UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA UNIVERSIDADE DO PORTO

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1 UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA UNIVERSIDADE DO PORTO DORMÊNCIA E AFINIDADE CLONE vs PORTA-ENXERTO NA CASTA CABERNET SAUVIGNON EM CLIMA TROPICAL SEMI-ÁRIDO - VALE DO SÃO FRANCISCO, NORDESTE DO BRASIL - FRANCISCO MACÊDO DE AMORIM ORIENTADOR: Prof. Doutor Rogério Albino Neves de Castro CO-ORIENTADORES: Prof. Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva; Eng. Amândio José Eleutério da Cruz Doutor Giuliano Elias Pereira JÚRI: PRESIDENTE Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva, Professor Associado do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa VOGAIS: - Doutor Rogério Albino Neves de Castro, Professor Catedrático do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa; - Doutor João Manuel Mota Barroso, Professor Associado da Universidade de Évora. MESTRADO EM VITICULTURA E ENOLOGIA LISBOA 2008

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3 UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA UNIVERSIDADE DO PORTO DORMÊNCIA E AFINIDADE CLONE vs PORTA-ENXERTO NA CASTA CABERNET SAUVIGNON EM CLIMA TROPICAL SEMI-ÁRIDO - VALE DO SÃO FRANCISCO, NORDESTE DO BRASIL - FRANCISCO MACÊDO DE AMORIM ORIENTADOR: Prof. Doutor Rogério Albino Neves de Castro CO-ORIENTADORES: Prof. Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva; Eng. Amândio José Eleutério da Cruz Doutor Giuliano Elias Pereira JÚRI: PRESIDENTE Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva, Professor Associado do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa VOGAIS: - Doutor Rogério Albino Neves de Castro, Professor Catedrático do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa; - Doutor João Manuel Mota Barroso, Professor Associado da Universidade de Évora. MESTRADO EM VITICULTURA E ENOLOGIA LISBOA 2008 Dissertação apresentada no Instituto Superior de Agronomia para obtenção do grau de Mestre

4 Dedico essa conquista: A Deus, pela saúde e coragem para superar as dificuldades; À minha filha Letícia, motivação maior da minha busca pelo progresso profissional; À minha mãe Avaní, sempre incentivadora da continuidade dos estudos; Ao meu guerreiro e vitorioso pai (in memorian); Ao vinho do Vale do São Francisco, pela constante melhoria, reconhecimento e promoção, meus objectivos principais para a realização profissional;

5 AGRADECIMENTOS - Ao Dr. Gualberto, pelo apoio e incentivo durante todo o processo, através do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf); - Ao Dr. Umberto Camargo, pela fundamental orientação nos primeiros passos da viticultura; - Ao Técnico Agrícola Cícero, pelo forte apoio, presente sempre que necessário; - Ao grupo Vinibrasil, pela concessão das áreas destinadas aos ensaios de campo e apoio laboratorial; - À Embrapa Semi-Árido e seus representantes, pelas colaborações durante a execução dos ensaios; - Ao orientador Prof. Rogério de Castro, pelos incentivos ao esforço contínuo para a persistência na condução deste trabalho; - Ao co-orientador Prof. Jorge Ricardo, pela atenção e colaboração desde o princípio; - Ao co-orientador Engº Amândio, pelo apoio intensivo e disponibilidade efectiva; - Ao co-orientador externo Dr. Giuliano, pelo incentivo à concretização das actividades; - Aos colaboradores Luís (Embrapa), D. Maria Júlia e D. Graziela (DAIAT - ISA); - A todos que contribuíram, directa ou indirectamente, com a concretização deste;

6 Resumo Na região tropical semi-árida do Vale do São Francisco a vitivinicultura é uma actividade relativamente recente, existindo poucos estudos sobre uvas para vinho. Com a casta Cabernet Sauvignon, realizaram-se dois estudos diferentes: dosagens e modalidades de aplicação de Dormex para quebra de dormência dos olhos, e afinidade clone/porta-enxerto, em 2007, na Vitivinícola Santa Maria, Pernambuco, Brasil. No ensaio com Dormex comparou-se aplicações de 10, 5 e 2%, em pulverização e com rolo, com uma modalidade testemunha. Registaram-se diferenças significativas no rendimento, peso médio do cacho, número de cachos por cepa, percentagem de abrolhamento e índices de fertilidade potencial e prático. Na qualidade verificaram-se diferenças no álcool provável e acidez total. Na prova de vinhos destacou-se, na apreciação global, o tratamento de menor dosagem e custo de aplicação. Menores doses do produto, aplicado em rolo, implicaram uma redução de custo, com melhor qualidade e maior produção. No outro ensaio testaram-se cinco clones, enxertados em seis porta-enxertos. Registaram-se diferenças significativas no rendimento, peso médio do cacho, número de cachos, percentagem de abrolhamento e índices de fertilidade potencial e prático, somente na variável porta-enxerto. À vindima, verificou-se diferenças significativas na acidez total e ph, somente na variável clone, com respectivas diferenças prova organolépticas. Palavras-chave: clone, porta-enxerto, Cabernet Sauvignon, São Francisco

7 Dormancy and clone vs rootstock affinity in Cabernet Sauvignon grape variety, halfbarren tropical climate - San Francisco valley, northeast of Brazil. Abstract In tropical semi-arid region of San Francisco Valley (Brazil), viticulture is a recent activity with low studies about wine grapes. With Cabernet Sauvignon grape variety, two different studies were made: application of Dormex (different doses and application technique), and clone vs rootstock affinity, in 2007, in Vitivinícola Santa Maria, Pernambuco, Brazil. In first trial 10, 5 and 2% Dormex applications were compared with a control modality. Significant differences in yield, bunch height, bunch number/vine, bud burst percent, and potential and practice fertility were registered. In quality, significant differences were obtained in alcoholic degree and total acidity. In wine tasting, wines from low doses and low cost of Dormex application were preferred. Lower production costs were registered with small doses and manual application. In the other trial, five clones of Cabernet Sauvignon with six rootstocks were tested. Significant differences were registered in yield, bunch height, bunch and buds number, bud burst percent, and potential and practice fertility, only in the rootstock variable. In total acidity and ph, significant differences were obtained, only in respect to clone. Same results were registered in wine tasting. Key-words: clone, rootstock, Cabernet Sauvignon, San Francisco

8 ÍNDICE Pag. I - INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS 1 II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 1 A Vitivinicultura em Clima Tropical Semi-Árido 3 2 Factores da Produção Vitícola Aspectos da Fisiologia do Abrolhamento Cianamida Hidrogenada 8 3 Ecologia Vitícola A Casta O Clone O Porta-enxerto 16 4 Sistemas de Condução Lys Monoplano Ascendente 23 III - MATERIAL E MÉTODOS 24 5 Localização das Parcelas Experimentais 24 6 Classificação Climática 24 7 Material Vegetal Casta Clone Porta-enxerto 26 8 Ensaio Quebra de Dormência Descrição da Parcela Experimental Delineamento Experimental 29 9 Ensaio Afinidade Clone vs Porta-enxerto Descrição da Parcela Experimental Delineamento Experimental Metodologias Poda e Aplicação de Dormex Estados Fenológicos Abrolhamento e Fertilidade Caracterização da Estrutura do Coberto Vegetal Área Foliar Evolução da Maturação Rendimento à Vindima 36

9 10.7 Vinificação Análise dos Vinhos Análise Estatística dos Dados 41 IV RESULTADOS E DISCUSSÃO Climatograma e Evolução do Ciclo Fenológico Ensaio 1 Quebra de Dormência Eficiência e Custo da Aplicação Abrolhamento e Fertilidade Área Foliar Rendimento Evolução da Maturação e Qualidade à Vindima Qualidade do Mosto e Evolução durante Vinificação Análises Físico-químicas e Sensorial dos Vinhos Ensaio 2 Afinidade Clone vs Porta-enxerto Abrolhamento e Fertilidade Área Foliar Rendimento Evolução da Maturação e Qualidade à Vindima Qualidade do Mosto e Evolução durante Vinificação Análises Físico-químicas e Sensorial dos Vinhos 75 V CONCLUSÕES 80 VI REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 82

10 ÍNDICE DE FIGURAS Pag. Figura 1 Factores do ecosistema vitícola. 11 Figura 2 Genealogia dos diferentes porta-enxertos. 17 Figura 3 Representação esquemática do sistema de condução LYS. 21 Figura 4 Flor de LIS (Iris pseudacorus). 21 Figura 5 Projecção gradativa da localização dos ensaios. 24 Figura 6 Sistema de condução Lys com poda mista em Guyot. 32 Figura 7 Aplicação de Dormex pulverizado, Vale do São Francisco, Figura 8 Aplicação de Dormex em rolo. 32 Figura 9 Sistema de condução Monoplano Ascendente com poda de formação. Figura 10 Aspecto geral da medição da folha maior. 34 Figura 11 Aspecto geral da medição da folha menor. 34 Figura 12 Representação esquemática da face superior do limbo de uma folha de videira: nervura secundária esquerda (L2e) e direita (L2d) medidas para o cálculo da área foliar. Figura 13 Vindima das plantas marcadas, ensaio. 37 Figura 14 Vindima das plantas marcadas, ensaio clone vs porta-enxerto. 37 Figura 15 Aspecto geral da pesagem dos cachos, ensaio Dormex. 37 Figura 16 Aspecto geral da pesagem dos cachos, ensaio clone vs portaenxerto. Figura 17 Arrefecimento das uvas em câmara fria a 20ºC. 39 Figura 18 Processamento das uvas. 39 Figura 19 Tanques em aço inox, capacidade para 200L. 39 Figura 20 Levedura Saccharomyces cerevisiae, var bayanus, tipo PDM. 39 Figura 21 Hidratação das leveduras para inoculação. 39 Figura 22 Adição de mosto às leveduras hidratadas para ambientação. 39 Figura 23 Esgotamento do vinho. 40 Figura 24 Cubas de vidro com capacidade para 22L. 40 Figura 25 Disposição das cubas em ambiente refrigerado, durante fermentação maloláctica. Figura 26 Condições termopluviométricas durante as fases fenológicas do ciclo em avaliação dos ensaios quebra de dormência e afinidade clone vs porta-enxerto, relacionado com a precipitação e temperatura média dos últimos 30 anos. Figura 27 Tempo de aplicação (h.ha -1 ), volume aplicado por produto (L.ha -1 ) e custo total (R$.ha -1 )

11 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Taxa de abrolhamento e Índice de Fertilidade Potencial dos esporões, por ordem de olho, na testemunha e nos tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado sob pulverização. Taxa de abrolhamento e Índice de Fertilidade Potencial dos esporões, por ordem de olho, na testemunha e nos tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado em rolo. Taxa de abrolhamento e Índice de Fertilidade Potencial das varas, por ordem de olho, na testemunha e nos tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado sob pulverização. Taxa de abrolhamento e Índice de Fertilidade Potencial das varas, por ordem de olho, na testemunha e nos tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado em rolo. Média da área foliar dos ramos principais, ramos secundários e total em ensaio composto por tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado em rolo e pulverizado. Efeito do clone na relação entre área foliar principal e secundária em ensaio composto por tratamentos com diferentes dosagens de Dormex aplicado em rolo e pulverizado. Evolução do teor em álcool provável (TAP) e teor de acidez total titulável (ACTOT) durante a maturação das uvas em ensaio com Dormex. Evolução do ph durante a maturação das uvas em ensaio com Dormex. Evolução do peso médio do bago durante a maturação das uvas em ensaio com Dormex. Evolução da massa volúmica e comportamento da temperatura durante a fermentação. Projecção dos atributos segundo as duas componentes principais, ensaio quebra de dormência. Projecção dos tratamentos segundo as duas componentes principais, ensaio quebra de dormência. Figura 40 Efeito do clone na percentagem de abrolhamento. 62 Figura 41 Efeito do porta-enxerto na percentagem de abrolhamento. 63 Figura 42 Média da área foliar dos ramos principais, ramos secundários e total em clones de Cabernet Sauvignon. Figura 43 Efeito do clone na relação entre área foliar principal e secundária. 64 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Média da área foliar dos ramos principais, ramos secundários e total em porta-enxertos. Efeito do porta-enxerto na relação entre área foliar principal e secundária. Efeito da interacção entre clones de Cabernet Sauvignon e portaenxertos no rendimento e teor em álcool provável (TAP) à data da vindima

