REPERCUSSÕES PENAIS DO ESTATUTO DO IDOSO:

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1 INSTITUTO VIANNA JÚNIOR FACULDADE DE DIREITO VIANNA JÚNIOR REPERCUSSÕES PENAIS DO ESTATUTO DO IDOSO: o art. 94 da Lei /03 e os crimes de menor potencial ofensivo Juiz de Fora, 15 de junho de 2004.

2 TALITHA ALMEIDA DE SOUZA LIMA REPERCUSSÕES PENAIS DO ESTATUTO DO IDOSO: o art. 94 da Lei /03 e os crimes de menor potencial ofensivo Monografia de conclusão de curso apresentada à Faculdade de Ciências Jurídicas Vianna Júnior, Instituto Vianna Júnior, como requisito parcial para obtenção do diploma de Bacharel em Direito. Orientador: Professora Cíntia Toledo Miranda Chaves Juiz de Fora, 15 de junho de 2004.

3 REPERCUSSÕES PENAIS DO ESTATUTO DO IDOSO: o art. 94 da Lei /03 e os crimes de menor potencial ofensivo TALITHA ALMEIDA DE SOUZA LIMA Aprovado em / / BANCA EXAMINADORA Professor Orientador: Cíntia Toledo Miranda Chaves Titulação: Mestre Professor: Márcio Júlio de Nazareth Titulação: Graduação Juiz de Fora, 15 de junho de 2004.

4 Aos que acreditam em justiça, e buscam caminhos para transceder a frieza das leis e aproximar-se dos corações de todos os homens.

5 AGRADECIMENTOS A Cíntia Toledo Miranda Chaves, minha orientadora, por ter aceito este desafio! A Aloísio da Silva Lopes Júnior, por todas as horas e minutos e segundos... Ao Dr. Cristiano Álvares Valladares do Lago, por exercer a magistratura de forma digna, inspirando admiração e conquistando o carinho de todos. Aos amigos e familiares, pela compreensão. E, principalmente, a DEUS, por ter me guiado até aqui.

6 A verdadeira prevenção da criminalidade é a justa distribuição do trabalho, da cultura, da saúde, é a participação de todos nos benefícios da sociedade, é a justiça social. Roberto Lyra

7 RESUMO O presente trabalho versa sobre uma questão atual e amplamente discutida no âmbito penal, originada a partir da análise do art. 94, da lei n.º /03, que editou o Estatuto do Idoso : o advento desta legislação ocasionou a extensão do conceito de crimes de menor potencial ofensivo? Para abordar a temática apresentada, dedicaremos alguns capítulos à análise da Lei 9.099/95, que instituiu os Juizados Especiais Criminais na esfera estadual; da Lei /01, que estatuiu os Juizados Especiais Federais; e da própria Lei /03, que suscitou questionamentos em diversos ramos do Direito. O objeto da presente obra está circunscrito ao Direito Penal. Utilizaremos, ainda, critérios de interpretação da norma penal. Por derradeiro, cabe esclarecer que este trabalho enfoca, primordialmente, a evolução do conceito de menor potencial ofensivo através do estudo das Leis supra mencionadas, apontando os principais pontos de divergência entre a interpretação de cada legislação, para, ao fim, consubstanciar nosso posicionamento sobre a discussão acima apresentada.

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... CAPÍTULO 1 - Lei n.º 9.099/ Antecedentes Históricos Objetivos Princípios Norteadores da Lei n.º 9.099/ O Princípio da Oralidade O Princípio da Informalidade O Princípio da Economia Processual O Princípio da Celeridade O Conceito de Crimes de Menor Potencial Ofensivo Considerações Iniciais As Contravenções Penais Os Crimes com pena máxima não superior a um ano Conclusões Preliminares... CAPÍTULO 2 - Lei n.º / Considerações Iniciais Paralelismo Legislativo: Lei n.º 9.099/95 e Lei n.º / Hermenêutica Penal Espécies de Interpretação da Lei Penal Interpretação da Lei Penal Critério Subjetivo Interpretação da Lei Penal Critério Objetivo Outras Formas de Interpretação Conclusões Preliminares... CAPÍTULO 3 - Lei n.º / Considerações Iniciais O Conceito de Crimes de Menor Potencial Ofensivo Conclusões Preliminares... CONCLUSÃO... BIBLIOGRAFIA...

9 INTRODUÇÃO O conceito de crime de menor potencial ofensivo foi trazido ao nosso ordenamento jurídico pela Constituição Federal, art. 98, sendo posteriormente utilizado pela Lei 9.099/95, a qual instituiu os Juizados Especiais na esfera estadual. Em meados de 2001, nosso Congresso Nacional editou a Lei n.º /01, que positivou em nosso ordenamento jurídico os chamados Juizados Especiais Federais, em estrita observância à inovação advinda com a edição da Emenda Constitucional n.º 22/99, que acrescentou o parágrafo único ao já mencionado artigo 98, de nossa Carta Magna. A principal inovação deste diploma legal consubstancia-se na ampliação da definição legal de infração de menor potencial ofensivo, valendo-se, para tanto, do princípio constitucional da isonomia e dos critérios hermenêuticos consagrados em nossa doutrina pátria. Tal inovação conferiu a condutas previamente tipificadas e processadas de acordo com rito ordinário a prerrogativa de se beneficiarem com as disposições contidas no bojo da Lei n.º 9.099/95 Lei dos Juizados Especiais Criminais que, de forma sintética, confere ao autor da conduta típica benefícios de diversas ordens, ressaltando a denominada transação penal, que substituiu a pena privativa de liberdade por pena alternativa, visando à ressocialização e reeducação do autor. No tocante à edição da Lei n.º /03, denominada Estatuto do Idoso, cabe salientar o disposto no artigo 94, o qual preceitua que os crimes com pena privativa de liberdade com período de reclusão igual ou inferior a quatro ano devem ser processadas e julgadas pelo rito exposto pela Lei n.º 9.099/95.

