AS FUNÇÕES PROCURA E OFERTA AGREGADAS (1ª VERSÃO)
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- Amélia Carneiro Benke
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1 AS FUNÇÕES PROCURA E OFERTA AGREGADAS (1ª VERSÃO) 1
2 A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA No final deste texto o leitor deverá ser capaz de: Compreender o conceito de função de procura agregada. Entender a curva de procura agregada, o seu declive e os deslocamentos a que pode estar sujeita. Compreender a relação entre inflação esperada, custos de produção e inflação verificada. 2
3 I. A FUNÇÃO PROCUR AGREGADA Neste ponto do programa, ultrapassaremos uma limitação do modelo keynesiano básico. Passaremos a admitir que os preços variam. Utilizaremos o modelo procura agregada/oferta agregada, numa exposição gráfica. A função da procura agregada representa as situações em que existe equilíbrio: No mercado real ou de bens e serviços (Y = A = D) e simultaneamente no mercado monetário e de títulos (M s = M d ). 3
4 Y representa o produto e π a taxa de inflação (ambos para o período corrente). (.) Representa variáveis exógenas que afectam a relação. Como interpretá-la? A função da procura agregada evidencia a relação de equilíbrio que tem de existir entre o produto e a inflação. Como o produto (rendimento) de equilíbrio de curto prazo é igual à despesa interna (ou procura agregada de bens e serviços nacionais): A curva da procura agregada é também uma relação entre despesa interna de equilíbrio de curto prazo e inflação. 4
5 Para uma taxa de inflação superior: só haverá equilíbrio simultâneo dos dois mercados se o produto for menor. Para uma taxa de inflação inferior: só haverá equilíbrio simultâneo dos dois mercados se o produto for maior. Logo: a curva que representa a função de procura agregada no espaço (Y, π) é decrescente. Representação gráfica da função de procura Agregada (AD) 5
6 Porque é que a curva da procura agregada é negativamente inclinada? Existem pelo menos três tipos de explicações diferentes razões pelas quais as intenções de despesa interna dependem da taxa de inflação. Para já: vamos admitir que as expectativas de inflação para o próximo período (π e ) são dadas: Ou seja, não se alteram com o produto ou a inflação deste período. Explicação 1:O Poder Aquisitivo da Moeda. Compatível com a hipótese de controlo indirecto da massa monetária (nomeadamente, utilização de operações de mercado aberto open market ). 6
7 Uma mais elevada taxa de inflação ( : a taxa de crescimento de P) aumenta a procura de moeda Para uma oferta de moeda dada, o equilíbrio no mercado monetário Significa um aumento da taxa de juro nominal E da taxa de juro real (π e dados)....logo: uma redução do investimento (e do consumo)! A despesa interna (A = D) reduz-se e Para haver equilíbrio no mercado de bens e serviços O produto de equilíbrio tem de ser mais baixo. 7
8 Explicação 2: A Função de Reação do Banco Central (BC) Compatível com a hipótese de alteração da taxa de juro de referência/directora/básica do Banco Central.. Uma mais alta taxa de inflação faz com que o BC aumente a taxa de juro nominal Fazendo subir a taxa de juro real Logo: levando a uma redução do investimento (e do consumo!). A despesa interna (A = D) reduz-se e Para haver equilíbrio no mercado de bens e serviços O produto de equilíbrio tem de ser mais baixo. 8
9 Explicação 3: A Competitividade (em Economia Aberta). Uma mais alta taxa de inflação faz com que os bens e serviços nacionais percam competitividade (taxa de câmbio real valoriza ) face as moedas estrangeiras Logo: levando a uma redução do saldo da balança de bens e serviços (as exportações caem e as importações sobem)! A despesa interna (A = D) reduz-se e Para haver equilíbrio no mercado de bens e serviços......o produto de equilíbrio tem de ser mais baixo. 9
10 A curva AD (a representação gráfica da função procura agregada) é válida: Quando todos os outros factores (.) permanecem constantes. Quando estes factores se alteram: A curva AD desloca-se. Outros factores que podem alterar a posição da curva AD:. Variáveis exógenas (G, TR, t, etc.). Parâmetros do modelo (c, b, etc.). Alterações no comportamento do Banco Central (Δ M s). 10
11 A Procura Agregada Autónoma É aquela parte que não depende de Y ou de π, ou seja, é determinada exteriormente ao modelo. Algumas das suas componentes são parâmetros de comportamento dos agentes privados, como por exemplo: Consumo autónomo ( ) Exportações autónomas ( ). Outras são instrumentos de política económica, e.g.: Consumo público ( ) Massa monetária (oferta de moeda) ( ). 11
12 Uma mudança no valor destas grandezas faz deslocar a curva AD. Para melhor vermos o seu efeito, vamos ver como terá de reagir o produto de equilíbrio. Para cada nível de taxa de inflação. Um acréscimo na componente z da procura autónoma (Δ z> 0) conduzirá a um deslocamento da curva AD para a: Direita: se z contribui para um aumento da despesa interna (A = D). Esquerda: se z contribui para uma redução da despesa interna (A = D). 12
13 Deslocamento da Curva de Procura Agregada para a Direita: Deslocamento da Curva de Procura Agregada para a Esquerda: 13
14 Uma situação idêntica se passa com outras grandezas não fazem parte da procura autónoma como: Propensão marginal a consumir (c); Propensão marginal a importar (m); Sensibilidade do investimento à taxa de juro real (b); Taxa (marginal) de imposto (t). Movimentos ao Longo da Curva AD O declive negativo da curva AD resulta da relação negativa entre a inflação e a despesa interna. Estes movimentos referem-se a: - Variações da inflação ou do produto; - Variações da taxa de juro real. 14
15 Deslocamentos da Curva AD Factores que alteram a procura agregada para um dado nível de inflação (ou de produto). Estes movimentos referem-se a: - Variações da procura agregada autónoma; - Alterações do comportamento do banco central; - Variações de outras grandezas. 15
16 II. A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA Inércia da Inflação A inflação tende a alterar-se de forma relativamente lenta. - Enquanto a economia se encontrar muito perto do pleno emprego. - Não ocorrerem perturbações externas sobre o nível de preços. Três Factores que afectam a taxa de inflação: - Desvio do produto. - Perturbação ( choque ) da inflação. - Perturbação do produto potencial. 16
17 . Expectativas de Inflação Compradores e vendedores tomam a sua expectativa de inflação em consideração quando negoceiam os seus contratos. Quanto maior for a taxa de inflação esperada mais elevado será o preço real acordado entre as partes: - Por exemplo, mais elevado será o salário nominal acordado entre trabalhadores e empresas. Se os salários e outros custos aumentarem: As empresas tenderão a aumentar os seus preços para não perderem lucros. 17
18 Uma taxa de inflação esperada baixa (alta) contribui para uma taxa de inflação verificada igualmente baixa (alta): 18
19 PERTURBAÇÕES DA PROCURA E DA OFERTA AGREGADAS Objetivos: Compreender o conceito de função de oferta agregada e a sua ligação com o mercado de trabalho. Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo prazo. Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no modelo AS-AD. Compreender as modificações nesses equilíbrios em resultado de choques de procura ou oferta. Dominar os efeitos da política económica nesse modelo. 19
20 O desvio do produto (Y Y p) é uma variável essencial para saber o que acontece à inflação a médio e longo prazo. No curto prazo, podemos ter: Y = Y p Não há desvio cíclico. Y >Y p Há desvio expansionist/inflacionista. Y <Y p Há desvio contracionista/deflacionista. Desvio do produto nulo no período t: (Y t = Y p, t): As vendas das empresas estão a crescer ao seu nível normal (a taxa de crescimento de longo prazo). 20