12 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Evolução do teor em álcool provável (TAP) e teor de acidez total titulável durante a maturação das uvas em clones de Cabernet Sauvignon. Evolução do ph durante a maturação das uvas em clones de Cabernet Sauvignon. Evolução do peso médio do bago durante a maturação das uvas em clones de Cabernet Sauvignon. Evolução da massa volúmica e comportamento da temperatura durante a fermentação. Figura 51 Expressão da análise de componentes principais das características sensoriais dos vinhos obtidos a partir dos clones de Cabernet Sauvignon, submetidos à prova. Figura 52 Expressão da análise de componentes principais das características sensoriais dos vinhos submetidos à prova

13 ÍNDICE DE QUADROS Pag. Quadro 1 Descrição das características dos clones de Cabernet Sauvignon. 26 Quadro 2 Descrição dos tratamentos aplicados e suas respectivas dosagens. Quadro 3 Delineamento experimental do ensaio com Dormex. 30 Quadro 4 Clones e porta-enxertos avaliados. 31 Quadro 5 Delineamento experimental do ensaio clone vs porta-enxerto, Vale do São Francisco, Quadro 6 Métodos utilizados nas análises dos vinhos. 41 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Quadro 10 Influência da quantidade de Dormex e modalidade de aplicação na carga à poda, percentagem de abrolhamento, Índice de Fertilidade Potencial e Índice de Fertilidade Prático dos esporões. Influência da quantidade de Dormex e modalidade de aplicação na carga à poda, percentagem de abrolhamento, Índice de Fertilidade Potencial e Índice de Fertilidade Prático das varas. Influência da quantidade de Dormex e modalidade de aplicação no nº de cachos e produção por cepa, peso médio do cacho e rendimento. Influência da quantidade de Dormex e modalidade de aplicação nos parâmetros analíticos dos bagos à vindima. Quadro 11 Características físico-químicas do mosto à entrada da adega. 54 Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Resultados das análises físico-químicas dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes quantidades de Dormex e modalidade de aplicação. Caracterização da cor dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes quantidades de Dormex e modalidade de aplicação. Caracterização da composição fenólica dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes quantidades de Dormex e modalidade de aplicação. Quadro 15 Valores médios da concentração de antocianinas (g.l -1 ) determinadas por HPLC nos vinhos elaborados a partir do ensaio quebra de dormência. Quadro 16 Valores médios da fracções dos taninos nos vinhos elaborados a partir do ensaio quebra de dormência. Quadro 17 Influência do clone na carga à poda, percentagem de abrolhamento, Índice de Fertilidade Potencial e Índice de Fertilidade Prático. Quadro 18 Quadro 19 Influência do porta-enxerto na carga à poda, percentagem de abrolhamento, Índice de Fertilidade. Influência do clone no nº de cachos e produção por cepa, peso médio do cacho e rendimento

14 Quadro 20 Quadro 21 Quadro 22 Quadro 23 Quadro 24 Quadro 25 Quadro 26 Quadro 27 Quadro 28 Influência do porta-enxerto no nº de cachos e produção por cepa, peso médio do cacho e rendimento. Influência do porta-enxerto nos parâmetros do rendimento dos diversos clones. Influência do clone nos parâmetros analíticos dos bagos à vindima. Influência do porta-enxerto nos parâmetros analíticos dos bagos à vindima. Influência do porta-enxerto sobre os parâmetros analíticos dos bagos dos diversos clones à vindima. Características físico-químicas do mosto à entrada da adega, Vale do São Francisco. Resultados da análise físico-química dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes clones de Cabernet Sauvignon. Caracterização da cor dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes clones de Cabernet Sauvignon. Caracterização da composição fenólica dos vinhos elaborados a partir do ensaio com diferentes clones de Cabernet Sauvignon

15 I INTRODUÇÃO / OBJECTIVOS O cultivo da videira européia teve início na Ásia Menor, considerada região de origem da espécie. Posteriormente, foi extensivamente difundida na Europa e nas Américas (Weaver, 1976). Já no Brasil, os primeiros cultivos existiram a partir de 1532, através de Martim Afonso de Souza, na então capitania de São Vicente, hoje estado de São Paulo. A partir disso, a viticultura expandiu-se para outras regiões do país, sempre com cultivares de Vitis vinifera L. procedentes de Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, França e Estados Unidos da América. A partir da década de 80, usando a tecnologia básica empregada nos vinhedos de uvas de mesa, foram feitos os primeiros plantios comerciais de uvas para vinho no Vale do São Francisco, dando origem aos primeiros vinhos de regiões tropicais produzidos no Brasil. Também neste caso, a possibilidade de programação da colheita e de vinificação ao longo do ano, permitindo, assim, a elaboração de grandes volumes de vinho com pequena estrutura industrial, foi um fator de estímulo (Camargo, 2004). O Vale do Submédio São Francisco, principalmente pela possibilidade de colheita e de vinificação em qualquer época do ano, destaca-se como a principal região vitivinícola de clima tropical do globo. Trata-se de uma região nova, com muitos aspectos a serem conhecidos e/ou melhor compreendidos. Seu próprio potencial vitivinícola está para ser, em grande parte, desvendado (Guerra & Zanuz, 2004). A particularidade de ser o único clima Semi-Árido tropical do mundo, diferentemente de outras áreas de produção vitícola, de clima temperado, destaca a região pelas vantagens de possuir terras irrigáveis e água constante e em abundância, aliadas às condições climáticas com temperaturas elevadas o ano inteiro, alta insolação e baixa umidade relativa. Tudo isso favorece o desenvolvimento dessa viticultura com características tão peculiares e revelam o potencial de dinamização da região, que tem como ícone uma fruticultura irrigada de qualidade internacionalmente reconhecida. Para a viticultura, os principais benefícios das condições climáticas encontradas na região são, a ocorrência de doenças fúngicas reduzida e a possibilidade dos frutos poderem ser colhidos com alto teor de sólidos solúveis durante todo o ano (Albuquerque et al., 1996). Dentre as diversas cultivares de videira utilizadas para elaboração de vinhos na região, insere-se a casta Cabernet Sauvignon, considerada, talvez, a mais difundida e famosa dentre as castas universais do globo. No entanto, pela observação dos dados que caracterizam os vinhos elaborados a partir dessa casta na região, pode-se afirmar que as técnicas aplicadas para produção dessa casta não tem sido suficiente para exprimir o 1

16 potencial qualitativo adequado da mesma. Tudo isso está, necessariamente, ligado ao facto de ser uma região ainda muito jovem nos conhecimentos específicos do sector vitivinícola, com investigações mais intensivas que fazem interface à qualidade do vinho ainda muito recentes, e ainda, com uma certa desvantagem de não poder contar, muitas vezes, com a prática usual do cultivo nas regiões tradicionais de produção, devido às particularidades da características edafoclimáticas regionais. A aplicação de algumas técnicas se torna fundamental para o funcionamento adequado da fisiologia da videira nessa região. É o caso da utilização de compostos químicos capazes de favorecer o abrolhamento, compensando a ausência natural do frio necessário ao desenvolvimento dos órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas. Também a utilização de materiais que melhor respondam às condições edafoclimáticas diferenciadas existentes, é peça fundamental para o sucesso da produção. Na tentativa de potencializar a qualidade intríseca da casta Cabernet Sauvignon, foi idealizado este trabalho, que teve como intuito avaliar as intervenções em área de produção já existente, a partir de clone não identificado, porém difundido pela maioria das empresas da região e, além disso, em ensaio paralelo, avaliar o comportamento de clones de qualidade superior dessa casta, recém-introduzidos, também valorizando sua interacção com diferentes porta-enxertos. 2

17 II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. A Vitivinicultura em Clima Tropical Semi-Árido A viticultura desenvolvida no Vale do Submédio São Francisco possui características climáticas que a distingue do restante das regiões de viticultura tradicional de vinho em todo o mundo (Tonietto & Carbonneau, 1999). A videira foi introduzida no Brasil durante o ano de 1532, trazida do continente europeu por Martim Afonso de Souza, precisamente na Capitania de São Vicente (São Paulo). Somente em 1535 a videira foi introduzida nos estados da Bahia e Pernambuco pela expedição de Duarte Coelho, onde foi inicialmente cultivada, na ilha de Itamaracá. A interiorização da cultura, no entanto, se deu apenas no final do século XIX, quando se estabeleceram as primeiras unidades de produção na região Semi-Árida, muito embora, nessa época, fosse apenas voltada para o pequeno consumo doméstico. Somente a partir de 1950 surgiram os primeiros empreendimentos, porém, a viticultura comercial foi consolidando-se somente a partir da década de 80, estimulada pelos projetos de irrigação e necessidade de diversificação da agricultura (Albuquerque et al., 1987). A bacia hidrográfica do Rio São Francisco tem grande importância para o país não apenas pelo volume de água transportado em uma região Semi-Árida (Polígono das Secas), mas também pelo potencial hídrico passível de aproveitamento e por sua contribuição económica e histórica para a região Nordeste. A bacia do Rio São Francisco possui 58% da área do Polígono além de 270 de seus municípios ali inscritos, muitos destes margeando o rio. Localizado em parte da região, o Polígono das Secas é um território reconhecido pela legislação como sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens, com várias zonas geográficas e diferentes índices de aridez. Situa-se majoritariamente na região Nordeste, porém estende-se até o norte de Minas Gerais (Silva, 2004). A cultura da videira tem distribuição geográfica muito ampla, com as principais áreas de cultivo situadas entre as latitudes de 50 N até 30 S, difundindo-se até em regiões próximas ao Equador (Albuquerque, 2003). As regiões Semi-Áridas do mundo estão distribuídas pelo Chile, México, EUA, Austrália e partes da Ásia. Essas se encontram em zonas temperadas, diferentemente do clima Semi-Árido existente no Brasil que é o único inserido nas zonas intertropicais. A viticultura tropical é definida como aquela praticada em regiões onde não ocorrem temperaturas suficientemente baixas, de modo a interromper o crescimento da videira, 3

18 provocando, portanto, ausência de período de repouso vegetativo (Camargo, 2004). Alguns países têm se destacado nesta produção, incluindo o Brasil, a Índia, a Tailândia e a Venezuela, dentre outros (Tonietto, et al., 2004). Nesse contexto, o qual insere-se o Vale do rio São Francisco, suas produções de uvas viníferas e vinhos estão especificamente localizadas na região do Sub-médio São Francisco, com empresas distribuídas pelos municípios de Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, no estado de Pernambuco, e no município de Casa Nova, estado da Bahia. Essa região está situada entre 09º e 10º de latitude Sul e, a produção de uvas pode ser escalonada ao longo dos diferentes meses do ano. A disponibilidade heliotérmica nessas condições permite o desenvolvimento vegetativo contínuo da videira durante todo o ano, possibilitando a obtenção de mais de uma colheita por ano (Tonietto et al., 2004). A região situa-se em 3 classes de clima vitícola (IS-1 IH+3 IF-2, IS+1 IH+3 IF-2 e IS+2 IH+3 IF-2), característica do clima vitícola com variabilidade intra-anual, que corresponde às regiões que, sob condições climáticas naturais, mudam de classe de clima vitícola em função do período do ano ao longo do qual a uva pode ser produzida (Tonietto, 1999). Esta condição permite aos viticultores escolher os períodos mais interessantes para a produção das uvas, seja por questões ligadas ao controle fitossanitário, às exigências das diferentes cultivares, ao tipo de produto desejado e/ou à demanda de mercado. Nesse sentido, a vitivinicultura no Semi-Árido nordestino é uma realidade, detendo cerca de 15% do mercado nacional de vinhos. Paralelamente ao crescimento da área cultivada com videira para produção de vinho, surge a necessidade de um manejo adequado da cultura para a região, a fim de se estabelecerem as relações entre as variáveis agronômicas, fisiológicas e edafoclimáticas que influenciam, com suas variabilidades espaciais e intra-anuais, na qualidade do vinho produzido (Moura & Soares, 2004). A qualidade final do vinho depende, em parte, do processo de elaboração, porém, a obtenção de bons vinhos exige, inevitavelmente, dispor de uvas de qualidade. O enólogo há de reconhecer que esta matéria-prima não é possível de melhorar na adega, e que na elaboração é preciso retirar o máximo partido da mesma. A qualidade final da uva depende, em grande parte, da inter-relação clima-solo-planta e das modificações que, sobre este sistema, impõe o viticultor com as técnicas de cultivo (Sotés, 2004). 4