10 Embasados neste dispositivo legal, parte dos doutrinadores pátrios têm ventilado hipótese de nova extensão do conceito de crimes de menor potencial ofensivo, consubstanciando suas teses primordialmente no princípio da isonomia e nos critérios de interpretação da norma penal. Objetiva a autora neste trabalho justamente abordar esta questão de fundo que ora se apresenta Com a edição da Lei n.º /03 ampliou-se a definição legal de crimes de menor potencial ofensivo? Com a finalidade de demonstrarmos nosso entendimento, utilizaremos como critério metodológico na elaboração desta obra a pesquisa jurisprudencial, doutrinária e legislativa, buscando essencialmente em livros e revistas especializadas, bem como em publicações digitais. Entretanto, com a finalidade de dispor de maneira didática o conteúdo deste trabalho o subdividiremos em 03 (três) capítulos, que abordam enfaticamente elementos formadores da convicção e demonstram toda a evolução legislativa ocorrida desde a edição da Lei n.º 9.099/95. Assim, em nosso primeiro capítulo faremos uma rápida digressão histórica, passando pelos principais diplomas legais penais que se fizeram presentes no último século, passando em seguida a analisar os objetivos antecedentes a edição da Lei n.º 9.099/95, para neste momento apresentarmos seus princípios norteadores, findando-o com a apresentação das conclusões preliminares fundamentais para o fechamento da idéia estrutural e lógica das informações contidas em seu corpo.

11 No segundo capítulo, analisaremos as inovações trazidas com o advento da lei n.º /01 - Lei dos Juizados Especiais Federais - apresentando de forma sintética considerações iniciais acerca do tema analisado, bem como um paralelo entre a Lei dos Juizados Especiais Estaduais e a Lei dos Juizados Especiais Federais, apontando seus principais critérios de distância e de proximidade legislativa. Após este momento preliminar, adentraremos no campo da hermenêutica penal e as várias formas de interpretação da norma penal, no intuito de compreender os motivos pelos quais a edição da Lei n.º /01 estendeu o conceito de delitos de menor potencial ofensivo. Por derradeiro, em nosso último capítulo, adentramos ao cerne da presente obra a análise da Lei n.º /01 (Estatuto do Idoso), objetivando responder o problema formulado inicialmente: a edição da Lei n.º /03 estendeu o conceito de crimes de menor potencial ofensivo? Portanto, pretende-se com este trabalho analisar a fundo a possibilidade de extensão do conceito de crimes de menor potencial ofensivo e suas possíveis repercussões em ordenamento jurídico.

12 CAPÍTULO 1 A Lei n.º 9.099/ Antecedentes Históricos: O século XX poderia ter sido conhecido em nosso país como a era das codificações, uma vez que neste lapso temporal diversos foram os diplomas legais elaborados e editados por nossos legisladores, dentre os quais podemos citar, a título de exemplo, a edição do código civil de 1916 (recentemente modificado com o advento da Lei n.º , de ), o Código de Processo Civil datado de 1973 (pós-reforma) e, finalmente, a edição do Código do Império Decreto-lei n.º 2.848, de 07 de Dezembro de 1940 (reformado em 1984), que remodelou todo sistema penal de nosso ordenamento jurídico, anteriormente regido pelo Código Penal Republicano. Entretanto, com a modernização da sociedade e o crescimento demográfico, observouse um aumento considerável das demandas criminais, as quais muitas vezes não obtinham do poder judiciário a rápida solução que se fazia necessária no caso concreto. Verificou-se, ainda, que as penas contidas na legislação penal então vigente não mais apresentavam como meio eficaz de ressociliazação e reintegração do delinqüente ao convívio social, e que o modelo carcerário imposto até então havia se convertido em verdadeira escola de criminalidade, considerando o significativo aumento de infratores reincidentes em crimes apenados de forma mais contundente em nossa legislação.

13 Este entendimento, aliado à demora do judiciário em virtude das inúmeras formalidades a que está sujeito o magistrado - por imposição legal - e corroborado pela falta de estrutura do poder judiciário motivou, no final do século XX, a edição de novos diplomas que visassem o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional penal em nosso país. Neste sentido, afirmam os Professores Weber Martins Batista e Luiz Fux, em sua obra Juizado Especiais Civis e Criminais e Suspensão Condicional do Processo, p. 3: (...) o tempo é um inimigo contra o qual o juiz luta desesperadamente, no afã de dar a resposta judicial o mais rápido possível. Por outro lado, esse decurso natural do tempo do processo é entrevisto como um mal contemporâneo do processo na análise do binômio custo-duração. Os Juizes cumprem os ritualismos impostos pela lei e, com essa obediência procedimental, postergam no tempo a solução judicial substitutiva da vingança privada. Essa demora, cuja responsabilidade pode ser imputada em grande parte ao cumprimento de solenidades processuais, mercê da falta de estrutura do Judiciário, motivou, no limiar do novo século, a busca de uma forma diferenciada de prestação jurisdicional, onde o Juiz pudesse, mediante compreensão procedimental e cognição sumária, atender a essa cultura da celeridade que se formou em confronto com o valor segurança, solucionando o conflito em prazo breve, provendo, o quanto possível, bem e depressa 1. Desta necessidade de modernização de legislação penal pátria, surgiu o preceito constitucional insculpido no corpo do art. 98, inciso I, de nossa Carta Magna 2, que estabelece a possibilidade da implantação, em todo o território nacional, de órgãos 1 - BATISTA, Weber Martins, FUX Luiz. JUIZADOS ESPECIAIS CIVIL E CRIMINAIS E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO: A LEI N.º 9.099/95 E A SUA DOUTRINA MAIS RECENTE. Rio de Janeiro: Forense, p Art. 98, I da CF/88 A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I juizados especiais, providos por juizes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, julgamento e execução das causas cíveis de menor complexibilidade e os crimes de menor potencial ofensivo, mediante procedimento oral ou sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juizes de primeiro grau

