AULA INAUGURAL 1. APRESENTAÇÃO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE OBJETIVA

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1 AULA INAUGURAL 1. APRESENTAÇÃO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE OBJETIVA QUEM RESPONDE OBJETIVAMENTE? QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS E COM GABARITO CONSIDERAÇÕES FINAIS Concurso: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Cargo: Técnico do Seguro Social Matéria: Direito Administrativo Professora: Fabiana Höfke Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

2 1. Apresentação Olá amigo! Preparado pra passar no concurso do INSS? Você acaba de dar o primeiro passo, pois escolheu o curso que te dará o suporte necessário para obter êxito nesta jornada. Meu nome é Fabiana Höfke, sou advogada, especialista em direito público e professora de diversos cursos preparatórios para concursos há mais de 10 anos. Já acompanhei a preparação de inúmeros candidatos aprovados e espero, que juntos possamos desenvolver um trabalho para que você seja o próximo. A partir de agora, quero que tenha em mente o que chamo de QUATRO MANDAMENTOS DA APROVAÇÃO. 1º. TENHA FOCO Escolha do concurso: Nada impede que você utilize o conhecimento que adquiriu estudando para um concurso, para realizar outro, mas é necessário que escolha uma linha de concurso. O que você não pode é ter a seguinte ideia. Ah! Já que estou fazendo o concurso do INSS vou aproveitar e estudar organização judiciária e fazer a prova do TJ, e também a de carcereiro do DEGASE! São apenas mais oitocentas matérias... Aprendo tudo rapidinho! Não dá né amigo! Se você quer ter sucesso rápido, terá que ter foco. 2º. ESTUDE CERTO Material e curso: Um erro frequente cometido pelos candidatos é utilizar várias fontes de conhecimento para estudar pra prova, tais como internet, sinopses, resumo disso e apostila daquilo. Tais materiais muitas vezes, contêm informações incorretas, ou quando corretas, inúteis, pois não são elaborados especificamente para o concurso que você está prestando. Assim, quando chega na hora da prova, você percebe que perdeu seu tempo, pois nada daquilo que você leu nessa infinidade de apostilas, livros e sites está lá. O curso completo de administrativo tem todas as informações que você profahofke@gmail.com 2

3 precisa para fazer a sua prova. Então vamos combinar uma coisa? Comprometo-me, que em nossa jornada vou abordar TUDO que você precisa saber para fazer uma excelente prova, e em contrapartida, você assume comigo o compromisso, no que se refere a minha disciplina, de se ater apenas ao material do nosso curso. Essa conduta organizará seu tempo e fará com que seu caminho até a aprovação seja uma reta, sem desvios. 3º. CONHEÇA O EDITAL Esgotando o conteúdo programático: Esse método é bem simples, e possibilita um estudo organizado e dirigido. A cada aula da sequência, indicarei, no conteúdo, a parte concluída. Desse modo você poderá ter ciência da parte já assimilada, podendo, a partir daí, organizar seu tempo, sabendo exatamente os tópicos que já estudou e, por conseguinte, os que ainda faltam ser estudados. 4º. CONHEÇA A BANCA Executando a prova: Para fazer uma boa prova, não basta que o candidato tenha assimilado o conteúdo teórico, sendo necessária a concretização desse conhecimento através de questões extraídas de provas anteriores. Por essa razão, cada aula, além da parte teórica, conterá também exercícios comentados. Em relação a nossa disciplina quero desde já esclarecer que o problema não está em saber a resposta, e sim em entender a pergunta. Explico: O conteúdo que iremos estudar durante nossa jornada junto é bem simples e de fácil compreensão, o problema é a linguagem que o examinador utiliza para cobrá-lo em prova, em outras palavras, muito embora não seja uma disciplina difícil, o direito administrativo é quase um novo idioma. Depois que você se acostumar com um determinado grupo de palavras e expressões, com as quais vai se deparar durante o nosso estudo, seus problemas acabaram, pois o conhecimento em si é bem tranquilo. Para que isso ocorra, vamos trabalhar sempre com muitas questões de prova, evitando assim surpresas desagradáveis, como palavras desconhecidas que possam de alguma forma vir a impedir que você pontue a questão. profahofke@gmail.com 3

