COLCHA DE RETALHOS: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO DOCENTE DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR Estudo de caso ULBRA - Sul
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- Fernanda de Paiva Casqueira
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1 COLCHA DE RETALHOS: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO DOCENTE DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR Estudo de caso ULBRA - Sul Maria Janine Dalpiaz Reschke* 1 No primeiro momento quando nos propomos a abordar o tema da universidade, a sensação é de que será uma tarefa irrealizável. São tantos e tão complexos os elementos que a constituem que não parece possível enfrentá-los com suficiente coerência e sistematicidade. Por isso, certamente, são numerosas as aproximações setoriais do mundo universitário: a universidade vista do ângulo das políticas de financiamento, ou da adequação de seus planos de estudo às demandas da sociedade, ou dos sistemas de seleção e promoção dos professores, ou da imagem social, ou das características dos alunos que tem acesso aos estudos da universidade. Em fim, pode-se observar uma abundante produção sobre a universidade, porém continua faltando um olhar mais interior que permita, ao menos a quem trabalha nela, fazer uma idéia precisa do sentido e da dinâmica da universidade. Aluna especial no Programa de pós-graduação em educação da UFRGS, Mestre em Sociologia pela UnB, Especialista em Educação Popular pela UNISINOS e Graduada em Ciências Sociais pela PUC-Rs- Professora na ULBRA- Gravataì nos Cursos de Pedagogia e Licenciaturas.
2 Introduzir o assunto As universidades particulares necessitam de um estudo aprofundado, apesar dessas universidades estarem em franco desenvolvimento, por inúmeros motivos, tais como: a aproximação de centros pequenos, que propicia aos alunos cursarem uma universidade sem ser necessário viajar ou se instalar na capital, a oferta de bolsas e ou descontos para curso de licenciaturas, oferta de cursos em férias e cursos nos finais de semana, procuraremos no desenrolar do artigo desvendar alguns desses fatores. Para nos dar algumas pistas, ALMEIDA, (2001) no texto, O brasão e o logotipo no qual ela trabalha as especificidades das universidades, onde o brasão e o logotipo representam os modos de ser da universidade,com compromissos expressos nesses símbolos, tais como: O modo brasão atende á demanda social, os que de maneira mais complexa, sendo produzindo conhecimento e reflexão com compromissos sociais. O modo logotipo absorve a demanda de forma utilitária, procurando em função da ausência de produção de conhecimento, afirmar-se na oferta de produtos correlatos e na utilização de tecnologia e computadores como fim.o modo brasão também com acesso a novas tecnologias, utiliza-se desse aparato como complemento, como meio.(pág.216) Além desses aspectos a autora salienta que as universidades logotipo possuem a característica administrativa, pois o reitor é profissional, mesmo que sob controle de um dono, é um gerente que administra recursos, diferentemente do reitor professor-doutor, o qual desenvolveu uma vida acadêmica e articula idéias e projetos. O brasão representa um compromisso com a sociedade e o logotipo expressa o compromisso com os grupos ou grupo de mantenedoras.
3 Outro ponto salientado pela autora é que as novas universidades não realizam o tripé ensino-pesquisa-extensão, sendo fundamentalmente universidades de ensino e extensão. O que cabe aqui questionarmos se não seria o momento de ressignificarmos o papel dessas novas universidades junto à sociedade, ou se seria um novo modo de praticarmos o conhecimento e a cultura. Percebe-se que nesse novo modo de ver as universidades tem uma valoração maior na razão instrumental, ou seja, propiciar aos alunos o conhecimento necessário para colocá-lo no mercado de trabalho. Rompendo assim com a concepção de que o ensino superior tenha que oferecer a sociedade uma contribuição significativa, onde as produções do conhecimento estejam articuladas com os problemas sociais, onde essas universidades estão inseridas. Sendo assim, o que propomos nesse ensaio e uma tentativa de olhar a universidade particular nos seus aspectos que afetem de forma direta à docência e à formação de estudantes e professores universitários, nessa dinâmica. Porém é importante salientar que as universidades, durante seus vários séculos de história, estiveram sofrendo modificações na sua orientação e sua projeção social. Contudo, essa dinâmica de adaptação constante ás circunstâncias e as demandas da sociedade aceleraram