IBMEC São Paulo Faculdade de Economia e Administração Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "IBMEC São Paulo Faculdade de Economia e Administração Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas."

Transcrição

1 IBMEC São Paulo Faculdade de Economia e Administração Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas. Gustavo Maretto de Barros São Paulo 2009

2 Gustavo Maretto de Barros Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas. Monografia apresentada ao curso de Ciências Econômicas, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel do Ibmec São Paulo. Orientador: Prof. Sergio Ricardo Martins IBMEC São Paulo São Paulo 2009

3 Barros, Gustavo Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas/ Gustavo Barros. São Paulo: Ibmec, f. Monografia: Faculdade de Economia e Administração. Ibmec São Paulo. Orientador: Prof. Sergio Ricardo Martins 1. Introdução 2.Dados 3.Metodologia 4.Resultados 5. Conclusão 6.Bibliografia

4 Gustavo Maretto de Barros Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas. Monografia apresentada à Faculdade de Economia, do Ibmec como parte dos requisitos para conclusão do curso de graduação em Economia. Aprovado em Junho 2009 EXAMINADORES Prof. Sergio Ricardo Martins Orientador Prof.ª Adriana Bruscato Examinador (a) Prof.ª Regina Carla Madalozzo Examinador (a)

5 Resumo BARROS, Gustavo. Testando a hipótese de bolha especulativa no preço de commodities agrícolas. São Paulo, p. Monografia Faculdade de Economia do Ibmec. Esse trabalho tem como objetivo propor e estimar um modelo que seja capaz de auxiliar, via testes hipóteses, a comprovação ou não da hipótese de bolha nos preços de duas commodities agrícolas: café e açúcar. Para estimar esse modelo utilizamos o método de estudo de eventos proposto por Campbell, Lo e Mackinlay (1997) de modelo de mercado. A amostra é composta por dados dos contratos de açúcar e de café negociados em Nova York, no período de Julho de 2007 a Março de Ao longo das análises, foram constatados indícios de retornos anormais estaticamente significantes nos preços dos contratos do açúcar e do café, o que corrobora a hipótese de bolha nos preços dos ativos mencionados. Palavras-chave: commodities, estudo de eventos, bolha.

6 Abstract BARROS, Gustavo. Testing the hypothesis of speculative bubble in the price of agricultural commodities. São Paulo, p. Monograph Faculdade de Economia e Administração. Ibmec São Paulo. This work aims to propose and estimate a model that is able to assist in testing hypotheses of the proof or not the hypothesis of a bubble in prices of two agricultural commodities: coffee and sugar. To estimate this model using the method of study of events proposed by Campbell, Lo and Mackinlay (1997). The sample consists of data contracts for sugar and coffee traded in New York in the period July 2007 to March Throughout the analysis, we found evidence of statistically significant abnormal returns in the prices of contracts for sugar and coffee, which supports the hypothesis of a bubble in asset prices mentioned. Keywords: commodities, bubble, event study.

7 Sumário 1. Introdução Dados Metodologia Resultados Conclusão Bibliografia... 27

8 1. Introdução Objetivamos propor e estimar um modelo que seja capaz de auxiliar em testes de hipóteses a comprovação ou não da hipótese de bolha especulativa nos preços dos contratos de café e de açúcar negociados em Nova York. Além disso, analisando os resultados saberemos se estamos em um ciclo consistente de alta de commodities agrícolas ou se a elevação recente nos preços das mesmas é apenas fruto de uma bolha especulativa. Com isso, poderemos fazer algumas analogias dos resultados obtidos com o desempenho da economia brasileira, uma vez que essa é fortemente dependente de exportação de commodities agrícolas. Alguns estudos evidenciam períodos de presença de bolhas em alguns mercados, com suporte em algumas evidências empíricas que corroboram suas hipóteses. De acordo com Prates (2007), a teoria de que os mercados globais estavam enfrentando um novo ciclo de alta no preço das commodities 1 agrícolas e que possivelmente caminhava-se para uma bolha especulativa no preço das mesmas, começou a ganhar força entre os analistas em meados de 2007, dado que desde 2002 o preço das mesmas, em geral estava em movimento ascendente, alcançando cotações históricas. De acordo com Blanchard e Watson (1982) e Fischer (1989), uma bolha especulativa racional existe quando o preço de um ativo financeiro se afasta por algum período de tempo de seu preço fundamental. Ainda, de acordo com essa teoria, o preço fundamental de um ativo financeiro é o valor presente dos fluxos de dividendos esperados desse ativo. Já no caso de commodities agrícolas, é de se esperar que seus preços fundamentais sigam uma relação entre oferta e demanda. Dessa forma, se a demanda por determinada commodity agrícola aumenta, considerando que a oferta se 1 Commodity é um termo de língua inglesa que, como o seu plural commodities, significa mercadoria, é utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. Usada como referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzido em grandes quantidades e por diferentes produtores. 7

9 mantenha constante, o preço será pressionado para cima. Da mesma maneira, caso haja uma queda ou aumento da oferta de determinada commodity, a demanda permanecendo constante, o preço da mesma irá sofrer pressão para cima ou para baixo. Conforme Swaray (2002), no caso das commodities agrícolas, a volatilidade do preço surgiria, sobretudo, devido a distúrbios na oferta; enquanto para commodities industriais, ela seria resultado de distúrbios na demanda. Os preços das commodities industriais apresentam um padrão prócíclico, ou seja, sua cotação está associada ao crescimento do PIB (demanda), enquanto as cotações de commodities agrícolas estão associadas a efeitos climáticos e tecnológicos, que podem ajudar a aumentar ou a diminuir a produção (oferta). Assim, quando novas tecnologias para a produção são criadas, como sementes mais resistentes a pragas, ganhos de produtividade são observados e, conseqüentemente, um aumento da produção. Mantendo a demanda constante, teríamos um declínio de preços, dado que teríamos uma oferta maior de grãos. Ainda, segundo Prates (2007), o último ciclo de alta no preço de commodities agrícolas aconteceu na metade dos anos 70 devido a choques na oferta, associados a efeitos climáticos. O preço das mesmas apresentou uma alta volatilidade, com tendência de queda que se intensificou na década de 90. De acordo com estudo de Prebisch (1982a), essa tendência de queda no preço se deu pela deterioração dos termos de troca de commodities agrícolas em relação a produtos manufaturados. Isso significa uma mudança na preferência de consumidores. De acordo com Prebisch (1982b), um dos fatores que continuou presente, e até se intensificou na segunda metade do século passado, foi à menor elasticidade-renda da demanda pelos bens primários em relação aos bens industrializados; os indivíduos ao terem um aumento de renda preferem consumir bens manufaturados a bens primários. Para explicar a menor elasticidade renda, Prebisch (1982b), expõe duas possíveis razões: a primeira está relacionada a mudanças no padrão de consumo que acompanham o crescimento da renda resultando numa menor 8

10 taxa de crescimento da demanda por alimentos e, assim, numa participação decrescente desses bens no consumo final, a chamada Lei de Engel 2 ; a segunda explicação plausível seria que, no caso das matérias-primas agrícolas, a discrepância entre o crescimento da renda e da demanda decorreria dos efeitos do progresso técnico, o qual redundaria em menor utilização de insumos por unidade de produto. Essa última explicação aplicase, igualmente, às commodities industriais em geral, derivadas de matériasprimas metálicas (aço, ferro, cobre entre outras). Além disso, um aumento na oferta de commodities agrícolas, resultante de um aumento de produtividade pode ser apontado como outro fator responsável pela tendência de queda no preço das mesmas a partir da segunda metade do século XX. Temos que destacar também o fato de que nessa época no mercado de commodities, predominavam estruturas competitivas, ou seja, havia grande competição entre os principais traders 3 do mercado. No entanto, essas estruturas competitivas vêm diminuindo ao longo do tempo com a formação de oligopólios, no setor de commodities agrícolas. 2 De acordo com a Lei de Engel, a participação do gasto com alimentação no orçamento das famílias declina com o nível de renda (ou despesa), ou seja, quanto maior o nível de renda menor o gasto com alimentação. 3 Por definição, Trader é aquele que compra e vende produtos e serviços em escala mundial 9