4 Outro ponto importante é o seguinte: o maior erro que o candidato pode cometer ao estudar direito administrativo é ficar divagando, pois quando o faz torna o conteúdo mais difícil de assimilar. Sendo assim, o objetivo do nosso curso não é torna-lo um expert na disciplina e sim um expert em fazer prova de direito administrativo, de modo que você não marque nenhum X no lugar errado quando for fazer sua prova. Depois, já empossado, estou certa de que vai ter todo o tempo do mundo para se deliciar com as elucubrações jurídicas e viagens intergalácticas sobre o tema. Por hora, meu amigo, o lance é pontuar, ou seja, assimilação, foco e acerto. 2. Responsabilidade civil do estado A normatização do tema responsabilidade civil (ou extracontratual) do estado consta do artigo 37, 6º da Constituição Federal, que dispõe: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Só isso? Isso é responsabilidade civil do estado? É meu amigo. Sob primeira análise parece que o conteúdo é pequeno (contemplado em apenas um parágrafo), mas saiba que essa única frase, contempla uma vasta gama de informações, importantíssimas para o seu concurso. Isso porque, se existe um tema que com absoluta certeza estará na sua prova é esse, e o examinador exige que tenha o conhecimento de todos os institutos contemplados pela norma. Você precisará saber responder as seguintes perguntas de modo a analisar as assertivas formuladas nas questões da sua prova: O que é responsabilidade civil? profahofke@gmail.com 4

5 O que é responsabilidade objetiva? Quem é esse estado que responde objetivamente. Como fica a responsabilidade do agente causador do dano? Existem situações capazes de afastar a responsabilidade da administração? Por essa razão, vamos subdividir nossa aula de hoje, de uma forma diferente, baseando nossa exposição nas questões formuladas acima, e como os tópicos são interligados, vamos agrupar as questões de prova no final, para que possam ser executadas após a assimilação dos respectivos conhecimentos. Posso começar? 2.1 Responsabilidade civil Você já sabe que o artigo 37, 6º da CRFB trata da responsabilidade civil do estado, mas o que exatamente é responsabilidade civil. Nosso ordenamento jurídico contempla 3 tipos de responsabilidade, a saber: civil, penal e administrativa. A responsabilidade administrativa decorre de ato comissivo (ação) ou omissivo (omissão) praticado no desempenho de cargo, emprego ou função, ou seja, é uma infração disciplinar, prevista em estatuto, que uma vez praticada pelo servidor público, faz com que o mesmo por ela seja punido através de um processo administrativo disciplinar. Assim, se por exemplo, um servidor atua desidiosamente no atendimento do administrado, ou ainda desobedece ordem de seu superior hierárquico, será responsabilizado administrativamente (e não criminal ou civilmente). A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao servidor, nessa qualidade. Logo o servidor que desvia dinheiro público ou profahofke@gmail.com 5

6 recebe propina para desaparecer com algum documento que conste dos registros da administração, cometeu um crime e será submetido a um processo penal. A responsabilidade civil decorre de ato comissivo (ação) ou omissivo (omissão), doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Opa! Atenção aqui! O que configura a responsabilidade civil é o DANO. Observe que não responsabilidade administrativa e penal, em momento algum se fez menção a ocorrência e dano, uma vez que elas se configuram independentemente da ocorrência do mesmo. Logo, mesmo que a desídia do servidor não tenha causado prejuízo alguma a administração e que seu crime não tenha ensejado nenhum dano ao administrado, ele será responsabilizado. Mas ao contrário das responsabilidades penal e administrativa, a responsabilidade civil só ocorre diante da ocorrência de dano, e nele se baseia. Resumindo: se o servidor infringir norma administrativa, sua responsabilidade será administrativa, se praticar crime, sua responsabilidade será penal e se causar dano, sua responsabilidade será civil. Responsabilidade administrativa Infraç ão de norm a admi nistra tiva Responsabilidade penal Prática de crime Responsabilidade civil Dano profahofke@gmail.com 6