14 jurisdicionais, com competência limitada, que visassem à implementação do ideal de modernização e celeridade dos ritos procedimentais penais então vigentes. Trata-se, pois, dos juizados especiais civis e criminais, a serem implantados no âmbito estadual, e objetivando rápida solução dos litígios, facultando ao magistrado, nos casos estabelecidos em lei, a possibilidade da substituição de penas privativas de liberdades por outras que cumprissem a finalidade de ressocializar e reintegração socialmente o autor do fato. Contudo, não bastava uma mera previsão constitucional; era necessário atribuir-lhe caráter de norma jurídica de eficácia plena, ou seja, imprescindível se fazia a edição de Lei Complementar que delimitasse sua atuação. Assim, foi apresentado ao Congresso Nacional, pelo então Deputado Federal Michel Temer, Projeto de Lei n.º A, datado do ano de 1989, cujo conteúdo apenas tratava do julgamento e execução das chamadas infrações de menor potencial ofensivo, composto tão somente de 36 (trinta e seis) artigos. Além deste projeto de lei, outros 5 (cinco) foram apresentados, e todos versando sobre o mesmo dispositivo constitucional: Projeto de Lei n.º 1.129/88, de autoria do Deputado Federal Jorge Abarge; Projeto de Lei n.º 1.708/89 de autoria do deputado Federal Manoel Moreira; Projeto de Lei n.º 2.959/89, de autoria do Deputado Federal Daso Coimbra; Projeto de Lei n.º 3.889/89, de autoria do Deputado Federal Gonzaga Patriota; e por fim o Projeto de Lei n.º 3.698/89, de autoria do então Deputado Federal Nelson Jobim, hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal. Em parecer exarado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, tão somente foram aprovados os projeto de autoria do Deputado Federal Michel Temer e do (...). BRASIL, Constituição. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasília: Senado, 1988.

15 Ministro Nelson Jobim, então Deputado Federal, respectivamente Projetos de Lei n.º 1.480/89 e 3.698/89, em face de sua exatidão e eficácia do sistema contido nestes textos. O primeiro Projeto de Lei, então, versava exclusivamente acerca das disposições alusivas aos Juizados Especiais Criminais, trabalhando de forma única o conceito definidor do que englobaria os crimes de menor potencial ofensivo, e o segundo tratava de ambos os universos jurídicos, abordando, por conseguinte, matérias de natureza civil e criminal simultaneamente. Em decorrência da igualdade de projetos no que tange às matérias de cunho penal, foi idealizado pela Comissão de Constituição e Justiça e Redação um projeto dito substitutivo, que aditava o conteúdo do Projeto de Lei n.º 3.698/89, no que se referia as matérias de conteúdo civil, e o conteúdo do Projeto de Lei n.º 1.480/89, no que tange as matérias de conteúdo penal. Após esta primeira análise, elaborada pela Comissão acima mencionada, o Projeto de Lei foi encaminhado para apreciação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o qual, em parecer conclusivo de seu relator Damásio E. de Jesus, mencionou a necessidade de modificações em alguns aspectos legais inerentes ao projeto que lhe fora apresentado, o que não foi observado. Desta forma, o referido projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional sem qualquer alteração. Assim, aos 26 (vinte e seis) dias do mês de dezembro do ano de 1995, foi editada a Lei complementar n.º 9.099, que positivou a instituição então denominada Juizado Especial, e trouxe consigo normas de conteúdo processual que modernizaram os procedimentos

16 adotados e ampliaram a atuação tanto do magistrado quanto dos operadores do direitos - sejam eles, promotores de justiça, defensores públicos ou advogados - propiciando a estes uma nova forma de efetivação do ideal primordial do direito nacional: a justiça legal e social. 1.2 Objetivos: Como visto nos item antecedentes históricos, a busca de meios mais céleres para a efetiva aplicação das tutelas jurisdicionais criminais era dificultada por normas e procedimentos extensos. Com o objetivo de reformular a estrutura penal nacional é que foi editada a Lei n.º 9.099/95, que visava, sobretudo, a uma prestação jurisdicional rápida e eficaz. Impossível, entretanto, analisarmos os objetivos pretendidos pela Lei dos Juizados Especiais Civis e Criminais sem a observância dos acontecimentos e da realidade do universo jurídico-criminal que circunscrevia nossa legislação penal, para que possamos tomar consciência da exata proporção das inovações e prerrogativas apresentadas com a edição de tal diploma legal. Em meados do ano de 1990, com a edição da Lei n.º 8.072/90, denominada Lei dos Crimes Hediondos, o legislador consagrou a aplicação de medidas repressivas de maior intensidade. Nesse sentido, ressaltou a Professora Ada Pellegrini Grinover, em obra conjunta com outros autores, p. 43: O modelo político-criminal brasileiro, particularmente desde 1990 (desde de que foi editada a Lei dos Crimes Hediondos), caracteriza-se inequivocamente pela tendência paleorrepressiva. Suas notas marcantes são: aumento das penas, corte de direitos e garantias fundamentais,

17 tipificações novas, sanções desproporcionais e endurecimento da execução penal. 3 Essa tendência paleorrepresiva se justifica se observarmos a natureza das leis penais editadas sobretudo na última década do século passado, dentre as quais podemos citar como exemplo, além da Lei n.º 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos), a Lei n.º 9.034/95 (Combate ao Crime Organizado) e mais recentemente a Lei n.º 9.426/96 ( Lei que acrescentou novos tipos penais, e agravou desproporcionalmente o apenamento de algumas condutas típicas já existentes). Entretanto, na contramão da política repressiva criminal observada na última década do século passado, surge a Lei n.º 9.099/95, que tem como palavra de ordem o consenso entre as partes e o poder judiciário. Portanto, em meio a um quadro jurídico-repressivo surge uma norma de caráter concessivo, que propiciou a adoção de medidas coercitivas diversas da privação da liberdade, o que tem-se mostrado, após 09 (nove) anos da edição da referida Lei, como um meio eficaz de solução de parte dos problemas no âmbito criminal. Limita-se, entretanto, sua aplicabilidade aos ditos crimes de menor potencial ofensivo, assim definidos em lei como sendo aqueles com apenamento máximo de até 1 (um) ano, conforme o disposto no artigo 61 4, da lei em tela, que será abordado de maneira mais profunda em capítulo desta unidade GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES, Luiz Flávio. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS: COMENTÁRIOS A LEI N.º DE São Paulo: Revista dos Tribunais, p Art. 61, Lei n.º 9.099/95 Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuado os casos em que a lei preveja procedimento especial.