tanto que nesse ultimo meio século, que e impossível um ajuste adequado sem uma transformação profunda das próprias estruturas internas da universidade. Por um lado, há a pressão da globalização e internacionalização dos estudos e dos pontos de referencia, tais como: sistema de avaliação, níveis de referência, política de pessoal, etc. Por outro lado, cada vez mais há a importância do contexto da universidade, isso as caracterizam. Cada instituição esta condicionada pelo contexto político, social e econômico em que cada uma desenvolve suas atividades. O que as torna únicas, diferenciadas, portanto não deveriam ser legisladas da mesma forma. E nesse contexto que insiro a questão de se pensar a universidade particular, num contexto do mundo globalizado, onde dependendo da missão da instituição e da
4 mantenedora o habitus 2 na docência universitária e o estabelecimento em que o professor exerce sua atividade. Pensar a identidade profissional do docente de pedagogia de IES particular significa refletir sobre a construção dos significados que estruturam a formação profissional que, por sua vez, refere-se aos valores constitutivos de formação do campo do ensino superior particular. Significados estes que se formam sob dois caminhos, na busca de significações causais históricas, ou à procura de significações sociológicas, conforme o pensamento weberiano. 3 Nessa proposta os dois tipos de casualidade, histórica e sociológica complementamse, pois situar o percurso histórico que propiciou o surgimento da IES particular, e conseqüentemente de seus docentes, representa a ponte necessária para melhor explicação sociológica de nossa problemática. A análise de um grupo profissional não se dissocia do estudo do tipo de instituição a que se reporta, já que a instituição serve como referencial de valores para a formação de identidade de um grupo. Sendo assim, a compreensão da lógica social que se constrói a identidade do docente do curso de pedagogia exige como parâmetro explicativo e comparativo de diálogo e a analise da expansão das IES particular. O exame da expansão das IES particular se situa dentro de um universo maior da qual elas fazem parte, qual seja, o campo de ensino superior. Nesse campo, 2 Cf bourdieu, se o professor atua em uma universidade, sua visão de docência terá um condicionante de investigação. Caso o professor atue numa instituição isolada, num centro universitário, ou mesmo numa federação, sua visão de docência terá um condicionante de ensino sem pesquisa, ou quando muito, do ensino com pesquisa. Por outro lado se ele atua em uma instituição federal, onde a maioria das pesquisas cientificas são produzidas, ele tendera a voltar-se para a pesquisa. 3 Teoria das Ciências Sociais, Max Weber, 3 ed.,lisboa, Editorial Presença.
5 encontraremos IES particular bem como também públicas, com suas respectivas divisões e corpo docente. 4 E é a partir de causas econômicas, políticas e ideológicas, dentro de um contexto histórico e de posicionamento em um campo de atuação, que a IES particular se expandem podendo assim ser mais bem compreendidas. Desse modo, a partir desse referencial de expansão, ocorridos nas décadas de setenta e oitenta, podemos começar a localizar a identidade profissional do docente dessas instituições. I-1 Contexto Histórico No período anterior á expansão das IES particulares não confessionais, antes da emergência dos governos militares no Brasil, havia, segundo Florestan Fernandes (1975), um padrão nacional de escola superior: isolada, especializada e autárquica, tanto ao nível da rede oficial como da rede privada. Isolada, porque mesmo as universidades eram construídas basicamente como um feixe de escolas e faculdades autárquicas desprovidas de estrutura integrativa. De acordo com Fernanda Sobral (1993) nos anos 50 e meados dos anos 60, a educação é considerada como um instrumento de mobilidade social. Por isso, a educação tinha como função além da socialização e da formação, a educação deveria contribuir para que op indivíduo adquirisse status. No caso da universidade, ela passa também a ser requerida como um instrumento de mobilidade social, principalmente para a classe média. Cabe ressaltar que, até essa época a universidade tenha como objetivos a formação de profissionais liberais e de uma elite culta. 4 De acordo com a fonte, foi constatado que o Ensino Superior brasileiro cresceu 107% em cinco anos. No estado do Rio grande do Sul, 88% das instituições são privadas. As 53 instituições oferecem 903 cursos. As sete instituições públicas reúnem 187 cursos. Fonte: INEP, resultado do censo realizado em 2002.