7 O que foi dito sobre a responsabilidade do servidor (civil, penal e administrativa), além de cair em prova, foi dito para exemplificar as 3 esferas de responsabilidade existentes, que muito embora possam cumular-se existem autonomamente, mas o tema responsabilidade do servidor será trabalhado de forma pormenorizada na sua aula 09. Assim, o que quero que você tenha em mente nesse primeiro momento é o seguinte, responsabilidade civil (independente de que modalidade integral, objetiva ou subjetiva) é DANO, depende da ocorrência de DANO, imprescinde de DANO e não existe sem DANO. O que você aprendeu até agora sobre a responsabilidade civil, é somente a ponta do iceberg, mas, por outro lado, é a base fundamental do tema. Agora veja só, como mesmo ainda sem saber nada, somente com essa informação você já consegue fazer questões de prova. Exemplo. A responsabilidade civil da administração é objetiva, e por tal razão, configura-se independentemente da ocorrência de dano, ao passo que a responsabilidade do agente causador do dano é subjetiva, somente tendo relevo para fins do exercício do direito de evicção. Certo ou errado? Hebraico total, né? Kkkkk. Calma que você já vai entender tudinho nos próximos tópicos. Mas no meio de tudo isso que você não entendeu, uma coisa você já sabe: não existe responsabilidade civil sem dano!!! E o que ele está dizendo na questão? Que a responsabilidade civil da administração configurase independentemente de dano, e ainda que você não tenha entendido absolutamente nada do que diz o restante da questão (não é pra entender mesmo, pois eu ainda não te expliquei), vai ser obrigado a marcar que essa afirmação está ERRADA, pois... NÃO EXISTE NENHUMA RESPONSABILIDADE CIVIL SEM DANO! profahofke@gmail.com 7

8 NÃO EXISTE NENHUMA RESPONSABILIDADE CIVIL SEM DANO! NÃO EXISTE NENHUMA RESPONSABILIDADE CIVIL SEM DANO! 2.2 Responsabilidade objetiva Pra começar os trabalhos: responsabilidade objetiva é responsabilidade sem culpa, é a responsabilidade que independe da ocorrência de culpa, a que se configura independentemente de culpa, a que prescinde (dispensa) de culpa. Logo em seguida conceituaremos mais pormenorizadamente. Fica com essa informação e vamos localizá-la no parágrafo 6º do artigo 37: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Quando a norma diz que o Estado responde pelos danos que seus agentes nessa qualidade causarem a terceiros e não impõe nenhuma outra condição para que isso ocorra você conclui duas coisas: 1ª. Você leu a palavra dano, então sabe que está diante de uma responsabilidade de natureza civil. 2ª. Pelo fato da norma não ter imposto nenhuma condição especial para que os entes sejam responsáveis por indenizar (responder) os danos que seus agentes causarem aos administrados ou usuários (terceiros), que sua responsabilidade independe de culpa, e assim sendo é objetiva. Vamos ao conceito jurídico: responsabilidade objetiva é aquela que prescinde (dispensa) de culpa para se configurar, bastando o nexo de profahofke@gmail.com 8

9 causalidade (relação de causa e efeito existente entre a conduta praticada pelo agente e o dano experimentado pela vítima), para que subsista (exista) o dever da administração pública em indenizar a vítima (terceiro = administrado ou usuário). A teoria no qual se funda essa responsabilidade é a do risco administrativo (teoria segundo a qual a responsabilidade do estado independe de culpa). Suponhamos que um servidor público do Tribunal de Justiça perca um processo judicial de alguém, causando-lhe obviamente um dano (nexo de causalidade > perda do processo = dano). Não há de se perquirir (questionar), se foi culpa ou não desse agente ter perdido o processo, pois a administração terá o dever de pagar a vítima de qualquer forma, uma vez que sua responsabilidade é objetiva, sendo dispensável a ocorrência de culpa para que se configure. Então é fato que a administração paga o prejuízo da vítima, independentemente do agente causador do dano tem operado com ou sem culpa. Mas depois ela faz o que? Fica com esse prejuízo e deixa o agente que o causou bem à vontade? Claro que não. Como regra ela irá se ressarcir, descontando dos rendimentos desse agente aquilo que ela pagou, e a esse ressarcimento a lei dá o nome de ação de regresso. Observe novamente o texto legal: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Veja bem, o parágrafo diz assegurado o direito de regresso em qualquer caso? Não. Diz: assegurado o direito de regresso em face do responsável nos casos de dolo ou culpa. profahofke@gmail.com 9