18 1.3 Os Princípios Norteadores da Lei n.º 9.099/95. Tantas eram as inovações trazidas pela Lei n.º 9.099/95, que houve a necessidade de se inserir no diploma legal os princípios que norteassem as relações processuais ali disciplinadas. Desta sorte, podemos subdividir os princípios norteadores do processo penal positivado pela Lei n.º 9.099/95 em duas categorias distintas, embora interpenetrantes, a saber: princípios processuais informativos e princípios processuais gerais. Cabe ressaltar que a subdivisão nas categorias principiológicas acima mencionadas, se faz por meio de construção doutrinária, como bem menciona os Professores Joel Dias Figueira Júnior e Maurício Antônio Ribeiro Lopes, em sua obra Comentários à Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, p. 45: Princípios processuais são um complexo de todos os preceitos que originam, fundamentam e orientam o processo. Esses princípios podem ser doutrinariamente divididos em duas espécies: informativos e gerais (...). 5 Os denominados princípios informativos fundamentam-se no ideal de fonte primária do processo, influenciando sobremaneira a sociedade inerte nesta realidade, bem como toda a comunidade acadêmica jurídica, consubstanciada no ideal de melhoria e evolução dos dispositivos legais que de sua vertente originam-se, buscando, desta forma, uma constante aprimoração e melhoria das regras processuais nestes contidas. A segunda classificação principilógica refere-se aos princípios gerais do processo, que apresentam-se de forma aparente no corpo de nossos diplomas legais, sejam estes. 5 - FIGUEIRA JÚNIOR, Joel Dias; RIBEIRO LOPES, Maurício Antônio. COMENTÁRIOS À LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS LEI 9.099, DE 26 DE STEMBRO DE 1995, São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 45.

19 constitucionais, sejam estes infra-constitucionais, como fonte norteadora, mas também limitadora da atuação do magistrado, promotores de justiça, defensores públicos, advogados e demais operadores do direito. Sem adentramos no mérito das questões principiológicas, no que se refere aos princípios de ordem informativa ou gerais norteadores do procedimento processual adotado pelos Juizados Especiais Criminais, mister observar, além dos princípios gerais da teoria geral do processo, quatro critérios orientadores da Lei n.º 9.099/95: Princípio da Oralidade, Princípio da Informalidade, Princípio da Economia Processual e Princípio da Celeridade, conforme descreve o artigo 62 6 da lei n.º 9.099/95, que iremos pormenorizar nos subtítulos a seguir O Princípio da Oralidade. Este princípio estabelece a adoção da forma oral no curso da lide, sob a alegação de que a forma verbal mostrar-se-ia mais eficaz que o antigo modelo processual adotado, onde preponderavam a forma escrita e os grandes decursos temporais para a solução dos litígios, sendo esta a posição defendida pelo Professor Júlio Fabbrini Mirabete, em sua obra Juizados Especiais Criminais: comentários, jurisprudência e legislação, p. 22 e 23: Refere-se a lei ao princípio da oralidade, que preconiza a adoção da forma oral no tratamento da causa, ou seja, a afirmação de que as declarações perante os juizes e tribunais possuem mais eficácia quando formuladas verbalmente, sem que se exclua por completo, evidentemente, a utilização da escrita, imprescindível na documentação de todo o processo. Ao impor esse critério, quis o legislador aludir não à exclusão do procedimento escrito, mas a superioridade da forma oral à escrita na condução do processo. A experiência tem demonstrado que o processo 6 - Art. 62 da Lei n.º 9.099/95 O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de penas não privativas de liberdade.

20 oral é o melhor e o mais de acordo com a natureza da vida moderna, como garantia de melhor decisão, fornecida com mais economia, presteza e simplicidade (...). 7 Neste sentido, os princípios da concentração dos atos processuais, da identidade física do juiz, do imediatismo, dentre outros, derivam diretamente do princípio da oralidade, sendo, pois, considerados por muitos doutrinadores, neste caso específico, como princípios complementares, embora sejam independentes entre si. A oralidade tem como condão psicológico de criação de um período pré-processual, no qual os litigantes presentes utilizam-no no intuito de externarem seus sentimentos, suas mágoas e seus pontos controversos, de forma que se atinja a paz social, objetivo perseguido pela ciência jurídica. Desta forma, os envolvidos no litígio podem realmente participar de forma mais ativa da solução da controvérsia, o que dificultará o surgimento do fenômeno conhecido como litigiosidade contida, onde, apesar da solução formal da lide com a prestação jurisdicional, o verdadeiro conflito não é solucionado, permanecendo no seio social. Portanto o princípio da oralidade liga-se à idéia de menor formalismo jurídico, ocasionando, assim, maior rapidez na prestação jurisdicional, dando, em última análise efetividade ao processo penal brasileiro O Princípio da Informalidade: Preliminarmente, verificamos a impossibilidade de analisar o princípio da informalidade dissociado de outro princípio geral do processo penal denominado 7 - MIRABETE, Júlio Fabbrini. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS: COMENTÁRIOS, JURISPRUDÊNCIA E

