacidade de sanidade mental, como no caso de insano mental não interditado. Assim sendo, caso haja contratação com incapaz natural, há de se admitir nulidade do contrato. Percebe-se que há capacidade jurídica, mas carece capacidade natural SANTOS, Antônio Jeová. Função Social do Contrato. São Paulo: Editora Método, 2004, p GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 53.

9 Idoneidade do objeto No que se refere à idoneidade, vale destacar o que disciplina o art. 104 do CC, no sentido de que o objeto do contrato deve, impreterivelmente, ser lícito, possível e determinado. Dessa forma, o objeto constante no negócio jurídico deve ser lícito, rechaçando qualquer possibilidade que atente à legislação, à moral e aos bons costumes. Ainda, de igual forma, deve-se afastar o proveito de que os indivíduos possam almejar através da sua própria torpeza. Consta o referido princípio no art. 150 do Diploma Legal Civil, afastando a torpeza e dolo bilateral Legitimidade para sua realização A legitimação se classifica em direta ou direta. A primeira ocorre quando o agente capaz pratica atos para suprir seus interesses, adquirindo direitos e contraindo obrigações. A legitimidade indireta ocorre quando o ato é praticado por terceiro, mas investido de poderes para tanto, como no caso de instrumento de mandato outorgando poderes ao outorgado, podendo ser delegação por lei ou ato de vontade 18. Compete referir, ainda, que quando há proibição para agir, nesse caso haverá ilegitimidade para agir e, caso o ato seja praticado, não haverá validade, posto que praticado por ilegítimo Consentimento Consentimento é, sem dúvida, requisito de suma importância, pois para a formação de qualquer negócio jurídico é necessário o consentimento, mesmo nos negócios unilaterais. Dessa feita, o contrato não se perfectibiliza sem o acordo de vontades sobre todas as cláusulas contratuais. Sem esse entendimento não haveria 17 GONÇALVES, Carlos Roberto. 7. ed. Direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2010, v. 3. p TELLES, Inocêncio Galvão. Dos contratos em geral, Lisboa: Coimbra, 1947, p. 246.

10 10 relação contratual, posto que sem o animus de contrair obrigações não há existência contratual Causa Dada a polissemia de conceitos que recaem sobre a causa e também por ser sua conceituação muito controvertida, há correntes que aceitam e outras que não a aceitam como sendo um dos elementos do contrato. O Código Civil vigente trouxe algumas novidades com relação à doutrina da causa, permitindo diferenciar as diversas situações em que cabe usar o referido verbete e quais suas finalidades. No caso em tela, trata-se da causa final ou causa do contrato propriamente dita, cujas definições principais são a de função enconômicosocial do contrato, assim como a causa de atribuição patrimonial, subdividida em causa credendi, causa donandi e causa solvendi 19. Muitos confundem a causa com o objeto do contrato. Assim, de acordo com a situação abordada anteriormente, resolve-se a questão, pois há diferenças substanciais entre um e outro, tendo cada qual importância distinta, como se verá logo abaixo Objeto O objeto do contrato é o conjunto dos atos que os contratantes se comprometeram a prestar. Assim sendo, não podem ser considerados objetos as prestações, pois, na verdade, são o objeto da obrigação. Nesse liame, destaca-se que o objeto, como foi visto no tópico da idoneidade do objeto, deve ser lícito, possível e determinável GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, v. 3. p. 65.

11 Forma Requisito essencial à validade dos negócios jurídicos em geral é a forma pela qual devem ser realizados. Para os contratos, vigora o princípio da forma livre, sendo que os contratos formais ou solenes constituem exceção. A forma escrita é a preferida, embora não seja exigida para a maioria dos contratos, pois traz consigo a questão do elemento da prova da realização do contrato. Ordinariamente, os contratos celebram-se por instrumento particular, devendo ser assinado pelas partes (necessariamente que estejam na disposição e administração dos seus bens), sendo necessário que o mesmo seja subscrito por duas testemunhas, pois assim, reveste-se de força executiva, no caso descumprimento do enlace contratual. O negócio contratual pode ser autenticado pelo reconhecimento de firmas, por tabelião, reforçando-se a autenticidade das declarações mediante sua transcrição no registro público 21. A forma escrita solene é a aplicada à compra e venda de imóveis, pois tal exigência decorre de exigência do art. 215 do diploma legal Civil, conforme será abordado no capítulo quatro do presente trabalho BREVE APRESENTAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS Oportuno rememorar, para melhor compreensão do tema que, além das regras constantes nos capítulos dos contratos nominados no Código Civil, há artigos esparsos no diploma legal Civil, constituindo regras sobre interpretação nos diversos negócios jurídicos contratuais. Nesse esteio, quando da existência de cláusulas contratuais ambíguas ou conflitantes aplicar-se-á a mais favorável ao aderente. Também de igual forma os artigos 110 e 111 do CC, são causas que relacionam, respectivamente, sobre a reserva mental e do silêncio da manifestação de vontade GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 7. ed.são Paulo: Saraiva, 2010, p. 66.

12 12 Assim, vislumbra-se que as cláusulas devem ser seguidas na sua literalidade, posto que podem ser conflitantes, ou até mesmo, porque as cláusulas devem ser entendidas como um todo e não de forma unitária. 3 PECULIARIDADES DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS Por este contrato temos o acordo de vontades entre os contratantes, cujo objeto é a obrigação de fazer que se dará com o contrato definitivo, que é a escritura de compra e venda. Nesse sentido, é imprescindível destacar a abordagem histórica de Pontes de Miranda 23 : no caso de pluralidade subjetiva, se obrigam a concluir outro negócio jurídico, dito negócio principal, ou contrato principal. Assim, é evidente que o contrato preliminar visa o contrato futuro. O primeiro contrato é, na verdade, a formalização das tratativas para, no futuro, ser substituído pelo contrato definitivo. Cumpre referir que as denominações compromisso de compra e venda, promessa de compra e venda e contrato preliminar, são utilizadas aleatoriamente pela doutrina. Entretanto, Orlando Gomes distingue promessa de compra e venda de compromisso de compra e venda, referindo que o primeiro praticamente desapareceu em face do segundo, posto que o segundo qualifica-se pela sua denominação, que é compromissar-se, para evento futuro, deslindando-se na compra e venda, sendo este irretratável, não necessitando da figura do arras penitencial, pois não cogita-se a hipótese de irretratabilidade. Já a promessa de compra de venda promete a compra e venda futura, entretanto, a retratabilidade poderá figurar nas cláusulas desse contrato, ou na forma expressa ou na figura do arras 24. Para melhor elucidar e bem compreendermos, é de bom tom explicitar o referido arras: nada melhor do que utilizarmos a fonte formal primária, do diploma Código Civil de Dessa forma, quem oferece arras penitenciais perderá a quantia e, a quem se beneficia, compete a devolução mais o valor equivalente a arras, 23 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p Ibidem, p. 290 e 291.