21 Cada empresa não tem nenhum incentivo para alterar os seus preços em relação aos outros preços Incluindo os dos seus factores de produção (salários preços das matérias-primas, etc.). Neste caso a inflação tende a permanecer constante. Isto quer dizer que a inflação não tende nem a subir nem a descer no próximo período em relação à que se verificou neste período. Desvio do produto expansionista no período t : (Y t >Y p, t): As vendas das empresas estão a crescer a um nível superior ao normal. Para responder a essa situação as empresas utilizam os recursos (incluindo o trabalho) a um ritmo acima do seu normal. 21
22 Cada empresa tem um incentivo para aumentar os seus preços em relação aos seus custos. Mas a maior taxa de utilização dos recursos (incluindo o trabalho) leva a uma maior subida dos preços dos factores (incluindo os salários)... Neste caso a inflação tende a aumentar (acelerar) enquanto permanecer o desvio expansionista. Isto quer dizer que a inflação tende a subir no próximo período em relação à que se verificou neste período. Desvio do produto recessivo no período t (Y t < Y p, t): As vendas das empresas estão a crescer a um nível inferior ao normal. 22
23 Para responder a essa situação, as empresas utilizam os recursos (incluindo o trabalho) a um ritmo abaixo do seu normal. Cada empresa tem um incentivo para não aumentar muito os seus preços de forma a não perder muitas vendas. Mas a menor taxa de utilização dos recursos (incluindo o trabalho) leva a uma menor subida dos preços dos factores (incluindo os salários)... Neste caso a inflação tende a diminuir (desacelerar)enquanto permanecer o desvio recessivo. Isto quer dizer que a inflação tende a descer no próximo período em relação à que se verificou neste período. 23
24 Resumindo O que determina a taxa de inflação no curto prazo? Resposta: A inflação do período anterior (inércia) e...o desvio cíclico do período anterior. Este comportamento pode ser representado pela seguinte função: π t = π t-1 + γ* (Y t-1 Y p, t-1 ) γ > 0 24
25 Note-se que: Y t-1 = Y p, t-1 π t = π t-1 (a inflação manteve-se). Y t-1 > Y p, t-1 π t > π t-1 (a inflação acelerou). Y t-1 <Y p, t-1 π t < π t-1 (a inflação desacelerou). Se: Y t diferente Y p, t isso só terá efeito no próximo período: Ou seja: teremos π t+1 π t (a inflação acelerará ou desacelerará). A esta função chamamos: função de oferta agregada de curto prazo: 25
26 Referiremos como: SRAS (short-run aggregate supply). Esta função de comportamento não tem a ver com o equilíbrio: - Nem do mercado de bens e serviços... - Nem do mercado monetário. É determinado pelos (des) equilíbrios nos......mercados de factores (recursos) e em especial no mercado de trabalho. Lembram-se da lei de Okun? 26
27 Representação Gráfica da Função de Oferta Agregada de Curto Prazo E o que determina a taxa de inflação no longo prazo? No longo prazo: o produto não pode estar sistematicamente acima ou abaixo do seu potencial. 27
28 - Se estivesse sempre acima teríamos hiperinflação. - Se estivesse sempre abaixo teríamos hiperdeflação. Este comportamento pode ser representado pela seguinte função: Y = Y p A esta função chamamos: função de oferta agregada de longo prazo. - Denotaremos como LRAS (long-run aggregate supply). - Esta função de comportamento tem a ver com o equilíbrio do mercado de trabalho no longo prazo. - Lembram-se da taxa natural de desemprego? 28
29 Representação Gráfica da Função de Oferta Agregada de Longo Prazo Equilíbrio de Curto Prazo Consideramos aqui que o curto prazo se refere ao período onde existe alguma inércia da inflação. - Este período mede-se em trimestres não nas décadas do crescimento económico! A inflação é igual ao valor que resulta do passado (desvio cíclico passado)... 29
30 ...e o produto é igual ao produto de curto prazo compatível com essa taxa de inflação. Graficamente: ocorre na intersecção da Curva AD com a curva SRAS. Representação gráfica do equilíbrio de curto prazo para t = 1: E será este um equilíbrio de longo prazo? - Não. Porque: Y 1 <Y p... 30
31 -... Ou seja: há um desvio recessivo. Como se processa o ajustamento, ou seja, a passagem do curto ao longo prazo? - Perante um desvio recessivo as empresas estão a vender menos do que o normal. - Os preços tenderão a subir a uma taxa menor ou seja: a inflação diminuirá no próximo período. 31
32 Representação gráfica do ajustamento do equilíbrio de curto prazo (desvio recessivo) a longo prazo. E perante um equilíbrio de curto prazo com desvio expansionista? Perante um desvio expansionista: As empresas estão a vender mais do que o normal. - Os preços tenderão a subir a uma taxa maior... 32
33 -...ou seja: a inflação aumentará no próximo período. Representação gráfica do ajustamento do equilíbrio de curto prazo (desvio expansionista) a longo prazo:. No equilíbrio de longo prazo: - O produto observado iguala o produto potencial ou seja: Y = Y p... 33
34 -... e a taxa de inflação permanece estável ou seja: π = π*. Graficamente: as curvas AD, SRAS (para t = ) e LRAS cruzam-se no mesmo ponto. A economia tende a corrigir-se a si própria. - Com tempo suficiente: os desvios do produto tendem a desaparecer sem alteração das políticas monetária e orçamental. 34
35 Isto não acontece no modelo keynesiano básico. - O modelo keynesiano básico é um modelo de curto prazo em que os preços não se ajustam. - Os ajustamentos de longo prazo não são considerados. Se a auto-correção for lenta: - A utilização ativa das políticas monetária e orçamental pode ser importante para a estabilização do produto. Se a auto-correção for rápida: - As políticas de estabilização não se justificam tanto. 35
36 Perturbações da Procura e da Oferta Agregadas. A economia está afastada do seu equilíbrio de longo prazo quando a inflação varia. O aumento da inflação pode-se ficar a dever: A um excesso da procura agregada ou seja: demasiada despesa para o volume de bens e serviços produzidos normalmente. - Se esse excesso não foi motivado por uma quebra do produto potencial este tipo de desequilíbrio (em relação ao longo prazo) identifica-se como um choque ou perturbação da procura agregada. 36
37 Aumento da inflação devido a um choque positivo (permanente) de procura agregada. O aumento da inflação também se pode ficar a dever a uma perturbação ou choque da oferta agregada: - Um choque da oferta desloca a curva da oferta agregada de curto prazo (perturbação da inflação). 37
38 - Neste caso: a curva AS de curto prazo é temporariamente dada por: Aumento da inflação devido a um choque positivo (temporário):. O aumento da inflação pode ainda dever-se a um outro tipo de perturbação ou choque da oferta agregada. 38
39 - A curva da oferta agregada de longo prazo pode se deslocar devido a uma perturbação do produto potencial. Neste caso: a curva AS de longo prazo é permanentemente deslocada para a esquerda: devido a uma redução de Y p. Aumento da inflação devido a um choque negativo (permanente) no produto potencial: 39
40 Que deve fazer um decisor político se quiser reduzir a taxa de inflação? - A inflação pode baixar se forem adoptadas políticas de contracção da procura agregada. - Existem custos de curto prazo da desinflação em produto perdido e em maior desemprego. Política de desinflação: de redução (permanente)da inflação. 40
41 AS FUNÇÕES PROCURA E OFERTA AGREGADAS (2ª VERSÃO)
42 A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA No final deste texto o leitor deverá ser capaz: De compreender o conceito de função de procura agregada. De entender a curva de procura agregada, o seu declive e os deslocamentos a que pode estar sujeita