11 2. Dados Para análise da hipótese de bolha especulativa nos preços do contrato de café do tipo arábica negociado em Nova York, foi coletada a série histórica do mesmo para o período de Julho de 2007 a Março de A série coletada referente ao preço do contrato de café está denominada em dólar e apresenta 167 observações. Segue abaixo a Figura 1 com o gráfico da série de preços do contrato de café referente ao período mencionado anteriormente. Figura 1: Gráfico com a série de preços do contrato de café negociado em Nova York. Fonte Bloomberg Para o período em análise, o preço do contrato de café foi negociado a um valor médio de 127,3 dólares, com mediana de 125,9 dólares, a cotação máxima atingida foi de 165 dólares e a cotação mínima foi de 107,1 dólares. Segundo Martin et al (2008), um dos fatos estilizados em variáveis nominais é o excesso de curtose e, freqüentemente, observa-se assimetria nos dados. Para corroborar esta evidencia, providencia-se um teste de normalidade, Jarque-Bera. As hipóteses deste teste são dadas por: H : Preço do café segue uma distribuição Normal. 0 H : Preço do café não segue uma distribuição Normal. A 10

12 A estatística de teste é dada por: n JB = 6 S ( K 3) 2 4 ~ χ em que S é a assimetria amostral e K é a curtose amostral para o preço no período indicado para o estudo em questão. Na Figura 2, a seguir, temos o histograma para a série de preço do café e podemos observar que a distribuição é assimétrica à direita. (2) Figura 2: Histograma da série do preço do café. Pelo teste de normalidade, descrito anteriormente, podemos observar que, a um nível de significância de 5%, rejeita-se a hipótese nula de normalidade dos preços de contrato do café. Para mais detalhes, vide a Tabela 1. Ainda de acordo com Martin et al (2008), pelo fato do contrato de café ser uma variável nominal, um dos fatos estilizados que se pode verificar é a presença de raiz unitária. O teste utilizado para verificar este fato é o teste de Dickey-Fuller aumentado. As hipóteses deste teste são dadas por: H : O preço do café apresenta uma raiz unitária 0 H : O preço do café apresenta não apresenta raiz unitária A 11

13 Como podemos observar na Tabela 1, para o preço do contrato do café, a um nível de significância de 5%, não se rejeita a hipótese nula, o que indica que a série de preços do contrato de café apresenta raiz unitária. Tabela 1: Estatísticas descritivas da série de preços do café. Preço do Café Período: Julho de 2007 a Março de 2008 Média 127,3 Mediana 125,9 Máximo 165,0 Mínimo 107,1 Desvio-Padrão 12,8 Curtose 3,4 Jarque-Bera 17,6 P-valor (Jarque-Bera) 0,001 Estatisitca do Teste:Dickey-Fuller -1,2 P-valor (Dickey-Fuller) 0,90 Observações 167 Como visto, a série de preços do contrato de café apresenta uma raiz unitária. Assim, para os retornos compostos do contrato de café, ou seja, ln ( ) P cafe, t estacionário., não apresentará raiz unitária, ou seja, o retorno composto é Figura 3: Gráfico com o retorno composto do contrato do café. 12

14 Na Figura 3 temos o retorno composto do contrato de café, que aparenta ser estacionário. Ainda, na Tabela 2 encontramos algumas estatísticas descritivas sobre esse retorno, onde podemos observar um retorno médio de 0,2%, uma mediana de 0,3%, e um retorno máximo de 5,7%. Tabela 2: Estatísticas descritivas do retorno composto do contrato de café. Retorno do Preço do Café Período: Julho de 2007 a Março de 2008 Média 0,2% Mediana 0,3% Máximo 5,7% Mínimo -6,9% Desvio-Padrão 1,72% Curtose 6,01 Jarque-Bera 72,7 P-valor 0,0015 Observações 166 Figura 4: Série de preços do contrato do açúcar negociado em Nova York. Fonte: Bloomberg Para análise da hipótese de bolha especulativa nos preços do contrato de açúcar do tipo bruto negociado em Nova York, foi coletada a série histórica do mesmo para o período de Julho de 2007 a Março de A série coletada referente ao preço do contrato de açúcar está denominada em dólar e 13

15 apresenta 167 observações. A Figura 4 apresenta o gráfico da série de preços do contrato de açúcar referente ao período mencionado anteriormente. Não é difícil notar que a série não parece estacionária, uma vez que há a presença de uma clara tendência de crescimento nessa série de preços. Já a Figura 5 apresenta o histograma dessa série de preços e podemos observar, assim como para a outra série analisada, que os dados apresentam distribuição assimétrica à direita. Figura 5: Histograma da série do preço do açúcar. Tabela 3: Estatísticas descritivas do preço do contrato de açúcar. Preço Açúcar Período: Julho de 2007 a Março de 2008 Média 11,42 Mediana 10,74 Máximo 15,24 Mínimo 9,91 Desvio-Padrão 1,42 Curtose 3,26 Jarque-Bera 44,25 P-valor (Jarque-Bera) 0,002 Estatística do Teste:Dickey-Fuller -0,24 P-valor (Dickey-Fuller) 0,99 Observações

16 A Tabela 3 apresenta algumas estatísticas descritivas para o preço do contrato de açúcar e para o período em análise, o preço do contrato de açúcar foi negociado num valor médio de 11,42 dólares, com mediana de 10,74 dólares, a cotação máxima atingida foi de 15,24 dólares e a cotação mínima foi de 9,91 dólares. Como já foi mencionado anteriormente, um dos fatos estilizados em variáveis nominais é o excesso de curtose e, freqüentemente, observa-se assimetria nos dados. Para testar a normalidade dos dados utilizamos o teste Jarque-Bera, explicado anteriormente, e podemos observar, na Tabela 3, a um nível de significância de 5%, que se rejeita a hipótese nula de normalidade dos preços do contrato de açúcar. Tabela 4: Estatísticas descritivas do retorno composto do contrato de açúcar. Retorno do Preço do Açúcar Período: Julho de 2007 a Março de 2008 Média 0,2% Mediana 0,2% Máximo 4,1% Mínimo -3,5% Desvio-Padrão 1,06% Curtose 6,07 Jarque-Bera 70,1 P-valor 0,0003 Observações 166 Pelo fato do contrato do açúcar ser uma variável nominal, um dos fatos estilizados comumente observado é a presença de raiz unitária. Como no caso do preço do contrato de café, o teste utilizado para verificar este fato é o teste de Dickey-Fuller aumentado. Como podemos observar na Tabela 3, para o preço do contrato de açúcar, a um nível de significância de 5% não se rejeita a hipótese nula, o que indica que a série de preços do contrato de açúcar é não estacionária. Sendo assim, para os preços do contrato de açúcar não foi rejeitada a presença de raiz unitária, portanto a primeira diferença no log do 15