6 Nesse período, a atividade docente de ensino superior operava sob as bases da cátedra. O professor catedrático regia uma hierarquia de magistério tendia a converter todos os demais docentes em seus ajudantes pessoais. Muitas IES cresceram com a presença de destacados catedráticos em seu quadro docente e esses ocuparam um importante papel na estruturação do ensino superior brasileiro. Tanto Darcy Ribeiro(1969) como Florestan Fernandes (1975) ressaltam ao caráter pouco profissional desses professores catedráticos. Destacam que passavam poucas horas semanais na faculdade. De acordo com Florestan Fernandes (1975), o professor catedrático estava mais interessado na sua atividade fora da faculdade, seja em escritório ou consultório, do que na atividade como docente da faculdade. Por isso, salienta-se que o campo do ensino superior brasileiro não estava preparado para a oferta de posições docentes de caráter mais profissional, pois o processo de desenvolvimento do país não exigia a formação de recursos humanos de maneira ampla e diversificada que levasse, por sua vez, á necessidade de uma maior profissionalização do campo. As reformas universitárias do governo militar procuram associar modificações do ensino superior com diretrizes de desenvolvimento econômico então vigentes, pautadas pela perspectiva de formação de recursos humanos no anseio de um progresso técnico, sob as bases de uma sociedade brasileira que se internacionalizava nos moldes ideológicos norte-americanos. Arabela C. Oliven (1987), por exemplo, observa que a principal causa da reforma universitária a necessidade de cooptação da classe média que endossou o movimento de A autora salienta que, a universidade brasileira estava inadequada ao capitalismo associado que estava implantado no país. Por esse motivo a modernização estimulada pela reforma era interessante para os empresários, para as empresas multinacionais e para a burocracia estatal.portanto, esses fatores abrem um novo mercado de trabalho que passa
7 a ser disputado pela classe média. O diploma de ensino superior constitui uma garantia de acesso ao mercado. 5 Com isto, valorizou-se a formação de um corpo docente nas IES particulares desarticulado de qualquer tipo de contestação ideológica ao regime implantado pelos militares no golpe de 1964, estando o máximo possível imbuído da ideologia desenvolvimentista então em voga.assim, as considerações políticas e ideológicas, além das considerações econômicas estiveram presentes na estruturação das IES particulares e de seu corpo docente. Desse modo, as IES particulares teriam um corpo docente destituído de contestação política, isto na visão do governo militar. Por tanto, as IES particulares foram se estruturando tendo como um dos fundamentos de legitimidade social o respeito à ordem da esfera pública, refletido a ordem da esfera pública, se refletido na própria composição do quadro docente. Diante da reticência das IES católicas em atender a demanda do governo pela expansão do ensino superior, basicamente a iniciativa privada, que atuava no primeiro e segundo graus de ensino, passou a deslocar seus investimentos para o nível superior, que prometia ser fecundo em ralação a rentabilidade econômica. Como conseqüência, o ensino do terceiro grau foi influenciado pela mesma lógica de funcionamento que existia no primeiro e segundo graus, sendo este um elemento a ser analisado posteriormente. Podemos apontar alguns elementos associados ao interesse desse projeto em relação a reforma do ensino superior realizada pelo governo militar. Um desses elementos foi a transformação da unidade básica dos institutos centrais e das faculdades, que deixou de ser cátedra para ser o departamento, integrando numa equipe todo o corpo docente. 6 5 Sobre o assunto da origem e reformas da universidade ver: DURHAN, Eunice. As marcas de Origem, in: Revista da USP, n. 4, São Paulo, para melhor compreensão do assunto, consultar vários autores, as estruturas internas da Universidade e os Encargos de universidade in: A Administração das universidades, Fortaleza, Edições UFC,1981.
8 Outro conceito que deve ser salientado é o de campo 7.Os estudos de Bourdieu dirigem-se fundamentalmente para os mecanismos de funcionamento de diversos espaços sociais, denominados de campos. Campos são espaços estruturados de posições definidoras, de propriedades e estratégias de ações específicas, assim como objetos de disputas e interesses próprios. Pelo estudo da identidade dos docentes das IES privadas, procuraremos pistas para a análise do campo do ensino superior particular. A Atuação dos atores em um determinado campo se dá pela influência do que Bourdieu chama de habitus. Habitus é um sistema de disposição durável e transferível que funciona como uma matriz de percepções, apreciações e ações dos atores em diversos espaços sociais. Através de um painel de significações, construído desde a educação familiar primária, constantemente reposto, reatualizado e modificado ao longo da trajetória social do ator, este constrói paulatinamente seu habitus. Através de seus habitus, os atores dão sentido a um campo, conferindo valor às atividades nele desenvolvidas. O conceito de habitus é um instrumento teórico e metodológico de Bourdieu para discutir a relação entre indivíduo e sociedade. E é na relação entre habitus e o campo, com a posse de determinados capitais (econômico, cultural, simbólico ou social), que se constrói o motor da ação na perspectiva teórica de Bourdieu. O autor reconhece o indivíduo como portador de estratégias de ação, analisando-o como um agente socializado. É pensando o ator como um indivíduo socializado, representado pela constituição de um habitus, que Bourdieu busca uma mediação reflexiva para a discussão da relação entre indivíduo e sociedade, ou mais especificamente, entre ator e instituição. O habitus contribui para a constituição de um determinado campo ao produzir agentes que dão sentido às atividades nele desenvolvidas. A relação que um indivíduo mantém com sua cultura, ou mais especificamente com seu campo, depende das condições nas quais ele a adquiriu. Através do estudo do habitus dos docentes do curso de 7 conferir em Questões de Sociologia de Pierre Bourdieu, Rio de Janeiro, Ed. Marco Zero,1983 e O poder Simbólico também de Bourdieu, Op. Cit.