43 FUNÇÃO PROCURA AGREGADA DO MODELO IS-LM AO MODELO AS/AD No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações drásticas: 1. Assumimos que o nível de preços era fixo. 2. As empresas produziam o volume necessário para satisfazer a procura. Ou seja: assumimos que as empresas estariam dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto ao nível de preços actual. Por maior que fosse a quantidade procurada, havia sempre capacidade produtiva suficiente para a satisfazer
44 . O modelo IS-LM é um modelo que analisa essencialmente, o lado da procura da economia, ignorando o lado da oferta. No modelo AS-AD ( aggregate supply aggregate demand ) já se considera a capacidade produtiva da economia como um factor relevante. As empresas passam a decidir o volume de produção com o objectivo de maximizar os seus lucros. No modelo AS-AD: o nível de preços deixa de ser um dado fixo, passando a ser uma variável explicada pelo modelo
45 De certa forma: no modelo AS-AD alargamos o horizonte temporal da análise, dando tempo aos preços para se ajustarem. Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes características da economia, e de choques exógenos (incluindo a política monetária e orçamental) sobre o nível de preços. No curto prazo: o equilíbrio macroeconómico caracteriza-se por: 1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços. 2) Equilíbrio no mercado monetário. 3) Empresas produzem o volume que maximiza o lucro
46 No longo prazo, exige-se, adicionalmente: 4) Equilíbrio no mercado de trabalho. No modelo AS-AD: além do equilíbrio no mercado de bens e serviços (1) e no mercado monetário (2), que determinam a procura (AD). Consideramos também a maximização do lucro por parte das empresas (3) e o equilíbrio no mercado de trabalho (4), que determinam a oferta (AS)
47 DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA No modelo IS-LM: para um nível de preços fixo, obtém-se um produto de equilíbrio. Como este produto é determinado apenas pela procura (ignora-se a capacidade produtiva), designa-se por quantidade procurada agregada. A curva da procura agregada (AD): relaciona o nível de preços com a quantidade procurada de produto agregado (de equilíbrio do modelo IS-LM): Quando todas as outras variáveis são constantes
48 Uma alteração do nível de preços: tem impacto no modelo IS-LM porque modifica a oferta real de moeda, e, portanto, as condições do mercado monetário. Um aumento do nível geral de preços: faz diminuir a oferta real de moeda: Tendo, portanto: um efeito semelhante ao da política monetária restritiva: aumento da taxa de juro e diminuição do produto
49 LM (P 1 ) i LM (P 0 ) i 1 i 0 O equilíbrio no modelo IS-LM depende do nível de preços. IS Se os preços subirem, diminui a oferta real de moeda, M S /P. P Y 1 Y 0 Y O nível geral de preços e a quantidade procurada (produto de equilíbrio do modelo IS-LM) estão inversamente relacionados. P 1 P 0 AD A curva AD é constituída pelas combinações de produto e nível de preços que são compatíveis com o equilíbrio conjunto no mercado de bens e serviços e no mercado monetário. Y 1 Y 0 Y - - 9
50 Significado dos pontos fora da curva AD Em qualquer ponto situado à direita da função ou curva AD: Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: para qualquer P. Y deveria ser inferior para haver equilíbrio. O que significa que há produção em excesso face à procura de bens e serviços. Em qualquer ponto situado à esquerda da função ou curva AD: Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços: para qualquer P. Y deveria ser superior para haver equilíbrio
51 O que significa que há produção insuficiente face à procura de bens e serviços. Em qualquer ponto situado fora da função ou curva AD: Verificam-se pressões para o ajustamento: por exemplo: Num ponto à direita da curva AD: o excesso de produção face à procura de bens e serviços conduz à existência de investimento (em stocks) não planeado (I u>0): Levando as empresas a reajustar: 1. Reduzindo, a sua produção. 2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas, baixando os seus preços
52 Política Monetária LM 0 i i 0 LM 1 Uma política monetária expansionista (aumento da oferta de moeda) faz com que aumente o produto e diminua a taxa de juro, no contexto do modelo IS-LM (preços fixos). i 1 P Y 0 Y 1 IS Y P = P 0 Y 0 (Y 1 -Y 0 ) = * M Portanto, para o mesmo nível de preços, P 0, aumenta o produto de equilíbrio (IS-LM), dado o multiplicador monetário global. Ou seja, uma política monetária expansionista faz deslocar a curva AD para a direita deslocamento horizontal da curva AD. P 0 AD 1 AD 0 Y 0 Y 1 Y Se Y = Y 0 face ao aumento da oferta monetária M (+), o nível geral de preços P deverá subir proporcionalmente a M (+) inicial oferta real de moeda ( M / P ) mantém-se deslocamento vertical da curva AD
53 Política Orçamental i LM i 1 i 0 IS 1 IS 0 Uma política orçamental expansionista (aumento da despesa pública) faz com que aumente o produto e a taxa de juro, no modelo IS-LM (preços fixos). P Y 0 Y 1 Y Para o mesmo nível de preços, P 0, aumenta o produto de equilíbrio (IS-LM) P 0 AD 0 AD 1 A curva AD desloca-se para a direita (desloca-se menos do que a Δ IS, devido ao efeito crowding-out parcial), dado o multiplicador global da política orçamental. Y 0 Y 1 Y P = P 0 Y 0 = Y 1 -Y 0 = * G Deslocamento Horizontal da Curva AD
54 Se Y = Y 0 : Face ao aumento das despesas públicas G (+): O nível geral de preços P : deverá subir numa medida tal que redução da oferta real de moeda: Subida da taxa de juro suficiente: I (-) = G (+) inicial Deslocamento Vertical da Curva AD (Efeito Deslocamento Crowding-out Total)
55 SÍNTESE: DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA (AD) (1) Mercado Real ou de Bens e Serviços (IS) Y = * A - * b* i = * ( A b* i) (1) Função (IS) -1 i = [( A /b) (1 / * b)* Y] (2) Função (IS) = 1 / [1- c* (1 - t) + m] = multiplicador de rendimento da procura agregada autónoma
56 (II) Mercado Monetário e de Títulos (LM) Y = (1/k)* [( M / P) - L ] + (h/k)* i (3) Função LM - 1 i = - (1/h)* [( M / P) - L ] + (k/h)* Y (4) Função LM (III) Equilíbrio Global (IS=LM) Y 0 = (h* / * b* k + h) * A + (b* / * b* k + h) * [( M / P ) - L ] β λ i 0 = (k* / * b* k)* A - (1 / * b* k + h)* [( M / P ) - L ] β λ
57 (IV) Função Procura Agregada (IS=LM com Preços Variáveis) P = λ* M / (Y - β* A + λ* L)
58 FUNÇÃO OFERTA AGREGADA No final deste texto o leitor deverá ser capaz de: Compreender o conceito de função de oferta agregada e a sua ligação com o mercado de trabalho. Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo prazo. Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no modelo AS/AD. Compreender as modificações nesses equilíbrios em resultado de choques de procura ou oferta. Dominar os efeitos da política económica nesse modelo
59 A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA A curva da oferta agregada descreve a relação entre a quantidade oferecida de produto e o nível de preços (quando todas as outras variáveis estão constantes). Como é necessário tempo para que os preços e salários se ajustem ao nível de longo prazo: A curva da oferta agregada difere entre o curto e o longo prazo
60 A Curva da Oferta Agregada de Longo Prazo (LRAS/ASLP) Quantidade de produto que uma economia pode produzir no longo prazo é determinada pela quantidade de capital, de oferta de trabalho (pleno emprego) e de tecnologia disponível. No longo prazo, o nível de produto agregado é produzido à taxa natural de desemprego NAIRU (economia no longo prazo) e designado por produto normal ou natural (Y n )