19 2. Factores da Produção Vitícola A produção vitícola é uma actividade económica exercida por viticultores, e cujo objectivo consiste em produzir uvas de maneira rentável (satisfazendo as próprias necessidades) que, no seu estado fresco ou transformadas em vinho, devem satisfazer a procura dos consumidores. Esta actividade exerce-se numa exploração vitícola, submetida a diversos factores: de ordem natural (clima, solo, material vegetal) e tecnológico (técnicas culturais); de ordem económica (sendo a rentabilidade da actividade a preocupação fundamental, facto que condicionara os outros factores) e de ordem regulamentar (cada viticultor deve respeitar a regulamentação em vigor na sua região) (Reynier, 1987). É neste contexto mais amplo que se aborda o estudo dos factores ambientais na fisiologia da videira Aspectos da Fisiologia do Abrolhamento Sob condições tropicais, onde a temperatura se mantém suficientemente elevada durante todo o ano, a videira não entra em repouso vegetativo, apresentando crescimento ininterrupto, a menos que haja outro factor limitante como falta d água ou condições inadequadas de nutrição (Camargo, 2004). Nas condições tropicais parece não haver indução à dormência, permitindo a observação do abrolhamento (brotação) das gemas pouco tempo após a desponta ou a poda dos ramos. Em locais ou em épocas do ano em que ocorrem quedas de temperatura, mesmo que de baixa intensidade e em duração inferior ao mínimo exigido para promover a dormência das plantas, como nas regiões temperadas, observa-se dificuldade de abrolhamento das gemas após a poda (Camargo, 2004). Segundo citam Albuquerque e Albuquerque, em 1993, em uma região como o Vale do Submédio São Francisco, de clima tropical Semi-Árido e condições climáticas particulares, não existe a formação de inibidores vegetais, não necessitando, dessa forma, de frio invernal para desactivá-los. Em qualquer caso, com ou sem oscilações importantes na temperatura ambiente, em climas quentes sempre se observa forte dominância apical (acrotonia), seja na velocidade de abrolhamento das gemas (olhos), seja na velocidade de crescimento das brotações. Da mesma forma, observa-se, também, maior facilidade de abrolhamento das gemas do último crescimento em relação a gemas posicionadas em sarmentos mais velhos. Este comportamento implica na necessidade de cuidados especiais tanto na fase de formação da 5

20 planta como no manejo da copa de plantas já formadas para adequada manutenção da estrutura da copa (Camargo, 2004). Para a maioria das cultivares de videiras introduzidas nesta região, o problema de brotação deficiente e desigual assume maior importância quando as plantas são podadas durante o período de temperaturas elevadas. Este é um dos factores que causam baixa produção de algumas cultivares mais exigentes em horas de frio ou não adaptadas a regiões tropicais. Pouget (1963), afirma que temperaturas compreendidas entre 40 e 50 C acarretam modificação na estrutura física do protoplasma, tornando as gemas aptas à brotação, provocando uma quebra de dormência muito rápida e consequentemente desigual. No entanto, pela acentuada dominância apical apresentada, mesmo nos meses de maio a agosto, período de temperaturas mais amenas (máxima de 30 C e mínima de 17 C), em virtude da rápida quebra de dor mência de um número limitado de gemas, basicamente das gemas localizadas nas extremidades, torna-se necessária a aplicação de reguladores vegetais que impulsionem o desenvolvimento das gemas laterais das varas (Albuquerque; Albuquerque, 1993). A videira apresenta dois tipos de gemas, as de brotação rápida e as latentes. As primeiras se formam nas axilas das folhas, dando origem às feminelas, pequenos ramos crescidos no mesmo ciclo vegetativo do ramo que os originou. Estas feminelas raramente são férteis e usualmente não sofrem lignificação e caem no outono ou inverno, deixando uma cicatriz saliente. Em condições tropicais, as feminelas, normalmente, crescem muito, concorrendo com o ramo produtivo. Por este motivo, são eliminadas, deixando-se a primeira folha expandida. Se eliminadas em sua totalidade, novas gemas de brotação rápida se formarão e outras feminelas tornarão a crescer (Mullins et al., 1992). Por sua vez, as gemas latentes são conjuntos de gemas envoltas por uma mesma protecção, as escamas. Ao serem observadas, constata-se a presença de três gemas, separadas internamente por brácteas, e que se encontram em diferentes estádios de desenvolvimento, denominadas gema primária, secundária e terciária. Formam-se lentamente durante a estação de crescimento vegetativo e em condições de clima temperado, entram em dormência durante a estação fria, abrolhando na primavera. Em condições de clima tropical, as gemas formadas num ciclo de crescimento não entram em dormência e encontram-se aptas à brotação vinte dias após a colheita das uvas (Albuquerque, 2003). A gema primária contém de seis a dez primórdios foliares e de um a três primórdios de inflorescências, sendo que estes últimos só aparecem em gemas férteis. As gemas secundárias e terciárias, em geral, permanecem pequenas e raramente apresentam 6

21 inflorescências. Abrolham somente, excepcionalmente, no caso de morte da gema primária (Mullins et al., 1992). Na realidade poucos são os estudos e muito pouco se sabe sobre a fisiologia da videira em regiões tropicais. Entretanto, o acúmulo de observações práticas sobre o comportamento da planta ao longo do tempo, possibilitou o desenvolvimento de um conjunto de técnicas que tornaram a viticultura uma atividade comercial e econômica nas zonas tropicais do Brasil (Camargo, 2004). O período de dormência é necessário para a formação de hormônios envolvidos com a frutificação, os quais transformam as gemas vegetativas em gemas frutíferas (Winkler, 1965). A dormência está, geralmente, associada à suspensão temporária do crescimento visível da planta. Segundo muitos autores, a dormência é um mecanismo fisiológico que permite a sobrevivência das plantas a condições ambientais desfavoráveis. Sousa (1996) comenta que na região do Vale do Rio São Francisco, a ocorrência de um longo período de seca, tanto do solo como do ar, faz com que a videira atinja o ponto de murcha, entrando em dormência. Dessa forma, em videiras cultivadas no Trópico Semi- Árido, a dormência das plantas é obtida através da suspensão da irrigação. Portanto, o ciclo fenológico está condicionado ao controle da irrigação e à época de poda, o que possibilita a produção de uvas em qualquer época do ano. No entanto, este conceito de indução da planta à dormência através do déficit hídrico visando diferenciação das gemas, passa por um momento de discussão, onde se acredita que mais importante do que o corte drástico no fornecimento de água, conduzindo à dormência e visando a diferenciação das gemas florais, é o período de repouso adequado a que as plantas devem ser submetidas, para que possam atingir equilíbrio hormonal e nutricional adequados. De acordo com Zelleke e Kliewer (1989) e Dokoozlian et al. (1995) não há uma temperatura e tempo de duração estabelecidos para uma ótima quebra de dormência de videiras. Para os autores, o frio exigido pelas videiras e o papel que exerce na regulação da quebra de dormência das gemas ainda não está bem definido. Zelleke e Kliewer (1989) acreditam que a dormência é devido a fatores internos e externos que afetam o nível relativo de hormônios nas gemas, determinando o início e o término da dormência. Resultados obtidos por Erez e Lavee (1971) mostram que temperaturas acima de 7,2 C também influenciam na quebra de dormência. Baseado nas observações práticas, Camargo (2004) comenta que, normalmente, o período entre duas podas, na região do Vale do Sub-médio São Francisco, é de aproximadamente seis meses. Como as plantas não entram em dormência, a poda é 7

22 realizada com plantas em plena vegetação, havendo a necessidade de desfolha manual ou induzida com a aplicação de reguladores de crescimento. Em condições de clima tropical, como as predominantes no Vale do São Francisco, a videira vegeta continuamente, não apresentando fase de repouso hibernal. A data de poda passa a ser a referência para o início do ciclo fenológico da videira, que sofre a influência das condições climáticas predominantes durante aquele período (Leão & Silva, 2003). Nessa região, o início de um novo ciclo vegetativo começa com a realização da poda e a partir daí se pode calcular com relativa segurança o período de duração de cada fase fenológica da planta. Esse período sofre pequenas variações ao longo do ano, dependendo, principalmente, das condições climáticas. Os reguladores vegetais têm sido utilizados em videiras para aumentar o tamanho e melhorar a qualidade das bagas e cachos, incrementar a fixação de frutos, a supressão de sementes, acelerar ou retardar a maturação de frutos, estimular o enraizamento de estacas e uniformizar a brotação de gemas, controlar o crescimento vegetativo e aumentar a fertilidade de gemas (Pires & Botelho, 2001) Cianamida hidrogenada Em regiões que não satisfaçam as necessidades de horas de frio para induzir a quebra de dormência e consequentemente o abrolhamento, torna-se necessário a utilização de compostos químicos para a quebra artificial da dormência, garantindo um abrolhamento abundante e uniforme dos olhos (Petri et al., 1996). Vários trabalhos relacionados ao uso de reguladores de crescimento já foram realizados, com a finalidade de estudar seu efeito na quebra de dormência das gemas de videira. De modo geral, a calciocianamida mostrou-se a mais eficiente. Entretanto, um sucedâneo desta, a cianamida hidrogenada (H 2 CN 2 ), tem apresentado resultados igualmente positivos (Kuroi, 1985) ou melhores (Shulman et al., 1986), com a vantagem de ser líquida e permitir um fácil preparo das soluções. Sob condições tropicais é indispensável o uso de técnicas para indução da brotação. A cianamida hidrogenada, além de induzir, promove a uniformidade de brotação. Talvez seja, por isso, o produto mais utilizado (Camargo, 2004). A cianamida hidrogenada é um regulador vegetal que serve para romper a dormência das gemas de várias espécies de plantas decíduas como maçã, amêndoa, figo, uva, pêssego, caqui e ameixa (Shulman et al., 1986). Não é um composto químico novo. É 8