21 princípio da simplicidade, o qual, embora esteja consagrado de forma explícita no artigo 2ª 8 da Lei n.º 9.099/95, mostra-se omisso no corpo legislativo do capítulo III, intitulado Dos Juizados Especiais Criminais, especialmente no que refere-se ao seu artigo Neste sentido, a Professora Ada Pellegrine Grinover, em sua obra Juizados Especiais Criminais Comentários à Lei n.º 9.099, de , alude à seguinte passagem da obra do ilustre Professor Cândido Rangel Dinamarco, p.77: Tratando ao mesmo tempo da simplicidade e da informalidade, Dinamarco ressalta, sobre os Juizados especiais de Pequenas Causas Civis, que talvez o maior golpe de simplificação na forma do processo de pequenas causas resida na inexistência de autos. De forma semelhante, no Juizado de Pequenas Causas grande simplificação consiste na supressão do inquérito policial, substituído por um termo circunstanciado (art. 69, caput) 10. Imprescindível ressaltar que a simplicidade e informalidade aqui tratadas refletem diretamente no espírito da Lei 9.099/95, uma vez que em diversas passagens o legislador refere-se ainda que implicitamente - à presença de ambos os princípios em tela, e, a título de exemplo, podemos observar o disposto no art. 77, 2º 11 da Lei ora analisada, onde claramente o legislador faz menção a ambos os princípios, preceituando que nos casos em que for constatada pelo Promotor de Justiça a existência de causa de maior LEGISLAÇÃO. São Paulo: Atlas, 1996, p. 22 e Art. 2º, Lei n.º 9.099/95 O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 9 - Art. 62, Lei n.º 9.099/95 O processo perante ao Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não restritiva de liberdade. 10 GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES, Luiz Flávio. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS COMENTÁRIOS À LEI DE São Paulo: Revista dos Tribunais, p Art. 77, 2º, Lei n.º (...) 2º - Se a complexibilidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Minsitério Público poderá requerer ao juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do art. 66 desta Lei..

22 complexibilidade, deverá o mesmo remeter as peças para o juízo comum na forma do previsto no art. 66, único 12 desta Lei. Assim sendo, podemos concluir que não basta que a conduta típica praticada pelo autor do fato seja de menor potencial ofensivo, sendo, ainda, necessário que seu procedimento apuratório não seja complexo, i.e., não deve exigir maiores investigações, uma vez que os processos complexos e densos não são objeto de apreciação deste diploma legal. Desta forma conclui-se que a estrita obediência aos princípios em tela deve ocorrer em todos os atos praticados em juízo.como muito bem ressalta a Professora Ada Pellegrini Grinover, em obra já citada: Tudo, enfim, deve ser impregnado da simplicidade e informalidade, que é a marca principal do Juizado. É assim que a audiência preliminar deverá acontecer: com os interessados, o Ministério Público e o juiz reunidos, expondo sua posição, a fim de que, se for o caso, evite-se a instauração do processo e possa a vítima ser reparada Princípio da Economia Processual: O presente princípio visa à obtenção do máximo de resultados com o mínimo de resultados com o mínimo de esforços processuais, conforme ressalva dos Professores Weber Luiz Batista e Luiz Fux, em obra já citada: Esse princípio que informa a todo o sistema processual brasileiro, conforme explicita a própria exposição de motivos, impõe ao julgador que dirija o processo, conferindo às partes um máximo de resultado em 12 - Art. 66, único, Lei n.º 9.099/95 - (...) único Não encontrando o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes ao juízo comum para a adoção do procedimento previsto em lei Idem 10, p.78.

23 confronto com o mínimo de esforço processual. O dispêndio de energia não deve guardar proporção com os benefícios oriundos do processo. 14 Cabe-nos ressaltar ainda, que este princípio descreve em sua forma a agilização do provimento final de mérito e um meio novo, seguro e não solene de se garantir o ideal de justiça, uma vez que, com a implementação da Lei n.º 9.099/95, busca-se uma maior agilidade aos processos que sejam condutas de menor potencial ofensivo e de menor complexibilidade. Assim, este princípio visa à tramitação de ações de natureza penal da maneira menos gravosa para o autor da conduta típica, antijurídica e culpável, buscando, sempre que possível, a aplicação de medida coercitiva não restritiva de liberdade e a composição do dano gerado a vítima, objetivando, desta forma, o retorno ao status quo ant, em que se encontravam autor e vítima. Ainda em relação ao princípio supra, remetemo-nos à obra do Professor Júlio Fabbrini Mirabette, já citada, in liters: Pelo princípio da economia processual, entende-se que se deve escolher entre duas alternativas, a menos onerosa às partes e ao próprio Estado. Procura-se sempre buscar o máximo resultado na atuação do direito com o mínimo possível de atos processuais ou despachos de ordenamento. Não significa isto que se suprimam atos previstos nos rito processual estabelecido em lei, mas a possibilidade de se escolher a forma que cause menos encargos. Deve ser evitada a repetição inconseqüente e inútil de atos procedimentais, a concentração de atos em uma mesma oportunidade e estabelecido o critério de economia processual Idem 01, p Idem 07, p. 26.

24 Concluímos, pois, ser este princípio o condutor do procedimento da Lei dos Juizados Especiais Criminais, uma vez que prega a inexistência de atos processuais inúteis e repetitivos - dando uma maior rapidez aos feitos -, sem deixar de lado as formalidades legais exigidas Princípio da Celeridade: Este princípio, conjugado ao princípio da economia processual, confere à marcha processual um ritmo mais acelerado, proporcionando, de forma mais eficaz, a tutela jurisdicional almejada pela vítima, ou seja, a reparação do dano sofrido, e garantindo ao estado instrumento punitivo mais contundente, sem afastar-se da idéia de ressocialização e reintegração social do desviante. Como exemplo de consolidação deste princípio, podemos citar o disposto no artigo da Lei 9.099/95, que preceitua o não adiamento de nenhum ato processual, devendo o magistrado, na observância de imprescindibilidade do ato, utilizar-se dos meios coercitivos adequados para a satisfação e feição do ato. No que concerne a este princípio, cabe observar o comentário elaborado pela Professora Ada Pellegrini Grinover e demais autores, em obra já citada, p. 78. (..) o que faça prevalecer a celeridade dever admitido. Assim, a possibilidade de a vítima e o autor do fato irem diretamente ao Juizado, ou a ele serem encaminhados por policiais militares. Melhor seria, todavia, que nos Juizados permanecesse sempre uma autoridade policial, 16 - Art. 80, Lei n.º 9.099/95 Nenhum ato será adiado, determinando o juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.