17 preço do contrato de açúcar, ln( ) (retorno composto do contrato do P açucar, t açúcar), será estacionária, ou seja, não haverá a presença de raiz unitária. Segue na Tabela 4 com a análise descritiva dos dados do retorno dos preços açúcar. Nela podemos observar, por exemplo, que a média dos retornos foi de 0,2%, a mediana foi de 0,2%, o retorno máximo foi de 4,1% e o mínimo foi de -3,5%. Ainda, podemos encontrar na Figura 6 o gráfico com a série de retorno dos preços do contrato de açúcar, onde notamos que a transformação citada tornou a série de interesse em estacionária. Figura 6: Gráfico do retorno composto do preço do contrato de açúcar. 16

18 3. Metodologia A metodologia utilizada para testar a hipótese de bolha nos preços dos contratos de café e de açúcar baseia-se em procedimentos sugeridos por Campbell, Lo e Mackinlay (1997) para verificar a existência de retornos anormais. Também nos baseamos em Cassendre (2007), que pretende estudar o efeito de informações privilegiadas no comportamento do retorno de diversas ações negociadas no mercado acionário brasileiro. No presente estudo, verifica-se a existência de retornos através de um modelo muito similar ao modelo de mercado. Sharpe (1970) relaciona neste modelo excesso de retorno de um ativo qualquer com o excesso de retorno de mercado da classe desse ativo, onde excesso de retorno é o retorno de um ativo menos o retorno de um ativo livre de risco. Uma aplicação possível desse modelo seria estimar o excesso de retorno de uma ação como a da Petrobrás negociada na Bolsa de Valores de São Paulo, baseando-se no retorno de mercado que seria o excesso de retorno de índice Bovespa. Para obter o excesso de retorno, a diferença entre o retorno realizado e o retorno previsto pelo modelo de mercado, pode-se utilizar para ativo livre de risco, algum título público, como a LTN. Para obter o retorno esperado para algum ativo, podemos estimar a equação (3.1) abaixo: em que, R R it = Retorno do ativo i na data t; it = R ε (3.1) α i + βi mt + R mt = Retorno de mercado na data t; ε it = Componente não sistemático do ativo i; it Da estimação dos parâmetros em (3.1) é possível gerar a série de retornos anormais, como mostrado a seguir: ˆ ε ˆ ˆ it = Rit αi βirmt (3.2) 17

19 Para esta aplicação, utiliza-se a metodologia acima relacionando o retorno do café e do açúcar com o retorno do Commodity Research Barue 4 (CRB). Assumi-se uma relação linear, como observado na equação (3.1), entre o retorno do CRB, que se identifica com o modelo de mercado com o excesso de retorno do ativo de mercado e os excessos de retorno dos preços de café e do açúcar se relaciona ao excesso de retorno de um ativo i qualquer. Os retornos anormais serão analisados através do estudo de eventos, testando a hipótese de bolha nos preços do café e do açúcar. Em um estudo de eventos se faz necessário definir a linha do tempo do evento em análise. A janela de estimação dos parâmetros, que serão constantes no período de avaliação da existência de bolha no mercado commodities agrícolas, é denominada de janela de estimação, e esta se refere ao período de Julho a Dezembro de 2007, compreendendo 125 observações. Para a janela de análise do evento, o período é de Janeiro a Fevereiro de 2008 e compreende 42 observações. Evento 02/07/ /12/ /02/2008 Q1=125 Q2a=27 Q2b=15 Janela de estimação Q1=125 Janela do Evento Q2=42 Figura 7: Linha do tempo do estudo. A janela de evento, como mostra a Figura 7, é dividida em duas partes, Q2a e Q2b. A divisão Q2a refere-se ao número de dias antes do evento, que consideraremos como sendo o momento de entrada de fundos de investimentos nos mercados de açúcar e café. 4 O CRB é um índice composto por uma cesta de commodities, em que o café e o açúcar têm um peso de 5% cada em sua composição, conhecido também como um índice de mercado para as commodities em geral. 18

20 É válido ressaltar que esses veículos de investimentos possuem recursos volumosos para alocação, por isso acreditamos que um período de aproximadamente um mês (27 dias) seria a melhor estimativa do tempo necessário para que os fundos alocassem seus portfólios. A janela Q2b referese ao número de dias do evento, refletindo uma possível bolha causada pela entrada de fundos de investimentos. Como Q2a é o momento de entrada dos fundos no mercado de café e de açúcar não se utilizam os dados referentes a este período na analise em questão. Em (3.1) foi pensado num modelo sem intercepto, cuja equação é mostrada em (3.1 ), uma vez que assumindo a hipótese de eficiência de mercado, a existência de uma constante no modelo representa que, sistematicamente, o de retorno do ativo i distância do retorno do ativo de mercado. Ainda, vale lembrar que parâmetro β i, em questão, indica como o preço do contrato do ativo i, i = açúcar, café, para o período compreendido pela janela Q1, evolui segundo o comportamento do retorno do CRB, indicado como o ativo de mercado de referência. em que, R R it = Retorno do ativo i na data t; it = R ε (3.1 ) β i mt + R mt = Retorno de mercado na data t; ε it = Componente não sistemático do ativo i; it A hipótese anteriormente citada não contraria os resultados deste trabalho, como será visto adiante, uma vez que o estudo de evento quer investigar a existência de alguma discrepância entre os ativos relacionados, mas para um determinado período e não a existência de alguma ineficiência sistemática de mercado. Com base no que foi proposto em (3.1 ), o valor esperado para o retorno no período compreendido pela janela Q2a será obtido por R ˆ = βˆ R (3.2 ) it i mt 19

21 Procedemos pelo cálculo do vetor de retornos anormais do café e do açúcar, que são representados por: R ' Ait = ε = R ˆ β R (3.3) ' it ' it i ' mt em que ' R Ait = Vetor de retornos anormais do ativo i na janela Q2b; ' R it = Vetor de retornos do ativo i,dentro da janela Q2b; ' R mt = Vetor dos retornos do CRB, dentro da janela Q2b; βˆ = estimativa para parâmetro de interesse, dentro da janela Q1. i A seguir encontram-se os gráficos dos retornos anormais do café e do açúcar, Figuras 8 e 9, respectivamente, dentro da janela Q2b, que é o período do evento. Os retornos anormais do café e do açúcar foram obtidos através da equação (3.3). Com o objetivo de testar a presença de retornos anormais, passamos ao cálculo do CAR (retorno anormal acumulado), que é dado por: em que, CAR = γ (3.4) ' it R i Ait CAR = variável que representa os retornos anormais acumulados do ativo i; it γ = Vetor linha de uns na janela Q2b e de zeros nos demais períodos; i ' R Ait = Vetor coluna de retornos anormais do ativo i. O cálculo de retornos anormais. CAR é importante para testarmos a significância dos it Para este teste temos as seguintes hipóteses de interesse: H : Ausência de retornos anormais no período compreendido pela 0 janela Q2b. H : Existência de retornos anormais no período compreendido pela A janela Q2b. 20

22 A estatística de teste é dada por: SCAR i CAR i σ =. (3.5) i Vale ressaltar que (3.5) segue uma distribuição t-student com Q1-1 graus de liberdade (em nosso caso, 124). Ainda, σ é o desvio padrão do ativo i i calculado na janela Q1, através dos resultados obtidos após a estimação de (3.1). Figura 8: Retornos Anormais do Café obtidos através da equação (3.3). Figura 9: Retornos Anormais do Açúcar obtidos através da equação (3.3). 21