61 A Curva da Oferta Agregada de Curto Prazo (AS/ASCP) No curto prazo, uma vez que os preços e salários são mais rígidos, então: A curva da procura agregada terá declive positivo. Sendo o objectivo das empresas maximizar os lucros: - A quantidade oferecida de produto será determinada pelo lucro obtido em cada unidade de produto. - Se os lucros aumentam, mais produto agregado será produzido e portanto a quantidade oferecida de produto irá aumentar
62 O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao preço menos o custo de produção. - Como no curto prazo o custo é fixo o lucro depende apenas do preço. Quanto maior for o preço, maior será o lucro
63 A Curva da Oferta Agregada de Curto Prazo (AS/ASCP): Deslocações da Curva AS A quantidade oferecida depende do lucro obtido numa unidade de produto : - Um aumento do custo de produção leva a uma diminuição do lucro por unidade de produto: Logo, a quantidade oferecida de produto, a cada nível de preço, diminui também. - Um aumento dos custos de produção desloca a curva AS para a esquerda. - Uma diminuição dos custos de produção desloca a curva AS para a direita
64 Factores que deslocam a curva AS são os mesmos que afectam os custos de produção.. Mercado de Trabalho Economia está a crescer rapidamente: Y> Y n: Empregadores têm dificuldade em contratar novos trabalhadores e mesmo em manter os actuais: Procura de trabalho> Oferta de trabalho. Os salários vão aumentar os custos de produção vão aumentar lucro por unidade de produto a cada preço vai diminuir
65 EM SUMA: Quando o produto agregado está acima da taxa natural, a curva AS curto prazo desloca-se para a esquerda. Quando o produto agregado está abaixo da taxa natural (recessão), a curva AS curto prazo desloca-se para a direita. Nível de Preços Esperado Trabalhadores e empresas interessam-se pelos salários reais (em termos dos bens e serviços que podem comprar): Se os preços aumentam o mesmo salário nominal permite comprar menos bens e serviços
66 Se um trabalhador espera uma subida de preços então vai procurar salário nominal mais elevado para manter o mesmo salário real. Os salários nominais vão aumentar (se o aumento dos preços permite aos empregadores pagar mais) Os custos de produção vão aumentar. Se é esperada uma subida dos preços a curva AS curto prazo desloca-se para a esquerda. Se é esperada uma descida dos preços então a AS curto prazo desloca-se para a direita
67 Pressão dos trabalhadores para subida dos salários Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem sucedida ao obterem salários mais elevados haverá aumento dos custos de produção. Uma pressão para subida dos salários bem sucedida desloca a curva AS curto prazo para a esquerda. Alteração dos custos de produção não relacionada com os salários Uma diminuição da oferta de matérias-primas (choque de oferta negativo):
68 Aumento do preço destes factores de produção Aumento dos custos de produção. Por outro lado, o desenvolvimento de uma nova tecnologia Diminuição dos custos de produção. Um choque de oferta negativo que leve a um aumento dos custos de produção faz deslocar a curva AS curto prazo para a esquerda. Um choque de oferta positivo que leve a uma diminuição dos custos de produção faz deslocar a curva AS curto prazo para a direita
69 SÍNTESE:
70 Equilíbrio no Modelo da Procura e Oferta Agregadas
71 Equilíbrio no Curto Prazo Equilíbrio no Longo Prazo (1) Mesmo que a quantidade de produto agregado procurada iguale a quantidade de produto agregado oferecida. Se Y Yn então forças irão operar fazendo com que o equilíbrio se mova ao longo do tempo
72 Porquê? Alterações nos custos de produção levam a deslocações da curva da oferta agregada (AS curto prazo). Quando o produto agregado (Y) e a taxa de desemprego (u) estão ao nível da sua taxa natural: Não há pressão no mercado de trabalho para subida ou descida de salários
73 - - 33
74 Equilíbrio no Longo Prazo (2) Mecanismo de auto-correcção:. Independentemente do nível de produto inicial.. Este retorna ao nível da taxa natural. Para os decisores de política económica interessa a rapidez com que isso acontece. Muitos economistas consideram que é um processo:. Que leva muito tempo e por isso o processo de atingir o equilíbrio de longo prazo é lento
75 . Os salários são pouco flexíveis: o ajustamento dos preços e salários é lento.. A curva AS curto prazo move-se lentamente para restabelecer o equilíbrio. Equilíbrio no Longo Prazo (3) Mecanismo de autocorreção lento (predominante): - Salários não são flexíveis, especialmente para descidas quando u é elevada. - Necessidade de uma política ativa do governo. - Keynesianos/Intervencionistas
76 Mecanismo de autocorreção rápido: - Salários e preços são flexíveis. - Menor necessidade de intervenção governamental. - Clássicos/Liberais/Monetaristas. Alterações do Equilíbrio causadas por Choques na Procura Agregada
77 Apesar do efeito de curto prazo inicial (resultante da deslocação da curva AD para a direita) ser o: (1) Aumento do produto e (2) dos preços. O último efeito e de longo prazo é apenas o aumento dos preços. Alterações do Equilíbrio causadas por Choques na Oferta Agregada
78 Apesar da deslocação da curva AS curto prazo para a esquerda levar (1) ao aumento dos preços e (2) a diminuição do produto. O último efeito e de longo prazo leva a produto e preços inalterados (mantendo curva constante). AD
79 Conclusões: 1.Deslocações da Curva AD (e.g., política monetária, política orçamental ou comércio internacional): Afectam o produto no curto prazo mas: não causam qualquer efeito no longo prazo. 2. Deslocações da Curva AS (e.g., inflação esperada, pressão exercida pelos trabalhadores para subir os salários):
80 Afectam o produto e os preços apenas no curto prazo não causando qualquer efeito no longo prazo (curva AD constante). 3. A Economia tem um Mecanismo de Autocorreção: Que a faz voltar aos níveis de desemprego e produto agregado naturais ao longo do tempo. Para os Keynesianos tal processo de ajustamento gradual de preços e salários pode ser mais ou menos longo
81 . Com custos económicos e sociais mais ou menos elevados), que: Justifica a adopção de políticas ativas de gestão sobre a procura agregada. (e.g., monetária e/ou orçamental) visando a sua acelerar o retorno da economia ao seu nível normal ou natural. Ou de pleno emprego ou à taxa natural de desemprego
82 AS FUNÇÕES PROCURA E OFERTA AGREGADAS (3ª VERSÃO)
83 No final deste TEXTO o LEITOR deverá ser capaz de: Compreender o conceito de função de procura agregada. Entender a curva de procura agregada, o seu declive e os deslocamentos a que pode estar sujeita
84 FUNÇÃO PROCURA AGREGADA DO MODELO IS-LM AO MODELO AS/AD No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações drásticas: 1. Assumimos que o nível de preços era fixo. 2. As empresas produziam o volume necessário para satisfazer a procura. Ou seja: assumimos que as empresas estariam dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto ao nível de preços actual. Por maior que fosse a quantidade procurada, havia sempre capacidade produtiva suficiente para a satisfazer
85 O modelo IS-LM é um modelo que analisa, essencialmente, o lado da procura da economia, ignorando o lado da oferta. No modelo AS-AD ( aggregate supply aggregate demand ) já se considera a capacidade produtiva da economia como um factor relevante. As empresas passam a decidir o volume de produção com o objectivo de maximizar os seus lucros. No modelo AS-AD, o nível de preços deixa de ser um dado fixo, passando a ser uma variável explicada pelo modelo