25 a qual poderia, de imediato, atender os envolvidos, dirigindo-os para a audiência de conciliação, ou, não sendo possível agendando desde logo a data da audiência. 17 Deste modo, restou comprovado que o princípio da celeridade, juntamente com o princípio da economia processual, visa à implementação de maior agilidade na prestação da tutela jurisdicional, tornando as medidas coercitivas descritas na Lei n.º 9.099/95 de eficácia superior aos procedimentos arcaicos até então adotados por nossa justiça penal. 1.4 O Conceito de Crime de Menor Potencial Ofensivo: Considerações Iniciais: Com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, novos conceitos foram injetados no ordenamento jurídico pátrio. Em meio a esta nova mentalidade conceitual, consagrou-se no art. 98, I da Constituição Federal de 1988, o ideal de crimes de menor potencial ofensivo, consubstanciado por infrações de menor gravidade que mereciam, por sua própria natureza, tratamento diferenciado pelo legislador. Neste espírito foi elaborada a Lei n.º 9.099/95, que veio - com caráter de Lei Complementar - para dar validade e efetividade à norma procedimental penal então positivada no mundo ideal, sem, contudo, aplicação prática alguma. Dentre as várias inovações, admitiu-se a possibilidade do autor do fato delituoso e o membro do Ministério Público comporem a lide antes de implementação de uma ação penal, ocorrendo a chamada suspensão condicional do processo, possibilitando a 17 - Idem 10, p.78.

26 completa observância da norma jurídica então descrita, e reparando à vítima os danos sofridos pela conduta típica do autor. Entretanto, a conduta acima mencionada, a ser seguida pelo membro do Ministério Público, deve ser consubstanciada em um mínimo de suporte probatório, daí o desfazimento da hipótese imaginada por alguns doutrinadores - sobretudo à época da edição da Lei - de que esta possibilidade tornaria o processo penal dispositivo, ou seja, seria facultado ao parquet dispor da ação penal. No que tange aos crimes definidos como infrações de menor potencial ofensivo adotou o legislador posição de maior cautela, como explicita a Professora Ada Pellegrini Grinover e outros autores, em obra já mencionada, p. 70: Preferiu a Lei n.º 9.099/95 solução cautelosa quanto ao rol das infrações de menor potencial, considerando dessa natureza apenas; a) as contravenções penais; b) os crimes com pena máxima não superior a um ano, salvo se sujeitos a procedimento especial. 18 Todavia, o rol acima mencionado e descrito no artigo da Lei n.º 9.099/95, tem caráter meramente exemplificativo, podendo a este integrarem-se outros crimes que posteriormente venham a ser considerados como sendo de menor potencial ofensivo As Contravenções Penais: 18 - idem 10, p Art. 61, Lei n.º 9.099/95 Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena não superior a 1 (um) ano, excetuado os casos em que alei preveja procedimento especial.

27 Conforme mencionado no artigo 61 da Lei n.º 9.099/95, todas as contravenções penais são de competência originária dos Juizados Especiais Criminais. Deste modo, devemos atentar para o fato de que o critério de pena não superior a um ano está restrito à idéia de crimes, não integrando as chamadas contravenções penais, que trazem em seu âmago o caráter de condutas de menor potencial ofensivo. Este entendimento deriva das conclusões exaradas pela Comissão Nacional - criada pela Escola Nacional de Magistratura - onde foi apresentado um parecer no sentido de que todas contravenções, seja qual for sua natureza ou com medida punitiva superior a um ano, devem ser consideradas de menor potencial ofensivo Os Crimes com Pena Máxima não Superior a Um Ano: Como preceitua o disposto na parte final do artigo 61 da Lei n.º 9.099/95, todos crimes descritos nos Código Penal Brasileiro e legislação esparsa, aos quais o legislador atribuiu pena inferior a um ano, têm seu processamento nos Juizados Especiais Criminais, excetuando-se os casos em que a lei atribua expressamente procedimento diverso deste. Devem, ainda, ser processados e julgados pelos Juizados Especiais Criminais, os crimes com pena privativa de liberdade superior a um ano, mas que possibilitem a pena alternativa de multa, consubstanciada pela pena pecuniária, uma vez que tal disposição demonstra claramente a intenção do legislador em considerar a conduta tipificada como de menor potencial ofensivo.

28 1.4.3 Conclusões Preliminares: São, portanto, definidos como delitos de menor potencial ofensivo os crimes previstos no Código Penal ou Legislação Extravagante que não adotem rito diverso do disposto na Lei nº 9.099/95; as infrações a que a Legislação Penal comine pena superior a um ano, mas que possibilitem ao magistrado a aplicação alternativa de pena pecuniária (multa); e, ainda, as contravenções penais, quais sejam o lapso temporal de suas penas, já que, por sua própria natureza, apresentam caráter de menor potencial ofensivo. Por fim, verifica-se a possibilidade de modificação conceitual e da extensão dos chamados crimes de menor potencial ofensivo, que, conforme visto, têm seu rol de possibilidades descrito no corpo do artigo 61 da Lei n.º 9.099/95. Tal rol é considerado pela doutrina como meramente exemplificativo razão pela qual admite-se sua ampliação, por força de nova interpretação doutrinária ou com o advento de nova lei que, de forma clara, amplie as hipóteses da aplicabilidade do conceito de crimes de menor potencial ofensivo.

29 CAPÍTULO 2 A Lei / Considerações Iniciais: Como visto no capítulo anterior, inegável é a contribuição fornecida ao mundo jurídico com o advento da Lei n.º 9.099/95, que, em linhas gerais, a aplicação de medidas coercitivas diversas das penas privativas de liberdade, que não apresentam caráter reabilitador e ressocializador do autor da conduta tipificada como antijurídica e punível. Há que se considerar, ainda, a possibilidade jurídica de composição amigável do litígio - objetivando a reparação do dano à vítima de forma ágil e eficiente - e a aplicação de penas coercitivas diversas da privativa de liberdade, tais como prestação de serviços à comunidade e pena pecuniária, as quais têm-se mostrado como meio bastante eficaz de punição do autor do fato. Entretanto, conforme prescreve o artigo 1º 20, da Lei n.º 9.099/95 a atuação deste diploma legal limitou-se aos crimes de competência estadual. E, ainda, definiu em seu artigo o conceito de crimes de menor potencial ofensivo, como sendo aquelas condutas descritas como contravenção penal ou crimes aos quais a Lei comine pena máxima inferior a um ano, excetuando os casos previstos em lei especial, que apresentem procedimento próprio, conforme já explanado no Capítulo 1 deste trabalho Art. 1º, Lei n.º 9.099/95 Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência idem nota 19.

