Universidade Católica Portuguesa. Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais. Tel.: Fax: fbranco@fcee.ucp.
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1 A empresa e o mercado Fernando Branco Ano lectivo Trimestre de Inverno essão 4 A empresa produz para servir os seus clientes (o mercado). Não há uma teoria geral para prescrever as decisões óptimas uanto a níveis de produção, preços, publicidade, I&,... É necessário compreender e ajustar as decisões em função de: características da procura; características da concorrência. O objectivo da empresa ara estudar e avaliar as decisões temos de definir o objectivo da empresa. Em ualuer circunstância iremos assumir ue o objectivo é a maximização do lucro: Π = p C() A forma como a empresa maximizará o lucro depende da reacção do mercado às suas decisões, o ue varia de empresa para empresa e de sector para sector. O mercado de concorrência perfeita O mercado de concorrência perfeita é caracterizado por: muitos compradores e vendedores (peuenos); os produtos dos vendedores são substitutos perfeitos (homogéneos); existe informação completa sobre os agentes do mercado e preços ue praticam; não existem custos de transacção; livre entrada e saída do mercado. Exemplo: O mercado de microcomputadores O mercado de microcomputadores Conseuências da concorrência perfeita Hoje em dia o mercado de microcomputadores é muito próximo de um mercado de concorrência perfeita. O efeito da marca é um reduzido elemento de diferenciação. A concorrência exerce-se principalmente pelo preço. Exemplo retirado de Mata, 1999 (pág. 59). Existirá um único preço de mercado. A longo prazo, as empresas terão lucro nulo. 1
2 rocura de mercado e procura da empresa Como se distribui a p procura de mercado pelas diferentes empresas? Os clientes p 0 desejarão comprar na empresa ue venda mais barato. A procura da empresa é infinitamente elástica. Elasticidade da procura em alguns sectores. Elasticidades preço da procura: sector e empresa Agricultura Construção Transportes Comunicações Comércio erviços Exemplo retirado de Baye, 2000 (pág. 249). Oferta da empresa e custos marginais ue uantidade deseja a empresa oferecer no mercado? epende do preço de mercado. A empresa escolhe a uantidade para maximizar o seu lucro: Max p C( ) p = () A condição de segunda ordem exige ue os custos marginais sejam crescentes. Oferta da empresa e custos marginais: análise gráfica C p A curva de oferta tem de coincidir com o ramo ascendente da curva de custos marginais. () Oferta da empresa: curto prazo A empresa pode decidir não produzir. No curto prazo isso implica ue a empresa tem de satisfazer a condição: p C( ) CF p CVMe() A oferta coincide com a curva de custos marginais desde ue estes sejam crescentes e superiores aos custos variáveis médios. Normalmente sucede para além da uantidade ue minimiza os custos variáveis médios. Oferta da empresa no curto prazo: análise gráfica C A curva de oferta tem de coincidir com o ramo ascendente da curva de custos marginais. () CVMe 2
3 Oferta da empresa: longo prazo No longo prazo isso implica ue a empresa tem de satisfazer a condição: A oferta coincide com a curva de custos marginais desde ue estes sejam crescentes e superiores aos custos médios. Normalmente sucede para além da uantidade ue minimiza os custos médios. p C( ) 0 p CMe() Oferta da empresa no longo prazo: análise gráfica C A curva de oferta tem de coincidir com o ramo ascendente da curva de custos marginais. () CMe Oferta de mercado Euilíbrio: curto prazo A oferta global do mercado resulta da agregação das curvas de oferta de cada empresa: p i O euilíbrio no curto prazo resulta apenas da intersecção entre a oferta e a procura: p p* i i * * Euilíbrio: longo prazo Entrada e saída No curto prazo as empresas poderão ter lucros (ou prejuízos). Isso induz a entrada (ou saída) de empresas do mercado. A curva de oferta desloca-se. No euilíbrio de longo prazo as empresas terão lucro nulo. Em ortugal todos os anos entram em actividade cerca de 10% do número de empresas então existentes. estas cerca de 25% sai durante o primeiro ano de vida; posteriormente cerca de 10% das restantes vão anualmente saindo do mercado. Agregadamente, isso significa ue pouco menos de 10% das empresas saiem do mercado. Exemplo retirado de Mata, 1999 (pág. 70). 3