13 13 sendo os mencionados valores tidos como sanção pelo arrependimento e não conclusão do contrato. Assim, após distinções entre contrato preliminar, promessa de compra e venda e compromisso de compra e venda, adentrar-se-á no compromisso de compra e venda, deixando para trás demais eventuais distinções entre as denominações do primeiro contrato que visa à compra e venda de imóveis. Destarte, imperioso mencionar que o compromisso de compra e venda é contrato típico em que as partes se obrigam a firmar contrato futuro de compra e venda, concluindo-se pela transferência de titularidade de imóvel, com o registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis. Importante dizer que a promessa de compra e venda toma destaque com o aumento da pretensão aquisitiva de lotes de terrenos e construções de apartamentos. Mediante a ascensão dos referidos negócios, surgiu a necessidade de regulação de tais contratos que, inicialmente, deu-se com o Decreto-lei 58/37. Após, surgiram as Leis 4.380/64, 6.766/79 e 9.514/97 e, por consequência, da numerosidade dos referidos negócios, o legislador inseriu no Código Civil de 2002, dispositivos para a regulação dos referidos negócios, conforme consta nos artigos 108, 1417, 1418 do referido diploma legal 25. Logo, com o advento dos contratos de promessa de compra e venda, a necessidade de confiabilidade e segurança de que o contrato definitivo pressupõe, deu-se com a modalidade de irretratabilidade, denotando práticas cada vez mais expressivas dos referidos contratos no tecido social. Assim, visando à garantia do contrato futuro, sem retratações, o compromisso de compra e venda apresenta-se com irretratabilidade intrínseca a sua denominação. Após distinções entre a promessa de compra e venda e compromisso de compra e venda, deslindar-se-á sobre o compromisso de compra e venda, posto que esta é uma das modalidades contratuais centrais do presente trabalho. A característica do compromisso de compra e venda está exposta na subordinação de exigibilidade de quem se comprometeu a vender ao cumprimento de prestações em face de quem se comprometeu a comprar. Nesse caso, quem se comprometeu a pagar, não poderá exigir o contrato 25 BATALHA, Wilson de S. Campos. Loteamento e condomínios: sistema jurídico de propriedades financiadas, 1ª edição, São Paulo: 1953, p. 364.

14 14 definitivo, sem antes pagar o valor do bem. Assim sendo, quando da quitação do valor do bem imóvel poderá o comprador exigir o título translativo, na verdade não deixa de ser uma compra e venda na modalidade parcelada, sendo a garantia do vendedor o título translativo 26. Dando seguimento, ainda no mesmo sentido, Orlando Gomes 27, arremata [...] querem os contratantes fixar imediatamente, com força vinculante, o conteúdo do negócio que se seguirá oportunamente. Praticamente, deixam apenas de assinar a escritura de compra e venda. 3.1 NATUREZA DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA A particularidade entonante do compromisso de compra e venda consta na atribuição de direito real aferido pelo artigo 1417 do Diploma Legal Civil de Por conseguinte, o referido artigo concede a eficácia real. Entretanto, para a plena eficácia real do compromisso de compromisso de compra e venda, apresenta-se a necessidade de registro do referido contrato na escritura do imóvel, consoante aos artigos 5 e 22 do Decreto-Lei 58. Nesse momento, o compromisso se reveste de direitos reais 28. Oportuno mencionar que há históricas divergências quanto à atribuição de direitos reais ao compromisso de compra e venda. Nesse liame destacar-seá a posição negatória de ser direito real atribuído pelo Decreto-Lei 58, do Douto Pontes de Miranda 29, senão vejamos: o direito do titular do pré contrato já seria o domínio, sendo excrescência o negócio jurídico posterior: a escritura definitiva não passaria de um bis in idem Para o emérito doutrinador Orlando Gomes 30 o direito real atribuído ao compromisso de compra e venda trata-se, na verdade, de uma limitação aferida ao promitente-vendedor, que fica impossibilitado de alienar o bem, uma vez que há o registro do compromisso junto à escritura do imóvel. 26 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p Ibidem, pág RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 11. ed. Rio de janeiro: Forense, 2010, v. 3. p PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. 4. ed. Rio de Janeiro: Editor Borsoi, 1977, v.13, p GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 293

15 15 Muito embora a divergência doutrinária adentre no estado de ser ou não direito real, o compromisso de compra e venda registrado no Cartório de Registro de Imóveis traz nas suas entre linhas duas possibilidades práticas: 1) o promitente-vendedor fica proibido de alienar o bem a um terceiro; 2) ou caso ocorra a resolução do contrato, o imóvel volta na sua plenitude ao promitente vendedor. Compete referir, ainda, que o legislador consolidou no art. 1225, inciso VII, do Código Civil, os direitos reais do promitente comprador do imóvel. Contudo, o art do mesmo diploma legal, aufere que os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis, salvo os casos expressos neste Código. Assim sendo, a expressão do mencionado artigo 1227 do CC, quando menciona salvo os casos expressos neste artigo, nos conduz ao entendimento que o art é um dos casos expressos no Código Civil, senão vejamos: Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto. Portanto, em que pesem as divergências doutrinárias quanto à natureza do compromisso de compra e venda ser de direito real ou não, como o que acima fora exposto, verifica-se que nesse tipo de contrato, quando levado a registro na matrícula do imóvel, para o promitente-vendedor o efeito imediato é a perda da faculdade de dispor do aludido bem, enquanto perdurar o contrato de compromisso. Já o efeito mediato é a certeza do contrato futuro, quando do pagamento do valor creditado ao bem. 3.2 CAPACIDADE DAS PARTES E FORMA A plena capacidade entre as partes é requisito impreterível para a perfectibilização contratual, pois cumprirá com a forma exigida pela lei civil pátria. Assim, cumpre referir que no momento da firmação (assinatura) do compromisso de compra e venda de bens imóveis, o alienante assume desde logo a disposição do bem, portanto, este é o momento em que é exercida a