23 4. Resultados Na equação (4.1), temos o modelo estimado para o retorno composto do preço do contrato do café. Vale observar que, entre colchetes encontramos a estatística t usual. R = ε t t R crbt [ ] (4.1) R 2 = 1,5% σ ˆ = n = 124 Observando a estatística t, faremos um teste de significância para o parâmetro da média condicional estimada para os retornos compostos do preço de contrato de café e açúcar, respectivamente. A hipótese do teste de significância para o parâmetro estimado da média condicional é dada por: A estatística de teste é dada por: t obs H 0 H A : β = 0 : β = = A um nível de significância de 10%, com t crítico igual a , verificamos que o retorno de mercado CRB contribui de forma significativa para explicar o retorno composto do café. O mesmo procedimento foi feito para o retorno composto do preço do contrato de açúcar. O modelo estimado é dado pela equação (4.2) a seguir: R = ε t t R crbt [ ] (4.2) R 2 = 1,7% σ ˆ = n =

24 De (4.2), a um nível de significância de 10%, encontramos um t crítico igual a , que nos leva à rejeição da hipótese nula de que o retorno composto do CRB não ajuda a explicar o retorno composto do preço do contrato de açúcar. Para o teste de existência de retornos anormais no preço do contrato de café, no período da janela Q2b, indicado na Figura 7, a um nível de significância de 10% e com 123 graus de liberdade, o que significa na distribuição t-student um valor crítico de , rejeita-se a hipótese nula de que não há retornos anormais a partir de 14 de Fevereiro de 2008, pois temos valores da estatística t superiores ao valor crítico. Isso pode ser constado pelo SCARc da Tabela 5 abaixo. Tabela 5: Retornos anormais acumulados do preço do contrato de café. Data SCAR c 11/02/2008 0,37 12/02/2008 0,27 13/02/2008 0,93 14/02/2008 2,41 15/02/2008 1,38 19/02/2008 3,77 20/02/2008 3,61 21/02/2008 4,32 22/02/2008 5,73 25/02/2008 6,38 26/02/2008 5,32 27/02/2008 6,48 28/02/2008 8,02 29/02/2008 7,85 03/03/2008 8,28 23

25 Em relação aos preços do açúcar, a um nível de significância de 10% e com 124 graus, rejeitamos a hipótese nula sobre a não existência de retornos anormais a partir do dia 19 de Fevereiro de 2009, pois temos valores da estatística t superiores ao valor crítico. Isso pode ser constatado pelo SCARa da Tabela 6 abaixo. Tabela 6: Retornos anormais acumulados do preço do contrato de açúcar. DATA SCAR a 11/02/2008 0,23 12/02/2008 0,36 13/02/2008 0,56 14/02/2008 0,96 15/02/2008 0,76 19/02/2008 1,98 20/02/2008 2,35 21/02/2008 2,67 22/02/2008 3,42 25/02/2008 4,56 26/02/2008 3,87 27/02/2008 5,23 28/02/2008 6,93 29/02/2008 5,78 03/03/2008 7,24 A série de retorno anormal do café é representada pelo COFFEE na Figura 10. Já a série retorno anormal do açúcar, é representada por SUGARF na Figura 11. Ainda, o retorno do café e do açúcar, que efetivamente foram observados, está representado pelo COFFEEF, na Figura 10, e o pelo SUGARE, na Figura 11. Finalmente, como podemos constatar nas Figuras 10 e 11, os retornos que efetivamente ocorreram do café e do açúcar superaram o limite superior do nosso intervalo de confiança, corroborando a hipótese bolha 24

26 nos preços do café e do açúcar no período em análise, ou seja, a existência de retornos anormais no período indica a existência de bolha no mercado de commodities agrícolas COFFEE LI COFFEEF LS Figura 10: Retornos Anormais Esperados e Intervalo de Confiança para o preço do contrato de café. Figura 11: Retornos Anormais Esperados e Intervalo de Confiança para o preço do contrato de açúcar. 25

27 5. Conclusão Esse trabalho procurou testar a hipótese de bolha nos retornos dos preços do café e do açúcar em um período de grande volatilidade nos preços das commodities. A rejeição da hipótese nula de não existência de retornos anormais do preço do café e do açúcar corrobora a suspeita de existência de bolha nos preços do contrato do açúcar e do café no período analisado. Assim, há evidencia que os preços praticados no primeiro trimestre de 2008 eram irreais e insustentáveis no longo-prazo. Prova disso é que após o período analisado até os dias atuais, os preços do café e do açúcar apresentaram uma alta volatilidade com tendência de queda. Por fim, como extensão deste trabalho, seria interessante aumentar o numero de variáveis explicativas que ajudem a explicar o retorno dos preços do café e do açúcar de forma a aumentar a robustez do modelo. 26

28 6. Bibliografia BLANCHARD, O. FISCHER, S. Lectures in Macroeconomics. New York: MIT Press, BLANCHARD, O; WATSON, M. W. Bubbles, rational expectations and financial markets. Cambridge, Massachusetts: National Bureau of Economic Research, (NBER Working Paper Series, n. 945). CAMPBELL, J; LO, A.W. e Mackinlay, A. The Econometrics of Financial Markets. New Jersey: Princeton University Press, CASSANDRE, P. Anúncios de fusões e atividades ilegais- Uma análise da realidade brasileira. Dissertação de Mestrado-Faculdade IBMEC - São Paulo, MARTIN, D.M., KIMURA,H., NAKAMURA,W.T.,KAYO,E.K. Identificando Bolhas Especulativas Racionais no Ibovespa (Pós-Plano Real), a partir de Regimes Markovianos de Conversão. Revista da Anpec vol. 5, nº 3, pp , 2008 PRATES, D. A alta recente dos preços das commodities Revista de Economia Política, vol. 27, nº 3 (107), pp , julho-setembro/2007. PREBISCH, R. El desarrollo económico de la América Latina y algunos de sus principales problemas. In: GURRIERI, A. La obra de Prebisch en la Cepal. México: Fondo de Cultura Económica, , (1982a). PREBISCH, R. Problemas teóricos y prácticos del crecimiento económico. In: GURRIERI,A. La obra de Prebisch en la Cepal. México: Fondo de Cultura Econômica: , (1982b). 27

29 SHARPE, W. Portfolio Theory and Capital Markets. McGraw-Hill, New York, SWARAY, R. B. Volatility of Primary Commodity Prices: Some Evidence from Agricultural Exports in Sub-Saharan Africa, Discussion Papers in Economics, n.2002/06, University of York,

5 A Metodologia de Estudo de Eventos

5 A Metodologia de Estudo de Eventos 57 5 A Metodologia de Estudo de Eventos 5.1. Principais Conceitos Introduzido em 1969 pelo estudo de Fama, Fisher, Jensen e Roll, o estudo de evento consiste na análise quanto à existência ou não de uma

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

NOTA CEMEC 07/2015 FATORES DA DECISÃO DE INVESTIR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS UM MODELO SIMPLES

NOTA CEMEC 07/2015 FATORES DA DECISÃO DE INVESTIR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS UM MODELO SIMPLES NOTA CEMEC 07/2015 FATORES DA DECISÃO DE INVESTIR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS UM MODELO SIMPLES Setembro de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 8 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O APREÇAMENTO DE ATIVOS. São Paulo, setembro de 2007

TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 8 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O APREÇAMENTO DE ATIVOS. São Paulo, setembro de 2007 TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 8 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O APREÇAMENTO DE ATIVOS Joe Akira Yoshino São Paulo, setembro de 2007 Universidade de São Paulo, FEA - Departamento de Economia Avenida Professor Luciano

Leia mais

NOTA CEMEC 05/2015 INVESTIMENTO E RECESSÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA 2010-2015: 2015: UMA ANÁLISE SETORIAL

NOTA CEMEC 05/2015 INVESTIMENTO E RECESSÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA 2010-2015: 2015: UMA ANÁLISE SETORIAL NOTA CEMEC 05/2015 INVESTIMENTO E RECESSÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA 2010-2015: 2015: UMA ANÁLISE SETORIAL Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões

Leia mais

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL? O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?! Quais as características do Ativo Intangível?! O problema da mensuração dos Ativos Intangíveis.! O problema da duração dos Ativos Intangíveis. Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br)

Leia mais

Decomposição da Inflação de 2011

Decomposição da Inflação de 2011 Decomposição da de Seguindo procedimento adotado em anos anteriores, este boxe apresenta estimativas, com base nos modelos de projeção utilizados pelo Banco Central, para a contribuição de diversos fatores

Leia mais

1. Os métodos Não-Paramétricos podem ser aplicados a uma ampla diversidade de situações, porque não exigem populações distribuídas normalmente.