10 Assim, se o agente não operou com dolo (intenção) e nem com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) na conduta o Estado vai pagar e ficar com o prejuízo? A resposta é sim. A responsabilidade do agente não é objetiva e sim subjetiva, e assim sendo depende de culpa para se configurar. Logo, muito embora, na suposição acima, não importe se o agente operou com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) ou com dolo (intenção de causar o dano), ou ainda sem culpa e sem dolo, a administração vai ter que pagar o prejuízo do usuário, uma vez que sua responsabilidade é objetiva e independe de culpa para gerar o dever indenizatório, mas, somente poderá demandar o agente em ação de regresso (para se ressarcir daquilo que pagou a vítima), se este tiver operado com dolo ou culpa. Complicado né? Eu sei e estou compadecida desse seu momento aí diante do computador, solitário, tentando entender isso. E você ainda nem saber que vai piorar bastante. Kkkk (risos do mau). Vou dar o golpe fatal no seu último neurônio vivo e depois faço um quadro comparativo pra ver se vai tá? E lembre que estou no facebook pronta para te ajudar ok? Vamos então a última coisa que você tem que assimilar nesse tópico. A responsabilidade da administração é objetiva e NÃO INTEGRAL! Lembra que nós acabamos de falar que a responsabilidade da administração é objetiva (independe de culpa), bastando o nexo de causalidade (relação de causa e efeito entre a conduta praticada pelo agente e o dano experimentado pela vítima) para que o Estado tenha que pagar o prejuízo da vítima. Bem, dizer que basta o nexo é o mesmo que dizer que pelo menos o nexo é necessário não é mesmo? Então. Existem situações que têm o condão de afastar esse nexo de causalidade, que são as excludentes de profahofke@gmail.com 10

11 responsabilidade civil: caso fortuito, força maior, fato exclusivo de terceiro e culpa exclusiva da vítima. O que essas causas vão fazer no caso concreto é justamente afastar o nexo causal, desresponsabilizando a administração, ou seja, fazendo com que esta não tenha mais o dever de indenizar o prejuízo sofrido pela vítima. Suponhamos que no mesmo exemplo dado acima, ao invés do servidor ter perdido o processo, tenha caído um meteoro na sede e causado um inocência que vez com que todos os processos pegassem fogo (força maior), ou ainda que, algum bandido tenha entrado armado no prédio da administração e destruído vários processos (fato exclusivo de terceiro), ou mesmo que a própria vítima tenha tido um surto de esquizofrenia e destruído o próprio processo diante do serventuário (culpa exclusiva da vítima). Nesse casos, estaria afastado o nexo de causalidade e por consequência a responsabilidade do estado pelo prejuízo, não subsistindo assim, seu dever indenizatório. Ou seja, a responsabilidade objetiva, fundada na teria do risco administrativo, não precisa da culpa, mas precisa do nexo causal, que uma vez afastado, como consequência a afasta também. A única responsabilidade que além de não precisar de culpa para se configurar também dispensa o nexo causal é a integral, fundada na teoria do risco integral. E o que você precisa saber sobre responsabilidade integral? Só que ela é fundada na teoria do risco integral e que além de não precisar de culpa, também, não precisa do nexo causal (faz com que o responsável responda mesmo que caia um meteoro), e, além disso, não confundi-la com a responsabilidade civil do estado, que não é integral e sim objetiva. Além disso, mais nada. Vamos ao quadro comparativo? profahofke@gmail.com 11