16 16 disposição, mesmo que a venda seja consumada com o ato solene de transferência da escritura pública, sob pena de invalidade do negócio jurídico. Logo, o alienante que firma compromisso irretratável de venda do bem deve estar no gozo da capacidade plena. Nesta seara, faz-se mister destacar que, para disposição de bem imóvel, é impreterível a anuência do cônjuge, caso o alienante seja casado, concernente ao art do diploma legal Civil, in verbis Ressalvado o disposto no art , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta, alienar bens do casal. Dessa forma, é notório que o legislador quis dar tratamento diferenciado para a venda de bens imóveis, consubstanciando inúmeras formalidades para a disposição do bem em comento. Portanto, vislumbra-se que a capacidade no momento da consumação do compromisso de venda é, sem dúvida, o momento que o vendedor dispõe do bem. Assim, a incapacidade superveniente não obsta o cumprimento da obrigação assumida. Entretanto, se o vendedor torna-se incapaz, importante será a figura do representante legal para fazer às vezes do vendedor ou, ainda, a adjudicação compulsória através de sentença. Em outras palavras significa dizer que, para efeitos de alienação, o ato de destaque é o compromisso de compra e venda, pois é nesse momento que encontraremos o começo da disposição do bem, finalizada, em momento oportuno, pela transferência do título translativo. É de Referir-se, ainda, que somente com o registro da escritura no Registro de Imóveis que se a propriedade, conforme o que dispõe o art do Código Civil, in verbis: Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. Portanto, ato solene atrelado à venda de imóveis, que concederá ao adquirente a propriedade e a posse direta. Entretanto, o registro do compromisso de compra e venda no Registro de Imóveis dá ao comprador a segurança devida, constituindo direito real.

17 EXECUÇÃO A execução do compromisso de compra e venda consolida-se através da transferência definitiva de compra e venda, ou ainda, por meio da adjudicação compulsória. Por conseguinte, ainda quanto à efetivação do compromisso de compra e venda, importante referir que o contrato definitivo é a execução do contrato de compromisso de compra e venda, pois o primeiro é ato inaugural que tem prazo para findar, enquanto o último contrato, ou seja, o da compra e venda, é a continuidade do primeiro pelo simples fato de substituí-lo. Assim, qualquer tentativa de anulação do primeiro é tida como ineficaz quando da existência do segundo, pois necessário seria refazer o primeiro, no entanto, se há o contrato de compra e venda definitivo, refazer o compromisso, na prática, apresenta-se destituído de relevância. 3.4 EXTINÇÃO DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA Importante salientar que pela extinção do compromisso de compra e venda temos as seguintes modalidades, senão vejamos: a) execução voluntária; b) execução coativa; c) resolução; d) dissolução por mútuo consentimento 31. Dessa forma, deve destaca-se que a execução voluntária ocorre através do registro da escritura no Registro de Imóveis, portanto, é cristalino que a transferência do título translativo de propriedade extingue o compromisso de compra e venda. Ademais, mister, referir que o alienante, após uma valoração incidente sobre o cumprimento das obrigações assumidas no compromisso, age voluntariamente na transferência do título translativo. Sendo que após a referida transferência não há que se falar em débitos decorrentes do compromisso, pois mesmo que o alienante alegue valores pendentes. Presume-se pelo perdão dos valores, quando da transferência do título translativo, visto que o alienante aceita a cláusula de quitação referente à venda do bem, constando na 31 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 304.

18 18 mencionada cláusula que não há mais valores pendentes referente ao imóvel em pauta. Importante dizer que, quando há adjudicação compulsória, o cancelamento do compromisso se dá por mandado judicial e, no caso de dissolução por consentimento mútuo, cancela-se com o pedido das partes 32. Dessa forma, a extinção do compromisso é causa natural: ou por meio da transferência do título translativo, por consentimento mútuo; ou por execução coativa em forma específica; ou por ação adjudicatória, posto que o compromisso de compra e venda surge com momento certo para findar, de acordo com as formas explicitadas acima. Nesse sentido, importantíssimas são as considerações de Carlos Roberto Gonçalves 33, senão vejamos os contratos, como os negócios jurídicos em geral, têm também um ciclo vital: nascem com o acordo de vontades, produzem os efeitos que lhes são próprios e extinguem-se. Importante trazer à luz que a extinção contratual se dá pelo cumprimento das obrigações avençadas. Nesse sentido, importantíssimo apreciar os ensinamentos de Carlos Roberto Gonçalves 34 [...] comprova-se o pagamento pela quitação fornecida pelo credor [...] Percebe-se que a quitação é ato individual do credor e desonera o devedor quanto ao bem objeto do contrato, estando assim disposto no art. 320 do Diploma legal Civil, in verbis: A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Entende-se, a partir do artigo supramencionado, que o credor designará a dívida quitada, portanto, conclui-se que qualquer alegação posterior estará acobertada pela mera tolerância, pois se assim não fosse, não haveria razão para o credor desonerar o adquirente do bem em um determinado momento e, 32 GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 3. p GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 3. p. 154.

19 19 em outro, o reobrigá-lo. Ademais, importante referir que a segurança incidente no direito contratual, inibe o alienante de modificar o que por ele foi atestado. 3.4 A FORÇA VINCULANTE DA OFERTA Cumpre mencionar, todavia, que a força vinculante da proposta vem disciplinada no art. 427 do Código Civil. Percebe-se, a partir do artigo suprareferido, que a proposta vincula o proponente a manter a oferta no contrato que envolverá os contratantes. Nessa linha de entendimento bem coloca Carlos Roberto Gonçalves, como segue: [...] desde que séria e consciente, a proposta vincula o proponente. A obrigatoriedade da proposta consiste no ônus, imposto ao proponente, de mantê-la por certo tempo a partir de sua efetivação e de responder por suas conseqüências, por acarretar no oblato uma fundada expectativa de regularização do negócio, levando-o muitas vezes, como já dito, a elaborar projetos, a efetuar gastos e despesas, a promover liquidação de negócios e cessão de atividades etc. Por conseguinte, mostra-se cristalina a necessidade da obrigatoriedade da oferta ser transcrita no futuro contrato, posto que o adquirente do bem promove expectativas sobre o negócio que se confirmará no futuro negócio jurídico, inclusive leva-o muitas vezes a efetuar despesas para bem cumprir o que o que lhe foi objeto de proposta 4 PECULIARIDADES DA COMPRA E VENDA A compra e venda é um dos contratos com maior incidência na dinâmica social, pois através do mesmo podemos atender às mais variadas necessidades da sociedade. O contrato em comento um é dos instrumentos para a circulação de riquezas, de suma importância para economia nacional. Trata-se de contrato nominado, disposto no art. 481 do CC: pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Por conseguinte, a compra e venda tem como fim específico a alienação de um bem, mediante pagamento em dinheiro deste. Portanto, o pagamento deverá ser em dinheiro, pois caso não seja em dinheiro, será de outra espécie, como troca.

