UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA A IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR NA PISCICULTURA
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- Lavínia Carrilho Soares
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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA A IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR NA PISCICULTURA Graduanda em Zootecnia: Adriane A. Iwamoto Botucatu, Setembro de 2009 INTRODUÇÃO No Brasil, assim como no mundo, a preocupação com o bem-estar estar dos peixes durante os processos produtivos encontra-se em seus passos iniciais, sendo praticamente desconhecido para consumidores, produtores e legislação vigente. 1
2 Será que o bem-estar de peixes tem menos importância que o bem-estar de aves e bovinos? DEFINIÇÃO DE BEM-ESTAR ESTAR O bem-estar estar animal refere-se à qualidade de vida dos animais (Appleby( Appleby,, 1999). Como área científica deve a sua origem às s preocupações do público p a respeito de como os animais são tratados em cativeiro. Assim, o bem-estar estar animal respeita não sós à qualidade de vida dos animais, mas também m e sobretudo à percepção que estes têm dela. 2
3 O conceito de bem-estar estar animal tem vindo a ser aplicado a peixes, com alguma controvérsia rsia ligada à sua capacidade de sofrimento. Em razão disto é a inexistência de uma demonstração concreta do que um animal sente. No entanto a maior parte das evidências sugere a senciência em peixes. Assim, do ponto de vista lógico l e ético devemos considerar todos os animais vertebrados como sencientes. O QUE É SENCIÊNCIA? Podemos dizer que a senciência é a capacidade de ter consciência de sensações, portanto, ter sentimentos subjetivos, sendo assim um pré-requisito para a discussão de bem-estar. Em geral, para trabalharmos com o bem-estar de peixes, em primeiro lugar devemos entender como os peixes sentem dor, fome, conforto, desconforto, e como diferenciam bom de ruim, prazeroso de desagradável. 3
4 OS PEIXES SÃO ANIMAIS CONSCIENTES? De um modo simples, a consciência é o que o animal percebe num dado momento a respeito de sua situação imediata, prestando atenção às s imagens ou representações de objetos e eventos. Estas representações podem ser situações com as quais o animal se defronta no presente, lembranças as ou antecipações de situações futuras. SERÁ QUE OS PEIXES POSSUEM ESSAS CAPACIDADES? Sim, diversos trabalhos revelam comportamentos indicadores de memória e também m de capacidade de aprendizagem complexas. Como exemplos, podemos citar a comunicação dos peixes durante disputas. Em confrontos entre tilápias pias,, um peixe pode repentinamente mudar a cor do seu corpo, o que indica sua submissão a um oponente. O escurecimento da cor do corpo causa a redução da agressividade do oponente sobre o peixe escurecido, evitando o prolongamento da luta. Portanto, o escurecimento do corpo ocorre pelo reconhecimento de indivíduos duos dominantes para evitar as disputas. Estes comportamentos podem ser indicativos de que os peixes conservam memórias e sugerem que os peixes possuem consciência. 4
5 Então, se os peixes são seres conscientes, eles podem também m sentir emoções como medo? Sim!!! Os sinais que indicam que os peixes estão com medo em um dado momento mento são: o aumento da taxa respiratória, ria, a produção de feromônios de alarme as reações comportamentais como a fuga rápida r e a imobilização. Se o ambiente não permite a fuga, verificam-se alterações significativas do comportamento dos peixes, tais como: mudanças as no ritmo e padrão natatório redução ou alteração do comportamento anti-predat predatóriorio mudança a do comportamento alimentar procura de abrigo. 5