23 conhecido há muito tempo por ser uma das fases da decomposição no solo do fertilizante nitrogenado calciocianamida (Bonnaire; Rieder, 1985). O modo como a cianamida hidrogenada atua na videira ainda não está bem definido (Miele, 1991). Sabe-se, entretanto, que ela é rapidamente absorvida e metabolizada (Amberger, 1984, Goldbach et al., 1988) e que causa uma diminuição da atividade da catalase, sem modificar a peroxidase (Nir & Schulman, 1984, Schulman et al., 1986), o que resulta num aumento de concentração de água oxigenada nos tecidos das gemas. Este aumento, segundo Omran (1980), poderia ser responsável pela ativação do ciclo das pentoses e consequente indução da quebra de dormência das gemas. A cianamida hidrogenada é comercializada com o nome de Dormex, sendo uma solução aquosa, do grupo químico das carbimidas, estabilizada com 52% m/v do ingrediente ativo. Uma aplicação sobre a gema substitui o estímulo de auxinas, provocando uma brotação vigorosa e uniforme. A necessidade do uso, bem como a dose, dependem de muitos fatores, que para uma mesma variedade podem ser diferentes de local para local e de ano para ano, considerando-se principalmente o número de horas de frio ocorridas. As recomendações, portanto, são genéricas e precisam ser ajustadas à situação de cada pomar ou cultura. A aplicação deve ser realizada logo após a poda, quando as gemas ainda estão dormentes, não devendo ser acrescentado óleo via calda, devido ao risco de fitotoxicidade. No entanto, é conveniente a adição de um espalhante não iônico. O produto é degradado no solo em uréia, nitrato e amônia, comportando-se como um fertilizante nitrogenado, não deixando resíduos na planta (Agrofit, 2007). O uso comercial da cianamida hidrogenada só foi possível quando desenvolvida uma formulação estabilizada com fosfato. Seu uso agrícola começou em 1972 como regulador vegetal para lúpulo na Alemanha e, posteriormente, foi utilizada como herbicida em vários países europeus. Por último, uma formulação especial foi empregada como regulador vegetal no controle da dormência de gemas em uva e outras plantas frutíferas (Shulman et al., 1986). Como a ação deste produto é localizada, não havendo efeito de translocação, para se obter o máximo efeito, é necessário que as pulverizações atinjam todos os ramos da planta (Pasqual; Petri, 1985). Por isso, recomenda-se que a aplicação deve ser dirigida às gemas e pode ser feita por pulverização, pincelamento ou imersão do ramo em tubos contendo a solução do produto. Normalmente, se não houver indução artificial, brotam apenas as gemas apicais da vara a primeira e, às vezes, a segunda. No caso de uso de indutores, pode-se obter uniformidade de brotação das gemas ao longo da vara, entretanto, como regra, observa-se vigor decrescente no crescimento dos brotos a partir do ápice, com 9

24 predominância do primeiro em relação ao segundo e assim por diante. Normalmente, as brotações a partir da terceira gema apical para a base do ramo apresentam desenvolvimento reduzido, paralisando o crescimento muito precocemente (Camargo, 2004). Resultados de estudos feitos por Zelleke e Kliewer (1989) em uvas Thompson Seedless', 'Cabernet Sauvignon' e 'Grenache' revelam que concentrações de cianamida hidrogenada abaixo de 1% não foram eficientes na quebra de dormência das gemas das videiras, enquanto, concentrações maiores do que 2% produziram sintomas de toxicidade nos brotos emergentes das gemas dormentes. Com relação ao efeito depressivo de concentrações elevadas, Miele (1991), em Bento Gonçalves (RS), verificou que a aplicação de cianamida hidrogenada a 5%, retardou a brotação da cultivar Cabernet Sauvignon em 18 dias, enquanto que a 1 % o produto antecipou a brotação em quatro dias. Constatou-se que doses elevadas desse produto causaram um efeito negativo na quebra de dormência, pois causaram danos irreparáveis às gemas. Shulman et al. (1986), demonstram que a cianamida hidrogenada substitui o frio requerido na quebra de dormência das gemas e, sugerem que o frio e a cianamida hidrogenada podem estar envolvidos em similar processo metabólico que leva à quebra de dormência. Por este motivo, as concentrações de cianamida hidrogenada recomendadas para regiões tropicais semi-áridas são maiores que aquelas utilizadas em vinhedos de regiões de clima temperado (Leão, 2000). Comercialmente, utiliza-se a cianamida hidrogenada em pulverização das varas com uma solução preparada nas concentrações de 7% do produto comercial, durante o período de clima ameno, de maio a agosto (temperatura média de 25,4 C) e 6% do produto comercial, durante o período quente, de setembro a abril (temperatura média de 27,6 C), porém, nas épocas mais quentes do ano, pod e-se obter resultados satisfatórios com a utilização de concentrações menores, até 2,5% de cianamida (Albuquerque; Albuquerque, 1993; Albuquerque et al., 1996). A calda obtida a partir do Dormex é extremamente cáustica, podendo ser tóxica ao aplicador. Causa irritação nos olhos e na pele e recomenda-se que não se deve ingerir bebidas alcoólicas 24 horas antes e após o manuseio do produto. Na Itália, o Ministério da Saúde suspendeu o uso do Dormex após a constatação em 2001, de 22 casos de enfermidade, das quais 11 sofreram hospitalização em decorrência da exposição dos aplicadores ao produto. Os trabalhadores apresentavam idade entre 16 e 76 anos e os 10

25 sintomas incluíam desde queimaduras nas mãos, irritação dos olhos, dor de cabeça, náusea, até taquicardia (Davanzo et al., 2001). 3. Ecologia Vitícola A descrição de ecologia vitícola está relacionada com o estudo da interacção entre a viticultura e o ambiente, nomeadamente o clima e o solo. Para a produção de uva é então imprescindível procurar o mais adaptado ecossistema vitícola natural, constituído pela interacção do clima, o terreno e a entidade biológica porta-enxerto x casta. Escolhidos estes três elementos do ecossistema, o viticultor deverá utilizar correctamente as práticas culturais para poder influir sob os factores de produção (figura 1). Estas práticas podem, às vezes, compensar ou ultrapassar algumas das limitações do ecossistema (rega, protecção contra geadas, vento, etc.) (Fregoni, 1987). Os sistemas de condução, como será referido mais adiante, formam parte destas práticas culturais. Figura 1. Factores do ecosistema vitícola (adaptado de Fregoni e Reynier, 1987). Os processos biológicos não dependem nunca, somente, de um dos factores ambientais referidos e, o seu estado, num dado momento, resulta de vários elementos, mesmo que o seu estudo seja compartimentado. A flutuação dos factores ambientais é a segunda fonte de variabilidade dos organismos vivos, sendo a primeira fonte o património hereditário (Huglin, 1986). Diante disso, fica a ecofisiologia da videira definida como o funcionamento relacionado aos factores do ambiente (água, CO 2 /O 2, radiação, temperatura, balanço de Carbono e minerais). 11

26 No contexto de estudo das relações dos factores ambientais e da sua influência na fisiologia da videira e das características do produto final, há já alguns anos que se tem sistematizado o conceito de terroir vitícola. Este conceito tem muitas apreciações, além da perspectiva científico-técnica, mesmo na área da valorização de produtos de determinadas regiões: perante a globalização dos gostos e preferências, o terroir é defendido muitas vezes como símbolo de identidade e autenticidade, nomeadamente na comparação dos vinhos provenientes do Velho Mundo face aos do Novo Mundo. Mas o terroir em si mesmo tem uma caracterização científica; é um conceito que integra as seguintes componentes: clima, solo, material vegetal e acção do homem (actor maior dos terroirs). Em suma, entre os elementos mais importantes dos factores naturais, estão: o clima da região vitícola, o clima da colheita e a "Unidade Terroir de Base" UTB (interacção mesoclima x solo) (Tonietto, 1999). Os factores humanos factores que compreendem os factores biológicos, agronómicos e as práticas enológicas em interacção com a UTB, definem a chamada "Unidade Terroir Vitícola" UTV, sendo particularmente importantes as variáveis de carácter permanente como as variedades casta e porta-enxerto, a forma de condução, a densidade de plantação e a orientação das linhas. As mobilizações do solo, fertilizações, tipo de poda, carga à poda, intervenções em verde passíveis de correcção a todo o momento, por forma a controlar o vigor e assim permitirem acréscimos simultâneos de rendimento e qualidade são decisões culturais de carácter temporário (Mota, 2005) A Casta A natureza das castas e o ambiente em que são cultivadas originam comportamentos diferenciados (Castro et al., 1989), havendo também castas de grande difusão internacional que expressam as suas potencialidades em diversos ecossistemas. Os primeiros indícios da cultura da vinha remontam à cerca de seis mil anos, na região da Transcaucásia, onde se desenvolviam formas diversas de vinhas selvagens pertencentes à espécie Vitis vinifera L.. O homem seleccionou entre estes diferentes tipos os que apresentavam para ele o maior interesse (tamanho e gosto dos bagos, aptidão a dar uma boa bebida fermentada, etc.) e aprendeu a multiplicar a vinha, a tirá-la do seu habitat de origem e a cultivá-la perto das suas habitações (Pouget, 1988). Sob efeito da expansão por toda a zona mediterrânea efectuada por Fenícios, Gregos e Romanos ao longo dos séculos, dos diversos modos de multiplicação (semente e 12

27 propagação vegetativa) e das mutações naturais, a espécie Vitis vinifera L. diferenciou-se em elevados números de cultivares (Clímaco, 1997). Originária da Europa e da parte ocidental da Ásia a espécie Vitis vinifera L. é, normalmente, designada por videira européia, por oposição às videiras americanas, originárias das regiões das Montanhas Rochosas e que se reagrupam em numerosas espécies (Vits riparia, Vitis rupestris, Vitis berlandieri, etc.)(clímaco, 1997). De todas as espécies de Vitis vinifera. L. sempre se distinguiu pelas características sápidas dos seus bagos e por ser a única que dá origem a uvas e vinhos de boa qualidade (Pouget, 1988). Dentre as diversas cultivares existentes dessa espécie, destaca-se a uva Cabernet Sauvignon, sendo uma das mais difundidas das castas universais. Quando o número de castas cultivadas ao longo do tempo em uma área determinada foi por qualquer razão limitada, resulta que a pressão de selecção exercida pelo meio e pelos viticultores tenha sido efectuada sobre um número relativamente restrito de genótipos de origem alóctone ou autóctone. Nestas condições, pode-se pensar que em certas áreas há forte probabilidade que outras castas se revelem superiores pelas suas aptidões culturais e tecnológicas às que são cultivadas actualmente em consequência duma selecção natural e humana levada a efeito sobre um número por vezes insuficiente de genótipos. Tais castas podem existir, quer em outras regiões vitícolas, quer na descendência de cruzamentos intraespecíficos realizados no seio da espécie Vitis vinifera L. (Boubals, 1989). Os factores que são determinantes da qualidade das uvas que chegam à adega para a vinificação (operação de transformação de uvas em vinho) podem de uma maneira esquemática ser divididos em quatro: material biológico, características fixas da vinha, características variáveis da vinha, e tipo de grangeio (cultivo da vinha). De todas as escolhas que têm de ser feitas, as do porta-enxerto e da casta são as que têm maior importância, devido às implicações que têm no sucesso de um investimento destinado a uma duração de mais de duas dezenas de anos. Um erro cometido nesta fase do empreendimento tem sempre graves repercussões (Galet, 2000). A planta (conjunto casta x porta-enxerto) é o principal factor da produção vitícola e sobre ela exercem forte influência o solo, o clima e as práticas culturais determinando a quantidade e a qualidade da vindima(clímaco, 1997). A escolha de um encepamento para uma vinha, é também função de uma atitude sócio-económica em relação à região vitícola em causa, suas potencialidades, diversidade de produtos e impacto comercial visando a rentabilidade da empresa (Mota, 2005). 13

28 A produção de vinhos de qualidade está intrísecamente dependente da existência de um ecossistema funcionando harmoniosamente e, portanto, adaptado à natureza do meio. Torna-se, pois, necessária, uma perfeita interacção entre planta, clima e solo para se obter uma colheita de elevada qualidade (Hernández, 1987). O material vegetal em viticultura está constituído, onde a pressão filoxérica ainda está presente, pela associação da casta e do porta-enxerto, o que constitui um dos exemplos de mais sucesso da luta biológica. Em algumas regiões com condições específicas, as videiras são plantadas de pé franco, por serem a incidência da filoxera nula (solos de areia, zonas geográficas específicas,...). A casta é o factor natural pelo qual o viticultor pode determinar a natureza da produção vitícola. Cada casta tem caracteres específicos cuja expressão pode ser modulada pelos outros elementos naturais (clima e terreno) e pelas técnicas culturais escolhidas pelo viticultor (Reynier, 1989). A escolha da casta é feita em função dos objectivos enológicos (vinho jovem, para envelhecer, para destilar, para espumante, licorosos, para corrigir o cor nos lotes,...), e conhecendo a época de maturação. As castas qualitativas para produzir vinho são consideradas aquelas com morfologia de cachos meios-pequenos e de bagos pequenos. Outros parâmetros na escolha das castas serão o perfil aromático ou o potencial oxidante ou redutor (Fregoni, 1987). As castas são cultivadas de maneira diferente consoante a fertilidade, o porte natural, a sensibilidade ao desavinho, à podridão cinzenta ou a outras doenças (Reynier, 1989). De salientar que algumas castas possuem uma plasticidade ecológica muito maior que outras, facto que lhes confere possibilidades de cultura em condições ambientais muito diversas, como é o caso do Cabernet Sauvignon ou do Chardonnay (Huglin, 1986). Conforme cita Clímaco et al. (2003), a diversidade de trabalhos realizados, neste âmbito, nos principais países vitícolas (Pouget, 1978 e 1987; Carbonneau, 1985 e 1991; Conradie, 1988; Southey e Archer, 1988; Hidalgo, 1990; Striegler e Howell, 1991; Giorgessi e Pezza, 1992; Scienza et al., 1992, Pereira, 1997; Cordeau, 1998) mostra a importância que é dada ao conhecimento das combinações casta x porta-enxerto para a obtenção de níveis qualitativos e quantitativos mais interessantes para um determinado terroir O Clone O clone é definido pela O.I.V.(1983), como sendo a descendência vegetativa conforme a uma videira escolhida pela sua identidade indiscutível, as suas características 14