20 20 No que concerne à estrutura da compra e venda, colacionam-se as características do contrato em epígrafe, quais sejam 35 : 1) bilateralidade; 2) onerosidade; 3) comutativo; 4) aleatório; 5) de execução instantânea ou diferida. Dessa forma, apresentar-se-á um conciso esboço das características relacionadas no presente tópico, conforme seguem: 4.1 BILATERALIDADE O contrato de compra e venda é ato negocial genuinamente bilateral, visto que o acordo de vontades emerge de obrigações recíprocas. Dessa forma, o alienante se obriga a transferir a propriedade, enquanto o adquirente se obriga a entregar o valor correspondente do bem. Compete complementar que a transferência do bem, objeto da alienação, se dará pela tradição se for venda de bens móveis, conforme o texto do artigo 1226 do Código Civil, in verbis: Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição, cumulado com o artigo 1267 do mesmo diploma, in vebis: A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Já para bens imóveis a propriedade se adquire com o registro da escritura pública no Cartório de Registro de Imóveis, de acordo com o teor do artigo 1227 do Código Civil. Assim sendo, a bilateralidade é característica corrente da compra e venda, concluindo-se com a entrega do bem, ou o registro da escritura pública no Registro de Imóveis, conforme explicitado acima, mediante pagamento em dinheiro. 4.2 ONEROSIDADE No que tange à onerosidade, é nítido que, pela compra e venda, é necessário o pagamento do preço, pois caso não houvesse essa necessidade, seria evidente caso de doação. 35 VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. 11 ed. São Paula. Atlas, 2011, p. 10.

DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total

DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. FINALIDADE. DOS TÍTULOS REGISTRÁVEIS: ESCRITURA

Leia mais

Contrato Unilateral - gera obrigações para apenas uma das partes. Contrato Bilateral - gera obrigações para ambas as partes.

Contrato Unilateral - gera obrigações para apenas uma das partes. Contrato Bilateral - gera obrigações para ambas as partes. Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Civil (Contratos) / Aula 13 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: Teoria Geral dos Contratos: 3- Classificação; 4 - Princípios. 3. Classificação: 3.1

Leia mais

a) Liberatória (art. 299 CC) o devedor originário está exonerado do vínculo obrigacional.

a) Liberatória (art. 299 CC) o devedor originário está exonerado do vínculo obrigacional. Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil / Aula 12 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: Obrigações: V - Transmissão das Obrigações: 2. Assunção de Dívida. Contratos: Teoria Geral

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 249 - Data 12 de setembro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA A promessa de compra e venda de

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

EXERCÍCIO 1. EXERCÍCIO 1 Continuação

EXERCÍCIO 1. EXERCÍCIO 1 Continuação Direito Civil Contratos Aula 1 Exercícios Professora Consuelo Huebra EXERCÍCIO 1 Assinale a opção correta com relação aos contratos. a) O contrato preliminar gera uma obrigação de fazer, no entanto não

Leia mais

PRÁTICA CIVIL E PROCESSUAL LEGALE

PRÁTICA CIVIL E PROCESSUAL LEGALE BEM IMOVEL Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I -os direitos reais sobre imóveis e as ações

Leia mais

DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL NA PERSPECTIVA DO REGISTRO DE IMÓVEIS: CLÁUSULAS SUSPENSIVA E RESOLUTIVA, EXTINÇÃO E PUBLICIADE REGISTRAL

DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL NA PERSPECTIVA DO REGISTRO DE IMÓVEIS: CLÁUSULAS SUSPENSIVA E RESOLUTIVA, EXTINÇÃO E PUBLICIADE REGISTRAL DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL NA PERSPECTIVA DO REGISTRO DE IMÓVEIS: CLÁUSULAS SUSPENSIVA E RESOLUTIVA, EXTINÇÃO E PUBLICIADE REGISTRAL Professor Luiz Egon Richter 1. DA DISTINÇÃO ENTRE A

Leia mais

AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Profª Helisia Góes Direito Civil III Contratos Turmas 5ºDIV, 5º DIN-1 e 5º DIN-2 DATA: 24/09/09 (5º DIV) e 29/09/09 (5º DIN-1 e 5º DIN-2) CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Leia mais

Lei n. o 7/2013. Regime jurídico da promessa de transmissão. de edifícios em construção. Breve introdução

Lei n. o 7/2013. Regime jurídico da promessa de transmissão. de edifícios em construção. Breve introdução Lei n. o 7/2013 Regime jurídico da promessa de transmissão de edifícios em construção Breve introdução 1. O que regula essencialmente o Regime jurídico da promessa de transmissão de edifícios em construção?

Leia mais

1. Compra e Venda Mercantil (art. 481/504 CC) 1. Origem histórica da compra e venda

1. Compra e Venda Mercantil (art. 481/504 CC) 1. Origem histórica da compra e venda 1. Compra e Venda Mercantil (art. 481/504 CC) 1. Origem histórica da compra e venda A compra e venda é o mais importante de todos os contratos, tendo em vista que é pela compra e venda que se dá a circulação

Leia mais

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial Por Maria Angélica Jobim de Oliveira À luz do artigo 1.336, inciso I, do Código Civil,

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel Quais são as possibilidades de uso do FGTS no consórcio? Oferta de lance em consórcio de imóvel residencial O consorciado poderá utilizar até 100% do saldo

Leia mais

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS Art. 2º da Lei 11.795/08: Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida

Leia mais

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1. Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1. Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1 Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE INTRODUÇÃO Para o Direito existem alguns princípios pelo qual, podemos destacar como base fundamental para estabelecer

Leia mais

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO PROJETO DE LEI N o 3.847, DE 2012 (Apensados os PLs nº 5.158, de 2013, e nº 6.925, de 2013) Institui a obrigatoriedade de as montadoras de veículos,

Leia mais

1 Geli de Moraes Santos M. Araújo

1 Geli de Moraes Santos M. Araújo 1 Contrato de Fiança. 1 Geli de Moraes Santos M. Araújo Sumário: Resumo. 1. Introdução. 2. Natureza jurídica da fiança. 3. Espécies de fiança. 4. Requisitos subjetivos e objetivos. 5. Efeitos da fiança.

