Resoluções comentadas de Raciocínio Lógico e Estatística SEFAZ - Analista em Finanças Públicas Prova realizada em 04/12/2011 pelo CEPERJ

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1 Resoluções comentadas de Raciocínio Lógico e Estatística SEFAZ - Analista em Finanças Públicas Prova realizada em 04/1/011 pelo CEPERJ 59. O cartão de crédito que João utiliza cobra 10% de juros ao mês, e a conta vence no dia 15 de cada mês. No dia 15 de agosto, a dívida de João com o cartão de crédito era de R$1500,00, e nada foi pago nessa data. No dia 15 de setembro, João pagou R$750,00, e no dia 15 de outubro pagou mais R$750,00. Se nesse período ele não fez novas compras, João ainda ficou devendo ao cartão a quantia de: A) R$150,00 B) R$180,00 C) R$10,00 D) R$40,00 E) R$300,00 O Saldo Devedor de cada mês será dado por: Saldo Devedor do mês anterior + Juros Amortização (valor do pagamento). Como os Juros são de 10% ao mês, basta calcular 1/10 do Saldo Devedor do mês anterior. Podemos fazer uma tabela de amortizações: Mês Juros Amortização Saldo Devedor Agosto R$0,00 R$0,00 R$1.500,00 Setembro R$150,00 R$750,00 R$900,00 Outubro R$90,00 R$750,00 R$40,00 Gabarito: Letra D. 60. Os professores de uma escola combinaram almoçar juntos após a reunião geral do sábado seguinte pela manhã, e o transporte até o restaurante seria feito pelos automóveis de alguns professores que estavam no estacionamento da escola. Terminada a reunião, constatou-se que: Com 5 pessoas em cada carro, todos os professores podem ser transportados e carros podem permanecer no estacionamento. Se professores que não possuem carro desistirem, todos os carros podem transportar os professores restantes, com 4 pessoas em cada carro. O número total de professores na reunião era: A) 40 B) 45 C) 50 D) 55 E) 60 Vamos denominar o número de professores por P e o número de carros por C. Para a primeira informação dada no enunciado, teremos a seguinte equação: P = C ou P = 5C T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 1

2 Para a segunda informação dada no enunciado, teremos a seguinte equação: P = 4C ou P = 4C +. Podemos estabelecer a igualdade entre as duas equações de P, logo: 5C 10 = 4C + 5C 4C = + 10 C = 1. Para encontrar o número de professores, basta substituir C por 1 em qualquer uma das duas equações. Portanto: P = (5 1) 10 = = 50 ou P = (4 1) + = 48 + = 50. Gabarito: Letra C. 61. As pessoas A, B e C são da mesma família. Examinando um álbum de fotos da família, verificou-se que: Toda foto em que A aparece, B também aparece. Toda foto em que C aparece, B não aparece. É correto concluir que: A) Se A aparece em uma foto, então C não aparece nessa foto. B) Se C não aparece em uma foto, então A aparece nessa foto. C) Se C não aparece em uma foto, então A também não aparece nessa foto. D) Se B aparece um uma foto, então A aparece, e C não aparece nessa foto. E) Se B não aparece em uma foto, então C aparece, e A não aparece nessa foto. Relembrando que, para um argumento lógico ser VÁLIDO, a conclusão terá de ser necessariamente VERDADEIRA sempre que as premissas forem verdadeiras. Fazendo um diagrama para a primeira premissa, vemos que todo A será B, mas nem todo B será A, ou seja, poderá haver fotos apenas com B, mas nunca somente com A pois conforme a primeira premissa, quando A aparece, B também aparece. A B Fazendo agora o diagrama da segunda premissa para analisar juntamente com o diagrama da primeira premissa: A B C Como B não aparece nas fotos em que C aparece, jamais teremos A e C juntos na mesma foto. Então uma conclusão necessariamente verdadeira é a da 1ª opção de resposta: Se A aparece em uma foto, então C não aparece nessa foto. T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página