1. Os métodos Não-Paramétricos podem ser aplicados a uma ampla diversidade de situações, porque não exigem populações distribuídas normalmente. TESTES NÃO - PARAMÉTRICOS As técnicas da Estatística Não-Paramétrica são, particularmente, adaptáveis aos dados das ciências do comportamento. A aplicação dessas técnicas não exige suposições quanto à

Leia mais

A Evolução da Inflação no Biênio 2008/2009 no Brasil e na Economia Mundial

A Evolução da Inflação no Biênio 2008/2009 no Brasil e na Economia Mundial A Evolução da Inflação no Biênio / no Brasil e na Economia Mundial A variação dos índices de preços ao consumidor (IPCs) registrou, ao longo do biênio encerrado em, desaceleração expressiva nas economias

Leia mais

Pra que serve a Matemática Financeira? AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS MATEMÁTICA FINANCEIRA 20/01/2016. Danillo Tourinho Sancho da Silva, MSc

Pra que serve a Matemática Financeira? AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS MATEMÁTICA FINANCEIRA 20/01/2016. Danillo Tourinho Sancho da Silva, MSc AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS Danillo Tourinho Sancho da Silva, MSc MATEMÁTICA FINANCEIRA Danillo Tourinho Sancho da Silva, MSc Pra que serve a Matemática Financeira? 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE A MATEMÁTICA

Leia mais

Aula 4 Conceitos Básicos de Estatística. Aula 4 Conceitos básicos de estatística

Aula 4 Conceitos Básicos de Estatística. Aula 4 Conceitos básicos de estatística Aula 4 Conceitos Básicos de Estatística Aula 4 Conceitos básicos de estatística A Estatística é a ciência de aprendizagem a partir de dados. Trata-se de uma disciplina estratégica, que coleta, analisa

Leia mais

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE I

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE I COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE I O que é o Índice de Sharpe? Como calcular o Índice de Sharpe? Revisão do conceito de risco. O desvio-padrão como medida de risco. Autor:

Leia mais

2. São grupos, respectivamente, de crédito na Conta 1 (PIB) e débito na Conta 2 (RNDB) das Contas Nacionais:

2. São grupos, respectivamente, de crédito na Conta 1 (PIB) e débito na Conta 2 (RNDB) das Contas Nacionais: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa em Economia Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Gestão de Empreendimentos Locais

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS» ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA «

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS» ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA « CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS» ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA «21. O sistema de intermediação financeira é formado por agentes tomadores e doadores de capital. As transferências de recursos entre esses agentes são

Leia mais

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa.

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa. 1 Introdução A grande maioria dos bancos centrais tem como principal ferramenta de política monetária a determinação da taxa básica de juros. Essa taxa serve como balizamento para o custo de financiamento

Leia mais

5 Considerações finais

5 Considerações finais 5 Considerações finais A dissertação traz, como foco central, as relações que destacam os diferentes efeitos de estratégias de marca no valor dos ativos intangíveis de empresa, examinando criticamente

Leia mais

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll! Qual a origem do conceito de duração?! Como calcular a duração?! Quais as limitações do cálculo da duração?! Como estimar a variação

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS PARA 2010

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS PARA 2010 POLÍTICA DE INVESTIMENTOS PARA 2010 Subordinada à Resolução CMN nº 3.792 de 24/09/09 1- INTRODUÇÃO Esta política tem como objetivo estabelecer as diretrizes a serem observadas na aplicação dos recursos

Leia mais

As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real?

As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real? As exportações brasileiras ficaram mais competitivas com a desvalorização do real? Paulo Springer de Freitas 1 No final de 2007, o saldo da balança comercial começou a apresentar uma trajetória declinante,

Leia mais

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36 IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36 1 Visão geral O CPC 01 é a norma que trata do impairment de ativos ou, em outras palavras, da redução ao valor recuperável de ativos. Impairment ocorre quando

Leia mais

ICMS estarão reduzidas as fontes de expansão da arrecadação?

ICMS estarão reduzidas as fontes de expansão da arrecadação? ICMS estarão reduzidas as fontes de expansão da arrecadação? Diversas tabelas constantes deste texto são oriundas do Parecer Prévio sobre as Contas do Governo do Estado de 2013, elaborado pelo Tribunal

Leia mais

Resoluções comentadas de Raciocínio Lógico e Estatística SEFAZ - Analista em Finanças Públicas Prova realizada em 04/12/2011 pelo CEPERJ

Resoluções comentadas de Raciocínio Lógico e Estatística SEFAZ - Analista em Finanças Públicas Prova realizada em 04/12/2011 pelo CEPERJ Resoluções comentadas de Raciocínio Lógico e Estatística SEFAZ - Analista em Finanças Públicas Prova realizada em 04/1/011 pelo CEPERJ 59. O cartão de crédito que João utiliza cobra 10% de juros ao mês,

Leia mais

Artigo publicado. na edição 34. www.revistamundologistica.com.br. Assine a revista através do nosso site. maio e junho de 2013

Artigo publicado. na edição 34. www.revistamundologistica.com.br. Assine a revista através do nosso site. maio e junho de 2013 Artigo publicado na edição 34 Assine a revista através do nosso site maio e junho de 2013 www.revistamundologistica.com.br Paulo Guedes :: opinião Gastos e Custos Logísticos diferenciar para compreender

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema 1. Introdução 1.1 Contextualização do problema e questão-problema A indústria de seguros no mundo é considerada uma das mais importantes tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista social.

Leia mais

CONTABILIDADE GERAL. Adquira esta e outras aulas em www.acheiconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL

CONTABILIDADE GERAL. Adquira esta e outras aulas em www.acheiconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL CONTABILIDADE GERAL Adquira esta e outras aulas em www.acheiconcursos.com.br AULA Nº 1: Resolução da prova de Contabilidade Geral do TRF-2000 CONTABILIDADE GERAL CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO DA RECEITA

Leia mais

Exemplos de Testes de Hipóteses para Médias Populacionais

Exemplos de Testes de Hipóteses para Médias Populacionais Exemplos de Testes de Hipóteses para Médias Populacionais Vamos considerar exemplos de testes de hipóteses para a média de uma população para os dois casos mais importantes na prática: O tamanho da amostra

Leia mais

Política de Gestão de Riscos Tese Investimentos. Junho/2016

Política de Gestão de Riscos Tese Investimentos. Junho/2016 Política de Gestão de Riscos Tese Investimentos Junho/2016 1) Objetivo Esta política tem como objetivo, nos termos da Instrução CVM n 558 e do Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os Fundos

Leia mais

Boletim. Contabilidade Internacional. Manual de Procedimentos

Boletim. Contabilidade Internacional. Manual de Procedimentos Boletim Manual de Procedimentos Contabilidade Internacional Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários - Tratamento em face do Pronunciamento Técnico CPC 08 - Exemplos SUMÁRIO

Leia mais

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES Ter o controle da situação é dominar ou ter o poder sobre o que está acontecendo. WWW.SIGNIFICADOS.COM.BR Controle é uma das funções que compõem o processo administrativo.