29 fenotípicas e o seu estado sanitário. O respeito por essa definição exige, a aplicação de uma série de critérios de selecção e de controlos subsequentes. Objectivada para pôr à disposição da viticultura plantas isentas de vírus considerados graves (selecção sanitária) e possuindo, simultaneamente, boas características culturais e elevado potencial qualitativo (selecção genética), a selecção clonal, passou a ter uma importância técnica e económica considerável (Clímaco, 1997). Walter e Martelli (1996) informaram que as Vitis americanas e os seus híbridos pode ser portadoras latentes do vírus do enrolamento, não apresentando, geralmente, sintomas visíveis. No entanto, após enxertia com Vitis vinifera podem dar origem a forte sintomatologia. Assim, os porta-enxertos podem ter sido, ao longo de décadas, os principais responsáveis pela grande expansão que este vírus tem, actualmente, nos principais países vitícolas. Clímaco (1997) refere-se ainda que, em vários países a selecção clonal é feita, frequentemente, com uma base regional, como é o caso, entre muitos, da casta Pinot Noir em Champagne e em Bourgogne, o que pode originar que os clones obtidos tenham características culturais ou tecnológicas muito distintas, não sendo suficiente que o viticultor se preocupe, apenas, com a escolha das castas, mas também com a dos clones a adquirir, tendo em vista o tipo de vinho que pretende produzir. Cita também que começa já a ter certa divulgação em alguns países (Alemanha, Itália e França) a possibilidade do vitivinicultor poder escolher o clone ou os clones que deseja plantar, relativamente a uma determinada cultivar, após ter provado vinhos elementares dos principais clones que se encontram em multiplicação. O autor ainda salienta que, do ponto de vista enológico, as consequências da presença de vírus do enrolamento não são idênticas, quando se trata de castas brancas ou de castas tintas. Com efeito, a existência de sintomatologia visual da presença de vírus do enrolamento ao afectar a acumulação das substâncias fenólicas no bago (Spranger-Garcia et al., 1989), tem efeitos negativos acrescidos sobre a qualidade dos vinhos tintos. Também Toda e Sancha (1992) referem que não tem muito sentido continuar a considerar as cultivares como factor natural, uma vez que a escolha da variedade na implantação de uma vinha é uma opção humana e a utilização, hoje praticamente generalizada, de material clonal muito seleccionado, tem mais de factor humano que de factor natural. A selecção da videira, em todo o mundo, encontra-se direccionada para a obtenção de clones. Mas, um clone é um conjunto geneticamente homogêneo, por isso, muito sensível à interacção. Daí que, os estudos sobre a interacção, no sentido de minimizar os 15

30 seus lados negativos, são particularmente importantes. A interacção genótipo-ambiente é uma das causas clássicas de instabilidade. Esta, por sua vez, causa diversos problemas na agricultura (Ashtari, 2003). O melhor genótipo num determinado ambiente, nem sempre é o genótipo superior num outro ambiente. Desta forma, um genótipo seleccionado num ambiente, pode exibir uma pobre performance num ambiente diferente (Wamatu & Thomas, 2002) O Porta-enxerto É preciso mencionar que cada um dos porta-enxertos tem a sua limitação, e só a experimentação regional pode determinar com regular precisão qual é o melhor (Pommer et al., 1997). Galet (1993) cita que as vinhas americanas, em particular a Isabelle, foram consideradas responsáveis por várias patologias da vinha, após introduzidas a título de curiosidade nos jardins botânicos ou por alguns amadores, trazendo, assim, sucessivamente para a Europa o oídio (1868), o míldio (1878) e a podridão-preta (1885). Também conhecida pelo nome de Phylloxera vastatrix, a filoxera da vinha (Daktulosphaira vitifoliae) é considerada como o inimigo mais terrível da vinha. Ironicamente, foi nas vinhas americanas que se encontrou a solução para a grande crise provocada pela filoxera que quase dizimou a vinha européia. Dado serem resistentes à picada do insecto, foram usadas como portaenxertos na Vitis vinifera, o que pode ser encarado como um primeiro exemplo de luta biológica usada na vinha (Doazan, 1986). As principais espécies utilizadas foram a Vitis rupestris, a Vitis riparia e a Vitis berlandieri, todas pertencentes ao ramo americano do grupo central. A figura 2 apresenta a genealogia dos diferentes porta-enxertos: 16

31 Figura 2. Genealogia dos diferentes porta-enxertos (adaptado de Reynier, 1986) Dentro dos factores limitantes temos a resistência à filoxera, aos nemátodos endoparasitários, à seca, ao calcário, à salinidade, a sensibilidade ao excesso de humidade e a sensibilidade à acidez. A escolha do porta-enxerto é também de maior importância e será feita de acordo com as propriedades do solo (regime hídrico, teor em calcário,...), a afinidade com a casta e o vigor conferido. A utilização do porta-enxerto modifica o ritmo normal da planta (Fregoni, 1987). Os factores de adaptação têm uma enorme importância em viticultura pela influência exercida sobre a qualidade e quantidade da vindima. Para as mesmas condições do meio, um porta-enxerto pode influenciar uma mesma característica num sentido positivo ou negativo, segundo a casta à qual está associado (Clímaco et al., 1998). As características dos porta-enxertos resultam da transmissão dos caracteres por hibridação dos seus progenitores (Amaral et al., 2000; Clímaco e Castro, 1991; Mota e Garrido, 2001). Em relação às espécies principais utilizadas, têm-se como características gerais: Berlandieri vigor forte, sistema radicular semiprofundo, muito boa resistência ao calcário e à filoxera e boa resistência à seca; Riparia vigor débil, raízes curtas, pouca resistência ao calcário e boa à filoxera e pouco adaptável a climas secos; 17

32 Rupestris vigor forte, sistema readicular pouco profundo, muito boa resistência ao calcário e à filoxera e boa resistência à seca; As condições fundamentais exigidas para um bom porta-enxerto, em viticultura, incluem resistência a filoxera e nematóides, adaptação ao ambiente, facilidade de propagação, afinidade satisfatória com as cultivares copa, e sanidade (Hidalgo, 1993). De acordo com Clímaco et al.(2003), na videira, como em qualquer planta enxertada, as funções metabólicas estão repatidas entre dois genótipos diferentes. Assim, enquanto o sistema foliar do garfo assegura a produção de fotoassimilados, o sistema radicular do porta-enxerto fornece a alimentação hídrica e mineral. Deste modo, é natural que os estudos relativos às relações entre as castas, os porta-enxertos e as situações ambientais, assumam em viticultura uma particular relevância, devido à influência que exercem sobre a quantidade e a qualidade da produção. Atualmente, inúmeras cultivares de porta-enxertos encontram-se disponíveis aos viticultores. Entretanto, cada uma delas apresenta vantagens e deficiências, e só com a experimentação pode-se determinar com regular precisão qual a mais adequada para determinada região (Pommer et al., 1997). 4. Sistemas de condução O sistema de condução da videira é uma das técnicas aplicadas que contribuem para definir a forma da planta, modificando, assim, as condições microclimáticas (temperatura do ar, umidade e intensidade de radiação) no interior da copa da videira (Castro et al., 1989; Carbonneau, 1991). A videira de forma livre é uma liana que geralmente está apoiada em outras espécies lenhosas. A cultura da vinha evoluiu desde a antiguidade em dois sentidos: a do tipo Grego (condução baixa com cepas livres, sem apoio), originária de regiões secas e áridas, e a do tipo Celta ou Etrusca (cultura de grande expressão vegetativa, com cepas de longo tronco apoiadas, em geral, nas árvores) (Carbonneau, 1986; Castro et al., 1989), podendo ainda hoje, se encontrar representada em algumas zonas do norte de Portugal (Vinhos Verdes) ou do norte da Itália. Poderia somar-se a estes dois tipos o tipo da viticultura dos ventos, característica de regiões ventosas, sobretudo as marítimas, como nas ilhas dos Açores ou a costa de Colares ao norte de Lisboa (Castro, 1999). A viticultura grega originou os sistemas de condução típicos da viticultura tradicional. No entanto, o desenvolvimento tecnológico dos últimos anos e a mecanização da agricultura tem influído sensivelmente nestes sistemas tradicionais, com o objectivo de reduzir os 18

33 custos de produção, transformando-se a condução tradicional para menores densidades de plantação com marcos maiores que permitiram o trânsito da maquinaria (Martínez de Toda, 1991). Entre as diferentes práticas ou técnicas culturais que permitem exprimir o potencial de um ecossistema vitícola específico, o sistema de condução tem uma importância fundamental. A condução interfere principalmente na taxa fotossintética, afetando directamente no comportamento vegetativo e produtivo da videira, e também no aspecto qualitativo dos frutos produzidos (Mattos et al., 1978; Schneider et al., 1989; Carbonneau, 1991; Regina et al., 1998). O conceito de sistema de condução e a sua centralidade na produção de uvas de qualidade tem evoluído ao longo dos anos, à medida que a fisiologia da videira e a sua interacção com o ambiente tem sido melhor conhecida. O GESCO (Grupo de Estudos sobre Sistemas de Condução da Vinha) tem contribuído para a sua caracterização, avaliação e proposição de novas alternativas. Entre estas alternativas poderiam ser citados, por exemplo, as formas em Lira (origem: França, prof. Carbonneau), a doble cortina e/ou cortina simples (origem: Itália, prof. Intrieri), o cordão horizontal ou vertical com espáduas (origem: Itália, G. Cargnello) ou o próprio sistema Lys (origem: Portugal, prof. Rogério de Castro). Cabe destacar outros novos sistemas idealizados nos países de tradição vitícola mais recente como o Scott-Henry, o Geneva Double Courtain (GDC) ou o Smart-Dyson. Winkler (1962) escreve que o objectivo de um sistema de condução é a produção de cepas com forma que facilitar o cultivo, o controlo de pragas, doenças e infestantes, e as diferentes operações; que seja económico de manter e que seja capaz de produzir frutos da qualidade desejada numa boa quantidade. Segundo Champagnol (1984), o modo de condução corresponde à disposição no espaço dos órgãos aéreos de uma cepa ou várias (linha) mas também pode ser considerado como o conjunto de operações culturais que levam a este resultado (principalmente a poda e a paliçada). Para Smart e Robinson (1991), os sistemas de condução melhorados deveriam contar com maior superfície foliar exposta, menor densidade do coberto (pela desvigorização dos lançamentos e a melhoria do espaçamento entre varas); melhorar as possibilidades da mecanização da poda, desfolha, desponta e vindima; melhorar o rendimento e a qualidade, devido ao menor ensombramento no coberto; melhorar a eficiência dos tratamentos fitossanitários e diminuir a incidência de podridão cinzenta e míldio. 19