3 Analisando as demais opções de resposta, vemos que: A ª opção de resposta não é necessariamente verdadeira, pois caso C não apareça na foto, A poderá aparecer ou não; Idem para a 3ª opção de resposta. A 4ª opção de resposta também não é necessariamente verdadeira, pois quando B aparece na foto, A pode aparecer ou não. Conforme explicação inicial para a primeira premissa, B tanto pode estar acompanhado de A como poderá estar sozinho. A 5ª opção de resposta também não é necessariamente verdadeira, pois se B não aparece na foto, C pode aparecer ou não. Gabarito: Letra A. 6. Uma prova tem três partes, cada uma com 4 questões. Cada questão respondida corretamente vale 1 ponto; questão respondida erradamente não vale nada; e não há pontuações intermediárias. Para ser classificado, um candidato deve responder corretamente a pelo menos questões de cada parte. Um candidato classificado fez 7 pontos. O número de maneiras diferentes de ter obtido essa pontuação é: A) 36 B) 7 C) 144 D) 16 E) 43 A prova tem 3 partes e o enunciado diz que: o candidato deve responder corretamente a pelo menos questões de cada parte. Diz ainda que: o candidato classificado fez 7 pontos. Então podemos ter 3 formas para o número de acertos de cada parte: 1ª parte ª parte 3ª parte Total 3 acertos acertos acertos = 7 pontos; ou acertos 3 acertos acertos = 7 pontos; ou acertos acertos 3 acertos = 7 pontos. Mas como são 4 questões, o número de ARRANJOS possíveis para ter 3 acertos em 4 questões será dado por: A 4,3 = 4; Para acertos em 4 questões será: A 4, = 6. Assim, os 7 pontos (sendo 3 numa parte, em outra e em outra), podem ser obtidos pela multiplicação de: A 4,3 A 4, A 4, = = 144. Mas, como são 3 formas possíveis de obter esse resultado de 7 pontos, multiplicaremos por 3 para obter: = 43. Gabarito: Letra E. T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 3

4 63. Comemora-se no dia de abril o Descobrimento do Brasil e, 138 dias depois, a Independência do Brasil, em 7 de setembro. Certo ano, a data do descobrimento do Brasil caiu em um domingo. Nesse ano, a data comemorativa da Independência caiu na: A) segunda-feira B) terça-feira C) quarta-feira D) quinta-feira E) sexta-feira Como são 7 os dias da semana, se o número de dias decorridos for exatamente divisível por 7 (resto da divisão = zero) é porque trata-se do mesmo dia da semana. Se o resto da divisão por 7 for igual a 1, trata-se do dia seguinte. Se o resto for igual a, será o º dia após o dia inicial, e assim por diante. Já podemos raciocinar que: Quando o resto da divisão por 7 é: O dia da semana será: Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dividindo 138 por 7, teremos quociente 19 e resto 5. Portanto o dia da semana corresponderá a uma sexta-feira. Gabarito: Letra E. 64. Um fazendeiro disse: A quantidade de ração que tenho era suficiente para alimentar minhas 500 galinhas por 36 dias, porém, ontem, vendi 100 galinhas. Assim, a quantidade de ração que o fazendeiro tem será suficiente para alimentar as galinhas restantes por: A) 8 dias B) 40 dias C) 4 dias D) 45 dias E) 48 dias Trata-se de uma Regra de Três Simples. Para 500 galinhas a ração dura 36 dias e para 400 galinhas (100 a menos), dura X dias. Relacionando as grandezas fica: Galinhas Dias X As grandezas são inversamente proporcionais, pois se o número de galinhas diminuir, o número de dias de duração da ração aumentará (só esse raciocínio já eliminaria a opção da letra a). Então, invertendo os valores conhecidos da grandeza número de galinhas e aplicando o Processo da Cruz (ver livro Matemática Básica para Concursos, da Editora Ferreira), para descobrir o valor de X, fica: Galinhas Dias X T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 4