Leia mais

DIREITO CIVIL Espécies de Contratos

DIREITO CIVIL Espécies de Contratos DIREITO CIVIL Espécies de Contratos Espécies de Contratos a serem estudadas: 1) Compra e venda e contrato estimatório; 2) Doação; 3) Depósito; 4) Mandato; 5) Seguro; 6) Fiança; 7) Empréstimo (mútuo e comodato);

Leia mais

MINUTA DE CONTRATO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

MINUTA DE CONTRATO CONTRATO DE COMPRA E VENDA MINUTA DE CONTRATO CONTRATO DE COMPRA E VENDA TERMO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL QUE ENTRE SI FAZEM A FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - FUNIARP E. Na forma abaixo: FUNDAÇÃO

Leia mais

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br O suicídio é coberto ou não pelo seguro de vida dentro do período de carência? Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br Para responder esta pergunta, vamos entender qual a sistemática do Código

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 60 - Data 20 de fevereiro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF ALIENAÇÃO DE IMÓVEIS

Leia mais

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima;

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima; Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil / Aula 11 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: V- Transmissão das Obrigações: 1. Cessão de Crédito. V - Transmissão das Obrigações: 1. CESSÃO

Leia mais

NOVAÇÃO. Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi

NOVAÇÃO. Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi DIREITO CIVIL NOVAÇÃO Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi Através do conteúdo que se segue, tento fazer um breve, porém proveitoso apanhado sobre a novação, principalmente no tocante à forma como o assunto

Leia mais

PIS/Cofins e bonificações nas compras

PIS/Cofins e bonificações nas compras PIS/Cofins e bonificações nas compras José Antonio Minatel Mestre e doutor PUC/SP PIS/COFINS Base de Cálculo PIS-COFINS (regime cumulativo ) Lei nº 9.718/98 NR Lei nº 12.973/2014 Art. 3º O faturamento

Leia mais

USUFRUTO. 1) Conceito:

USUFRUTO. 1) Conceito: USUFRUTO 1) Conceito: O usufruto é um dos chamados direitos reais sobre coisa alheia. Para Sílvio de Salvo Venosa 1 usufruto é um direito real transitório que concede a seu titular o poder de usar e gozar

Leia mais

Lição 5. Formação dos Contratos

Lição 5. Formação dos Contratos Lição 5. Formação dos Contratos Seção II Da Formação dos Contratos Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

OS DIREITOS DOS ADQUIRENTES DE IMÓVEIS NA PLANTA

OS DIREITOS DOS ADQUIRENTES DE IMÓVEIS NA PLANTA OS DIREITOS DOS ADQUIRENTES DE IMÓVEIS NA PLANTA Elaborado por Daniel Menegassi Reichel Advogado Fundador do Escritório de Advocacia Menegassi Reichel Advocacia Elaborado em 13/08/2013. Trabalho protegido

Leia mais

Ref. Proc. nº 173.410/2003 HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA DO PERCENTUAL DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO CÁLCULO DA TAXA JUDICIÁRIA (Estudo elaborado pela

Ref. Proc. nº 173.410/2003 HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA DO PERCENTUAL DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO CÁLCULO DA TAXA JUDICIÁRIA (Estudo elaborado pela Ref. Proc. nº 173.410/2003 HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA DO PERCENTUAL DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO CÁLCULO DA TAXA JUDICIÁRIA (Estudo elaborado pela Divisão de Custas desta E. Corregedoria, e aprovado pelo

Leia mais

Direito das Obrigações I 2.º ano A 6 de Janeiro de 2015 2 horas (Correção)

Direito das Obrigações I 2.º ano A 6 de Janeiro de 2015 2 horas (Correção) I Bento e Carlos celebraram um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel. De acordo com o disposto no art. 410.º, n.º 2, o contrato-promessa deve ser celebrado sob a forma escrita, uma vez que o

Leia mais

REGULAMENTO PROMOÇÃO ITBI PREMIADO MRV MAIO 2014

REGULAMENTO PROMOÇÃO ITBI PREMIADO MRV MAIO 2014 REGULAMENTO PROMOÇÃO ITBI PREMIADO MRV MAIO 2014 MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A. ( MRV ), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.343.492/0001-20, com sede na Av. Raja Gabaglia,

Leia mais

- Espécies. Há três espécies de novação:

- Espécies. Há três espécies de novação: REMISSÃO DE DÍVIDAS - Conceito de remissão: é o perdão da dívida. Consiste na liberalidade do credor em dispensar o devedor do cumprimento da obrigação, renunciando o seu direito ao crédito. Traz como

Leia mais

14/06/2013. Andréa Baêta Santos

14/06/2013. Andréa Baêta Santos Tema: DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO Questões de Registro de Imóveis 14/06/2013 1. Na certidão em relatório Oficial deve sempre se ater ao quesito requerente? formulado o pelo Não, pois sempre que houver

Leia mais

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO CHANCE ÚNICA

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO CHANCE ÚNICA REGULAMENTO DA PROMOÇÃO CHANCE ÚNICA 1 Da Oferta 1.1. A presente oferta promocional denominada CHANCE ÚNICA ( Oferta ) é instituída por mera liberalidade de empresas do grupo Camargo Corrêa Desenvolvimento

Leia mais

UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO UMA SUSCINTA ANÁLISE DA EFICÁCIA DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Anne Karoline ÁVILA 1 RESUMO: A autora visa no presente trabalho analisar o instituto da consignação em pagamento e sua eficácia. Desta

Leia mais

Direito das Coisas II

Direito das Coisas II 2.8 DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR Ao cabo do que já era reconhecido pela doutrina, o Código Civil de 2002, elevou o direito do promitente comprador ao status de direito real. Dantes, tão somente constava