86 De certa forma, no modelo AS-AD alargamos o horizonte temporal da análise, dando tempo aos preços para se ajustarem. Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes características da economia, e de choques exógenos (incluindo a política monetária e orçamental) sobre o nível de preços. No curto prazo, o equilíbrio macroeconómico caracteriza-se por: 1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços. 2) Equilíbrio no mercado monetário. 3) Empresas produzem o volume que maximiza o lucro
87 No longo prazo, exige-se, adicionalmente: 4) Equilíbrio no mercado de trabalho. No modelo AS-AD, além do equilíbrio no mercado de bens e serviços (1) e no mercado monetário (2), que determinam a procura (AD). Consideramos também a maximização do lucro por parte das empresas (3) e o equilíbrio no mercado de trabalho (4), que determinam a oferta (AS). DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA No modelo IS-LM, para um nível de preços fixo, obtém-se um produto de equilíbrio
88 Como este produto é determinado apenas pela procura (ignora-se a capacidade produtiva), designa-se por quantidade procurada agregada. A curva da procura agregada (AD) relaciona o nível de preços com a quantidade procurada de produto agregado (de equilíbrio do modelo IS- LM) Quando todas as outras variáveis são constantes. Uma alteração do nível de preços tem impacto no modelo IS-LM porque modifica a oferta real de moeda, e, portanto, as condições do mercado monetário. Um aumento do nível geral de preços, faz diminuir a oferta real de moeda: - - 7
89 Tendo, portanto, um efeito semelhante ao da política monetária restritiva: aumento da taxa de juro e diminuição do produto. LM (P 1 ) i i 1 i 0 LM (P 0 ) O equilíbrio no modelo IS-LM depende do nível de preços. IS Se os preços subirem, diminui a oferta real de moeda, M S /P. P Y 1 Y 0 Y O nível geral de preços e a quantidade procurada (produto de equilíbrio do modelo IS-LM) estão inversamente relacionados. P 1 P 0 AD A curva AD é constituída pelas combinações de produto e nível de preços que são compatíveis com o equilíbrio conjunto no mercado de bens e serviços e no mercado monetário. Y 1 Y 0 Y - - 8
90 Significado dos Pontos Fora da Curva AD Em qualquer ponto situado à direita da curva AD: Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: ~ para qualquer P Y deveria ser inferior para haver equilíbrio. O que significa que há produção em excesso face à procura de bens e serviços. Em qualquer ponto situado à esquerda da curva AD: Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços: para qualquer P Y deveria ser superior para haver equilíbrio: O que significa que há produção insuficiente face à procura de bens e serviços
91 Em qualquer ponto situado fora da curva AD: Verificam-se pressões para o ajustamento. Por exemplo: Num ponto à direita da curva AD: o excesso de produção face à procura de bens e serviços conduz à existência de investimento (em stocks) não planeado (I u>0): Levando as empresas a reajustar: 1. Reduzindo, a sua produção. 2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas, baixando os seus preços
92 Política Monetária LM 0 i i 0 LM 1 Uma política monetária expansionista (aumento da oferta de moeda) faz com que aumente o produto e diminua a taxa de juro, no contexto do modelo IS-LM (preços fixos). P i 1 Y 0 Y 1 IS Y P = P 0 Y 0 (Y 1 -Y 0 ) = * M Portanto, para o mesmo nível de preços, P 0, aumenta o produto de equilíbrio (IS-LM), dado o multiplicador monetário global. Ou seja, uma política monetária expansionista faz deslocar a curva AD para a direita deslocamento horizontal da curva AD. P 0 AD 1 AD 0 Y 0 Y 1 Y Se Y = Y 0 face ao aumento da oferta monetária M (+), o nível geral de preços P deverá subir proporcionalmente a M (+) inicial oferta real de moeda ( M / P ) mantém-se deslocamento vertical da curva AD
93 Política Orçamental i LM i 1 i 0 IS 1 IS 0 Uma política orçamental expansionista (aumento da despesa pública) faz com que aumente o produto e a taxa de juro, no modelo IS-LM (preços fixos). P Y 0 Y 1 Y Para o mesmo nível de preços, P 0, aumenta o produto de equilíbrio (IS-LM) P 0 AD 0 AD 1 A curva AD desloca-se para a direita (desloca-se menos do que a Δ IS, devido ao efeito crowding-out parcial), dado o multiplicador global da política orçamental. Y 0 Y 1 Y P = P 0 Y 0 = Y 1 -Y 0 = * G Deslocamento Horizontal da Curva AD
94 Se Y = Y 0 Face ao Aumento das Despesas Públicas G (+): O nível geral de preços P : deverá subir numa medida tal que redução da oferta real de moeda: Subida da taxa de juro suficiente: I (-) = G (+) inicial. Deslocamento Vertical da Curva AD (Efeito Deslocamento Crowding-out Total)
95 SÍNTESE: DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA (AD) (I) Mercado de Bens e Serviços Modelo IS Y = * A - * b* i = * ( A b* i) (1) Função (IS) -1 i = [( A /b) (1 / * b)* Y] (2) Função (IS) = 1 / [1- c* (1 - t) + m] multiplicador de rendimento da procura agregada autónoma
96 (II) Mercado Monetário e de Títulos Modelo LM Y = (1/k)* [( M / P) - L ] + (h/k)* i (3) Função (LM) -1 i = - (1/h)* [( M / P) - L ] + (k/h)* Y (4) Função LM (III) Equilíbrio Global (IS=LM) Y 0 = (h* / * b* k + h) * A + (b* / * b* k + h) * [( M / P ) - L ] β λ i 0 = (k* / * b* k)* A - (1 / * b* k + h)* [( M / P ) - L ] β λ
97 (IV) Função Procura Agregada (IS=LM com Preços Variáveis) P = λ* M / (Y - β* A + λ* L)
98 FUNÇÃO OFERTA AGREGADA No final deste texto o leitor deverá ser capaz de: Compreender o conceito de função de oferta agregada e a sua ligação com o mercado de trabalho. Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo prazos. Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no modelo AS/AD. Compreender as modificações nesses equilíbrios em resultado de choques de procura ou oferta. Dominar os efeitos da política económica nesse modelo
99 I. OFERTA AGREGADA DE CURTO PRAZO (ASCP)
100 INTRODUÇÃO A relação entre o nível de preços e o volume de produção pretendido (quantidade oferecida de produto) pelas empresas (Oferta Agregada, AS) é alvo de uma profunda controvérsia. O modelo keynesiano simples (MKS) e o modelo IS/LM: assumem que as empresas estão dispostas a produzir qualquer quantidade ao nível de preços em vigor produzir Curva AS Horizontal. De acordo com a teoria clássica/liberal o volume de produção oscila em torno do produto natural, independentemente do nível de preços Vertical. Curva AS No longo prazo, esta hipótese é aceitável
101 Como é necessário tempo para que os preços e salários se ajustem ao nível de longo prazo: Modelos de Ajustamento Gradual de Preços e Salários: Expectativas Adaptativas (Monetaristas) e Informação Imperfeita (Ilusão Monetária): Nova Economia Keynesiana). A curva da oferta agregada difere entre o curto e o longo prazo. No curto prazo: é mais realista considerar que a quantidade oferecida está positivamente relacionada com o nível de preços A curva AS tem inclinação positiva. No curto prazo: uma vez que os preços e salários são mais rígidos a curva AS terá declive positivo
102 Sendo o objectivo das empresas maximizar os lucros: A quantidade oferecida de produto será determinada pelo lucro obtido em cada unidade de produto. Se os lucros aumentam, mais produto agregado será produzido e portanto a quantidade oferecida de produto irá aumentar. O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao preço menos o custo de produção: Como no curto prazo o custo é fixo o lucro depende apenas do preço: quanto maior for o preço, maior será o lucro
103 OFERTA AGREGADA DE CURTO PRAZO Vamos estudar a curva AS de curto prazo supondo que as empresas decidem o volume de produção com o objectivo de maximizar o lucro, e que os salários nominais são fixos. Sendo o salário nominal fixo: um aumento do nível de preços P : Faz com que o salário real diminua