9 pedagogia de IES particular, podemos melhor compreender a relação que eles mantêm com o campo do ensino superior particular. Isto se dará por intermédio da análise das trajetórias profissionais desses docentes. Assim poderemos conhecer características de origem familiar e educacional, posição econômica, enfim, elementos que situem os docentes na estrutura social. Dessa forma, acreditamos também ser possível buscar aspectos que possam melhor construir uma análise dos valores hegemônicos presentes na estruturação do campo do ensino superior particular, conforme discussão anterior. A princípio, consideramos possível a construção da identidade de qualquer grupo, tendo em vista que sua existência pressupõe algo que caracterize o seu nós. Este nós representa os elementos, objetivos ou subjetivos, que estão por detrás da existência ou formação de algum grupo. Se um grupo existe, indissociavelmente possui uma identidade, ainda que fragmentada ou conflitual. Desse modo, acreditamos, ser possível pensar identidade profissional do docente de IES particular. No nosso caso, estaremos concentrados nos estudo da identidade do grupo de docentes do curso de pedagogia das IES particulares, seguindo os objetivos analíticos já apontados. A centralidade dos estudos sobre ensino superior no Brasil refere-se à análise das instituições públicas ( Martins/1989). De modo geral, são escassos os estudos específicos que abordam aspectos das instituições de ensino particulares. Geralmente, os trabalhos sobre as IES privadas têm tratado das condições econômicas, políticas e ideológicas que propiciaram sua expansão. 2- Metodologia Utilizada na Pesquisa O referencial teórico já nos forneceu uma quantidade considerável de conceitos que terão na pesquisa um papel fundamental como instrumentos de observação e análise. O Pensamento complexo tem produzido todo um jogo de conceitos que mantêm entre si uma coerência que só pode ser percebida à luz de uma concepção teórico-filosófica mais ampla.
10 A presente pesquisa propõe-se a estudar o cotidiano do docente da Instituição de Ensino Particular, tanto na articulação entre o campo de ensino superior particular quanto na construção da identidade desse docente. A instituição que irei realizar essa pesquisa tem trinta anos de atuação no ensino superior ocupa o quarto lugar em número de alunos no Estado do Rio Grande do Sul. Possui oito campus no Estado e outros fora do Estado. O quadro de docentes inclui um grande numero de doutores, mestres e especialistas. A metodologia empregada neste trabalho é a de estudo-de-caso. Por estudo-decaso entende-se o estudo detalhado de um exemplo de uma única classe de fenômenos. Embora este tipo de metodologia não permita generalizações, ela é de extrema utilidade em estágios preliminares de uma pesquisa, gerando hipóteses que podem ser posteriormente confirmadas em um número maior de casos. Este tipo de metodologia é normalmente empregado quando se utiliza técnicas qualitativas de pesquisa, tais como etnografias e observações participantes. Ambas pressupõem um contato íntimo do pesquisador com seu objeto de pesquisa, em uma relação constante. A opção em utilizar a história de vida como técnica de pesquisa vem ao encontro dos nossos questionamentos, com relação à compreensão de como o cotidiano do docente de ensino superior de instituição particular se articula com o campo de ensino superior particular e a identidade desse docente. Parte-se do pressuposto que a análise das histórias de vida desses docentes possam ser utilizadas como ferramentas valiosas para intensificar os estudos, pois o narrador no relato de sua existência através do tempo, tentando reconstruir os acontecimentos que vivenciou e transmitir a experiência que adquiriu. Narrativa linear e individual dos acontecimentos que nele considera significativo, através dela se delineiam as relações com os membros de seu grupo, de sua profissão, de sua camada social, de sua sociedade global, a qual cabe ao pesquisador desvendar. Dessa forma, o interesse deste último está em captar algo que ultrapassa o caráter individual do que é transmitido e que se insere nas coletividades a que o narrador pertence. A partir das histórias de vida podemos atingir a coletividade, pois mesmo que o pesquisador registre uma única história de vida, seu objetivo é captar o grupo, a sociedade de que ela é parte, busca encontrar a coletividade a partir do individuo.
