PROPOSTA DE CURSO LIVRE 1º SEMESTRE 2015 ESCOLA ANGEL VIANNA. CURSO LIVRE DE DANÇA BUTOH (iniciante/intermediário)
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1 PROPOSTA DE CURSO LIVRE 1º SEMESTRE 2015 ESCOLA ANGEL VIANNA * CURSO LIVRE DE DANÇA BUTOH (iniciante/intermediário) 1- Nome do Proponente Alain Alberganti 2- para contato alainalberganti@gmail.com 3- Telefone para contato (21) Nome do curso CURSO LIVRE DE DANÇA BUTOH (iniciante/intermediário) 5- Apresentação/release do curso livre A- BREVE HISTÓRICO DA DANÇA BUTOH «O butoh é a busca de uma forma de arte muito antiga nas quais as criações rituais e artísticas eram profundamente interligadas; onde a poesia era canto, o canto era encantação, o movimento era dança.» (Jerzy Grotowski, fundador do Teatro Laboratório) A dança butoh é uma dança contemporânea japonesa. Ela foi fundada, nos anos 60, por Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno que queriam romper com as artes tradicionais japonesas (Nô, Kabuki) e falar dos traumas deixados pela segunda guerra mundial. A palavra «butoh» significa dançar («bu») e bater o chão («toh»). O nascimento do butoh foi influenciado pelas vanguardas artísticas europeias (expressionismo alemã, surrealismo, literatura de escritores tais como Artaud ou Bataille). O butoh refere-se também a religião budista e as crenças xintó. Esta dança baseia-se numa introspecção e uma abertura ao mundo mexendo com temáticas universais. Ela trata de assuntos tabus e evoca imagens da velhice, do medo, 1
2 do desespero, do erotismo, do êxtase, do grotesco, da morte, do mundo antes do nascimento. O butoh caracteriza-se pela lentidão e pelo minimalismo dos movimentos. Muitas vezes o corpo do bailarino é quase nu, pintado de branco com o crânio raspado. Porém, hoje, existe tantas formas de butoh que tem bailarinos. B- DESCRICÃO DA OFICINA «[O butoh] é tornar-se o Outro e não representa-lo. Uma metamorfose, não uma metáfora.» (Kô Murobushi, bailarino butoh) Esta oficina procura apropriar-se um corpo próprio a partir de um trabalho interno sobre as sensações, as percepções e o imaginário para construir uma articulação íntima entre o movimento e o imaginário do bailarino num mesmo fluxo de energia. Dentro dos meios utilizados para conseguir tal apropriação do corpo podemos mencionar: - trabalho sobre micromovimentos corporais e fragmentação; - espera do movimento e negação da intenção racional; - imobilidade como fonte de energia e de imaginário; - retenção da energia; - enraizamento do corpo no chão através da bacia, da imobilidade, da respiração, da lentidão, do cansaço, do imaginário; - trabalho da bacia como motor dos movimentos; - trabalho sobre três níveis de percepção corporal: a pele, a carne e o osso; - capacidade de relaxamento do corpo por uma série de manipulações do próprio corpo por uma outra pessoa; - desenvolvimento de um imaginário corporal não psicológico através de improvisações baseadas nos elementos da natureza, nas matérias, na música, nos objetos, nos vestidos; - desenvolvimento das percepções orgânicas através de exercícios de olhos fechados ou vendados. Nesta oficina não se trata de uma liberação sem técnica do corpo (caso da expressão corporal) nem da aprendizagem de uma técnica a ser utilizada, mas sim de um trabalho que procura construir um corpo outro, um «corpo orgânico», que alimenta-se de um imaginário pessoal em cada dos seus movimentos e gestos. A dança butoh representa um esforço para reapropriar-se o momento onde ainda se possa perceber o nascimento do ato, este grito vindo de um lugar paradoxal onde conjugam-se o ato e sua própria negação. A oficina procura apontar uma ligação original entre o corpo e o espírito, aquém e além da representação. Uma das principais chaves desta dança é a anulação da intenção racional. Quando uma forma está instalada, ou um movimento iniciado, o bailarino segue-o através do seu corpo, de uma articulação à outra, como se ele fosse espectador. Seu corpo age e sua atenção, livre de qualquer vontade, concentra-se por inteiro nos meios de execução e na consciência precisa do que está acontecendo nele. Assim nenhuma intenção ou «querer-fazer» criam resistências ou freios aos movimentos. O bailarino parece fazer 2
3 movimentos que já foram decididos. Ele não se entrega a eles como num transe, ele os deixa simplesmente acontecer observando o trajeto deles. Eles não são mais o resultado de uma vontade e tornam-se um fenómeno real. Mais do que em qualquer outra dança, existe na dança butoh uma absorção do mental pelo físico que evoca a transe na qual, segundo uma opinião comum, o corpo mexe-se por conta própria, numa espontaneidade total, sem intervenção de uma decisão consciente. Portanto, o bailarino butoh mantém sempre o controle do que ele está fazendo assim como a consciência da presença do público; neste sentido a transe onde a consciência do outro desaparece totalmente é contraditória com a dança no palco. Assim, a questão da coexistência desses dois estados aparece problemática. A bailarina butoh Carlotta Ikeda fala sobre este paradoxo: «Quando eu danço, tem dois «eu» juntos: um que não se controla mais, num estado de transe, e, um outro, que olha com lucidez o primeiro. De vez em quando esses dois «eu» se sobrepõem e criam um tipo de loucura branca, perto do êxtase. Este estado é aquele que o bailarino deve procurar. Danço para este momento privilegiado.» 6- Público Alvo Bailarino, ator, estudante e toda pessoa interessada na expressão corporal. Não há pré-requisitos. 7- Quantidade máxima de participantes Máximo de Quantidade mínima de participantes Mínimo de Breve currículo do professor Alain Alberganti é diretor, professor de teatro e dança. Ele é doutor em Estética (Teatro e Dança) pela Universidade Paris 8 (França). Nos anos 80, ele estudou com atores do Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski (Teresa Nawrot - Zygmunt Molik) e com o fundador da mímica corporal, Etienne Decroux. Ele se formou às técnicas da dança butoh no estilo de Min Tanaka em Paris nos anos 80. Em 1999, ele estudou, no Japão, com Kazuo Ohno, um dos fundadores desta dança. Em 2003 e 2005, em Paris (França), ele apresentou espetáculos com a bailarina japonesa butoh Maki Watanabe. Ele tem mais de vinte anos de experiência profissional no ensino do teatro e da dança-teatro. Ele encenou na França vários espetáculos de teatro físico (Beckett, Jarry, Wilde). No Rio, ele ministrou oficinas de dança butoh na Escola Angel Vianna (Botafogo), na Escola Base Dinâmica (Botafogo), no Castelinho do Flamengo, na UNIRIO, na UERJ e nos Sesc Campinas e Pinheiros. 3
4 10- Carga horária Por ordem de preferência: 1x por semana 03h00 ou 1x por semana 02h Indicação de melhor dia e horário Terças e/ou quartas e/ou quintas entre 13h40 às 18h50 (de preferência na sala E, e, se for possível, em seguida ou antes da aula de teatro físico) 12- Data de inicio 1º semana de março Valor da mensalidade R$ 220 R$ 200 (alunos EAV/FAV) 14- Foto (ver abaixo) 4
5 5
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