Leia mais

A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009

A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009 A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009 Luciano Luiz Manarin D Agostini * RESUMO - Diante do cenário de crise financeira internacional, o estudo mostra as expectativas de mercado

Leia mais

Mercado de Trabalho. O idoso brasileiro no. NOTA TÉCNICA Ana Amélia Camarano* 1- Introdução

Mercado de Trabalho. O idoso brasileiro no. NOTA TÉCNICA Ana Amélia Camarano* 1- Introdução NOTA TÉCNICA Ana Amélia Camarano* O idoso brasileiro no Mercado de Trabalho 30 1- Introdução A análise da participação do idoso nas atividades econômicas tem um caráter diferente das análises tradicionais

Leia mais

Aula 4 Estatística Conceitos básicos

Aula 4 Estatística Conceitos básicos Aula 4 Estatística Conceitos básicos Plano de Aula Amostra e universo Média Variância / desvio-padrão / erro-padrão Intervalo de confiança Teste de hipótese Amostra e Universo A estatística nos ajuda a

Leia mais

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional Visão do Desenvolvimento nº 93 15 abr 2011 O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento Por Fernando Puga e Filipe Lage de Sousa Economistas da APE Países têm grande potencial de aprofundar

Leia mais

é de queda do juro real. Paulatinamente, vamos passar a algo parecido com o que outros países gastam.

é de queda do juro real. Paulatinamente, vamos passar a algo parecido com o que outros países gastam. Conjuntura Econômica Brasileira Palestrante: José Márcio Camargo Professor e Doutor em Economia Presidente de Mesa: José Antonio Teixeira presidente da FENEP Tentarei dividir minha palestra em duas partes:

Leia mais

Efeitos da Desaceleração Econômica Internacional na Economia Brasileira

Efeitos da Desaceleração Econômica Internacional na Economia Brasileira Efeitos da Desaceleração Econômica Internacional na Economia Brasileira Períodos de deterioração da conjuntura macroeconômica requerem de bancos centrais aprofundamento dos processos analíticos. Nesse

Leia mais

ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA Mariano Yoshitake Francisco Santos Ventura Ricardo Krayuska Araujo Fabrício Antão de Sousa Thais Vieira Damasceno RESUMO Este artigo foi realizado como parte das

Leia mais

Análise das Mudanças de Pesos no Cálculo do INPC - 2007 a 2012

Análise das Mudanças de Pesos no Cálculo do INPC - 2007 a 2012 Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

Tópicos Especiais de Análise de Balanços

Tópicos Especiais de Análise de Balanços Tópicos Especiais de Análise de Balanços 1- ECONÔMICO X FINANCEIRO Talvez não existam palavras mais empregadas no mundo dos negócios do que econômico e financeiro. Econômico: Refere-se a lucro, no sentido

Leia mais

FUNÇÃO DE 1º GRAU. = mx + n, sendo m e n números reais. Questão 01 Dadas as funções f de IR em IR, identifique com um X, aquelas que são do 1º grau.

FUNÇÃO DE 1º GRAU. = mx + n, sendo m e n números reais. Questão 01 Dadas as funções f de IR em IR, identifique com um X, aquelas que são do 1º grau. FUNÇÃO DE 1º GRAU Veremos, a partir daqui algumas funções elementares, a primeira delas é a função de 1º grau, que estabelece uma relação de proporcionalidade. Podemos então, definir a função de 1º grau

Leia mais

Processo de Pesquisa Científica

Processo de Pesquisa Científica Processo de Pesquisa Científica Planejamento Execução Divulgação Projeto de Pesquisa Relatório de Pesquisa Exposição Oral Plano de Pesquisa Pontos de referência Conhecimento Científico É a tentativa de

Leia mais

Relatório de Estágio Curricular

Relatório de Estágio Curricular Instituto Tecnológico de Aeronáutica Divisão de Infra-Estrutura Aeronáutica Relatório de Estágio Curricular Camilo Bianchi Dezembro/2004 Instituto Tecnológico de Aeronáutica Divisão de Infra-Estrutura

Leia mais

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA CURSO DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Sergio Manoel Tavares, AN091354 Sheila Perez Gimenes, AN091355 GRUPO 4 TEORIA DA DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO

Leia mais

UMA ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA BANCÁRIA NA ECONOMIA BRASILEIRA

UMA ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA BANCÁRIA NA ECONOMIA BRASILEIRA UMA ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA BANCÁRIA NA ECONOMIA BRASILEIRA José Angelo Divino Universidade Católica de Brasília. Mestrado e Doutorado em Economia. SGAN 916, Sala A-118, Zip: 70790-160, Brasília - DF,

Leia mais

SINCOR-SP 2016 ABRIL 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2016 ABRIL 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS ABRIL 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 2 Sumário Palavra do presidente... 4 Objetivo... 5 1. Carta de Conjuntura... 6 2. Estatísticas dos Corretores de SP... 7 3. Análise macroeconômica...

Leia mais

Instrumentos Financeiros

Instrumentos Financeiros Contabilidade Avançada Instrumentos Financeiros Prof. Dr. Adriano Rodrigues Normas Contábeis: No IASB: IAS 32/39 e IFRS7 (IFRS 9 em desenvolvimento) No CPC: CPC 38/39/40 e OCPC 03 Essência dos Instrumentos

Leia mais

Revista FATEC Sebrae em debate: gestão, tecnologias e negócios Vol. 2 Nº. 2 Ano 2015 ISSN 2358-9817

Revista FATEC Sebrae em debate: gestão, tecnologias e negócios Vol. 2 Nº. 2 Ano 2015 ISSN 2358-9817 Revista FATEC Sebrae em debate: gestão, tecnologias e negócios Vol. 2 Nº. 2 Ano 2015 ISSN 2358-9817 Carlos Alberto Alves Quintino Economista e mestre em Administração de Empresas. Professor de Sistema

Leia mais

Entre 1998 e 2001, a freqüência escolar aumentou bastante no Brasil. Em 1998, 97% das

Entre 1998 e 2001, a freqüência escolar aumentou bastante no Brasil. Em 1998, 97% das INFORME-SE BNDES ÁREA PARA ASSUNTOS FISCAIS E DE EMPREGO AFE Nº 48 NOVEMBRO DE 2002 EDUCAÇÃO Desempenho educacional no Brasil: O que nos diz a PNAD-2001 Entre 1998 e 2001, a freqüência escolar aumentou

Leia mais

Eng Civil Washington Peres Núñez Dr. em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Eng Civil Washington Peres Núñez Dr. em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul PESQUISA ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DE MISTURAS ASFÁLTICAS PRODUZIDAS NA ATUALIDADE NO SUL DO BRASIL E IMPACTOS NO DESEMPENHO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS. MANUAL DE OPERAÇÃO DO BANCO DE DADOS

Leia mais

Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna

Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna Condição para Crescer Carlos Feu Alvim feu@ecen.com No número anterior vimos que aumentar a poupança interna é condição indispensável para voltar a crescer.