30 Todavia, a Lei acima mencionada versava sobre crimes na esfera estadual, expondo os autores de condutas típicas consideradas como crimes de competência federal expostos ao antigo regime, o carcerário nacional, tão ineficiente. Assim, visando ao estrito cumprimento do princípio constitucional da isonomia de tratamentos, viu-se necessidade da edição de norma jurídica que estendesse este beneficio procedimental também aos autores de fatos delituosos na órbita federal. Neste diapasão, apresentou-se no Congresso Nacional Projeto de Emenda Constitucional, que visava à criação de tal norma procedimental no âmbito federal, uma vez que a redação primitiva do artigo da Constituição Federal de 1988 apresentava em seu caput a possibilidade de criação do Juizado Especial tão somente no âmbito Estadual. Cabe ressaltar, neste ponto, a necessidade da dupla votação e do quorum qualificado para votação da Emenda Constitucional acima mencionada, por tal norma constituir-se como exercício direto do poder constituinte derivado atribuído aos Deputados Federais e Senadores pelo povo nacional. Desta forma, após a observação dos critérios constitucionais acima mencionados, editou-se a Emenda Constitucional n.º 22, de 18 de Março de 1999, que inseria no corpo do artigo 98 da Constituição Federal o seu parágrafo único 23, o que possibilitou a criação deste órgão jurisdicional na esfera federal. Em 12 de julho de 2001, foi editada a Lei complementar n.º a qual positivou em nosso ordenamento jurídico os Juizados Especiais Federais sendo assim definida pelo 22 - Parágrafo Único, Art.98 Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da justiça federal.

31 professor José Roberto Parizatto, em sua obra Juizados Especiais Criminais no âmbito da Justiça Federal, p.1: A lei n.º , de 12 de julho de 2001, ao regulamentar o que já havia sido determinado pelo art. 98, parágrafo único, veio de encontro com a modernidade e com a celeridade processual, nas causas afetas a competência da justiça federal então elencadas no art. 3º da nova lei. 24 Deste modo, muniu-se o particular de um instrumento processual satisfatório nas causas em que figuravam como réus a União ou algum de seus entes, contrapondo-se ao antigo regime, arcaico e ineficaz, conhecido também como regime dos precatórios intermináveis, onde a satisfação da tutela jurisdicional era obtida tardiamente e, não raras as vezes, pelos herdeiros do titular do direito. 2.2 Paralelismo Legislativo: Lei n.º 9.099/95 e Lei n.º /01: Como se observa no disposto no art , da Lei n.º 9.099/95 e do disposto no art. 2º 26, da Lei n.º /01, ambas foram concebidas com a mesma finalidade, qual seja, tratar de causas de menor potencial ofensivo, conferindo a estas condutas um procedimento mais célere e desburocratizado, e que garantisse maior efetividade dos provimentos jurisdicionais de mérito prolatados pelos magistrados PARIZATTO, João Roberto. COMENTÁRIOS À NOVA LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS E CRIMINAIS NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL. Ouro Fino: Parizatto, 2001, p Art. 60, Lei n.º 9.099/95 O Juizados Especiais Criminais, providos de Juízes togados, ou togados e leigos, tem competência para conciliação, o julgamento e execução das infrações de menor potencial ofensivo Art. 2º, Lei n.º /01 Compete aos Juizados Especiais Federais Criminais processar e julgar os feitos de competência da justiça federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo.

32 A desburocratização e celeridade da justiça são anseios antigos da sociedade, e destes temas ocupou-se o ilustre jurista Rui Barbosa, em Elogios Acadêmicos e Orações de Paraninfos, edição da Revista da Língua Portuguesa, 1924, p.381, citado por João Roberto Parizatto, em obra já citada, p. 2/3: A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta. Porque a dilação ilegal nas mãos do julgador contraria o direito escrito das partes, e assim, as lesa no patrimônio, honra e liberdade 27. Cabe salientar que há uma interpenetração entre os dois procedimentos, e assim menciona expressamente a Lei dos Juizados Especiais Federais quando, em seu artigo 1º 28, possibilita, no que não for conflitante, a aplicação do rito procedimental descrito no corpo da lei dos Juizados Especiais Estaduais. Contudo, dúvida ainda poderia restar quanto ao caminho inverso, ou seja, será que a Lei n.º /01 teria o condão de modificar, revogar (derrogar ou sub-rogar), ou até mesmo inserir novas condutas procedimentais ao rito dos Juizados Especiais Estaduais? E, ainda, teria esta Lei força modificativa de ampliar o limite temporal e conceitual dos crimes de menor potencial ofensivo descrito no artigo 62, da Lei n.º 9.099/95? Em resposta a estas indagações, podemos citar a Professora Ada Pellegrini Grinover, em sua obra Juizados Especiais Criminais: comentários à Lei 9.099/95, de , p.71: A Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei /01) estendeu o conceito de infração de menor potencial ofensivo de duas maneiras. Não excluiu da abrangência da infração de crimes de menor potencial ofensivo os crimes 27 - idem nota 3, p.2/ Art. 1º da Lei n.º /01 São instituídos os juizados especiais cíveis e criminais da justiça federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei n.º 9.099, 26 de setembro de 1995