104 Esta diminuição do custo de produção levará as empresas a aumentar o volume de produção MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO PROCURA DE TRABALHO A procura agregada de trabalho: traduz a quantidade de factor trabalho que as empresas pretendem utilizar para cada nível salarial, com tudo o resto constante
105 As empresas adquirem unidades adicionais de factor trabalho enquanto o benefício da sua utilização for superior ao seu custo
106 OFERTA AGREGADA DE CURTO PRAZO Deslocações da Curva AS Em geral: A quantidade oferecida de produto depende do lucro obtido numa unidade de produto:
107 Um aumento do custo de produção leva a uma diminuição do lucro por unidade de produto. Logo: a quantidade oferecida de produto, a cada nível de preço, diminui também. Um aumento dos custos de produção desloca a curva AS para a esquerda. Uma diminuição dos custos de produção desloca a curva AS para a direita. Factores que deslocam a curva AS são os mesmos que afetam os custos de produção
108 Deslocações da curva AS dependem, assim, dos custos de produção: Mercado de Trabalho Economia está a crescer rapidamente [Y > Y*]: empregadores têm dificuldade em contratar novos trabalhadores (e mesmo em manter os actuais). Procura de trabalho> oferta de trabalho: salários nominais (W) vão aumentar
109 Custos de produção vão aumentar: lucro por unidade de produto vai diminuir. Quando o produto agregado está acima da taxa natural então a curva AS curto prazo desloca-se para a esquerda. Quando o produto agregado está abaixo da taxa natural (recessão) então a curva AS desloca-se para a direita. Nível de Preços Esperado Trabalhadores e empresas interessam-se pelos salários reais (W/P), em termos dos bens e serviços que podem comprar):
110 Se os preços aumentam: o mesmo salário nominal permite comprar menos bens e serviços. Se um trabalhador espera uma subida de preços: então vai procurar salário nominal mais elevado para manter o mesmo salário real. Salários nominais (W) vão aumentar (se o aumento dos preços permite aos empregadores pagar mais): custos de produção vão aumentar. Se é esperada uma subida dos preços A curva AS desloca-se para a esquerda. Se é esperada uma descida dos preços A curva AS desloca-se para a direita. Pressão dos trabalhadores para subida dos Salários
111 Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem sucedida. Ao obterem salários nominais mais elevados: aumento dos custos de produção. Uma pressão para subida dos salários bem sucedida desloca a curva AS curto prazo para a esquerda. Alteração dos Custos de Produção Não Relacionada com os Salários Uma diminuição da oferta de matérias primas (incluindo petróleo) choque de oferta negativo: Aumento do preço destes factores de produção: aumento dos custos de produção
112 Por outro lado: o desenvolvimento de uma nova tecnologia (progresso técnico): Diminuição dos custos de produção. Um choque de oferta negativo que leve a um aumento dos custos de produção faz deslocar a curva AS curto prazo para a esquerda. Um choque de oferta positivo que leve a uma diminuição dos custos de produção faz deslocar a curva AS curto prazo para a direita
113 EQUILÍBRIO AS/AD DE CURTO PRAZO O equilíbrio de curto prazo do modelo AS/AD: corresponde ao cruzamento das curvas AD e AS de curto prazo
114 O produto e o nível de preços são tais que: (AD): Tanto o mercado de bens e serviços como o mercado monetário estão em equilíbrio. (AS c p ): Dado que o salário nominal em vigor, as empresas produzem a quantidade que maximiza os seus lucros
115 II. OFERTA AGREGADA DE LONGO PRAZO (ASLP)
116 INTRODUÇÃO Para definir a oferta agregada de curto prazo assumimos salário nominais são fixos. No longo prazo, essa hipótese não é aceitável: O salário é determinado no mercado de trabalho como resultando do equilíbrio entre a oferta e a procura de trabalho. Um equilíbrio de longo prazo verifica uma hipótese adicional: O mercado de trabalho está em equilíbrio. Isto é: o salário real é tal que são iguais a quantidade procurada e oferecida de trabalho. Já estudamos a função procura de trabalho: as empresas procuram uma quantidade de trabalho tal que a produtividade marginal coincida com o salário real
117 Precisamos agora de considerar também a função oferta de trabalho. A oferta agregada de trabalho: relaciona o salário real com a quantidade de trabalho que os agentes estão dispostos a oferecer. A oferta de trabalho resulta da escolha dos agentes entre trabalho e lazer: Aumentando se aumentar a população activa ou se diminuir o gosto pelo tempo de lazer. Observa-se que um maior salário real implica uma maior quantidade oferecida de trabalho (declive positivo da curva N S )
118 OFERTA AGREGADA DE LONGO PRAZO
119 MERCADO DE TRABALHO Um aumento da produtividade marginal do trabalho faz aumentar a procura de trabalho: Fazendo aumentar o salário real de equilíbrio, o emprego de equilíbrio e o produto natural. Se aumentasse a população activa, aumentaria a oferta de trabalho, o que levaria à diminuição do salário real de equilíbrio e ao aumento do emprego de equilíbrio e do produto natural
120 OFERTA AGREGADA DE LONGO PRAZO
121 CHOQUES NA PROCURA AGREGADA: AS POLÍTICAS MONETÁRIA E ORÇAMENTAL
122 EQUILÍBRIO DO MODELO AS/AD As condições de equilíbrio de curto prazo são: 1. Equilíbrio no mercado de bens e serviços (IS). 2. Equilíbrio no mercado monetário (LM) 3. Maximização do lucro das empresas (AS CP ). Um equilíbrio de longo prazo verifica uma condição adicional: equilíbrio no mercado de trabalho, que implica que o produto seja igual ao produto natural (AS LP )
123 Equilíbrio no Longo Prazo Mesmo que a quantidade de produto agregado procurada iguale a quantidade de produto agregado oferecida: Se Y Y* então forças (de mercado) irão operar fazendo com que o equilíbrio se mova ao longo do tempo
124 Porquê? Alterações nos custos de produção (nomeadamente nos salários nominais, W) levam a deslocações da curva agregada (curva AS de curto prazo). Quando o produto agregado e a taxa de desemprego (u) estão ao nível da sua taxa normal ou natural: Não há pressão no mercado de trabalho para a subida ou descida de salários
125 - - 44
126 Equilíbrio no Longo Prazo: Mecanismo de Autocorreção Mecanismo de auto-correcção: independente do nível de produto inicial este retorna ao nível da taxa natural. Para os decisores de política económica interessa a rapidez com que isso acontece (devido aos custos económicos e sociais). Muitos economistas consideram que é um processo que leva muito tempo, e, por isso, o processo de atingir o equilíbrio de longo prazo é lento
127 Os salários são pouco flexíveis: ajustamento dos preços e salários é lento. A curva AS curto prazo move-se lentamente para restabelecer o equilíbrio de longo prazo. Mecanismo de Autocorreção Lento: Salários não são flexíveis, especialmente para descidas quando u é elevada. Necessidade de uma política activa do governo. Keynesianos (e a hipótese de informação imperfeita, da existência de ilusão monetária por parte dos trabalhadores)
128 Mecanismo de Autocorreção Rápido: Salários e preços são flexíveis (embora não perfeitamente flexíveis). Menor necessidade de intervenção governamental. Monetaristas (e a hipótese de existência de expectativas adaptativas)
129 POLÍTICA MONETÁRIA Uma política monetária expansionista provoca um aumento da procura agregada (recorde que a procura agregada corresponde ao equilíbrio do modelo IS-LM, para cada nível de preços). A curva AD desloca-se para a direita e para cima, tanto mais quanto maiores forem os efeitos da política monetária (Deslocamento Horizontal da Curva AD). O deslocamento da curva AD para cima é tal que: Para cada valor do produto, os preços aumentam proporcionalmente ao aumento da oferta nominal de moeda: Deslocamento Vertical da Curva AD