6 OS PEIXES SENTEM DOR? A questão da dor tem um enorme significado para o bem-estar estar animal, sendo uma causa importante de baixo grau de bem-estar. estar. O sistema relacionado à consciência da dor inclui uma análise cerebral complexa. Resumindo, as estruturas do cérebro c que transmitem a dor em outros vertebrados também m são encontradas em peixes. Além m disso, nas situações de risco, os peixes sentem-se estressados, reforçando a evidência de que os peixes podem sentir e reagir conscientemente a diferentes estímulos de maneira similar aos mamíferos, sob o ponto de vista da fisiologia e da psicologia. Durante o abate são comuns práticas como a retirada da escama e do filé do peixe sem haver a preocupação de realizar uma insensibilização adequada para diminuir sua dor. Estas práticas são incompatíveis com o reconhecimento de que os peixes sentem dor. Panorama da AQÜICULTURA, julho/agosto,
7 IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR ESTAR NA PISCICULTURA Piscicultura produção e custo Principais pontos críticos da produção de peixes: Manejo Alimentação Qualidade da água Densidade de lotação Transporte Abate ESTRESSE 7
8 BIOMETRIA Manejo Fonte: Gonçalves et al. DESPESCA Fonte: Google 8
9 Alimentação JEJUM QUALIDADE DE ÁGUA DENSIDADE DE ALOJAMENTO INTERFERE NO BEM-ESTAR E CONTRIBUI PARA O ESTRESSE Qualidade da água Fatores + críticos para a manutenção do equilíbrio (Homeostase( Homeostase) ) para os peixes: [ ] de O 2 dissolvidos na água [ ] de CO 2 dissolvidos na água [ ] de N 2 dissolvidos na água Salinidade ph Taxa de circulação da água Temperatura Luminosidade 9
10 Densidade de Lotação É um dos fatores mais críticos em aquicultura e bem estar dos animais. Influencia negativamente a qualidade da água. Alta estocagem provoca comportamento anormal dos peixes (agressividade, aparecimento de ferimentos, doenças e deformidades). Transporte O transporte, prática rotineira em sistemas de criação de peixes, é um manejo inevitável vel no processo produtivo, embora seja considerado um procedimento traumático tico que expõe os peixes a uma série s de estímulos que desencadeiam respostas fisiológicas de adaptação. Os fatores críticos a se considerar em relação ao transporte são a captura, a espera pelo transporte, embalagem dos peixes e o controle dos fatores ambientais da água durante o transporte animais transportados em tanques com alta densidade de lotação. 10
11 ESTRESSE NA PISCICULTURA A A preocupação com as conseqüências do estresse na piscicultura, pelos efeitos negativos na produção, tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. O estresse pode ser entendido como a resposta biológica do peixe a estímulos ameaçadores, adores, a qual pode variar de acordo com a severidade e duração do estímulo. Desta forma, a captura, o manuseio, o confinamento e o transporte são componentes das práticas laboratoriais e do manejo de campo na piscicultura que podem estressar os peixes. As respostas de estresse são divididas em três categorias: *Primáriaria *Secundária *Terciária ria hormonais mudanças nos parâmetros fisiológicos e bioquímicos mudanças no comportamento e susceptibilidade às doenças (Compromete o desempenho) 11
12 Cortisol- indicador de estresse primário rio Glicose- indicador de estresse secundário Lactato- é um bom indicador de estresse As respostas de estresse é importante, pois constituem uma ferramenta para formular um procedimento de boas práticas de manejo, para que o peixe seja manuseado de forma a não comprometer seu desenvolvimento no sistema de criação. 12
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Um limitante do bem-estar estar de peixes no Brasil é a falta de informação sobre abate humanitário de peixes. Podemos pensar em abate humanitário como uma forma de evitar sofrimento e dor desnecessários no momento do abate. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos afirmar que os peixes são animais sencientes, ou seja, têm a capacidade de sofrer. O bem-estar animal é um assunto cada vez mais discutido na sociedade brasileira, com um aumento no número de publicações científicas e de informações para o público. Uma sociedade mais informada, em geral, demanda mudanças nas práticas pecuárias, incentivando o desenvolvimento de técnicas humanitárias de produção e respeitando os animais assim produzidos. Para melhorar o Bem-Estar dos peixes adotar as Boas Práticas de Manejo 13
14 Obrigada!! 14
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