34 Para Castro et al. (1995) os novos sistemas de condução devem responder às demandas da viticultura moderna, que se baseiam à volta de três eixos: controlo dos rendimentos, melhora da tipicidade e qualidade dos produtos, redução dos custos de produção e das intervenções contaminantes. A inovação em viticultura deveria respeitar as seguintes grandes orientações para permitir um verdadeiro progresso tecnológico: uma densidade de plantação baixa a média segundo os terroirs, um microclima óptimo dos cachos e da folhagem (Superfície Foliar Exposta), e uma adaptação à mecanização integral. Segundo Carbonneau e Cargnello (2003), os sistemas de condução da vinha, a partida de uma arquitectura da planta ou forma de base, são definidos como a interacção das seguintes escolhas técnicas: - geometria da plantação (afastamento na entrelinha e das cepas na linha), com a densidade de plantação ou de povoamento; - orientação e disposição das linhas; - sistema de poda de formação (de Inverno em seco, ou em verde) e de frutificação (de Inverno, em seco), com a determinação da carga em olhos (por videira, por m de linha ou de plano de vegetação ou por ha); - condução da vegetação (forma livre ou com aramação), com os materiais e as técnicas de armação; - intervenções em verde que completam a realização da forma (esladroamento, orientação, desponta, penteia, desfolha, monda de cachos, etc ). O parâmetro mais importante é, sem dúvida, a escolha da forma de condução da videira, não só porque condiciona outras definições, mas porque com uma boa orientação da vegetação e boa drenagem dos cachos, condiciona-se a qualidade das uvas a produzir (Mota e Garrido, 2001) Lys Batizado como Lys, esse sistema de condução (figura 3) apresentado por Castro et al. (1995), resultou da aplicação do princípio de coexistir num mesmo indivíduo, no caso, a planta, a vegetação ascendente e retombante, já presente em algumas formas primitivas de sistemas de condução (como nas regiões portuguesas da Bairrada ou do Douro). Apresentado por consequência de anos de investigação, o sistema tem como precursor o chamado Cordão Ascendente e Retombante (CAR) ensaiado pelo mesmo autor (Mota, 2004). A forma de base Lys encontra-se no âmbito das vinhas de baixa densidade e constitui uma forma larga em volume e a dois andares diferenciados de produção. Na busca 20

35 de um melhor microclima ao nível dos cachos, com benefícios sanitários e de maturação, surge a separação das sebes do eixo único permanente e unilateral do CAR em dois eixos permanentes e bilaterais. O andar da parte superior está constituído por um monoplano ascendente, normalmente podado em cordão permanente, e com aramação para orientar a vegetação, seguindo a lógica dos sistemas da mesma forma. O andar inferior está formado a partir de um braço distanciado do superior e cria a vegetação anual de ambos os lados do plano definido pelo andar superior, de forma progressiva no ciclo e de maneira retombante. A percepção da forma do sistema num corte transversal da vegetação faz-nos pensar na flor-de-lis (fig. 4), sendo essa a origem do nome. A utilização do Y na denominação do sistema deve-se ao facto de ao girarmos esta letra 180º, há semelhança ao corte transversal desta forma de condução (Mota, 2004). Figura 3 Representação esquemática do sistema de condução LYS (Carbonneau et Cargnello, 2003) Figura 4 Flor de LIS (Iris pseudacorus) 21

36 Dentro dos factores importantes, este sistema de condução apresenta, para a eficiente gestão do sistema, a manutenção de um espaço livre de vegetação entre os dois níveis de produção, designado por janela, que contribuindo para criar condições microclimáticas específicas, uma vez que a vegetação do nível ascendente e do nível retombante têm orientações opostas (Mota, 2005). Esta abertura (20-30 cm) criada pelos dois braços permanentes, superior e inferior, permite um melhor arejamento e uma maior penetração da radiação no coberto. No Lys, o crescimento anual da sebe retombante é livre, não sendo acompanhada por sistema de aramação. São as operações em verde (orientação, penteia e desponta) que garantem a correcta distribuição da vegetação. Assim, as varas da sebe retombante podem movimentar-se com o vento ou com a passagem dos operadores ou das máquinas, o que faz com que o ângulo de incidência da radiação seja constantemente diferente. Isto permite atingir muitas partes do coberto sem perigo de radiação excessiva ou escassa. A fotossíntese global do coberto se apresenta, dessa maneira, maior do que se apenas algumas partes estivessem continuamente sombreadas, condizendo com Poni et al. (1993). A forma Lys pertence à categoria das formas ascendentes e retombantes mas difere de outros sistemas com princípios semelhantes, como o sistema Scott-Henry ou o Smart- Dyson. No caso do Scott-Henry, o princípio ascendente e retombante é representado por videiras independentes, contínuas na linha (uma videira ascendente seguida de uma com vegetação retombante) e, às vezes, pode-se implementar uma aramação na parte retombante (Smart e Robinson, 1991). Comparado com o Scott-Henry, parece que a forma Lys tem um maior potencial de SFE (Castro et al., 1995). No caso do sistema Smart- Dyson, a diferença é que neste sistema não há uma divisão clara das duas sebes, estando os talões da poda dos lançamentos ascendentes e retombantes no mesmo cordão permanente, e estando a vegetação retombante orientada por arames, fazendo com que, numa altura do ciclo, o movimento descendente dos arames obrigue a vegetação a retombar (Smart, 1994; 2000). O sistema Lys tem uma variante quando cultivado em socalcos ou terraços, o Lys 2/3 onde uma das partes retombantes é anulada e a parte existente segue a pendente do talude. A dupla orientação da vegetação permite assim bem gerir o vigor e representa uma boa técnica para ocupar o espaço disponível, nomeadamente no talude. O suplemento de trabalho sobre a parte retombante é compensado por o melhor controlo do talude e pelo acréscimo da colheita (Castro et al., 1998). 22

37 O sistema LYS (Castro et al., 2005) revela-se muito produtivo desde os primeiros anos, mesmo com cargas à poda elevadas, o que permite reduzir o período de carência típico dos sistemas de condução de tronco alto. É possível, devido à maior área foliar exposta, obter maiores produções com bons teores de açúcar. Em sucessivas experiências no norte do Portugal, o sistema Lys foi o que produziu uvas com maior concentração de açúcares e maior rendimento (Castro et al., 2004). Em ensaios no Instituto Superior de Agronomia nos anos 2001, 2002 e 2003, o sistema Lys foi todos os anos o mais produtivo (chegando até 26,8 t/ha no ano 2002) e com uvas com uma graduação em álcool provável (TAP) sempre superior a 12% v/v. (Cruz et al., 2004) Monoplano Ascendente (MA) Tal como o próprio nome indica, este sistema é constituído apenas por um plano de vegetação orientado verticalmente. A praticidade no manejo, no qual se inclui a possibilidade de ajustar as operações da vinha à mecanização, tem feito do Monoplano Ascendente (MA) a forma mais habitual dos sistemas de condução com aramação. O seu formato, permite adaptações e, consequentemente execuções que vão desde a vindima mecânica, até a pré-poda, desfolha e esladroamento. Além disso, a forma permite a orientação mecânica do coberto (Dokoozlian et al., 1999). Seguindo o funcionamento dos outros sistemas, a optimização fisiológica do MA dever-se-ia basear na superfície de aramação (SFE) e não na densidade de plantação (Carbonneau, 1991). De acordo com Smart e Robinson (1991), valores da superfície foliar exposta rodeiam os m 2 por hectare e, quando menores, podem subestimar o potencial produtivo, enquanto que valores maiores induzem ao ensombramento entre as linhas. Os mesmos autores indicam que serve para a maioria das cultivares de Vitis vinifera L., em consequência dos seus hábitos de crescimento vertical ascendente. Também comentam qye este sistema de condução não se adapta a castas muito vigorosas, pois facilmente provocam ensombramento, diminuindo a qualidade da vinha. 23

38 III - MATERIAL E MÉTODOS 5. Localização das Parcelas Experimentais Foram realizados dois ensaios paralelos, em lotes distintos, de vinhedos pertencentes à Vitivinícola Santa Maria (Grupo Vinibrasil), localizada na região Submédia do Vale do rio São Francisco, município de Lagoa Grande, Pernambuco, Brasil, em latitude 9º 02 S e longitude 40º 11 W, conforme representado na Figura Norte 9 Sul 40 Sul BRASIL Recife Lagoa Grande PERNAMBUCO Petrolina Juazeiro ALAGOAS Maceió Lago de Sobradinho SERGIPE Aracaju BAHIA Salvador Ensaio CL x PE Ensaio Dormex MINAS GERAIS Figura 5 Projecção gradativa da localização dos ensaios, Vale do São Francisco, Classificação Climática A peculiaridade desse clima quente foi interpretada por Tonietto (1999), ao propor o conceito de clima vitícola com variabilidade intra-anual. O mesmo cita que a região situa-se em 3 classes de clima vitícola, sendo: IS-1 IH+3 IF-2 (Clima vitícola de seca moderada, muito quente, de noites quentes), IS+1 IH+3 IF-2 (Clima vitícola de seca forte, muito quente, de noites quentes) e, IS+2 IH+3 IF-2 (Clima vitícola sub-úmido, muito quente, de noites quentes), características do clima vitícola com variabilidade intra-anual, que corresponde às 24

39 regiões que, sob condições climáticas naturais, mudam de classe de clima vitícola em função do período do ano ao longo do qual a uva pode ser produzida. Segundo Köppen, o clima predominante é do tipo BSwh, classificando-se como uma região semi-árida que apresenta a temperatura média anual de 26,4ºC, com média das mínimas de 20,6ºC, e média das máximas de 31,7ºC. 7. Material Vegetal 7.1. Casta A casta Cabernet Sauvignon, originária da região de Bordeaux, França, está atualmente difundida na maior parte dos países vitivinícolas. Considera-se como sendo, de maneira geral, uma cultivar de brotação e de maturação tardia, relativamente vigorosa, com ramos novos de porte ereto, de média produção e elevada qualidade para vinificação. A uva tem gosto particular e elevada resistência à podridão do cacho. No entanto, é sensível ao dessecamento do cacho, especialmente quando é enxertada sobre os porta-enxertos SO4 e 5BB, que atrasam a maturação da uva (Rizzon & Miele, 2002). Embora a cultivar Cabernet Sauvignon tenha sido introduzida no Brasil em 1921, foi somente em meados de 1984 que houve incremento de seu plantio na região sub-média do Vale do rio São Francisco. Trata-se de uma casta que, apesar de bastante difundida e, geralmente, bem adaptada às diversas regiões em que está presente, no Vale do Submédio São Francisco tem apresentado diversificação nas características qualitativas, incluindo desde a deficiente intensidade de cor até propriamente a baixos níveis de produção. É possível que existam factores limitantes atribuídos ao clone utilizado, tornando-o não adaptado, ou qualquer componente, até então não identificada, que possa interferir no potencial da casta na região. Possivelmente existam clones que melhor se adaptem às condições edafoclimáticas da região e possibilitem melhor expressão de características organolépticas particulares da tipicidade ou similares às conseguidas em regiões com vinhos bem conceituados Clone Actualmente está disponível aos produtores um grande número de clones de videiras, das diversas castas utilizadas na elaboração de vinhos. O Cabernet Sauvignon, até por ser uma casta de grande importância, visto sua disseminação em praticamente todas as regiões vinhateiras do mundo, também está inserido nesse contexto, já com um grande 25