11 Nosso estudo contará com em torno de 40 docentes, que deverão preencher os seguintes critérios: um grupo mais de cinco anos de docência na instituição e carga horária acima de 20 horas aula, segundo grupo: mais de cinco anos de docência e carga horária inferior a 20 horas aula, terceiro grupo: menos de cinco anos de docência na instituição e carga horária superior a 20 horas aula e o quarto grupo : menos de cinco de docência e carga horária inferior a 20 horas aula orações. Outro critério que será observado e o vinculo de exclusividade ou não com a instituição. Como esta pesquisa será realizada em varias unidades da instituição será observado também docentes necessitam trabalhar em mais de uma unidade para completar a sua carga horária. Dentro de cada unidade serão respeitados esses critérios e o número de docentes serão escolhidos proporcionalmente ao número de alunos matriculados no curso de pedagogia. Serão realizadas também entrevistas semi-estruturadas e um depoimento de caráter não sistemático, com o pró-reitor de extensão das unidades. Por ser característica fundamentalmente da técnica de entrevista a produção de sentidos e construção de versões da realidade, procuramos realizar um resgate da tradição oral da comunidade pesquisada a partir dessas entrevistas. Para a elaboração das questões serão utilizadas duas entrevistas - piloto, com uma coordenadora do curso de pedagogia e outra com um diretor de unidade, onde a partir dessas elaboraremos um roteiro de entrevistas com 40 questões. As questões formarão blocos temáticos onde teremos o objetivo de observar como, tanto os coordenadores quanto as direções percebem a construção da identidade desses docentes, bem como eles se percebem enquanto docentes em cargos administrativos. Os blocos temáticos foram organizados da seguinte forma: a) Caracterização da(o) entrevistada(o) b) Referências com relação ao vinculo com a instituição. c) Referências com relação ao cotidiano desses docentes. d)referências com relação à distribuição do tempo na administração do curso e suas atividades de docência.
12 Portanto, acreditamos que, às entrevistas para serem suficientemente aprofundadas e que, nos permitiram um resgate da evidência oral sobre a problemática pesquisada devem ser primeiro testadas, por este motivo esta no cronograma o pré-teste. Tanto as histórias de vida quanto as entrevistas serão gravadas, transcritas e analisadas a partir de uma abordagem qualitativa, sem pretensões generalizantes, privilegiando a identificação de elementos que possam nos mostrar como o cotidiano do docente de Instituição Superior de ensino particular articulam o campo de ensino superior particular e a sua identidade no caso especifico do curso de pedagogia. No entanto, essa pesquisa esta em andamento a coleta de dados esta em pleno processo, por isso não será possível concluí-la nesse paper.
13 Bibliografia ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE POS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO. FORUM SUL DE COORDENADORES DE POS-GRADUAÇÃO.Porto Alegre.III- Seminário Pesquisa em Educação Região sul. Anais. Porto Alegre Cd-Room BERGHOLZ, André. O Corpo Docente das Instituições de ensino superior e a Pesquisa. Revista Educação Brasileira, CRUB,No. 30,1993. BOURDIEU, Pierre. Poder Simbólico. Lisboa, Bertrand,1989. Questões de Sociologia.Rio de Janeiro, Marco Zero,1983. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo, perspectiva,1987. FREITAS, Maria Teresa de Assunção.(org.) Narrativas de ProfessorasÇ pesquisando leitura e escrita numa perspectiva sócio-histórica. Rio de Janeiro,Ravil,1998. MARTINS, Carlos B. O novo ensino superior privado no Brasil( ). Brasília, Revista Estudos Pedagógicos,70,1989. OLIVEN, Arabela Campos. Universidade brasileira industria do conhecimento ou Consciência das comunidades. In: Educação Brasileira, Brasília, vol.9, no. 19, RIBEIRO, Darcy. A Universidade Necessária. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1969. VOLPI, Marina Tazon. A Universidade e sua responsabilidade social. Porto Alegre, EDIPURS, SOBRAL, Fernanda da Fonseca. Educação, Universidade e Sociedade, In: Cadernos de sociologia: Programa Pos-graduação em sociologia. V.4, no. Especial 1993, Porto Alegre. WEBER, Max. Sobre a teoria das ciências sociais,3ed. Lisboa, editorial Presença.
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