Leia mais

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: 6º; 14º; Decreto-Lei n.º 347/85, de 23/08; Assunto:

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: 6º; 14º; Decreto-Lei n.º 347/85, de 23/08; Assunto: FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: Artigo: Assunto: CIVA 6º; 14º; Decreto-Lei n.º 347/85, de 23/08; Localização de operações - Transportes terrestres, operações de armazenagem e distribuição Continente RA s -

Leia mais

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2010 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS, sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 57, de 2007 (PL 4760, de 2005, na origem), que altera o art. 3º da Lei nº 8.100, de 5 de dezembro de 1990, para

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

CONTRATO DE COMPRA E VENDA COM CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE QUOTAS DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

CONTRATO DE COMPRA E VENDA COM CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE QUOTAS DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 1 CONTRATO DE COMPRA E VENDA COM CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE QUOTAS DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA I PARTES: a) Sócia 2, doravante denominada simplesmente PROMITENTE VENDEDOR CEDENTE;

Leia mais

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto.

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto. RESUMO I - Obrigações Alternativas São aquelas que têm objeto múltiplo, de maneira que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Nasce com objeto múltiplo. Ex.: A se obriga a pagar a B objeto X

Leia mais

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Civil (Parte Geral) / Aula 05 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: II) Ausência: Sucessão Definitiva. III)Capacidade: Espécies de Capacidade

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

O dispositivo em questão dispõe que a incorporação imobiliária poderá ser submetida ao regime de afetação, a critério do incorporador, nestes termos:

O dispositivo em questão dispõe que a incorporação imobiliária poderá ser submetida ao regime de afetação, a critério do incorporador, nestes termos: Exmo. Sr. Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil PARECER INDICAÇÃO Nº 022/2015 Projeto de Lei nº 5092/2013: Altera a redação do art. 31-A da Lei nº 4.591/1964, para qualificar como patrimônio

Leia mais

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ nº 06.977.745/0001-91 PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ nº 06.977.745/0001-91 PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES 1. OBJETIVOS DO PLANO BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ nº 06.977.745/0001-91 PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES 1.1. Os objetivos do Plano de Opção de Compra de Ações da BR Malls Participações S.A. ( Companhia

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Do contrato de troca ou permuta Maíra Santos Antunes da Silva Conceito Na permuta um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra, ou seja, uma parte se obriga a dar uma

Leia mais

Atos administrativos Parte 1

Atos administrativos Parte 1 Parte 1 Todos os direitos reservados. A comercialização não autorizada desta obra, por qualquer meio, eletrônico ou reprográfico, ainda que parcial, constitui ato ilícito, respondendo os infratores nos

Leia mais

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL GERDAU PREVIDÊNCIA

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL GERDAU PREVIDÊNCIA REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL GERDAU PREVIDÊNCIA Capítulo I Da Finalidade Artigo 1 - O presente Regulamento de Empréstimo Pessoal, doravante denominado Regulamento, tem por finalidade definir normas

Leia mais

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Como se sabe, a legislação vigente prevê uma série de limitações referentes à realização de despesas em ano eleitoral, as quais serão a seguir

Leia mais

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários Instrumento de captação de recursos e de investimentos no mercado imobiliário O produto O Certificado

Leia mais

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA DECRETO Nº 13.346, DE 24 DE JUNHO DE 2013. Regulamenta a Lei Complementar nº 4.403, de 5 de junho de 2013, que Estabelece obrigação de uso do sistema ITBI

Leia mais

PLANO DE ENSINO. TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO - Noturno Código 50010 Créditos: 4 Pré-requisitos --

PLANO DE ENSINO. TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO - Noturno Código 50010 Créditos: 4 Pré-requisitos -- PLANO DE ENSINO 1. IDENTIFICAÇÃO: Faculdade: FACITEC Curso: DIREITO Disciplina: TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO - Noturno Código 50010 Créditos: 4 Pré-requisitos -- 2. EMENTA: Princípios fundamentais:

Leia mais

Desse modo, esse adquirente

Desse modo, esse adquirente 1-(FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) Uma pessoa adquiriu bem imóvel, localizado em área urbana de município paulista, sem exigir que o vendedor lhe exibisse ou entregasse

Leia mais

Atrasos nas entregas de obras

Atrasos nas entregas de obras Atrasos nas entregas de obras Nos últimos anos, houve um crescimento relevante dos lançamentos imobiliários ( boom imobiliário) em todo o país, com a escassez de materiais básicos e mão de obra qualificada

Leia mais

1 Questão 213 Participações societárias obrigatoriedade de elaboração de demonstrações contábeis consolidadas

1 Questão 213 Participações societárias obrigatoriedade de elaboração de demonstrações contábeis consolidadas 1 QUESTÃO 213 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS OBRIGATORIEDADE DE ELABORAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS... 1 2 QUESTÃO 218 ANÁLISE DE BALANÇOS ALAVANCAGEM FINANCEIRA ÍNDICE DE COBERTURA DAS DESPESAS

Leia mais

EDITAL DE VENDA DE BENS IMÓVEIS BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A. LEILÃO Nº 14/13037

EDITAL DE VENDA DE BENS IMÓVEIS BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A. LEILÃO Nº 14/13037 EDITAL DE VENDA DE BENS IMÓVEIS BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A. LEILÃO Nº 14/13037 O Banco do Estado do Rio Grande do Sul, S.A., com sede em Porto Alegre - RS, inscrito no CNPJ sob n. 92.702.067/0001-96,

Leia mais

1.3. Ao comprador da LCI é conferido direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária.

1.3. Ao comprador da LCI é conferido direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária. REGULAMENTO DA LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO ( LCI ) DE EMISSÃO DO BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. O BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A, inscrito no CNPJ/MF sob nº 60.770.336/0001-65, com sede na Cidade de

Leia mais

REGULAMENTO DE PREMIAÇÃO

REGULAMENTO DE PREMIAÇÃO A Odebrecht Realizações Imobiliárias e Participações S/A, estabelecida na Avenida A, número 4165, sala 101 Torre 4, no bairro da Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho-PE, CEP 54.522-005, inscrita no

Leia mais

a) Verificar o direito real do promitente comprador;

a) Verificar o direito real do promitente comprador; PROMESSA DE COMPRA E VENDA 1 Lindiara Antunes Do Nascimento 2, Carlos Guilherme Probst 3. 1 TRABALHO DE CURSO - TC 2 AUTOR- Aluna do curso de Direito pela UNIJUI 3 COUATOR - Mestre em Educação nas Ciências