Leia mais

Rio, 28/09/2010. Caros amigos,

Rio, 28/09/2010. Caros amigos, Rio, 28/09/2010 Caros amigos, Nessa próxima quinta-feira (dia 30/09), o Banco Central divulgará o Relatório de Inflação do terceiro trimestre. Dessa vez, a ansiedade do mercado é mais elevada que a média,

Leia mais

MERCADO FUTURO: BOI GORDO

MERCADO FUTURO: BOI GORDO MERCADO FUTURO: BOI GORDO Sergio De Zen Mestre em Economia Aplicada, Pesquisador do CEPEA/ESALQ/USP Os anos noventa têm sido marcados por termos modernos na terminologia do mercado financeiro. Dentre essas

Leia mais

SINCOR-SP 2015 NOVEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2015 NOVEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS NOVEMBRO 20 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Análise macroeconômica... 6 3. Análise do setor de seguros 3.1. Receita

Leia mais

XVIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 19 a 23 de outubro de 2009

XVIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 19 a 23 de outubro de 2009 REGRESSÃO MÚLTIPLA APLICADA AOS DADOS DE VENDAS DE UMA REDE DE LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS VANESSA SIQUEIRA PERES 1 RESUMO: Esse trabalho foi realizado com o objetivo de ajustar os dados de vendas de uma

Leia mais

mat fin 2008/6/27 13:15 page 53 #50

mat fin 2008/6/27 13:15 page 53 #50 mat fin 2008/6/27 13:15 page 53 #50 Aula 4 DESCONTO NA CAPITALIZAÇ ÃO SIMPLES O b j e t i v o s Ao final desta aula, você será capaz de: 1 entender o conceito de desconto; 2 entender os conceitos de valor

Leia mais

ANÁLISE AVANÇADA DO PONTO DE EQUILÍBRIO DE UMA EMPRESA

ANÁLISE AVANÇADA DO PONTO DE EQUILÍBRIO DE UMA EMPRESA ANÁLISE AVANÇADA DO PONTO O que é Ponto de Equilíbrio? Quais são as hipóteses consideradas para análise do Ponto de Equilíbrio? Como determinar as várias modalidades do Ponto de Equilíbrio? Como elaborar

Leia mais

Mineração. Minério de ferro: Preços em queda e estoques crescendo. Análise de Investimentos Relatório Setorial. 22 de Maio de 2014

Mineração. Minério de ferro: Preços em queda e estoques crescendo. Análise de Investimentos Relatório Setorial. 22 de Maio de 2014 Minério de ferro: Preços em queda e estoques crescendo A redução no ritmo de crescimento da produção de aço na China, as dificuldades financeiras das siderúrgicas com os baixos preços naquele país e um

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG

Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG Análise SWOT (abreviatura das palavras em inglês Strong, Weakness, Opportunities e Threats) é uma análise ambiental que consiste em levantar pontos internos e

Leia mais

Legislação aplicada às comunicações

Legislação aplicada às comunicações Legislação aplicada às comunicações Fundamentos de competição Carlos Baigorri Brasília, março de 2015 Objetivo Conhecer os principais conceitos envolvidos na regulação econômica: Oferta e demanda Teoremas

Leia mais

Banco do Brasil + BaCen

Banco do Brasil + BaCen 1. TAXA Taxa [ i ] é um valor numérico de referência, informado por uma das notações: Forma percentual, p.ex. 1%. Forma unitária, p.ex. 0,01 Forma fracionária centesimal, p.ex. 1/100. Ambos representam

Leia mais

função de produção côncava. 1 É importante lembrar que este resultado é condicional ao fato das empresas apresentarem uma

função de produção côncava. 1 É importante lembrar que este resultado é condicional ao fato das empresas apresentarem uma 90 6. CONCLUSÃO Segundo a teoria microecônomica tradicional, se as pequenas empresas brasileiras são tomadores de preços, atuam nos mesmos mercados e possuem a mesma função de produção, elas deveriam obter

Leia mais

ELABORAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS AULA 01: CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS A PROJETOS TÓPICO 04: NECESSIDADE DE UMA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA 1.14 NECESSIDADE DE UMA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

Leia mais

Transcrição Teleconferência Resultados 3T07 Trisul 14 de Novembro de 2007

Transcrição Teleconferência Resultados 3T07 Trisul 14 de Novembro de 2007 Boa tarde, senhoras e senhores. Sejam bem-vindos à teleconferência dos resultados referentes ao 3T07 da. Hoje nós temos a presença do Sr. Jorge Cury Neto, Diretor Presidente, Sr. Marco Antonio Cattini

Leia mais

Unidade II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS. Prof. Rubens Pardini

Unidade II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS. Prof. Rubens Pardini Unidade II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Prof. Rubens Pardini Conteúdo programático Unidade I Avaliação de empresas metodologias simples Unidade II Avaliação de empresas metodologias aplicadas Unidade III Avaliação

Leia mais

Fundamentos Decifrados de Contabilidade

Fundamentos Decifrados de Contabilidade 1 Resultado... 1 1.1 Receitas... 1 1.2 Despesas... 3 1.3 Ajustes... 6 2 Os conceitos de capital e de manutenção do capital... 7 1 Resultado O resultado é a medida mais utilizada para aferir a performance

Leia mais

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO! O que é diferimento?! Casos que permitem a postergação do imposto.! Diferimento da despesa do I.R.! Mudança da Alíquota ou da Legislação. Autores: Francisco

Leia mais

Documentação Técnica Box de Duas Pontas

Documentação Técnica Box de Duas Pontas Documentação Técnica Box de Duas Pontas Ref.: CETIP-RANGER-DT-0001/2006 maio de 2006 1. INTRODUÇÃO...3 2. REGISTRO...3 2.1. ANÁLISE DAS OPÇÕES ISOLADAMENTE (PARA A CALL E PARA A PUT)...3 2.1.1. ETAPAS...3

Leia mais

ANÁLISE E APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ APLICADOS AS EMPRESAS EM GERAL COM BASE EM SEUS EMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

ANÁLISE E APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ APLICADOS AS EMPRESAS EM GERAL COM BASE EM SEUS EMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ANÁLISE E APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ APLICADOS AS EMPRESAS EM GERAL COM BASE EM SEUS EMONSTRATIVOS CONTÁBEIS PAULO NAZARENO CARDOSO DA SILVA GRADUANDO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS UNIVERSIDADE

Leia mais

Distribuição de probabilidades

Distribuição de probabilidades Luiz Carlos Terra Para que você possa compreender a parte da estatística que trata de estimação de valores, é necessário que tenha uma boa noção sobre o conceito de distribuição de probabilidades e curva

Leia mais

Taxa básica de juros e a poupança

Taxa básica de juros e a poupança UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, SECRETARIADO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO Análise de Investimentos Prof. Isidro LEITURA COMPLEMENTAR # 2 Taxa

Leia mais

AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008

AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008 AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008 Senhor acionista e demais interessados: Apresentamos o Relatório da Administração e as informações

Leia mais

Estatística II Antonio Roque Aula 9. Testes de Hipóteses

Estatística II Antonio Roque Aula 9. Testes de Hipóteses Testes de Hipóteses Os problemas de inferência estatística tratados nas aulas anteriores podem ser enfocados de um ponto de vista um pouco diferente: ao invés de se construir intervalos de confiança para

Leia mais

HOLDCO PARTICIPAÇÕES LTDA. Laudo de Avaliação de Patrimônio Líquido Valor Contábil

HOLDCO PARTICIPAÇÕES LTDA. Laudo de Avaliação de Patrimônio Líquido Valor Contábil Laudo de Avaliação de Patrimônio Líquido Valor Contábil Data de Emissão: 10 de Dezembro de 2009 2 LAUDO DE AVALIAÇÃO DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO A ACAL CONSULTORIA E AUDITORIA S/S, empresa especializada em avaliações,

Leia mais

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras Batizada pelos médicos de diabetes mellitus, a doença ocorre quando há um aumento do açúcar no sangue. Dependendo dos motivos desse disparo, pode ser de dois tipos.