5 Para descobrir o valor de X, basta fazer: X = X = 45 dias. 400 Gabarito: Letra D. produto dos números riscados X = e assim obter: produto dos números não riscados 65. Rosa e Margarida são primas, moram juntas e já estão bem avançadas em idade. Margarida tem o hábito de mentir em tudo o que diz nas segundas, quartas e sextas-feiras, mas diz a verdade nos outros dias da semana. Certo dia, ocorreu o seguinte diálogo entre elas: Rosa: Que dia é hoje? Margarida: Quarta-feira. Rosa: Que dia foi ontem? Margarida: Quinta-feira. O dia da semana em que esse diálogo ocorreu foi: A) domingo B) segunda-feira C) quinta-feira D) sexta-feira E) sábado Façamos uma tabela, de acordo com o enunciado, colocando F (falso) para os dias da semana em que Margarida mente e V (verdadeiro) para os dias em que fala a verdade. Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo F V F V F V V Analisando a resposta de Margarida para primeira pergunta de Rosa, vemos que essa resposta não pode ter sido dada numa Terça, numa Quinta, num Sábado ou num Domingo, pois nestes dias ela só fala a Verdade (V). Então já eliminaríamos essas possibilidades colocando um X logo abaixo destes dias: Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Perguntas F V F V F V V 1ª X X X X Analisando agora para os dias em que mente, ou seja, a sua resposta é falsa (F), vemos que essa resposta não poderia ter sido dada numa Quarta-feira, pois neste dia ela mente e essa resposta seria verdadeira. Então só pode ter sido numa Segunda ou numa Sexta. Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Perguntas F V F V F V V 1ª X X X X X Analisando agora a resposta de Margarida para segunda pergunta de Rosa, apenas para os únicos dias em que há possibilidades de ter acontecido ( ), eliminaremos a Sexta-feira, pois neste dia ela mente e essa resposta seria verdadeira. Assim, a tabela fica: Perguntas Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo F V F V F V V 1ª X X X X X ª X X X X X X Gabarito: Letra B. T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 5

6 66. Uma variável aleatória discreta apresenta a distribuição de probabilidades da tabela abaixo, em que um dos valores que assume foi substituído por, e uma das probabilidades foi substituída por. X P(X) 0,30 4 0,15 0, ,10 Sabendo-se que a esperança dessa distribuição é igual a 6,30, o valor correspondente a e a probabilidade correspondente a serão, respectivamente: A) 5 e 0,15 B) 6 e 0,5 C) 7 e 0,5 D) 8 e 0,5 E) 9 e 0,15 Não é difícil encontrar o valor correspondente a. Basta saber que o somatório das probabilidades tem que ser igual a 1 e, portanto, só pode ser igual a 0,5, que é o quanto falta para que o somatório de P(X) seja igual a 1. Sabendo que a esperança de uma distribuição de probabilidades de uma variável aleatória discreta é dada por: E[X] = X P(X), podemos criar na tabela mais uma coluna para esse produto. Temos também a importante informação, dada no enunciado, que a esperança é igual a 6,30. Assim: X P(X) X P(X) 0,30 0,60 4 0,15 0,60 0,0 0,0 10 0,5,50 1 0,10 1,0 Σ 1,00 6,30 Temos então que: 0,60 + 0,60 + 0,0 +,50 + 1,0 = 6,30 0,0 = 6,30 4,90 0,0 = 1,40 = 7. Gabarito: Letra C. 67. Os pesos brutos das latas de certo produto alimentício distribuem-se segundo uma curva simétrica unimodal. Dessa distribuição, sabe-se também que: I. A variância é de 5.65 gramas ; II. O primeiro quartil é igual a 485 gramas; III. O coeficiente de variação é de 15% Com base nas informações I, II e III podemos afirmar que o terceiro quartil da distribuição será igual a: A) 485 gramas B) 500 gramas C) 515 gramas D) 530 gramas E) 560 gramas T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 6

7 Do item I obtemos o desvio padrão (σ) = = 75 gramas Do item III obtemos a média, pois: CV = σ X σ X =. Logo: CV 75 X = X = 500 gramas. 0,15 Como a distribuição é simétrica e unimodal, a distância (ou amplitude) entre o 1º Quartil (485) e a média (500) será a mesma entre a média e o 3º Quartil. Assim, basta somar à média a diferença entre a média e o 1º Quartil, que será de: = 15. Portanto: 3º Quartil = = 515 gramas. Gabarito: Letra C. 68. Um conjunto numérico é constituído de elementos cuja composição é: metade destes elementos são iguais a /α e os outros elementos restantes são iguais a /β, sendo α e β constantes maiores do que zero. Assim, a média aritmética desse conjunto é igual a: A) α + β B) α + β C) 4α + 4β 4α + 4β D) α β E) α + β α β Se α e β são constantes, então /α e /β também serão constantes. E, pelas propriedades da média, a média de uma constante é a própria constante. Para encontrar a média do conjunto, basta somar as duas constantes e dividir por. Assim: + α β X = β + α X = α β ( α + β) ( β + α) 1 X =. α β Simplificando, fica: X =. Fórmula válida para qualquer número n (par) de elementos do α β conjunto e qualquer α e β positivos. Gabarito: Letra E. 69. O número mínimo de vezes que uma moeda honesta (não viciada), com faces cara e coroa, deve ser lançada para que a probabilidade de aparecer a face cara pelo menos uma vez, seja maior do que 95% é igual a: A) 4 vezes B) 5 vezes C) 6 vezes D) 7 vezes E) 8 vezes T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 7