12 INTEGRAL OBJETIVA SUBJETIVA NUCLEAR E AMBIENTAL É A DO ESTADO É A DO AGENTE TEORIA DO RISCO INTEGRAL DISPENSA A CULPA E O NEXO CAUSAL TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO DISPENSA A CULPA (NECESSITA DO NEXO CAUSAL) - A ADMINISTRAÇÃO PAGA INDEPENDENTEMENTE DE CULPA - NECESSITA DA CULPA E DO NEXO CAUSAL MAS SÓ DEMANDA O AGENTE EM AÇÃO DE REGRESSO SE ESTE TIVER AGIDO COM DOLO OU CULPA Melhorou? Não sei se notou, mas durante nossa jornada até agora, coloquei entre aspas a palavra estado. Isso porque ainda não te disse quem exatamente reponde objetivamente nessa responsabilidade civil do estado. Vamos descobrir quem é exatamente esse estado que responde objetivamente? profahofke@gmail.com 12

13 2.3 Quem responde objetivamente? Voltemos à análise do artigo 37, 6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. A administração direta é composta pelos entes da federação União, Estados, Distrito Federal e Municípios todos com personalidade jurídica de direito público, na administração indireta estão às entidades autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Esse assunto será o objeto da nossa aula 2, mas para que você compreenda o que estamos falando agora precisa saber, que como regra, dentro da estrutura da administração indireta somente as autarquias possuem personalidade jurídica de direito público, as demais são de direito privado. Então eu te pergunto: Toda administração direta e indireta responde objetivamente? A resposta só pode ser não. Quando o parágrafo diz: as pessoas jurídicas de direito público, evidentemente que está se referindo a toda a administração direta (pois todos os entes federados são dotados de personalidade jurídica de direito público), todavia, não está contemplando todas as entidades integrantes da administração indireta (uma vez que lá, como regra, somente as autarquias são detentoras dessa personalidade). Assim, em razão da personalidade jurídica, somente respondem objetivamente (independentemente de culpa) os entes federados (toda administração direta) e as autarquias (parte da administração indireta), levando a dedução de que as empresas públicas e sociedades de economia mista respondem subjetivamente (para a configuração de sua responsabilidade é necessária a comprovação de culpa). profahofke@gmail.com 13

14 Mas foi somente isso que a norma disse? Não. O artigo dispôs que também respondem objetivamente as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. São inúmeras as prestadoras de serviços públicos, mas quando o examinador se refere a isso na prova, menciona apenas 3: as concessionárias de serviços públicos, bem como as empresas públicas e sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. Logo, respondem objetivamente toda a administração direta, bem como as autarquias (ficando EM REGRA) as empresas públicas e sociedade de economia mista respondendo subjetivamente, mas quando essas empresas públicas e sociedades de economia mista FOREM PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, respondem objetivamente, não em razão de sua personalidade jurídica pois se assim o fosse não responderiam nesses moldes, uma vez que é privada mas em razão da prestação de serviços públicos, e além dessas as concessionárias de serviços públicos. Vamos então completar nossa tabela. INTEGRAL OBJETIVA SUBJETIVA NUCLEAR E AMBIENTAL TEORIA DO RISCO INTEGRAL DISPENSA A CULPA E O NEXO CAUSAL É A DO ESTADO = PJ DE DIREITO PÚBLICO (ADM DIRETA E AUTARQUIAS) + PJ DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (CONCESSIONÁRIAS, EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS) TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO DISPENSA A CULPA (NECESSITA DO NEXO CAUSAL) - A ADMINISTRAÇÃO PAGA INDEPENDENTEMENTE DE É A DO AGENTE + EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA profahofke@gmail.com 14 - NECESSITA DA CULPA E DO NEXO CAUSAL MAS SÓ DEMANDA O AGENTE EM AÇÃO DE REGRESSO SE ESTE TIVER