Leia mais

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança Novas regras 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Por ter parte de sua remuneração (chamada de adicional)

Leia mais

Coordenação Geral de Tributação

Coordenação Geral de Tributação Fl. 12 Fls. 1 Coordenação Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 2 Data 14 de janeiro de 2014 Origem DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DE SÃO PAULO DERAT. ASSUNTO:

Leia mais

CONTRATO DE COMODATO DE IMÓVEL

CONTRATO DE COMODATO DE IMÓVEL 1/5 CONTRATO DE COMODATO DE IMÓVEL Pelo presente instrumento particular de contrato, que tem de um lado FUNDAÇÃO FACULDADE DE MEDICINA, pessoa jurídica de direito privado, de fins não lucrativos, reconhecida

Leia mais

REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO

REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO REGISTRO DE CASAMENTO DE MORTO Elaborado em Anderson Evangelista Pós-graduado em Direito Privado pela UGF/CEPAD Bacharel em Direito pela UNESA Professor e palestrante de Direito de Família Colunista do

Leia mais

AULA 17 ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO

AULA 17 ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO 1 AULA 17 ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO INTRODUÇÃO Atualmente, existem cerca de 40 títulos de crédito em circulação no país. Os mais conhecidos são a nota promissória, cheque e duplicata. NOTA PROMISSÓRIA

Leia mais

CONDIÇÕES GERAIS SEGURO GARANTIA CIRCULAR SUSEP 232/03. Processo SUSEP nº 10.003.017/01-08

CONDIÇÕES GERAIS SEGURO GARANTIA CIRCULAR SUSEP 232/03. Processo SUSEP nº 10.003.017/01-08 CONDIÇÕES GERAIS SEGURO GARANTIA CIRCULAR SUSEP 232/03 Processo SUSEP nº 10.003.017/01-08 Cláusula 1ª - OBJETO Este seguro garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo Tomador no contrato principal,

Leia mais

FIADORES: CONHEÇA AS SUAS REAIS RESPONSABILIDADES

FIADORES: CONHEÇA AS SUAS REAIS RESPONSABILIDADES PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA SEGUNDA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2012 POR FIADORES: CONHEÇA AS SUAS REAIS RESPONSABILIDADES Porque muitos consumidores têm procurado, ultimamente, este Serviço, apresentando questões

Leia mais

Teoria Geral das Obrigações. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Teoria Geral das Obrigações. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Teoria Geral das Obrigações Objetivos A presente aula tem por objetivo apresentar a teoria geral das obrigações iniciando-se com um breve relato sobre o Direito das Obrigações, seguindo-se para os elementos

Leia mais

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N o 76, DE 2011. I RELATÓRIO

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N o 76, DE 2011. I RELATÓRIO COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N o 76, DE 2011. Veda a utilização do sistema francês de amortização, ou tabela Price, nos empréstimos e financiamentos de qualquer natureza.

Leia mais

ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO

ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO Termo de Constituição de Consórcio 1 As Partes: A empresa (Nome da Empresa)..., com sede na cidade de..., (Endereço)..., com CNPJ n o..., Inscrição Estadual...,

Leia mais

SOCIEDADE EMPRESÁRIA

SOCIEDADE EMPRESÁRIA SOCIEDADE EMPRESÁRIA I-CONCEITO Na construção do conceito de sociedade empresária dois institutos jurídicos servem de alicerce: a pessoa jurídica e a atividade empresarial. Um ponto de partida, assim para

Leia mais

DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL

DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL João Pedro Lamana Paiva 1 Resumo: este artigo faz uma abordagem acerca do registro do contrato de compra e venda de imóvel que contenha cláusula que condicione

Leia mais

Os recursos da conta vinculada do FGTS podem ser utilizados pelos Consorciados nas seguintes operações:

Os recursos da conta vinculada do FGTS podem ser utilizados pelos Consorciados nas seguintes operações: REGRAS DE UTILIZAÇÃO DO FGTS Utilização O Consorciado e o Imóvel devem atender a todas as condições normativas previstas no Manual do FGTS instituído pela Caixa Econômica Federal, na qualidade de Agente

Leia mais

CONTRATO DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL

CONTRATO DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS É o ato de vontade que, por se conformar com os mandamentos da lei e a vocação do ordenamento jurídico, confere ao agente os efeitos por ele almejados. ELEMENTOS ESTRUTURAIS I -ESSENCIAIS

Leia mais

2ª Fase Direito Civil

2ª Fase Direito Civil 2ª Fase Direito Civil Professor Fabio Alves fabio@ferreiraecamposadv.com CONTRATOS E CDC PRINCÍPIOS AUTONOMIA DA VONTADE PACTA SUNT SERVANDA BOA-FÉ OBJETIVA 1 Formação dos contratos Proposta e Aceitação

Leia mais

EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL

EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL EDUARDO RAFAEL WICHINHEVSKI A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE E DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO NA SEGURIDADE SOCIAL CURITIBA 2013 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 3 2UNIVERSALIDADE DE COBERTURA

Leia mais

TRATAMENTO FISCAL DE PARTILHA POR DIVÓRCIO

TRATAMENTO FISCAL DE PARTILHA POR DIVÓRCIO Antas da Cunha LAW FIRM TRATAMENTO FISCAL DE PARTILHA POR DIVÓRCIO I) MAIS-VALIAS A mais-valia consiste na diferença entre o valor de aquisição (que pode ser gratuita ou onerosa) e o valor de realização

Leia mais

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Renda Fixa Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Cédula de Crédito Imobiliário Instrumento que facilita a negociabilidade e a portabilidade do crédito imobiliário

Leia mais

Abuso de Direito (art. 187 CC) Limites ao exercício de um direito: Fins econômicos, fins sociais, costumes e boa fé.