40 número de clones à disposição. No quadro 1, encontra-se a descrição geral dos clones utilizados nos ensaios. Quadro 1 Descrição das características dos clones de Cabernet Sauvignon, ENTAV / INRA, Nº DO CLONE SELECÇÃO ORIGEM ANO DE CRIAÇÃO FERTILIDADE GRUPO DE POTENCIAL PRODUTIVO TEOR EM AÇÚCAR 15 ENTAV 1 Gironde 1971 alta C médio 169 ENTAV 2 Gironde 1972 baixa A médio a alto APTIDÃO ENOLÓGICA vinhos equilibrados e estructurados quando o rendimento é equilibrado vinhos equilibrados, com taninos geralmente muito macios 191 INRA.Bx 2814 Gironde 1973 média A alto vinhos bem estructurados, aptos ao envelhecimento 337 INRA.Bx 2049 Gironde 1975 média A alto vinhos estructurados e equilibrados, aptos ao envelhecimento 685 ENTAV 157 Pirineus- Atlântico 1980 média a baixa B alto não apontada Os clones de uma mesma variedade de videira atualmente são reagrupados em grupos de potencial produtivo, sendo grupo A (qualitativo e pouco produtivo); grupo B (intermediário) ao C (produtivo), além dos clones com comportamento irregular, classificados no grupo D (ENTAV, 1995) Porta-enxerto Diversos são os porta-enxertos utilizados no cultivo da vinha. Tendo em vista as características que estes apresentam, foram selecionados alguns tipos para utilização nos ensaios. A seguir, estão descritas as características gerais dos mesmos. IAC-572 O porta-enxerto IAC-572, de acordo com Pommer (1993) é uma cultivar originária do cruzamento entre Vitis caribea e R.R Mgt, realizado em 1955, por Santos Neto e lançado pelo Instituto Agronômico de Campinas em Foi denominada Jales, em homenagem à cidade onde está localizado um dos pólos vitícolas do estado de São Paulo. 26

41 Atualmente, tem sido o porta-enxerto mais utilizado nos trabalhos com uvas sem sementes no Nordeste, segundo Camargo et al. (1996), Albuquerque (1998), Grangeiro et al. (2002), Leão & Silva (2003a), Leão et al. (2004); em Minas Gerais, segundo Camargo et al. (2003) e em São Paulo segundo Leão et al. (2000) e Pommer (2001). Entretanto, as produções obtidas têm sido baixas e irregulares devido ao vigor conferido à copa. Pommer et al. (2003) relataram que seu enorme vigor tem ocasionado sua substituição em vinhedos de diversas regiões, principalmente por parte de viticultores que não estariam dispostos a testar práticas para controle deste vigor. IAC-313 O porta-enxerto IAC 313, também conhecido por Tropical, citado por Pommer et al. (1997), foi obtido por Santos Neto em 1950, a partir do cruzamento do porta-enxerto Golia com a espécie Vitis smalliana. É um porta-enxerto vigoroso, adapta-se bem a diferentes tipos de solo, é pouco afetado por doenças da parte aérea e suas estacas apresentam bom índice de enraizamento. Está bem adaptado às condições quentes do Estado de São Paulo, e no Submédio São Francisco é um dos porta-enxertos mais utilizados. Apresenta boa afinidade com videiras Itália, Rubi, Patrícia, Benitaka, Red Globe, Paulistinha, IAC , Isabel e outras (Pommer et al., 1997) P De acordo com Reynier (1995) e Sousa & Martins (2002), o porta-enxerto 1103 P é de origem italiana, tendo sido obtido por Paulsen em 1895, em Palermo, por hibridação entre Berlandieri Resseguier n 2 com Rupestris du Lot. Também é conhecido como Berlandieri x Rupestris 1103 ou somente Na Europa, Sartori (1989) destacou seu elevado grau de afinidade com todas as variedades de mesa, resistência à seca e grande adaptação aos vários tipos de solo. Atualmente, o interesse por este porta-enxerto tem sido crescente no Brasil, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por apresentar-se tolerante ao fungo de solo Fusarium oxysporum F. sp. herbemontis, comum nos solos daquelas regiões. Giovannini (2001) acrescentou que este porta-enxerto imprime produtividade de média à alta para as variedades utilizadas na vinificação e que promove, ainda, um retardamento na maturação da uva no Rio Grande do Sul, em comparação com outros porta-enxertos. De acordo com Camargo (1998), tem sido utilizado na Venezuela em parreirais situados em regiões tropicais, visando, principalmente, reduzir o vigor e aumentar a fertilidade de gemas de variedades apirênicas. 27

42 SO-4 O porta-enxerto SO4 (Vitis berlandieri x Vitis riparia) possui como características uma alta emissão de raízes. Além disso, confere à planta enxertada alto vigor à copa, adiantando a maturação da uva, permitindo uma alta produtividade da variedade copa e uma qualidade de produção regular (GIOVANNINI, 1999), sendo recomendado para cultivo em solos arenosos. É um porta-enxerto vigoroso, que confere aos enxertos um desenvolvimento inicial muito rápido e um grande vigor e, apesar disso, favorece a frutificação e antecipa a maturação das uvas (Mottard et al., 1963). É considerado muito bom produtor de madeira nas vinhas mães. A resposta ao enraizamento é boa. A resposta à enxertia no local é igualmente boa, sendo superior à do e 5BB. Em relação à enxertia na mão o resultado é satisfatório. Apresenta boa adaptação aos solos ácidos (Castro et al., 1985). Quanto à sensibilidade à secura é considerado sensível (Galet, 1988), sendo bastante tolerante em relação à humidade (Mottard et al., 1963; Chauvet e Raynier, 1979). Possui resistência aos nemátodos do gênero Meloidogynae (Boubals, 1984). É um porta-enxerto com resposta nula à salinidade O porta-enxerto , é resultante do cruzamento entre V. Riparia e V.rupestris. É considerado um porta-enxerto pouco vigoroso e precoce, com sistema radicular superficial. Apresenta hábito de crescimento similar ao Riparia Gloire, sendo, por isso, também conhecido pelos viticultores, na região Sul do Brasil, como "Vermelho Corredor". No Brasil, está difundido na Serra Gaúcha desde longa data e foi testado com sucesso em diferentes regiões do Estado como porta-enxerto para a produção de uvas americanas de mesa. Em função da precocidade e do baixo vigor é indicado especialmente para uvas destinadas à elaboração de vinhos finos e para a produção de uvas precoces de mesa. 420 A O porta-enxerto '420-A' é um híbrido originado do cruzamento entre as espécies Vitis berlandieri e Vitis riparia (Pommer et al., 1997). É um porta-enxerto pouco vigoroso e de difusão restrita. Apresenta certa dificuldade de enraizamento mas tem mostrado bons resultados práticos no cultivo de Cabernet Sauvignon, na região Sul do Brasil. 8. Ensaio Quebra de Dormência 8.1. Descrição da Parcela Experimental Foi utilizada a parcela de um vinhedo comercial, implantada em 23 de abril de 2003 com a casta Cabernet Sauvignon, enxertada sobre o porta-enxerto IAC-572. O sistema de 28

43 condução é a espaldeira do tipo Lys, com irrigação por gotejamento, em solo PE1 (Podzólico Vermelho-Amarelo, eutrófico, plíntico, com fragipã, textura arenosa / média ligeiramente pedregosa, profundo e com drenagem moderada a imperfeita), sendo os Podzólicos, pela nova classificação brasileira de solos, considerados Argissolos (Embrapa, 1999). O compasso de plantação é de 3,0 x 1,0 m, totalizando plantas/ha Delineamento Experimental O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições compostas por vinte e quatro plantas em cada bloco, para cada tratamento. Os tratamentos aplicados estão descritos no quadro 2 a seguir. Os tratamentos aplicados acompanharam 2,0 ml de espalhante adesivo AG-BEM (Dow Agrosciences). Quadro 2 Descrição dos tratamentos aplicados e suas respectivas dosagens, Vale do São Francisco, TRATAMENTO DOSAGEM T 0 T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 T 6 Testemunha Dormex a 10% pulverizado Dormex a 10% aplicado com rolo Dormex a 5% pulverizado Dormex a 5% aplicado com rolo Dormex a 2 % + Acordex a 4 % pulverizado Dormex a 2 % + Acordex a 4% aplicado com rolo Os tratamentos foram distribuídos em sete filas, contendo cada fila quatro repetições com 24 plantas cada, totalizando 96 plantas por tratamento, delineados em blocos ao acaso. Foram eleitas 4 plantas por bloco, totalizando 16 plantas acompanhadas por cada tratamento. 29

44 Quadro 3 Delineamento experimental do ensaio com Dormex, Vale do São Francisco, Tratamento e Repetição Linha R1 (24 plantas) R2 (24 plantas) R3 (24 plantas) R4 (24 plantas) 52 T 6 T 0 T 6 T 2 53 T 4 T 3 T 4 T 5 54 T3 T2 T5 T1 55 T 1 T 4 T 0 T 6 56 T 5 T 6 T 1 T 4 57 T 2 T 5 T 2 T 0 58 T 0 T 1 T 3 T 3 9. Ensaio Afinidade Clone vs Porta-enxerto 9.1. Descrição da parcela experimental Foi utilizado um vinhedo experimental com a casta Cabernet Sauvignon, implantado em Julho de 2006, com irrigação por gotejamento, em solo PE1 (Podzólico Vermelho- Amarelo, eutrófico, plíntico, com fragipã, textura arenosa / média ligeiramente pedregosa, profundo e com drenagem moderada a imperfeita), sendo os Podzólicos, pela nova classificação brasileira de solos, considerados Argissolos (Embrapa, 1999).. O sistema de condução é uma espaldeira simples do tipo Monoplano Ascendente(MA), com espaçamento de 3,0 x 1,0 m, o que totaliza plantas/ha Delineamento experimental O delineamento experimental foi totalmente casualizado, composto por seis filas com um porta-enxerto em cada, tendo cada porta-enxerto trinta plantas com cada clone. As observações foram feitas em seis plantas por interação clone x porta-enxerto, previamente marcadas, registando-se a seqüência dos fenômenos vegetativos e efetuando-se as avaliações necessárias nas datas de cada evento. Os clones e porta-enxertos utilizados na avaliação são apresentados no quadro 4 a seguir. 30

45 Quadro 4 Clones e porta-enxertos avaliados, Vale do São Francisco, CLONE PORTA - ENXERTO 15 SO A 191 IAC IAC P Foram eleitas, em cada combinação de 30 plantas, 6 videiras normais, ou seja, plantas que tinham já o braço formado, mas sem qualquer talão (esporão), perfazendo um total de 180 videiras acompanhadas. Na ocasião da poda, em cada videira eleita de cada combinação entre clone e porta-enxerto foi contabilizado o número de olhos existentes, possibiltando a avaliação da carga. A disposição dos clones e porta-enxertos utilizados no delineamento experimental estão apresentados no quadro 5. Quadro 5 Delineamento experimental do ensaio clone vs porta-enxerto, Vale do São Francisco, LINHA PORTA- ENXERTO CLONE (30 plantas) CLONE (30 plantas) CLONE (30 plantas) CLONE (30 plantas) CLONE (30 plantas) 8 9 SO A IAC-313 IAC P Metodologias Poda e Aplicação de Dormex Para o ensaio com Dormex, o ciclo da avaliação teve início em 24 de Abril de 2007, ocasião em que decorreu a poda das plantas, seguindo o sistema Guyot (poda longa), do tipo mista (varas e esporões) (Figura 6). Imediatamente após a poda, teve início a aplicação dos produtos, seguindo as dosagens previstas em cada tratamento e sua respectiva modalidade de aplicação: pulverizado (Figura 7) e rolo (Figura 8). A calda foi sempre 31

46 preparada junto à parcela, com volume total padronizado, de maneira que permitiu, após o final de cada aplicação, medir o volume gasto em cada intervalo de tratamento, em cada repetição. Todas as aplicações foram cronometradas, apresentando o tempo real gasto em cada intervalo. Com isso, foi possível calcular o volume e tempo real gasto para cada tratamento, permitindo definir o custo total real específico. Figura 6 Sistema de condução Lys com poda em Guyot, Vale do São Francisco, Figura 7 Aplicação de Dormex pulverizado, Vale do São Francisco, Figura 8 Aplicação de Dormex em rolo, Vale do São Francisco, No ensaio afinidade clone vs porta-enxerto, o ciclo de avaliação teve início em 14 de Junho de 2007, ocasião em que decorreu a poda das plantas, ainda de formação, com apenas o braço principal conduzido para um único lado (Figura 9). O Dormex foi utilizado, no entanto, a quantidade aplicada seguiu o usual da empresa, que para as condições foi de 6 %. 32

