Palavras-chave: processo criativo, história oral, metodologia.
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- João Vítor Guimarães Belmonte
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1 ABORDANDO OS SETE SABERES POR MEIO DE NARRATIVAS ORAIS Sumaya Cristina Dounis Fernando Passos dos Santos Mestrandos do Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS Universidade de Brasília - UnB Resumo Este mini-curso trata-se de uma metodologia de abordagem dos sete-saberes a partir de uma história da tradição oral. No primeiro momento a escuta de uma história tradicional, seguida de sua leitura, permite que o grupo reflita sobre as diferenças de interpretação da história e dos mecanismos de seleção do cérebro, o que permite um debate sobre a cegueira do conhecimento. Em seguida, abordamos conceitualmente os demais saberes, identificando-os na história. O grupo é convidado a identificar temas dentro da história e compartilhar experiências significativas histórias vividas sugeridas por esses temas, estabelecendo correlações entre tais experiências e os sete saberes. O objetivo é possibilitar o conhecimento de uma metodologia lúdica para a abordagem dos setes saberes, que pode ser aplicada para educandos de todas as idades. Palavras-chave: processo criativo, história oral, metodologia.
2 ABORDANDO OS SETE SABERES POR MEIO DE NARRATIVAS ORAIS Sumaya Cristina Dounis Fernando Passos dos Santos Mestrandos do Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS Universidade de Brasília - UnB 1. Contexto O contar histórias e trabalhar com elas como uma atividade em si possibilita um contato com constelações de imagens internas que revela para quem estuda ou lê a infinita variedade de imagens internas que temos dentro de nós como configurações de experiências (MACHADO, 2004, p. 27) 1. Segundo Morin, a importância da fantasia e do imaginário no ser humano é inimaginável; dado que as vias de entrada e de saída do sistema neurocerebral, que colocam o organismo em conexão com o mundo exterior, representam apenas 2% do conjunto, enquanto 98% se referem ao funcionamento interno, constituiu-se um mundo psíquico relativamente independente, em que fermentam sonhos, desejos, idéias, imagens, fantasias, e este mundo infiltra-se em nossa visão ou concepção do mundo exterior. A despeito disso, conforme Duborgel (1983 apud MACHADO, 2004, p. 190) a instituição escolar opera uma agressão contra a riqueza da unidade humana ao privilegir o pensamento direto do conceito e recalcar, subordinar e colonizar o pensamento indireto da imaginação simbólica. Esse mini-curso fará uso da arte narrativa e possibilitará a aprendizagem de uma metodologia criativa para abordagem dos sete saberes e outros temas, visando fazer frente ao que Duborgel (1983 apud MACHADO, op.cit., p. 191), citando Bachelard, denomina urgência de um novo espírito pedagógico, no qual os dinamismos do sujeito que sonha e do sujeito que pensa cientificamente possam atuar cada um enquanto via diferente e irredutível de acesso ao conhecimento. Como a abordagem proposta tem a qualidade de permitir adaptações para 1 Regina Machado é doutora em arte e educação pela Universidade de São Paulo USP, professora, pesquisadora e contadora de histórias.
3 diferentes públicos e faixas etárias pode ser aplicada na educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, no ensino técnico, em EJA, em Educação Ambiental ou outros espaços de educação não-formal. A proposta pode comportar até 30 participantes entre educadores e estudantes interessados em explorar novas formas de abordagem dos sete saberes e de qualquer outro conteúdo pedagógico. A atividade será conduzida por mestrandos do Centro de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Brasília (CDS/UnB), da área da Educação Ambiental, com experiência em Educação, processos grupais e arte-educação. 2. Sete saberes A proposta irá abordar todos os sete saberes numa dinâmica em que os participantes direcionarão quais os saberes serão enfatizados. Inicialmente, será abordada a questão das cegueiras do conhecimento, a partir da interpretação de uma história tradicional, observando o risco do erro na subjetividade do conhecedor, que pode ser observada na diversidade de interpretações que submergem do grupo. Em seguida serão abordados os demais saberes, entremeando conceitos e reflexões sobre os temas presentes na história narrada, identificados pelo grupo. Ao final, refletimos sobre de que forma a proposta metodológica aplicada favorece o conhecimento dos sete saberes e debatemos conjuntamente sobre as possibilidades metodológicas que podem ser criadas com base na vivência do mini-curso e nas experiências de cada participante. 3. Detalhamento 3.1. Justificativa Esta proposta visa fazer frente à necessidade de exercitar formas criativas e inovadoras de reflexão e produção do conhecimento sobre os sete saberes e outros temas num projeto educativo que agregue a dimensão imaginativa do ser humano Objetivos gerais Exercitar o processo criativo nos educadores, estimulando a exploração do imaginário na educação e oferecer uma ferramenta metodológica, adaptável a diversos
4 contextos pedagógicos, para a reflexão sobre os sete saberes Objetivos específicos - Possibilitar a apreensão dos sete saberes para além dos seus aspectos conceituais; - Favorecer o estudo dos sete saberes em conjunto com os saberes da tradição oral; - Expandir as perspectivas metodológicas de abordagem dos sete saberes; - Incentivar a reflexão sobre a importância de abordagens pedagógicas que considerem a multidimensionalidade do ser humano Descrição dos processos e da intencionalidade do mini-curso: Atividade/dinâmica Tempo Materiais 1 o. Dia Os participantes são acolhidos e convidados a sentarem-se em roda e a apresentarem-se falando o nome e uma característica própria em sua relação com os demais (uma palavra). São apresentados a proposta e os objetivos da oficina. É contada uma história que contém mensagens relacionadas às bases teóricas dos sete saberes necessários à educação do futuro. A história escrita é distribuída entre os participantes, que são convidados a lerem o texto e marcar as partes que não tinham assimilado na escuta da história. Informamos sobre as próximas etapas da oficina. 