33 sujeitos a procedimento especial, como ocorria com a Lei 9.099/95; assim, ainda que para determinado crime esteja previsto procedimento especial, será de menor potencial ofensivo segundo a Lei Por outro lado, definiu como infração de menor potencial ofensivo aquela com pena máxima não superior a dois anos (art. 2º, parágrafo único), enquanto, como visto, pela Lei 9.099/95 eram dessa natureza as infrações com pena igual ou inferior a um ano 29. Em virtude de a Lei /01 estatuir, em seu art. 2º, parágrafo único 30, que o novo conceito de crimes de menor potencial ofensivo só a ela se referia, discute-se sobre a sua aplicação aos Juizados Especiais Estaduais Ademais, o art , da legislação em análise, estabelece que tal diploma legal não seria aplicada ao juízo estadual. A este particular refere-se a Professora Ada Pellegrini Grinover, em obra já citada, p. 72: Como as mesmas infrações podem ser, na grande maioria das vezes, de competência das Justiças Estadual e Federal, firmando-se a competência destas Justiças, por outros critérios, não poderia o legislador ordinário, em face do disposto no art. 98, I, da CF, considerar a mesma infração como de menor potencial ofensivo para a Justiça Federal e não atribuir-lhe a mesma qualidade para a Justiça Estadual. 32 Portanto, em razão do princípio constitucional da isonomia, e em face do disposto no art. 129, I, da CF 33, prevalece a posição doutrinária e jurisprudencial de que, também na Justiça Estadual, deverá ser considerada a ampliação do âmbito dos delitos de menor potencial ofensivo, apesar da vedação legal do art. 20, da Lei / GRINOVER, Ada Pellegrini et al. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS: COMENTÁRIOS À LEI São Paulo: RT, parágrafo único, art. 2º, da Lei /01 Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, ou multa art. 20, da Lei /01 Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º, da Lei 90.99, de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual idem a nota 8.

34 2.3 Hermenêutica Penal: Antes de analisar as razões que estenderam o conceito de crimes de menor potencial ofensivo, dedicaremos algumas linhas à interpretação da norma penal, vez que da essência de seu conteúdo filosófico e doutrinário é que viabilizou-se a construção e o alargamento do conceito anteriormente citado. Neste sentido, nos diz do Professor Damásio E. de Jesus, em sua obra Direito Penal, volume 1, p.33, que assim delimita o conteúdo da interpretação da norma penal no sistema jurídico nacional: A interpretação consiste em extrair o significado e a extensão da norma em relação à realidade. É uma operação lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei, em função de todo o ordenamento jurídico e das normas superiores de cultura, a fim de aplicá-las aos casos concretos da vida real. 34 Menciona-se ainda, que a hermenêutica penal contemporânea consubstancia-se nas mesmas regras que regem a interpretação em geral. Portanto, majoritária hoje é a doutrina que entende que a lei penal subordina-se às mesmas regras das interpretações em geral Espécies de Interpretação da Lei Penal: A interpretação da lei penal pode ser analisada sobre dois primas distintos: o primeiro leva em consideração o agente interpretador da norma sendo, pois, denominado 33 - inciso I, do art. 129, da CF/88 promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 34 - JESUS, Damásio E. de. DIREITO PENAL PARTE GERAL. São Paulo: Saraiva, 1999, Vol. 1, p.33.

35 subjetivo e o segundo analisa os meios e expedientes intelectuais empregados para se proceder à interpretação da lei penal, sendo, portanto, denominado objetivo Interpretação da Lei Penal Critério Subjetivo: O primeiro dos critérios de interpretação a ser observado é o subjetivo, o qual analisa a figura do intérprete da lei, podendo ser subdividida em três espécies, a saber: interpretação autêntica, doutrinária e judicial, as quais serão rapidamente analisadas a seguir. A interpretação da norma diz-se autêntica quando seu próprio legislador é seu intérprete. A doutrina penal faz distinção em duas formas de interpretação subjetiva autêntica denominadas, respectivamente, contextual e por lei posterior. Diz-se contextual a interpretação feita no próprio corpo da norma editada, já a interpretação por lei posterior ocorre quando o legislador edita novo diploma legal com a finalidade de apresentar sua intenção ao editar aquela norma, interpretando-a. A segunda modalidade de interpretação subjetiva da norma penal denomina-se doutrinária, e nasce da interpretação feita pelos doutrinadores. Assim exemplifica essa forma de interpretação o Professor Fernando da Costa Tourinho Filho, em sua obra Processo Penal, volume 1, p.166/167, ora transcrito: Os comentários ao Código de Processo Penal, feito por Espínola Filho, Florêncio de Abreu, Basileu Garcia, Hélio Tornaghi, Frederico Marques, e.g.,

36 constituem verdadeira interpretação doutrinária, porquanto, em seus trabalhos, procuram revelar o verdadeiro sentido do dispositivo legal. 35 A última forma de interpretação subjetiva denomina-se judicial, e pode ser definida como sendo aquela forma de interpretação provocada por meio de ações judiciais, que buscam uma tutela jurisdicional de mérito, provocando, desta maneira, a interpretação da norma por parte dos magistrados e dos tribunais, por via direta ou recursal Interpretação da Lei Penal Critério Objetivo: O critério objetivo pode ser subdividido em quatro modalidades de interpretação da norma estudada, a saber: gramatical ou literal, lógica ou teleológica, sistemática e histórica. A interpretação gramatical ou literal se definiria nas palavras de Reis Friede, em sua obra Ciência do Direito, Norma, Interpretação e Hermenêutica Jurídica, nos seguintes termos: Embora existam doutrinadores que acreditam que a interpretação gramatical é a única interpretação possível no Direito (chegando mesmo a afirmar que a interpretação que escape à exclusiva literalidade da lei significa forjar uma norma jurídica que não existe), a esmagadora maioria dos estudiosos da Ciência Jurídica, em particular, e da hermenêutica em termos gerais, sustenta a tese de que tal meio de interpretação é apenas um preliminar exame das palavras e das proposições mediante as quais as leis são apresentadas representando, portanto, apenas e obrigatoriamente o primeiro passo que necessariamente tem que dar o intérprete em busca do verdadeiro significado da norma jurídica. Portanto a interpretação gramatical é sempre o primeiro método a ser empregado na busca do verdadeiro significado da norma jurídica, mas, em nenhuma hipótese, pode ser considerado como único ou mesmo o mais importante TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. PROCESSO PENAL. São Paulo: Saraiva, 2000, vol. 1, p. 166/167.

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