15 CULPA AGIDO COM DOLO OU CULPA Vamos as questões da aula de hoje que concretizarão seu conhecimento. 3. Questões de prova comentadas 01)De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade civil do Estado depende necessariamente a) da comprovação de culpa do agente b) do nexo de causalidade entre a ação ou omissão de seus agentes e o dano causado a terceiros. c) da prévia condenação do agente público em procedimento disciplinar. d) da comprovação da falha na prestação do serviço ou conduta dolosa do agente público. e) da omissão de agente público, consubstanciada na negligência na prestação do serviço. Gabarito: Letra C. A responsabilidade do estado é objetiva, e assim sendo, para que fique configurada, desnecessária é a comprovação de dolo ou culpa do agente causador do dano, bastando a existência do nexo de causalidade entre a conduta (ação ou omissão) praticada pelo agente e o dano experimentado pela vítima para que a administração tenha o dever de indenizar esse prejuízo. 02)A responsabilidade extracontratual do estado abrange: a)somente a administração direta b)toda a administração direta e indireta c)toda a administração direta e autárquica. d)somente a administração indireta. e)as pessoas jurídicas de direto privado. Gabarito. Letra c. A responsabilidade civil (extracontratual) da administração açambarca as pessoas jurídicas de direito público, ou seja, toda administração direta e as autarquias. De fato também abrange as pessoas jurídicas de direito profahofke@gmail.com 15

16 privado prestadoras de serviços públicos, mas observe que a alternativa c não utilizou a palavra somente, então é o nosso gabarito. 03)Determinado cidadão sofreu danos em função de atendimento deficiente em unidade hospitalar pública. A responsabilidade civil da Administração pelos danos em questão a) é de natureza subjetiva, dependendo da comprovação de culpa. b) é de natureza objetiva, dependendo da comprovação de culpa. c) é de natureza subjetiva, prescindindo da comprovação de culpa. d) é de natureza objetiva, prescindindo da comprovação de culpa. e) é de natureza integral, dependendo da comprovação de culpa. Gabarito. Letra D. De cara já podemos eliminar as assertivas A, C e E, pois a essa altura do campeonato já está mais do que claro que a responsabilidade da administração é objetiva. A única coisa que ainda pode nos induzir a erro na questão ( nos induzir é modo de dizer, porque eu jamais erraria isso kkk) é a palavra PRESCINDE. Então repita comigo: Prescinde é dispensa! Prescinde é dispensa! Prescinde é dispensa! Sempre que você se deparar na prova com a palavra prescinde você vai riscá-la, escrever dispensa e reiniciar a leitura, ok? Logo nosso gabarito é letra D, pois a responsabilidade da administração é objetiva dispensando a comprovação de culpa. 04) De acordo com a Constituição Federal brasileira, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Isso significa que a responsabilidade extracontratual do Estado a) independe da comprovação de dolo ou culpa do agente, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a ação do agente público e o dano. b) depende da comprovação do dolo ou culpa do agente público, caracterizadora da falha na prestação do serviço público. c) independe da comprovação de dolo ou culpa do agente, o qual responde pelos danos causados perante os terceiros, podendo exercer direito de regresso em face da Administração na hipótese de causas excludentes da ilicitude da sua conduta. d) é de natureza objetiva, sendo afastada quando comprovada a culpa ou dolo exclusivo do agente que, em tal hipótese, responde diretamente perante o particular. profahofke@gmail.com 16

17 e) é de natureza subjetiva, condicionada à comprovação de culpa exclusiva do agente público. Gabarito. Letra A. De novo de novo! Você vai observar que as questões de repetem. A responsabilidade do estado é objetiva, e assim sendo, para que fique configurada, desnecessária é a comprovação de dolo ou culpa do agente causador do dano, bastando a existência do nexo de causalidade entre a conduta (ação ou omissão) praticada pelo agente e o dano experimentado pela vítima para que a administração tenha o dever de indenizar esse prejuízo. 05)A responsabilidade extracontratual do estado: a)dispensa a comprovação de dano. b)dispensa a existência de culpa, pois funda-se na teoria do risco integral. c)dispensa a ocorrência de nexo causal. d)poderá ser afastada nos casos de culpa exclusiva da vítima. e)somente poderá ser configurada em casos de dolo ou culpa. Gabarito. Letra D. A responsabilidade da administração não é integral, e por isso admite a oponibilidade das excludentes de responsabilidade civil, podendo ser afastada nos casos de culpa exclusiva da vítima, fato exclusivo de terceiro, caso fortuito e força maior. 06)A reponsabilidade do agente público. a) é subjetiva, dependendo da comprovação de culpa. b) é objetiva, dependendo da comprovação de culpa. c) é subjetiva, prescindindo da comprovação de culpa. d) é objetiva, prescindindo da comprovação de culpa. e) é integral, dependendo da comprovação de culpa. Gabarito. Letra A. Ao contrário da responsabilidade da administração que é objetiva e não depende de culpa para se configurar, a responsabilidade do agente público é subjetiva e demanda a ocorrência de culpa. Assim, a administração paga o prejuízo da vítima independentemente de culpa, pois sua responsabilidade é objetiva, mas somente poderá demandar o agente causador profahofke@gmail.com 17