2 o. Dia Introduz-se As cegueiras do conhecimento a partir do debate a cerca dos mecanismos de seleção do cérebro, com base nas divergências entre texto ouvido e texto lido e entre as diferentes interpretação da história. Pedir para que até cinco pessoas falem sobre alguma observação a cerca do mecanismo de seleção. Abordamos os demais saberes correlacionando-os com os trechos da história. Os participantes são convidados a uma chuva de ideias sobre os temas tratados na história. Os participantes são convidados a reunirem-se em 5 grupos e a partilharem com base nos tema da história uma experiência significativa de cada integrante do grupo 30 min Cadeiras para 33 pessoas 20 min - 10 min 33 cópias da história impressa/ 33 lápis. 50 min Data-show 5 min Flip-chart e caneta pilot 20 mim
5 sobre os temas da histórias e junto com o grupo refletir sobre o saber ao qual tal experiência está relacionada (seja como saber utilizado, aprendido ou que promoveria um melhor desfecho do ocorrido). Cada grupo tem 5 minutos para contar uma experiência significativa escolhida e compartilhar a reflexão sobre o saber ao qual tal experiência está relacionada (seja como saber utilizado, aprendido ou que promoveria um melhor desfecho do ocorrido). Conversar se e como o nosso trabalho permitiu refletir sobre os sete saberes e apontar caminhos sobre os fundamentos do trabalho com os sete saberes e histórias na educação. Roda de encerramento: cada um fala uma palavra sobre como avalia o mini-curso. É colocada uma música relacionada com a história trabalhada. 20 min 20 min 5 min Aparelho de áudio Este mini-curso, ao propor uma metodologia de aprendizagem que parte da interpretação de uma história, aborda diretamente os processos e disposições psíquicas e culturais que conduzem ao erro e à ilusão. Ao adotar como caminho a abordagem de experiências pessoais significativas e sua correlação com os sete saberes, a proposta já trabalha com uma prática que visa a superação do conhecimento fragmentado e também incentivar o trabalho criativo e interdisciplinar. Todos os demais saberes submergem de forma inesperada no trajeto percorrido pela história contada e a seguir são abordados numa correlação entre as compreensões produzidas a partir das imagens remetidas pelo conto, pelas experiência de vida dos participantes e pela reflexão teórica sobre os sete saberes. A história tradicional adotada e a proposta metodológica têm potencial para abordar os seguintes aspectos de cada saber, segundo os eixos temáticos desta Conferência: SABER I - As cegueiras do conhecimento: as cegueiras paradigmáticas e pensamento crítico e leitura crítica da realidade: a função construtiva dos erros; as funções dos sistemas educativos: propostas de revisão.
6 SABER II Os princípios do conhecimento pertinente: a fragmentação do conhecimento humano e do pensamento linear; falsa racionalidade: redução/disjunção; a multidimensionalidade humana: Os diálogos razão/emoção e consciência humana; experiências e propostas para um currículo alternativo e transdisciplinar. SABER III Ensinar a condição humana: a consciência da complexidade humana; educação emocional: reflexões, propostas e experiências; pedagogia da ternura e da sensibilidade: reflexões e experiências; educação, complexidade e valores humano. SABER IV Ensinar a identidade terrena: consciência antropológica: a unidade na diversidade; educação ambiental, consciência ecológica, educação para a sustentabilidade: experiências; educação para a solidariedade, a cooperação e a cidadania. SABER V - Enfrentar as incertezas: a incerteza do real e a incerteza do conhecimento; a história humana como complexo de ordem, desordem e organização; incerteza, complexidade e ecologia da ação; criatividade, intuição e aprendizagem. O papel e a importância da arte no desenvolvimento humano SABER VI Esinar a compreensão: educação para a tolerância, a inclusão, a solidariedade, a compaixão, a escuta sensível; a aprendizagem da compreensão; dimensão individual (aspectos cognitivos, emocionais e espirituais) e dimensão social (aspectos organizativos, decisórios, mediadores, resolução de conflitos, etc); a compreensão do outro e a consciência da complexidade humana; educação para uma cidadania planetária. SABER VII A ética do gênero humano: aprendizagem da religação, aprendizagem da ética e aprendizagem do amor. É importante enfatizar que, dado o tempo de duração do mini-curso, a intenção não é abordar e debater durante a oficina cada aspecto dos eixos temáticos apontados acima. O que propomos não é o debate exaustivo de visão conteudista, mas oferecer
7 uma experiência criativa acerca das possibilidades metodológicas de abordagem deste conteúdo, que poderá oferecer perspectivas de aplicação segundo os objetivos das propostas pedagógicas de cada participante. 4. Avaliação do mini-curso: A avaliação será feita de duas maneiras: na roda de encerramento convida-se cada um a falar com uma palavra como avalia o mini-curso. Orienta-se os participantes a escreverem uma avaliação sem identificação pessoal em papéis disponibilizados na saída da sala respondendo às seguintes questões: o que foi bom? o que pode melhorar? 5. Recursos necessários 33 cadeiras, 33 cópias da história, 33 cópias de texto contendo as ideias principais de cada saber, 33 lápis, data-show, flip chart e caneta pilot, aparelho de áudio. 6. Número de pessoas O mini-curso terá qualidade e melhor aproveitamento comportando um grupo máximo de 30 pessoas. BIBLIOGRAFIA MACHADO, Regina. Acordais: fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias. São Paulo: DCL, MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. 9. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.
Hernández, Fernando - Transgressão e Mudança na Educação os projetos de trabalho; trad. Jussara Haubert Rodrigues - Porto Alegre: ArtMed, 1998.
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