Custas processuais à fl Contrarrazões às fls. 177/181.

Transcrição

1 PROCESSO: RTSum ACÓRDÃO 9ªTurma CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. AÇÃO DE COBRANÇA. REPRESENTATIVIDADE SINDICAL. DEPÓSITO JUDICIAL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso ordinário em que são partes: SINDICATO DOS VIGILANTES E EMPREGADOS EM EMPRESAS DE SEGURANÇA, VIGILÂNCIA, TRANSPORTE DE VALORES, PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO, CURSOS DE FORMAÇÃO E SIMILARES OU CONEXOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO (Drª. Ana Lucia Gomes Viana Marcondes, OAB/RJ n D), como recorrente e SERVO SEGURANÇA E VIGILÂNCIA SOCIEDADE SIMPLES LTDA. (Dr. Hamilton Braga Salles, OAB/RJ n D), como recorrida. Inconformado com a r. sentença de fl. 149, da lavra do Exmº. Juiz Ricardo Georges Affonso Miguel, proferida pela 13ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial, recorre o Sindicato. Alega, nas razões recursais de fls.152/164, em síntese, que o pedido deferido no item C de fl.57 da inicial, acolhido pelo pelo Desembargador Relator da 5ª Turma do TRF da 2ª Região, diz respeito exclusivamente à transferência dos valores depositados na Caixa Econômica Federal a título de contribuição sindical, não se confundindo com a contribuição objeto destes autos. Custas processuais à fl Contrarrazões às fls. 177/

2 Parecer do douto Ministério Público do Trabalho, da lavra do Exmo. Membro Luiz Eduardo Aguiar do Valle, pelo conhecimento e não provimento do recurso (fl.192). É o relatório. DO CONHECIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS Busca o recorrente a reforma da decisão de origem a fim de ver julgado procedente o pedido de repasse das mensalidades descontadas dos salários dos empregados sindicalizados. Alega que o pedido deferido no item C de fl.57 da inicial, acolhido pelo pelo Desembargador Relator da 5ª Turma do TRF da 2ª Região, diz respeito exclusivamente à transferência dos valores depositados na Caixa Econômica Federal a título de contribuição sindical, não se confundindo com a contribuição objeto destes autos. Sustenta ser o representante da categoria obreira no Município do Rio de Janeiro, cabendo-lhe atuar e receber as contribuições pertinentes a todos os empregados que laboram em sua base e são seus associados. O Juízo de origem julgou improcedente o pedido em razão da decisão proferida no processo em curso na Justiça Federal em que se discute a legitimidade de base territorial sindical. Conforme leciona Maurício Godinho Delgado, a ordem justrabalhista brasileira faz menção a quatro tipos de contribuições dos trabalhadores para sua respectiva entidade sindical. Trata-se da contribuição sindical obrigatória, da contribuição confederativa, da chamada contribuição assistencial e das mensalidades dos associados do sindicato. De acordo com o ilustre autor, as mensalidades consistem em parcelas mensais pagas estritamente pelos trabalhadores sindicalizados. São

3 modalidades voluntárias de contribuições, comuns a qualquer tipo de associação, de qualquer natureza, e não somente sindicatos. Decorrem, portanto, da natureza associativa do sindicato. Com efeito, nos termos do art.545 da CLT, é proibido ao empregador efetuar descontos que não tenham sido previamente autorizados pelos empregados, com exceção apenas da contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades. Nesse sentido, cabia ao Sindicato autor comprovar a existência dessas autorizações, ônus do qual se desincumbiu mediante os documentos acostados às fls. 50/60, por meio dos quais os trabalhadores autorizaram o descontos de valor equivalente a 5% do piso salarial em favor do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro. No entanto, existe acórdão proferido pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinando o depósito judicial das contribuições sindicais referentes aos empregados de empresas de segurança e vigilância, em razão da controvérsia existente acerca da abrangência da base territorial dos sindicatos interessados, inclusive do autor (fls.132/138). Ocorre que na fundamentação da decisão apenas consta que merece acolhida o pedido do Sindicato apelante, relacionado às contribuições sindicais (item c, fl.57), sem especificar se estas se referem ao gênero (receitas sindicais) ou à espécie, vulgo imposto sindical, devido por todos integrantes de determinada categoria profissional, filiados ou não. Embora o sindicato recorrente afirme que a decisão se refere apenas à contribuição compulsória, feita através de depósito na CEF, não juntou aos autos a petição inicial daquela ação a fim de demonstrar o conteúdo do pedido de letra c, deferido pela Turma

4 Por outro lado, conforme bem delineado pelo Julgador de origem, em que pese o recorrido não tenha comprovado o recolhimento em Juízo dos valores perseguidos, entende-se que as contribuições sindicais retratadas nos autos do processo em curso na Justiça Federal referem-se ao gênero, ou seja, a todas as espécies de receitas sindicais, uma vez que a questão principal cinge-se à base territorial dos sindicatos envolvidos, o que afeta diretamente na cobrança das contribuições sindicais lato sensu. Desse modo, não merece reforma a r. Sentença, devendo-se aguardar a decisão da Justiça Federal acerca da legitimidade para a cobrança das mensalidades perseguidas. Nego provimento. CONCLUSÃO Pelo exposto, CONHEÇO do recurso interposto, e, no mérito, NEGO-LHE PROVIMENTO, nos termos da fundamentação. A C O R D A M os Desembargadores que compõem a 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho, proferir a seguinte decisão:por unanimidade, nos termos da fundamentação do voto da Exma. Srª. Relatora, CONHECER do recurso interposto e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Rio de Janeiro, 24 de Abril de Desembargadora do Trabalho Claudia de Souza Gomes Freire Relatora fgv/

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