18 em ação de regresso se este tiver operado com culpa (dolo ou culpa) uma vez que a responsabilidade deste é subjetiva. 07) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de a)dolo somente b)dolo ou culpa c)culpa da administração d)culpa da vítima e)caso fortuito Gabarito. Letra B. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 08) Determinado cidadão foi atropelado por viatura policial, conduzida por agente público, que se encontrava em atendimento de ocorrência. Nessa situação, poderá responsabilizar a) a Administração, desde que comprovado dolo ou culpa grave do agente. b) a Administração pelos danos sofridos, podendo esta exercer o direito de regresso em face do agente, caso comprovado dolo ou culpa deste. c) a Administração ou diretamente o agente público, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre o dano e a conduta do agente. d) a Administração, desde que comprovada falha na prestação do serviço, consistente na omissão do dever de zelar pela atuação do agente público. e) o agente por meio de execução fiscal. (kkkk - essa alternativa aqui foi engraçada, mas não pode ter acesso de risos na hora da prova). Gabarito. Letra B. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 09) A responsabilidade objetiva, incidente quanto às pessoas de direito público, estende-se, entre outros casos, nos termos da Constituição Federal, profahofke@gmail.com 18

19 a) a uma empresa privada concessionária de serviços públicos. b) ao agente público causador do dano. c) a uma sociedade de economia mista que explore atividade econômica. d) a uma empresa pública que explore atividade econômica. e) a uma empresa privada contratada para a realização de uma obra pública. Gabarito. Letra A. Respondem objetivamente toda a administração direta, bem como as autarquias, ficando, em regra, as empresas públicas e sociedade de economia mista respondendo subjetivamente, mas quando essas empresas públicas e sociedades de economia mista forem prestadoras de serviços públicos, respondem objetivamente, não em razão de sua personalidade jurídica pois se assim o fosse não responderiam nesses moldes, uma vez que é privada mas em razão da prestação de serviços públicos, e além dessas as concessionárias de serviços públicos. 10) No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) não responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) responderá independentemente da ocorrência de dano. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral. Gabarito. Letra C. A responsabilidade da administração não é integral, e por isso precisa da existência do nexo causal, e assim sendo, uma vez presente alguma excludente de responsabilidade (que rompem esse nexo) ela não mais existirá. Força maior é uma delas, além de, caso, fortuito, fato exclusivo de terceiro e culpa exclusiva da vítima. profahofke@gmail.com 19

20 Gostou das questões? Vamos refazê-las só que agora com o gabarito ao final pra não colar? Vamos é modo de dizer pois quem vai refazer é você, e não eu! Haaaaaaaaarrárrárrá! Muito boas as minhas piadas né? Aposto que você deve estar se divertindo demais! Kkkk! Aposto que também está maravilhado com o direito administrativo e ansiosíssimo pra fazer tudo novamente. Calma, amigo! Não vou fazer você esperar mais nenhum segundo! profahofke@gmail.com 20