130 Na situação conhecida como armadilha da liquidez : a curva AD é vertical e não se desloca (tente perceber porquê). O resultado é um aumento temporário do produto. No longo prazo todas as variáveis reais regressam aos seus valores iniciais
131 POLÍTICA MONETÁRIA (CURTO PRAZO) POLÍTICA MONETÁRIA (LONGO PRAZO) Outro efeito de curto prazo é a diminuição do salário real (W/P): O nível de preços aumenta enquanto que o salário nominal (W) é fixo
132 A renegociação salarial irá fazer aumentar o salário nominal: Alterações nos custos de produção levam a deslocações da curva da oferta agregada (AS curto prazo). No caso: deslocando-se a curva AS CP para cima (as empresas vão procurar menos trabalho para o mesmo nível de preços). O novo equilíbrio de curto prazo é tal que o produto diminui (em direcção ao produto normal ou natural) e o nível de preços sobe novamente. Em resultado deste novo aumento de preços, o salário real volta a estar aquém do seu valor de equilíbrio
133 Uma nova renegociação levará a um novo aumento do salário nominal, e, portanto, a um novo deslocamento da curva AS CP para cima. Este processo continua até que o produto regresse ao valor do produto normal ou natural: Aumento dos preços a longo prazo proporcional ao aumento inicial da oferta monetária nominal. Cruzando-se as três curvas: AD AS CP AS LP
134 POLÍTICA ORÇAMENTAL Uma política orçamental expansionista provoca um aumento da procura agregada (recorde-se que a procura agregada corresponde ao equilíbrio do modelo IS-LM, para cada nível de preços)
135 A curva AD desloca-se para a direita, tanto mais quanto maior for o efeito da política orçamental: O deslocamento da curva AD é menor que o da IS, já que incorpora o efeito de crowding-out (Deslocamento Horizontal da Curva AD). Os efeitos são: um aumento temporário do produto e um aumento permanente do nível de preços (tal como no caso da política monetária), e também um aumento da taxa de juro. A taxa de juro aumenta de forma permanente, fazendo com que diminua o investimento e o consumo. O crowding-out é parcial no curto prazo (sendo superior ao previsto pelo modelo IS-LM), E, total no longo prazo
136 POLÍTICA ORÇAMENTAL (CURTO PRAZO) POLÍTICA ORÇAMENTAL (LONGO PRAZO) Tal como no caso da política monetária expansionista, outro efeito de curto prazo da política orçamental expansionista é a diminuição do salário real devido ao aumento do nível de preços
137 A renegociação salarial leva ao aumento do salário nominal (W): Deslocando-se a curva AS CP para cima, o que implica um novo equilíbrio de curto prazo: no qual o produto é menor (mais próximo do produto natural) e o nível de preços ainda maior. Em resultado do novo aumento de preços, o salário real volta a estar abaixo do salário real de equilíbrio: Sucessivas rondas renegociais levam a aumentos do salário nominal, e, portanto, a deslocamentos da curva AS CP para cima. No fim do processo de ajustamento a subida dos preços (longo prazo) implica:
138 Numa redução da oferta real de moeda de forma a que a subida da taxa de juro seja tal que: Reduza o investimento privado numa medida igual ao aumento das despesas públicas (G) iniciais (neutralização, a longo prazo). Estes ajustamentos diminuem gradualmente o produto, até que este regresse ao valor do produto natural
139 - - 58
140 CHOQUES NA OFERTA AGREGADA Alterações do Equilíbrio Causadas por Choques na Oferta Agregada. Deslocações na curva AS, como vimos, podem resultar de alterações nos custos de produção: Relacionadas com os Salários: Produção agregada acima/abaixo da produção de pleno emprego (Y> Y*) e (Y< Y*), respetivamente. Inflação esperada. Pressão exercida pelos trabalhadores para subir os salários (greves bem sucedidas)
141 Não Relacionadas com os Salários: Redução da quantidade disponível (aumento dos preços) das matérias primas, incluindo o petróleo: choques petrolíferos de 1973 e 1979 ( Estagflação). Alterações na produtividade marginal do trabalho (choques tecnológicos). Exemplo de um Choque na Oferta Agregada (Negativo)
142 Apesar da deslocação da curva AS curto prazo para a esquerda aumento dos preços e diminuição do produto: O último efeito e de longo prazo produto e preços inalterados (mantendo a curva AD constante). Deslocações da Curva de Oferta Agregada de Longo Prazo (ASLP). Crescimento Económico.. Teoria dos Ciclos Económicos Reais Business Cycles (de inspiração clássica):
143 - Choques de oferta reais (nomeadamente, choques na produtividade) conduzem a flutuações de curto prazo na taxa de produto normal ou natural (deslocações ASLP). - Não há necessidade de intervenção do Estado.. Histerese de Desemprego (modelo incluídos insiders excluídos outsiders (de inspiração keynesiana): Procura explicar o elevado e persistente desemprego na Europa (em confronto com o EUA). Longos períodos de alto desemprego aumenta a taxa natural de desemprego (a taxa natural de produto cai abaixo do pleno emprego inicial)
144 - Devido, entre outros factores:. Ação sindical (mercado de trabalho pouco flexível): E a defesa primordial do nível de vida dos trabalhadores incluídos. E, assim, passagem automática dos desempregados devido a choques negativos à condição de excluídos.. Desemprego de longa duração: - Desencorajados (e não se esforçar ao máximo para encontrar um emprego). - Trabalhadores que beneficiam de subsídios de desemprego podem se acostumar a não trabalhar
145 - As empresas evitam contratar esses trabalhadores devido a possibilidade de perda de energia e de qualificações para trabalhar. Política expansionista para deslocar a procura agregada. CONCLUSÕES:. Deslocações da curva AD (política monetária, política orçamental ou comércio internacional) afetam o produto no curto prazo. MAS não causam qualquer efeito no longo prazo
146 . Deslocações da curva AS (inflação esperada, pressão exercida pelos trabalhadores para subir os salários) afetam o produto e os preços no curto prazo. MAS não causam qualquer efeito no longo prazo (curva AD constante).. A economia tem um mecanismo de autocorreção: que a faz voltar aos níveis de desemprego e produto agregado naturais ao longo do tempo
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152 ANEXO: AS CURVAS DE PHILLIPS ORIGINAL E AQUMENTADA DAS EXPECTATIVAS - - 1
153 Em Macroeconomia, a Curva de Phillips é um dilema/menu trade-off entre inflação e desemprego. Que permite analisar a relação entre ambas, no curto prazo. Esta curva mostra quanto mais alta a taxa de desemprego menor a taxa de inflação (e vice-versa). Menos desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais inflação ou a inflação pode ser reduzida permitindo-se mais desemprego. Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período de 1957 a 1961: Willian Phillips economista neozelandês mostrou haver uma correlação negativa entre a inflação e o desemprego trade-off produto real /output e inflação
154 Poucos anos depois, outros dois cientistas americanos, Paul Samuelson e Robert Solow confirmaram a descoberta ao utilizarem dados da economia dos EUA E resolveram chamar o modelo como curva de Phillips. Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, No período , nos Estados Unidos, uma taxa de desemprego baixa estava tipicamente associada a uma alta taxa de inflação
