4. A Macroeconomia no Curto-Médio-Longo Prazo
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- João Victor Júlio César Cerveira Bugalho
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1 4. A Macroeconomia no Curto-Médio- Novembro 2007, sandras@fep.up.pt inesdrum@fep.up.pt! "#$% &'&! "(#$ *+ +,+ - *.*'!&/ 0! 12
2 3242#"$ AD: Conjunto de combinações (Y, P que asseguram o equilíbrio simultâneo no MBS e no MMF (dado M e as variáveis exógenas que determinam a posição da IS. 3242#"$ Inclinação negativa da AD Uma variação de P é acompanhada por uma variação de sentido contrário de Y para manter o equilíbrio no MBS/MMF: Se P diminui M/P aumenta a taxa de juro desce (de forma a reequilibrar o MMF eleva-se a despesa planeada, exigindo um aumento de Y (para manter o equilíbrio no MBS. Linha curva (e não recta: para uma dada variação de P, a variação de Y é tanto maior quanto menor for o P inicial (porque a variação do stock real de moeda (M/P é também superior: M P M = P 1 1 M P 0 0 M 0 + M M = P + P P = P M P + P P Dado M e P, quanto menor P 0, maior (M/P maior Y
3 3242#"$ #, * "$1!& % "56 2$ #"$ - Para cada nível de preços inicial, o aumento de M s implica um acréscimo de Y por forma a manter equilibrados os MBS, MM e MTít., pelo que se regista uma deslocação da curva AD.
4 3242#"$ - & A redução no produto real que resulta da deslocação da IS para a esquerda é exactamente a mesma, independentemente do nível inicial de preços. Isto porque a procura autónoma, está definida em termos reais já à partida. 3242#"$ -''%! 0''#( *'0' '*! % 02 -''%!0''#( *'0' '* % 02 "1!1$
5 3242#"$ -'' 81!%! % 0 +%!9 ":;$1+ < 0!2 #0' '+' + " $ 32@2 " $ +" = *>$ ' <? ' *+ ' 8 2 *9,,2
6 4.2. Oferta Agregada A. Forma da AScp AScp horizontal (IS/LM e MKS: - P fixos; - Ajustamento via Y; - Procura determina Y. AScp vertical (clássicos: - Y determinado pelo lado da oferta (Y N ; - Preços totalmente flexíveis; - Y = Y N. AScp positivamente inclinada (keynesianismo : - No CP, o ajustamento é feito via Y e P (maior realismo Oferta Agregada B. Derivação da curva da oferta agregada de CP Teoria Keynesiana AScp positivamente inclinada devido a existência de rigidez nominal (P e/ou W Teoria Keynesiana Original: W (salário nominal pré-determinado (rigidez do salário nominal As empresas (maximizando o lucro só estão dispostas a aumentar a produção (contratando mais trabalhadores se o salário real (CMg diminuir (dada a PMgN decrescente
7 4.2. Oferta Agregada AScp (SAS: Conjunto de combinações (Y, P consistentes com a maximização dos lucros pelas empresas Quantidade de bens e serviços que as empresas estão dispostas a oferecer a cada nível de preços, para um dado nível de salário nominal 4.2. Oferta Agregada +" $ As empresas (maximizando o lucro só estão dispostas a aumentar a produção (contratando mais trabalhadores se o salário real (CMg diminuir (dada a PMgN decrescente, i.e., se P aumentar para um dado W Posição da AScp:, * 10* +
8 4.2. Oferta Agregada Posição da AScp: depende de W e da função procura de trabalho (N d Efeito dum aumento de W: As empresas só maximizam o lucro com N=N 0 e P=P 1, se W aumentar na mesma proporção do que P: W 0 W 1 tal que W 0 /P 0 =W 1 /P 1 Um aumento (diminuição do salário nominal provoca uma deslocação para esquerda (direita da AScp 4.2. Oferta Agregada Posição da AScp Efeito do progresso tecnológico ou dum aumento do stock de capital: Y F(N, K 1 Y F(N, K 0 Y 1 Y 0 K 1 > K 0 W/P N P Y AScp(W 0,N 0d AScp(W 0,N 1d W 0 /P 0 P 0 N 1 d N 0 d N 0 N 1 N Y 0 Y 1 Y
9 4.2. Oferta Agregada Inclinação da AScp: Quanto mais inclinada for a função procura de trabalho, mais inclinada será a AScp Pontos fora da AScp: Não garantem a maximização do lucro Empresas não estão dispostas a situar-se fora da AScp P AScp(W 0,N 0d P 0 B A Y 32@2 " $ Significado dos pontos fora da curva AScp Qualquer ponto fora da curva AScp corresponde a uma combinação de Y e P que não permite verificar a maximização dos lucros pelas empresas. Pontos situados à direita da curva: excesso de produção por parte das empresas (para o nível de preços em causa, significando que estas contratam trabalhadores cuja PMg é inferior ao seu salário real nestas circunstâncias, poderiam aumentar os lucros, reduzindo o nível de produção. Pontos situados à esquerda da curva: insuficiência de produção por parte das empresas (para o nível de preços em causa, significando que estas poderiam contratar trabalhadores cujo valor adicional de produção é superior ao seu salário real nestas circunstâncias, poderiam aumentar os lucros, elevando o nível de produção. 18
10 4.2. Oferta Agregada Em resumo Se W aumenta a AScp desloca-se para a esquerda novo equilíbrio Se P aumentar de forma proporcional, tal que W/P permanece constante N = 0 Y = 0 Torna-se necessário analisar o que determina o salário C. Determinação do salário nominal e do salário real em cada período 32@ " $ 'A#, 0+0*" 0: $, 0* 0*' 0*"! +< +'$2 20
11 " $ '0 0* 0*< #'0* A"B$ "C $< "A$,! '8# ' A "$"$"$2 32@2 " $ Ponto de partida: (B, w 0 e P 0 economia em eqº Se um aumento da procura agregada elevar o nível de preços (de P 0 para P 1, o salário real diminui (para o salário nominal inicial ponto C Confrontados com esta situação, os trabalhadores reivindicarão um aumento do salário real de forma a repor o poder de compra: de W 0 para W 1 tal que W 1 /P 1 =W 0 /P 0