21 4. Questões sem comentários e com gabarito 01)De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade civil do Estado depende necessariamente a) da comprovação de culpa do agente b) do nexo de causalidade entre a ação ou omissão de seus agentes e o dano causado a terceiros. c) da prévia condenação do agente público em procedimento disciplinar. d) da comprovação da falha na prestação do serviço ou conduta dolosa do agente público. e) da omissão de agente público, consubstanciada na negligência na prestação do serviço. 02)A responsabilidade extracontratual do estado abrange: a)somente a administração direta b)toda a administração direta e indireta c)toda a administração direta e autárquica. d)somente a administração indireta. e)as pessoas jurídicas de direto privado. 03)Determinado cidadão sofreu danos em função de atendimento deficiente em unidade hospitalar pública. A responsabilidade civil da Administração pelos danos em questão a) é de natureza subjetiva, dependendo da comprovação de culpa. b) é de natureza objetiva, dependendo da comprovação de culpa. c) é de natureza subjetiva, prescindindo da comprovação de culpa. d) é de natureza objetiva, prescindindo da comprovação de culpa. e) é de natureza integral, dependendo da comprovação de culpa. 04) De acordo com a Constituição Federal brasileira, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. profahofke@gmail.com 21

22 Isso significa que a responsabilidade extracontratual do Estado a) independe da comprovação de dolo ou culpa do agente, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a ação do agente público e o dano. b) depende da comprovação do dolo ou culpa do agente público, caracterizadora da falha na prestação do serviço público. c) independe da comprovação de dolo ou culpa do agente, o qual responde pelos danos causados perante os terceiros, podendo exercer direito de regresso em face da Administração na hipótese de causas excludentes da ilicitude da sua conduta. d) é de natureza objetiva, sendo afastada quando comprovada a culpa ou dolo exclusivo do agente que, em tal hipótese, responde diretamente perante o particular. e) é de natureza subjetiva, condicionada à comprovação de culpa exclusiva do agente público. 05)A responsabilidade extracontratual do estado: a)dispensa a comprovação de dano. b)dispensa a existência de culpa, pois funda-se na teoria do risco integral. c)dispensa a ocorrência de nexo causal. d)poderá ser afastada nos casos de culpa exclusiva da vítima. e)somente poderá ser configurada em casos de dolo ou culpa. 06)A reponsabilidade do agente público. a) é subjetiva, dependendo da comprovação de culpa. b) é objetiva, dependendo da comprovação de culpa. c) é subjetiva, prescindindo da comprovação de culpa. d) é objetiva, prescindindo da comprovação de culpa. e) é integral, dependendo da comprovação de culpa. 07) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de profahofke@gmail.com 22

23 a)dolo somente b)dolo ou culpa c)culpa da administração d)culpa da vítima e)caso fortuito 08) Determinado cidadão foi atropelado por viatura policial, conduzida por agente público, que se encontrava em atendimento de ocorrência. Nessa situação, poderá responsabilizar a) a Administração, desde que comprovado dolo ou culpa grave do agente. b) a Administração pelos danos sofridos, podendo esta exercer o direito de regresso em face do agente, caso comprovado dolo ou culpa deste. c) a Administração ou diretamente o agente público, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre o dano e a conduta do agente. d) a Administração, desde que comprovada falha na prestação do serviço, consistente na omissão do dever de zelar pela atuação do agente público. e) o agente por meio de execução fiscal. (kkkk - essa alternativa aqui foi engraçada, mas não pode ter acesso de risos na hora da prova). 09) A responsabilidade objetiva, incidente quanto às pessoas de direito público, estende-se, entre outros casos, nos termos da Constituição Federal, a) a uma empresa privada concessionária de serviços públicos. b) ao agente público causador do dano. c) a uma sociedade de economia mista que explore atividade econômica. d) a uma empresa pública que explore atividade econômica. e) a uma empresa privada contratada para a realização de uma obra pública. 10) No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem profahofke@gmail.com 23

24 enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) não responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) responderá independentemente da ocorrência de dano. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral. GABARITO 01 C 06 A 02 C 07 B 03 D 08 B 04 A 09 A 05 D 10 C profahofke@gmail.com 24

25 5. Considerações finais E aí meu amigo concurseiro! Gostou do nosso encontro de hoje? Caso tenha restado alguma dúvida ou curiosidade entre em contato comigo através do e- mail profahofke@gmail.com ou se preferir me mande uma mensagem no facebook que te respondo rapidinho. Foi um grande prazer acompanhá-lo no estudo da RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO e indireta. Espero que também tenha gostado. Um forte abraço e até nosso próximo encontro! Fabiana Höfke. profahofke@gmail.com 25