47 Figura 9 Sistema de condução Monoplano Ascendente com poda de formação, Vale do São Francisco, Estados Fenológicos Com base na escala de Baggiolini, foram registadas as datas dos estados fenológicos principais: abrolhamento (brotação), floração e pintor, conforme observação visual. Para definição das datas seguiram-se os estados definidos de acordo com a O.I.V. (1983): Abrolhamento, quando 50% dos gomos estavam em algodão (correspondente ao estado B); Floração, quando 50% das flores estavam abertas e as caliptras haviam caído e; Pintor, quando 50% dos bagos estavam pintados (a mudar de cor); Abrolhamento e Fertilidade O abrolhamento dos olhos deixados à poda foi determinado avaliando-se nas videiras marcadas e por ordem de olho a presença ou não de lançamentos. Os olhos no estado A-C durante a avaliação consideraram-se não abrolhados. Os registos de fertilidade foram efetuados durante o estado de cachos separados. O índice de abrolhamento global foi calculado seguindo a equação: % Abrolhamento =(nº olhos abrolhados por cepa / carga à poda por cepa)*100 No ensaio com Dormex, foi calculado o índice de abrolhamento por ordem de olho: % Abrolhamento por ordem de olho = (nº olhos abrolhados de ordem n / olhos totais (abrolhados+não abrolhados) de ordem n por cepa)*100 33

48 A fertilidade da casta foi avaliada no estado fenológico de cachos separados, nas mesmas videiras previamente marcadas contabilizando, nos olhos abrolhados, o número de sarmentos e cachos existentes. Desta maneira determinaram-se os Índices de Fertilidade Prático (IFprat) e Potencial (IFpot), segundo a equação: IFprat = nº cachos / carga à poda IFpot = nº cachos / nº olhos abrolhados O Índice de Fertilidade Potencial indica o nível de rendimento que é possível obter da videira e, assim, quanto maior o índice, maior será o rendimento Caracterização da Estrutura do Coberto Vegetal Área foliar Na caracterização da estrutura do coberto vegetal, apenas foi possível determinar a área foliar, devido à sebe não se encontrar perfeitamente estabelecida. A medição da área foliar foi feita ao pintor, seguindo a metodologia definida por Lopes & Pinto (2000). Foram eleitas 50% das videiras previamente marcadas para avaliação em cada modalidade, perfazendo um total de 2 plantas de cada repetição, em cada uma das modalidades, no ensaio com Dormex, e 3 plantas de cada modalidade da interacção, no ensaio clone vs porta-enxerto. O objectivo, foi determinar a relação folhas/frutos em cada uma das modalidades. Para este efeito, no ensaio com Dormex foram marcados 2 sarmentos normais, um na parte ascendente (braço superior) e um na retombante (braço inferior), e 1 sarmento normal no ensaio clone vs porta-enxerto, sendo todos de vigor médio e frutífero, nos quais foram determinados o nº de folhas e o comprimento das nervuras laterais, esquerda e direita (figuras 10, 11 e 12), das folhas maior e menor. O mesmo repetiu-se para a determinação da área foliar secundária (netas). Figura 10. Aspecto geral da medição da folha maior, Vale do São Francisco, Figura 11. Aspecto geral da medição da folha menor, Vale do São Francisco,

49 Figura 12. Representação esquemática da face superior do limbo de uma folha de videira: nervura secundária esquerda (L2e) e direita (L2d) medidas para o cálculo da área foliar. O modelo utilizado estima a área foliar total a partir da Área Foliar Principal (lançamento do olho principal) e da Área Foliar Secundária (lançamentos dos olhos secundários ou netas). Para a determinação da área de uma folha (AF folha) utilizou-se uma equação que relaciona a área da folha com a soma dos comprimentos das suas nervuras secundárias (L2): AF folha = 0,5016 x L2 1,9364 ; com r 2 = 0,953*** A estimativa da área foliar de um sarmento principal (AFp) foi feita com base no modelo que relaciona a área foliar de cada sarmento com o comprimento do lançamento (C), o respectivo número de folhas (NF), bem como a área foliar das folhas maior (AFM) e menor (AFm): AFp = ,44 + 1,50 x C + 111,00 x NF + 7,06 x AFM + 4,56 x AFm; com r 2 = 0,95*** Para estimar a área foliar secundária (AFs) de um sarmento, utilizou-se um modelo que relaciona o número de folhas das netas do sarmento (NFs) com a área foliar das folhas secundárias maior (AFMs) e menor (AFms): 35

50 AFs = - 195, ,31 x NFs + 2,36 x AFM + 1,21 x AFm; com r 2 = 0,971*** A área foliar total do sarmento obteve-se somando a área foliar estimada do lançamento principal conjuntamente com a das netas. Através da multiplicação do valor médio da área foliar por sarmento pelo número médio de sarmentos de uma videira da respectiva carga, obteve-se a área foliar total por videira. Smart & Robinson (1991) comentam que o valor ideal de área foliar necessária à produção de 1,0 g de uva com máxima qualidade é de aproximadante 12,0 cm Evolução da Maturação Para avaliação da evolução da maturação nos ensaios com Dormex e afinidade clone vs porta-enxerto, a colheita semanal de bagos para análises teve início, respectivamente, aos 24 e 18 dias após o início do pintor, sendo a última colheita realizada à data da vindima. Em cada modalidade foi colhida 1 amostra composta por 100 bagos, retirados um a um diretamente dos cachos, alternando a posição do bago no cacho (cima, meio e ápice, exposto e externo), do cacho em relação à posição na planta (base, centro e ápice, lados direito e esquerdo) e do cacho em relação ao sol (sombreados e expostos), sem escolha. A colheita foi realizada em todas as plantas existentes nos intervalos entre as modalidades. No ensaio com Dormex, cada amostra foi composta por 50 bagos colhidos no braço superior e 50 no inferior. A partir das amostras, foram determinados o peso dos respectivos 100 bagos, teor alcoólico provável (TAP), através da leitura do ºBrix direta em refratómetro digital manual, acidez total titulável (AT), através de titulometria com hidróxido de sódio(naoh) e indicador fenolftaleína, e potencial hidrogeniónico (ph), em potenciômetro digital de bancada, marca Tecnal Rendimento à Vindima Durante a vindima, foram colhidas em separado todas as cepas previamente marcadas em cada modalidade (figuras 13 e 14). Na ocasião, em cada uma das plantas marcadas, foram contados os seus cachos e imediatamente pesados com auxílio de uma balança tipo dinamómetro, de marca Salter (figuras 15 e 16). 36

51 Figura 13. Vindima das plantas marcadas, ensaio Dormex, Vale do São Francisco, Figura 15. Aspecto geral da pesagem dos cachos, ensaio Dormex, Vale do São Francisco, Figura 14. Vindima das plantas marcadas, ensaio clone vs porta-enxerto, Vale do São Francisco, Figura 16. Aspecto geral da pesagem dos cachos, ensaio clone vs porta-enxerto, Vale do São Francisco, Vinificação A uva colhida foi transportada ao laboratório de vinificação, sediado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semi-árido), em Petrolina, e armazenada em câmara fria a 10ºC durante cerca de 20 horas para arrefecimento (Figura 17). Após esse período, as uvas foram processadas, sendo escolhido inicialmente o tratamento de menor volume de produção (Figura 18). Durante a operação de vinificação, no ensaio com Dormex, as uvas das 4 repetições de cada modalidade foram juntas e microvinificadas, totalizando 7 modalidades de vinhos elaborados. 37

52 No ensaio de afinidade clone vs porta-enxerto, as uvas das 30 modalidades foram juntas por clone e microvinificadas, após decisão conjunta de acordo com o interesse da empresa, totalizando 5 modalidades de vinhos elaborados. Foi utilizado um desengaçador/esmagador de rolos, de fabrico nacional (Marca Ricefer). Os rolos foram distanciados de maneira a submeter os bagos a uma leve prensagem. No ensaio com Dormex, as uvas, após submetidas ao desengace, permitiram a obtenção de um volume aproximado de 75 litros de mosto, sendo estabelecido como volume padrão a ser fermentado para todos os demais tratamentos, que foram colocados em tanques com capacidade para 200 litros (Figura 19). Imediatamente após o desengace, foram adicionados 7,5 gramas de metabissulfito de potássio (5,0 g de SO 2.hL -1 de mosto) para protecção do mosto. Após cerca de 16 horas o mosto de cada tratamento foi inoculado com 15,0 gramas de levedura seca activa, da espécie Saccharomyces cerevisiae (var. Bayanus), tipo PDM (20 g.hl -1 ) (Figura 20). No ensaio de afinidade clone vs porta-enxerto, após o desengace, obteve-se um volume aproximado de 65 litros de mosto, sendo estabelecido como volume padrão a ser fermentado para todos os demais tratamentos, que foram colocados em tanques com capacidade para 200 litros. Imediatamente após o desengace, foram adicionados 6,5 gramas de metabissulfito de potássio (5,0 g de SO 2.hL -1 de mosto) para protecção do mosto. Em seguida, o mosto de cada tratamento foi inoculado com 13,0 gramas da mesma levedura utilizada no ensaio anterior. Previamente, as leveduras foram hidratadas em 0,15 L de água a 35ºC para cada tratamento, em recipientes separados (Figura 21). Após 15 minutos, proporcionou-se uma agitação e adicionou-se o mosto a 20ºC (Figura 22). Ainda 15 minutos depois a levedura foi adicionada ao mosto no tanque, encontrando-se em diferença de 4ºC entre as temperaturas do mosto no tanque e da solução com a levedura. Após a inoculação dos mostos, cada tanque foi remontado com 2 baldes(25 litros) de mosto, visando a homogeinização. Logo após as remontagens foram iniciadas as leituras de densidade e temperatura do mosto, para acompanhamento da evolução da fermentação. As remontagens continuaram, sendo realizadas 3 vezes por dia, quando estando a densidade acima de 1040 de densidade, 2 vezes por dia, com a densidade entre 1020 e 1040 e 1 vez por dia, quando os valores de densidade chegaram abaixo de As leituras da densidade eram feitas 2 vezes por dia, manhã e tarde, com auxílio de um densímetro gravitacional, no mesmo momento em que se realizava a leitura da temperatura, com auxílio de um termômetro de mercúrio. 38

53 Figura 17. Arrefecimento Figura 18. Processamento das Figura 19. Tanques em aço inox, das uvas em câmara fria a uvas, Vale do São Francisco, capacidade para 200L, Vale do São Francisco, ºC, Vale do São Francisco, Figura 20. Levedura Figura 21. Hidratação das Saccharomyces cerevisiae, var leveduras para inoculação, bayanus, tipo PDM, Vale do Vale do São Francisco, São Francisco, Figura 22. Adição de mosto às leveduras hidratadas para ambientação, Vale do São Francisco, Quando próximo ao esgotamento, momento em que os tratamentos do ensaio com Dormex estabilizaram a densidade entre 995 e 996, e o ensaio afinidade clone vs portaenxerto entre 994 e 997, foi realizada uma análise do vinho para correções necessárias, efetuadas durante a transfega. Após esgotados (Figura 23), os vinhos foram transferidos para cubas de vidro (Figura 24), ficando cada tratamento com um volume total aproximado de 44 litros, sendo 2 cubas de 22 litros, de maneira que 1 cuba, sempre atestada, serviu para armazenamento do vinho a ser utilizado como amostra-referência, enquanto a outra serviu para que fossem realizados os atestos dos volumes de vinho retirados para análise. As cubas foram postas em uma sala com controle de refrigeração (Figura 25), mantendo-se à temperatura de 18ºC, proporcionando um ambiente favorável à evolução adequada da fermentação malolática (FML). Semanalmente foram enviadas amostras de 500 ml ao laboratório da Vinibrasil para análises de acompanhamento da evolução do mosto, sendo analisados o teor de álcool provável (TAP), acidez volátil, acidez total, ph, SO2 total e SO2 livre. O acompanhamento da FML foi realizada através de análise em cromatografia de papel e, após identificada a finalização, foram corrigidos os teores de sulfuroso, de maneira 39

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