12 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no P P n P 3 P 2 P 1 P 0 B AS LP AScp(W n,n 0d Y 0 = Y N E n Y 2 Y 1 Y 3 D C AScp(W 2,N 0d AScp(W 1,N 0d AScp(W 0,N 0d AD 0 L Y AD 1 Y Ajustamento médio-longo prazo: ao longo de AD 1 Se Y>Y 0 : pressão para + W deslocação da AS ao longo da AD Só quando Y=Y 0 (N=N 0 é que W/P = W/P de equilíbrio (W 0 /P 0 Y=Y N : Oferta agregada de longo prazo (só quando Y=Y N é que o mercado de trabalho se encontra em equilíbrio não há pressão para (W/P eqºde LP : Y=Y N e P determinado pela AD 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no!"# -'0"D(E( ; E( B #E# ; $2 '$ "!2F00 $2 -!" ; 4 $2!"!$ '0 2
13 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no $# & #,!' '0C#"# 4 $(" ( 4 $2, '!# '0!1 ".G/!$2 B!! 1&!1"$ Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no -"!! '! 5 & +#< # +#!".G/ $! " 0$
14 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no B O processo de ajustamento curto-médio-longo prazo e a curva da oferta agregada de longo prazo O ponto C (equilíbrio de CP não corresponde a um equilíbrio sustentável porque a solução em causa satisfaz as empresas, mas não os trabalhadores: o nível de preços subiu, o que implicou uma descida do salário real, condição necessária para as empresas continuarem a produzir no ponto C. Quando os trabalhadores percebem que o salário real desceu, na sequência da subida de P, vão exigir a sua reposição. Na ronda de negociações seguinte, insistirão no aumento do salário nominal (para W 1, tal que W 1 /P 1 = W 0 /P 0. O aumento do salário nominal para W 1 fará deslocar agora a curva AScp (para AScp(W 1,N 0d : as empresas reflectem o aumento dos custos salariais nos preços e dispõem-se a oferecer as mesmas quantidades de bens e serviços apenas a preços superiores. A economia move-se agora para o ponto D, com P superior (P 2 e Y inferior (Y Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no O salário real volta a descer e os trabalhadores voltam a ficar insatisfeitos. Na ronda de negociações seguinte, voltarão a exigir a subida do salário nominal. A curva AScp voltará a deslocar-se para a esquerda, P voltará a subir, etc... Prossegue o processo de ajustamento: com a economia a mover-se sucessivamente ao longo da nova curva AD, até ao ponto E n. De facto, só com o produto e o emprego nos seus níveis iniciais é que o salário real corresponde ao seu valor de equilíbrio (W 0 /P 0. Pelo que enquanto se tiver Y>Y 0, haverá pressão para a subida do salário nominal e a AScp irá deslocando-se sucessivamente para a esquerda.
15 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no Linha vertical traçada ao nível de Y N : curva da oferta agregada de longo prazo (ASlp ou LAS long-run aggregate supply. Só a este nível de produto real, também designado de produto natural ou potencial (Y N, é que o mercado de trabalho se encontra em equilíbrio, ao nível inicial de salário real (W 0 /P 0. Só com este nível de produto real não há pressões para a variação do salário real. Só com o produto efectivo ao nível do produto potencial é que o salário real vigente corresponde ao salário real de equilíbrio Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no No longo prazo, AS é vertical (LAS Não há efeitos reais da expansão orçamental ou monetária, apenas aumento do nível geral de preços As variáveis reais da economia mantêm o seu valor, apenas se alteram as variáveis nominais No caso da política monetária expansionista, a variação relativa de P é igual à variação relativa de M (neutralidade da moeda Só neste caso é que o mercado de trabalho se encontra em equilíbrio, ao nível do salário real de equilíbrio Durante o processo de ajustamento, há sobre-emprego ou desemprego
16 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no Sistematização das condições de equilíbrio de curto e de longo prazo: A economia está em equilíbrio de curto prazo quando: O nível de produto é igual à procura de bens e serviços, sem que se verifique investimento involuntário (ponto da AD; O nível de preços é suficiente para que as empresas se disponham a produzir o nível de produto adequado (ponto da AScp. Ponto de intersecção entre a AD e a AScp (para um dado W A economia está em equilíbrio de longo prazo quando: Se verifica a condição de equilíbrio de curto prazo O salário real se encontra no seu nível de equilíbrio Ponto de intersecção entre a AD, a AScp e a ASlp 4.3. Efeitos das Políticas Macroeconómicas no Curto e no A economia não se move imediatamente para o novo equilíbrio de longo prazo (BEn devido à inércia do salário nominal (teoria keynesiana original Questões em aberto O modelo analisado não identifica os factores que levam os trabalhadores a oferecer mais ou menos trabalho do que o estabelecido pela sua curva da oferta de trabalho; O modelo analisado prevê um movimento contracíclico do salário real, o qual evolui na direcção oposta ao produto real.
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