8 Denominando a face cara por K e considerando que, se a moeda é honesta, a probabilidade de ocorrer cara em um lançamento é igual à probabilidade de ocorrer coroa (igual a 0,50 ou 1/). Queremos que P(K 1) > 0,95, ou seja, a probabilidade da face cara acontecer 1 ou mais vezes em n lançamentos seja maior do que 95%. Essa probabilidade equivale a: 1 P(K = 0). Então, queremos: 1 P(K = 0) > 0,95. n x n x Usando a fórmula da Distribuição Binomial, dada por P(K = x) = p q para x = 0, fica: x 0 n 0 n P(K = 0) = 0, no que resulta n Portanto: 1 > 0, 95 1 n > 0, 05. P(K n = 0) =. n Multiplicando por 1 ambos os lados e invertendo a desigualdade fica: < 0, 05. Se n =, Se n = 3, = 3 = = 0,5. É maior do que 0,05 (NÃO SERVE); = 0,15. É maior do que 0,05 (NÃO SERVE); Se n = 4, 4 = 1 16 = 0,065. É maior do que 0,05 (NÃO SERVE); 5 Se n = 5, = 1 3 = 0,0315. É MENOR do que 0,05 (SERVE). Veja que n=6, n=7 ou n=8 também atendem, mas o enunciado é claro quando pede o NÚMERO MÍNIMO DE VEZES que a moeda deve ser lançada, para que a probabilidade de ocorrer ao menos uma cara seja maior do que 95%. Não é o número 4 (menor número das opções de resposta) porque com 4 lançamentos essa probabilidade ainda será de 93,75%. Gabarito: Letra B. 70. Um colégio irá oferecer, no ano seguinte, bolsa de estudo integral para 4% dos alunos que obtiverem as melhores notas finais na ª série do Ensino Médio. Sabendo que as notas dos alunos dessa turma tem distribuição normal com média igual a 64 e variância de 56, e que P(0 < z < 1,75) = 0,46, onde z é a variável normal padronizada, a nota final mínima que um aluno deverá ter para fazer jus à bolsa de estudos integral será de: A) 9 B) 90 C) 85 D) 80 E) 78 Até o ponto de abscissa em z = 0 (correspondente à média 64) teremos, debaixo da curva da Normal Padrão, 50% da distribuição. E no ponto de abscissa em z=1,75, mais 46%, o que totalizará 96%. O valor X correspondente a z=1,75, delimitará a fronteira para os 4% superiores. T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 8

9 Então, basta substituir os dados do enunciado na fórmula de padronização, dada por: z = X μ, σ onde z é a abscissa da tabela normal padronizada, σ é o desvio padrão, μ é a média e X é o valor procurado que resultará numa abscissa em z=1,75. Lembrando que uma variância de 56 equivale a um desvio padrão de 16 ( 56 = 16 ), faremos: X = (1,75 16) + 64 X = X = 9. Gabarito: Letra A. X 64 1,75 =. Logo: Uma população normalmente distribuída tem desvio padrão igual a 5. Utilizando um nível de confiança de 95% para estimar a média μ dessa população, e considerando que P( 1,96<z<1,96) = 0,95, o tamanho mínimo de uma amostra aleatória simples para que o erro da estimativa não ultrapasse a 0,10 será de: A) B) C) 6.74 D) E).401 σ Queremos que o erro (ε) não ultrapasse a 0,10. E o erro ε é dado por: ε = z. n σ Podemos transformar para = z z σ n, ou ainda: n =. Substituindo, de acordo com as ε ε 1,96 5 informações do enunciado, fica: n = n 0,10 Gabarito: Letra A. 9,80 0,10 = ( 98) n = n = Um revendedor de automóveis usados fez um estudo dos preços de venda dos veículos (Y) em função dos seus quilômetros rodados (X), obtendo a equação: Ŷ = α 0,5X. Se a média obtida para os preços de venda é de R$ e a média das quilometragens é de Kms, o valor do intercepto α será de: A) 18.5 B) C) D) E) Aplicando, na equação de regressão, as propriedades da média, teremos: Y = α 0,5X. Substituindo, de acordo com as informações do enunciado, fica: = α (0, ) = α α = α = Gabarito: Letra D. T37_SEFAZ_AFP-011.doc Pedro Bello Página 9