Leia mais

AULAS 14, 15 E 16 Análise de Regressão Múltipla: Problemas Adicionais

AULAS 14, 15 E 16 Análise de Regressão Múltipla: Problemas Adicionais 1 AULAS 14, 15 E 16 Análise de Regressão Múltipla: Problemas Adicionais Ernesto F. L. Amaral 20 e 22 de abril e 04 de maio de 2010 Métodos Quantitativos de Avaliação de Políticas Públicas (DCP 030D) Fonte:

Leia mais

Disponibilizo a íntegra das 8 questões elaboradas para o Simulado, no qual foram aproveitadas 4 questões, com as respectivas resoluções comentadas.

Disponibilizo a íntegra das 8 questões elaboradas para o Simulado, no qual foram aproveitadas 4 questões, com as respectivas resoluções comentadas. Disponibilizo a íntegra das 8 questões elaboradas para o Simulado, no qual foram aproveitadas questões, com as respectivas resoluções comentadas. Amigos, para responder às questões deste Simulado, vamos

Leia mais

PED ABC Novembro 2015

PED ABC Novembro 2015 PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC 1 Novembro 2015 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO DO ABC Diferenciais de inserção de negros e não negros no mercado de trabalho em 2013-2014 Dia

Leia mais

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS DEZEMBRO 20 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Análise macroeconômica... 6 3. Análise do setor de seguros 3.1. Receita

Leia mais

Os altos juros pagos pelo Estado brasileiro

Os altos juros pagos pelo Estado brasileiro Boletim Econômico Edição nº 91 dezembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Os altos juros pagos pelo Estado brasileiro Neste ano de 2014, que ainda não terminou o Governo

Leia mais

Mercados financeiros CAPÍTULO 4. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Mercados financeiros CAPÍTULO 4. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Mercados Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 4 4.1 Demanda por moeda O Fed (apelido do Federal Reserve Bank) é o Banco Central dos Estados Unidos. A moeda, que você pode usar para transações,

Leia mais

Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro

Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro As contas externas do país registraram a seqüência de cinco anos de superávits em transações correntes entre 2003 e 2007, proporcionando a ocorrência de

Leia mais

Energia Elétrica: Previsão da Carga dos Sistemas Interligados 2 a Revisão Quadrimestral de 2004

Energia Elétrica: Previsão da Carga dos Sistemas Interligados 2 a Revisão Quadrimestral de 2004 Energia Elétrica: Previsão da Carga dos Sistemas Interligados 2 a Revisão Quadrimestral de 2004 Período 2004/2008 INFORME TÉCNICO PREPARADO POR: Departamento de Estudos Energéticos e Mercado, da Eletrobrás

Leia mais

Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016

Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016 Projeções para a Economia Portuguesa: 2014-2016 1 Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016 As projeções para a economia portuguesa apontam para uma recuperação gradual da atividade ao longo do horizonte.

Leia mais

PROJETO INDICADORES PARA NORMAS TÉCNICAS Desenvolvido pela Secretaria do CB-10, em agosto de 2006.

PROJETO INDICADORES PARA NORMAS TÉCNICAS Desenvolvido pela Secretaria do CB-10, em agosto de 2006. PROJETO INDICADORES PARA NORMAS TÉCNICAS Desenvolvido pela Secretaria do CB-10, em agosto de 2006. I) INDICADORES PARA AVALIAR A QUALIDADE DA COLETÂNEA NACIONAL EM RELAÇAO A COLETÃNEA INTERNACIONAL Com

Leia mais

1. Quais são os casos em que determinada importação estará sujeita a contingenciamento?

1. Quais são os casos em que determinada importação estará sujeita a contingenciamento? 1. Quais são os casos em que determinada importação estará sujeita a contingenciamento? 2. Quais são as características das Cotas Tarifárias concedidas sob os Acordos no âmbito 3. Quais são as características

Leia mais

Ciências Econômicas 28/10/2015. Marcado Financeiro e de Capitais (Aula-2015/10.30) Prof. Johnny 1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS

Ciências Econômicas 28/10/2015. Marcado Financeiro e de Capitais (Aula-2015/10.30) Prof. Johnny 1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Ciências Econômicas Análise Fundamentalista Professor : Johnny Luiz Grando Johnny@unochapeco.edu.br Pode-se conceituar a análise fundamentalista como o estudo

Leia mais

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em geral as estatísticas sobre a economia brasileira nesse início de ano não têm sido animadoras

Leia mais

Workshop sobre Empreendedorismo

Workshop sobre Empreendedorismo Workshop sobre Empreendedorismo Vasco Pinto 11 e 12/ Dez/ 2012 O que é o Empreendedorismo? O que é ser Empreendedor? Principais Características de um Empreendedor Diferenças entre Empreendedor e Empresário

Leia mais

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional Brasília, 18 de setembro de 2013. Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional Exmas. Sras. Senadoras e Deputadas

Leia mais

A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações econômicas.

A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações econômicas. Módulo 14 O Mercado Monetário 14.1. A Moeda A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações econômicas. Moeda é um ativo com o qual as pessoas compram e vendem

Leia mais

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN 9788502065901

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN 9788502065901 Contas 2.1. Conceito Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Você poderá responder: Uma operação aritmética de soma, subtração, multiplicação ou divisão; A conta de água e esgoto,

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007

Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007 Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007 A BOLHA DO MERCADO IMOBILIÁRIO NORTE-AMERICANO FLUXOS E REFLUXOS DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO Prof. Dr. Sérgio Alfredo Rosa da Silva

Leia mais

Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico

Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico Preços de Commodities e Nível de Atividade no Espírito Santo: Um Estudo Econométrico Matheus Albergaria de Magalhães Coordenador de Estudos Econômicos Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) Instituto

Leia mais

Conjuntura Dezembro. Boletim de

Conjuntura Dezembro. Boletim de Dezembro de 2014 PIB de serviços avança em 2014, mas crise industrial derruba taxa de crescimento econômico Mais um ano de crescimento fraco O crescimento do PIB brasileiro nos primeiros nove meses do

Leia mais

Terminologias Introdutórias de Custo: Uma Pesquisa Exploratória Na Universidade Federal de Pernambuco Nos Cursos de Ciências Contábeis e Administração

Terminologias Introdutórias de Custo: Uma Pesquisa Exploratória Na Universidade Federal de Pernambuco Nos Cursos de Ciências Contábeis e Administração Terminologias Introdutórias de Custo: Uma Pesquisa Exploratória Na Universidade Federal de Pernambuco Nos Cursos de Ciências Contábeis e Administração Christianne Calado Vieira de Melo Lopes Julie Nathalie

Leia mais

DÓLAR FUTURO X DÓLAR PRONTO NO FUTURO: EVIDÊNCIA EMPÍRICA PÓS-PLANO REAL. Autoria: Maurício Barreto Campos e Adonírio Panzieri Filho

DÓLAR FUTURO X DÓLAR PRONTO NO FUTURO: EVIDÊNCIA EMPÍRICA PÓS-PLANO REAL. Autoria: Maurício Barreto Campos e Adonírio Panzieri Filho DÓLAR FUTURO X DÓLAR PRONTO NO FUTURO: EVIDÊNCIA EMPÍRICA PÓS-PLANO REAL. Autoria: Maurício Barreto Campos e Adonírio Panzieri Filho RESUMO Este artigo relata uma pesquisa empírica de teste e quantificação

Leia mais