Abuso de Direito (art. 187 CC) Limites ao exercício de um direito: Fins econômicos, fins sociais, costumes e boa fé. Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Civil (Contratos) / Aula 15 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: Teoria Geral dos Contratos: Princípios: Boa fé Objetiva; Fases do Contrato: Formação

Leia mais

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE compilações doutrinais RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE Carlos Barbosa Ribeiro ADVOGADO (BRASIL) VERBOJURIDICO VERBOJURIDICO

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS Elaborado em 06.2007. Bruna Lyra Duque Advogada e consultora jurídica em Vitória (ES), mestre em Direitos e Garantias Constitucionais

Leia mais

COMPRA E VENDA DE MOVEIS E IMÓVEIS Modelo 02

COMPRA E VENDA DE MOVEIS E IMÓVEIS Modelo 02 ANUÊNCIA PARA DOAÇÃO OU VENDA DE IMÓVEL ENTRE ASCENDENTE E DESCENDENTES Modelo 01 a quem confere poderes para o fim especial de, como interveniente na escritura de (doação, venda ) que seu(sua)(s) ( pai,

Leia mais

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:...

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:... 1 DIREITO EMPRESARIAL PONTO 1: Registro PONTO 2: Incapacidade Superveniente PONTO 3: Sociedade Empresária 1. REGISTRO Para fazer o registro, a pessoa deve estar livre de qualquer impedimento ou proibição.

Leia mais

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC)

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) DO CONCEITO A ADOÇÃO É UM ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO, CUJA EFICACIA É DEPENDENTE DA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NESSE CASO, CRIA UM VÍNCULO FICTÍCIO DE PATERNIDADE-

Leia mais

A configuração da relação de consumo

A configuração da relação de consumo BuscaLegis.ccj.ufsc.br A configuração da relação de consumo Samuel Borges Gomes 1. Introdução O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi sem dúvida um marco na legislação brasileira no sentido de legitimação

Leia mais

REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 1 REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Cleiton Graciano dos Santos 1 RESUMO: Este artigo trata sobre o Regime de Bens no novo Código Civil brasileiro, apresentando os principais aspectos do assunto,

Leia mais

ÂMBITO E FINALIDADE SERVIÇO DE EMPRÉSTIMO DE VALORES MOBILIÁRIOS

ÂMBITO E FINALIDADE SERVIÇO DE EMPRÉSTIMO DE VALORES MOBILIÁRIOS Dispõe sobre empréstimo de valores mobiliários por entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, altera as Instruções CVM nºs 40, de 7 de novembro de 1984 e 310, de 9 de julho

Leia mais

PARECER CONJUR / MCIDADES Nº 1796/2007. Processo nº 80000.014403/2007-50

PARECER CONJUR / MCIDADES Nº 1796/2007. Processo nº 80000.014403/2007-50 PARECER CONJUR / MCIDADES Nº 1796/2007 CONSULTA EFETUADA PELA CAIXA. ANÁLISE DE ESCRI- TURA DE ÁREA DE INTERVENÇÃO, REFERENTE A CON- TRATO DE REPASSE CELEBRADO COM O MUNICÍPIO DE (...). IMÓVEL ORIUNDO

Leia mais

COMPANHIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta. CNPJ/MF n. 76.500.180/0001-32 NIRE 41.3.000.5081-3

COMPANHIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta. CNPJ/MF n. 76.500.180/0001-32 NIRE 41.3.000.5081-3 COMPANHIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta CNPJ/MF n. 76.500.180/0001-32 NIRE 41.3.000.5081-3 PLANO DE OPÇÕES DE COMPRA DE AÇÕES DA COMPANHIA CAPÍTULO I OBJETIVOS DO PLANO Cláusula 1.ª

Leia mais

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013 2013 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional Dívida Ativa Cartilha aos Órgãos de Origem Esta cartilha tem por fim informar e explicar o que é a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, quais créditos

Leia mais

PERMUTA DE IMÓVEIS CONCEITO

PERMUTA DE IMÓVEIS CONCEITO PERMUTA DE IMÓVEIS CONCEITO Considera-se permuta toda e qualquer operação que tenha por objeto a troca de uma ou mais unidades imobiliárias, prontas ou a construir, por outra ou outras unidades imobiliárias,

Leia mais

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS CIRCULAR SUSEP N o 477, DE 30 DE SETEMBRO DE 2013. Dispõe sobre o Seguro Garantia, divulga Condições Padronizadas e dá outras providências. O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA

Leia mais

35 a Câmara A C O R D A O *01967384*

35 a Câmara A C O R D A O *01967384* ^ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO 3 SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO J APELAÇÃO S/ REVISÃO N 1031227-0/3 35 a Câmara Comarca de SÃO PAULO 4 0.V.CÍVEL Processo 37645/05 APTE CMW PLANEJAMENTO E CONSULTORIA

Leia mais

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO A PARTICIPANTE DO PLANO DE BENEFICIO CEBPREV.

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO A PARTICIPANTE DO PLANO DE BENEFICIO CEBPREV. REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO A PARTICIPANTE DO PLANO DE BENEFICIO CEBPREV. Sumário Capítulo I Da finalidade...1 Capítulo II - Dos contratantes...1 Capítulo III - Dos limites individuais...2 Capítulo IV -

Leia mais

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO REGULAMENTO DA PROMOÇÃO A CONSTRUTORA Massai, empresa inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.295.921/0001-91, com sede na Av. Monteiro da Franca, Nº 1092, CEP 58038-20 - bairro Manaíra, em JOÃO PESSOA /PB, realizará

Leia mais

INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE VENDA E COMPRA - PARCELADO -

INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE VENDA E COMPRA - PARCELADO - INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE VENDA E COMPRA - PARCELADO - 1 LOTE Nº: I PROMITENTE VENDEDOR II PROMITENTE COMPRADOR III IMÓVEL A SITUAÇÃO DO IMÓVEL ( ) OCUPADO ( ) DESOCUPADO ( ) FRAÇÃO IDEAL IV

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA. Faculdade de Direito de Campos. Direito Civil. Contratos. Fiança no Contrato de Locação Urbana

PROJETO DE PESQUISA. Faculdade de Direito de Campos. Direito Civil. Contratos. Fiança no Contrato de Locação Urbana PROJETO DE PESQUISA Faculdade de Direito de Campos Direito Civil Contratos Fiança no Contrato de Locação Urbana Ana Luiza P. Machado Bárbara Tavares Caldas Fábia Santos Pereira Campos, 2006 ASSUNTO: Direito

Leia mais

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome Sociedade Limitada I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome II a limitação refere-se aos sócios 2. Responsabilidade dos Sócios I - Decreto 3.708/19 (sociedade

Leia mais