4 Euilíbrio: longo prazo ropriedades do euilíbrio O preço de euilíbrio de longo prazo é apenas determinado pela estrutura produtiva. C p* i * () CMe O euilíbrio no mercado competitivo permite transaccionar os bens/serviços da forma mais eficiente: Noção de excedente do consumidor; Noção de excedente do produtor; Maximização do excedente conjunto. A dimensão do mercado global determina o número de empresas. Euilíbrio competitivo e Euilíbrio competitivo e Euilíbrio competitivo e Euilíbrio competitivo e
5 Euilíbrio competitivo e Ajustamentos no euilíbrio 3 3 ual o impacto no euilíbrio de uma expansão da procura? ual o impacto no euilíbrio de uma subida do preço de um input? ual o impacto no euilíbrio de uma inovação ue disponibiliza um tecnologia mais eficiente? O mercado de monopólio Telecomunicações em ortugal Uma empresa serve o mercado com um bem ue não tem substitutos próximos. Mercado relevante; imensão da empresa. oder de mercado: O controle sobre o preço; A procura de mercado. A evolução do poder mercado. Exemplo: Telecomunicações em ortugal. Até ao início dos anos 90, a ortugal Telecom era a única empresa a oferecer serviços de telecomunicações no nosso país. Com o aparecimento das comunicações móveis o seu poder de mercado diminuiu. A liberalização recente nas comunicações fixas estabeleu ainda maior competição. Exemplo adaptado de Mata, 1999 (pág. 80). Fontes de poder de mercado Fontes de poder de mercado Barreiras à entrada Economias de escala Economias de gama Complementaridades nos custos Barreiras à entrada Economias de escala Economias de gama Complementaridades nos custos Barreiras legais: patentes licenças Custos de entrada: dimensãodo mercado localização horários 5
6 Fontes de poder de mercado Barreiras à entrada Economias de escala Economias de gama Complementaridades nos custos Empresas peuenas são ineficientes. Escala eficiente mínima: escala ue minimiza o custo médio. Exemplo: Escala eficiente mínima e dimensão do mercado Escala eficiente mínima e dimensão do mercado EUA Canadá ados retirados de Baye, 2000 (pág. 287). uécia Aço Calçado Cerveja Cigarros Cimento Frigoríficos Fontes de poder de mercado A decisão do monopolista Barreiras à entrada Economias de escala Economias de gama Complementaridades nos custos Empresas ue produzem mais do ue um produto. Custo marginal de produção de um produto diminui com o aumento da produção do outro. Empresas maiores são mais eficientes. ue uantidade deseja a empresa oferecer no mercado? A empresa escolhe a uantidade para maximizar o seu lucro: Max () C( ) RMg ( ) = ( ) p 1 = p ε Interpretação gráfica., p A decisão do monopolista: abordagem gráfica * RMg * CMe Os custos fixos na decisão do monopolista Na decisão do monopolista não foram levados em conta os custos fixos. O custo fixo não influencia a uantidade óptima a produzir (se se desejar produzir). O custo fixo apenas influencia o nível do lucro e portanto a decisão de produzir ou não. 6
7 O efeito do custo fixo A oferta do monopolista * * RMg CMe ual o preço a ue o monopolista está disposto a oferecer cada uantidade? O monopolista não tem uma curva de oferta A uantidade ue ele está interessado em oferecer para cada preço depende da curva da procura! A oferta do monopolista: abordagem gráfica Tópicos no monopólio 1 * 2 * 1 2 Monopolista com duas fábricas. Monopolista em dois mercados. * Monopolista com duas fábricas uanto produzirá o monopolista em cada fábrica? Max ( 1 + 2) ( 1 + 2) C1( 1) C2( 2) ( ) p = 1 = 2 O custo marginal de produção é igualado entre as unidades. Interpretação gráfica. Monopolista com duas fábricas: abordagem gráfica * 2 2 * 1 * * 1 RMg 7
8 Monopolista em dois mercados uanto produzir? uanto vender em cada mercado? Max 1( 1) ( 2) 2 C( 1 + 2) i + p = i i i A produção e vendas são tais ue a receita marginal é igualada entre os mercados. Interpretação gráfica. Monopolista em dois mercados: abordagem gráfica 1 * 2 * 2 * 1 * * 2 1 8
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