155 E, inversamente, o alto desemprego a uma inflação baixa ou negativa. A curva de Phillips, baseada nos dados acima, mostra uma relação negativa entre inflação e desemprego. A Equação Matemática A partir da relação existente entre o nível de preços, o nível de preços esperado/antecipado e a taxa de desemprego: P = f (P e, u) P = nível de preços P e = nível de preços esperados/antecipados u = taxa de desemprego - - 4
156 Pode-se deduzir uma nova função relacionando: a taxa de inflação, a taxa de inflação esperada/antecipada e a taxa de desemprego, na forma: π = f (πe, u) Assim: a taxa de inflação tenderá a variar positivamente com a inflação esperada e negativamente com a taxa de desemprego. É válido lembrar que existem coeficientes que dão maior ou menor peso a esses factores determinantes da taxa de inflação. Expressão analítica da curva de Phillips (de curto prazo): π t = πe t γ (u t u* t) - - 5
157 γ = Parâmetro que mede a sensibilidade da inflação observada face a desvios entre a taxa de desemprego observado e a taxa de desemprego normal ou natural NAIRU. Na curva de Phillips original embora não ocorra em tempos actuais: A inflação média nos períodos pesquisados por Phillips e depois por Samuelson e Solow tendia para zero. Com uma inflação média tendendo para zero em períodos passados levantou-se a hipótese de que a taxa de inflação esperada também seria zero. De forma que a relação descrita anteriormente passaria a ser: π t = f (u) - - 6
158 π t = - γ (u t u* t) Taxa de inflação apenas em função da taxa de desemprego. Assim, nesta primeira versão da curva de Phillips: Inexistência de uma eventual espiral de salários e preços, períodos em que elevações no salário nominal provocam elevações no nível geral de preços e, vice versa. Gráfico: Curva de Phillips Original = Taxa de inflação (observada) = Taxa de desemprego (observado) * = Taxa natural de desemprego NAIRU e t = Taxa de inflação esperada = 0 t = e t - γ ( t - n ) π t = - γ (u t u * t) 0 * - - 7
159 A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips A relação negativa entre desemprego e inflação perdurou ao longo da década de 1960, mas desapareceu depois desse período, por duas razões: Um aumento no preço do petróleo: os choques na oferta agregada, choques petrolíferos de 1973 e 1979, a estagflação. Uma mudança na forma como os fixadores de salário formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da taxa de inflação. A taxa de inflação tornou-se consistentemente positiva. A inflação tornou-se mais persistente
160 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, O declínio contínuo do desemprego nos Estados Unidos durante a década de 1960 esteve associado a um aumento também contínuo da inflação
161 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, A partir de 1970, a relação entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação desapareceu nos Estados Unidos
162 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, Desde a década de 1960, a inflação americana esteve consistentemente positiva. A inflação também tornou-se mais persistente: a inflação alta de um ano provavelmente será alta no ano seguinte
163 A Curva de Phillips Aumentada das Expetativas (Adaptativas) Suponha que as expectativas sobre a inflação sejam formadas de acordo com: π e = θπ t t- 1 O parâmetro θ captura o efeito da taxa de inflação do ano passado, π t-1, sobre a taxa de inflação prevista para este ano, π e t. O valor de θ aumentou continuamente na década de 1970, de zero a um. π t = π e t δ* (u t - u* t ) π e t = θ* π t -1 (teoria das expectativas adaptativas) π t - π t 1 = - δ* (u t - u* t ) para : θ =
164 Quando θ = 1, a taxa de desemprego não afeta a taxa de inflação, mas sim a variação da taxa de inflação. A partir de 1970, surgiu uma relação negativa entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados Unidos. NOTA: Para o período analisado por Phillips e Samuelson e Solow (até a década de 60 do século passado): θ = 0 π t = - δ* (u t u t*)
165 Variação da Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, Desde 1970, há uma relação negativa entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados Unidos
166 A curva original de Phillips é: π t = - δ (u t - u* t ). A curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips aumentada pelas expectativas, também chamada de curva de Phillips aceleracionista 1, é: π t - π t-1 = - δ (u t - u* t ) Esta é uma relação importante porque proporciona outra maneira de pensar sobre a curva de Phillips, em termos de taxa de desemprego actual, da taxa natural de desemprego e da variação da inflação. Friedman e Phelps questionaram a existência dessa alternância/dilema/ trade-off entre desemprego e inflação. 1 M. Friedman e E.S. Phelps
167 Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia ser mantida abaixo de um determinado nível que chamaram de "nível natural de desemprego". O nível natural de desemprego é a taxa de desemprego em que a taxa inflação corrente é igual à taxa de inflação esperada. π t - π t-1 = - δ* (u t - u* t ) A equação acima proporciona outra maneira de pensar sobre a taxa natural de desemprego: A taxa de desemprego não-aceleradora da inflação, (ou NAIRU), é a taxa de desemprego necessária para manter a inflação constante
168 A Curva de Phillips de Curto e de Longo Prazo: A Curva de Phillips Modificada/Aumentada das Expectativas /Aceleracionista No curto prazo é possível para o PIB flutuar em torno a sua tendência de crescimento de longo prazo. E tais flutuações são acompanhadas por movimentos da inflação em torno da inflação esperada. Tudo o resto igual: O produto e a inflação deslocam-se no mesmo sentido (dilema/menu ou trade-off produto/inflação)
169 A Curva de Philips e o Dilema/Menu Trade-off inflação e Produto/Desemprego (do curto para o longo prazo) Curva de Philips de longo prazo (NAIRU) 1 A E 1 0 E 0 (Nova Curva de Phillips de curto prazo) = e 1 - γ ( - *) (Inicial Curva de Phillips de curto prazo) = e 0 - γ ( - *) 0 * O Mecanismo de Transmissão entre o Curto e o Longo prazo. Para um dado nível de expectativas sobre a inflação futura:
170 A expansão (com origem monetária ou orçamental) da procura agregada. Estimula o aumento do produto, do emprego e da inflação. À medida que os trabalhadores começam a ter uma percepção mais correcta do valor efectivo da inflação tendem a ajustar as suas expectativas. As negociações salariais levarão em consideração este novo valor para a inflação no estabelecimento dos salários nominais, W. Porque o que interessa aos trabalhadores em última instância é a evolução do salário real, W/P). Por isso, os salários ajustam-se de modo a entrarem em consideração com o novo valor da inflação esperada
171 Porém, o aumento de preços e salários de forma gradual recoloca a oferta agregada ao seu nível tendencial de longo prazo. Friedman e Phelps, anteciparam o problema do dilema/menu entre produto/desemprego e inflação.. A tentativa de colocar o desemprego de forma persistente abaixo da taxa natural de desemprego NAIRU taxas de inflação cada vez maiores.. A curva de Phillips de curto prazo desloca-se para cima ao longo do tempo.. A curva de Phillips de longo prazo é vertical
172 A NAIRU é a taxa de desemprego à qual é associada inflação estável. u* = NAIRU u = taxa de desemprego observada/actual/efectiva. u < u *: As expectativas inflacionárias aumentam e a inflação tende a acelerar. Tendência aceleracionista: pois a inflação se acelera quanto mais distante da NAIRU for o desemprego observado/corrente
173 . u > u *: As expectativas inflacionárias caem e a inflação tende a se desacelerar.. u = u* A taxa de inflação tende a permanecer a mesma (a não ser que ocorra algum choque exógeno)
174 REVISÃO E APLICAÇÕES PRÁTICAS
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