INTERVENÇÃO DO ESTADO (E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) NA ATIVIDADE ECONÔMICA E SOCIAL

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1 INTERVENÇÃO DO ESTADO (E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) NA ATIVIDADE ECONÔMICA E SOCIAL I DISCIPLINA: INTERVENÇÃO DO ESTADO (E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) NA ATIVIDADE ECONÔMICA E SOCIAL II - PROF. DOUTOR: DANIEL FERREIRA III - CARGA HORÁRIA: 30h/a IV - EMENTA: Estado Social, Princípio da Subsidiariedade e Livre Iniciativa. Serviço Público, Atividades Privadas de Interesse Coletivo e Atividade Econômica. Modos de Intervenção. Empresas Estatais. Concessão e Permissão de Serviço Público e Parceria Público-Privada. Regulação (Econômica e Social). Fomento (Auxílios, Contribuições e Subvenções Sociais). Terceiro Setor. Tendências atuais e concretas de atuação Pró-Ativa da Administração Pública Contratante. V JUSTIFICATIVA Com o advento da Constituição Federal de 1988 e, portanto, com a expressa assunção de certos anseios, valores e direitos como marcos caracterizadores do assumido modelo Estado Social e Democrático de Direito aparentemente se pôs em linha de colisão alguns postulados como, por exemplo, o do Estado Social e o da Livre Iniciativa (e Livre Concorrência). Em princípio, assim, o Estado deveria assumir um papel ativo na realização material de algumas necessidades básicas, minimamente necessárias à concreção do primado da dignidade da pessoa humana. Nada obstante, expressamente se reservou à iniciativa privada a atuação nos segmentos não-proibidos, isto é, aqueles assumidos como atinentes ao serviço público. Nesse contexto, às estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) destacou-se instância limitada, qual seja a de intervenção direta no domínio econômico apenas quando

2 necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo (conforme definidos em lei CF/88: Art. 173). 2 E mais, definiram-se, dentre outros, como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a construção de uma sociedade livre, justa e solidária pari passu com a erradicação da pobreza e da marginalização e, ambos, ainda, combinados com a incessante busca do desenvolvimento nacional. Sendo assim, vem a lume alguns temas de induvidosa importância, sem a compreensão dos quais far-se-ia difícil, se não mesmo impossível, delimitar o espaço próprio (e legítimo) da atuação do Estado no âmbito legal, regulamentar e da atividade administrativa concreta em cotejo com a atividade empresarial, em princípio apenas proibida na prestação de serviços públicos, salvo na condição de concessionária ou permissionária. Portanto, estudar a Intervenção do Estado (e da Administração Pública) na Atividade Econômica e Social é fixar a moldura normativa dentro da qual se mostra não apenas possível, porém necessária, oportuna e conveniente a atuação do Poder Público, quer diretamente mediante a prestação de serviços públicos, quer indiretamente através da regulação (econômica e social), porque assim (também) se revela a existência de atividades de interesse coletivo não privativas do Estado que ensejam apoio, incentivo e fomento estatal no plano legal, regulamentar e contratual, sem prejuízo do orçamentário porque igualmente buscam a concretização da tão almejada sociedade solidária, não por acaso comprometida com a minimização das desigualdades, com a promoção do desenvolvimento nacional, com a proteção do meio ambiente etc. Por fim, com esta disciplina optativa apresentar-se-á a adoção da atividade empresarial socialmente responsável e compromissada com os direitos fundamentais não apenas como uma opção, mas eventualmente como conditio sine qua non para, e.g., a firmação de contratos administrativos, haja vista as novidades legais e regulamentares que incentivam

3 (rectius: exigem) a responsabilidade social e/ou ambiental dos parceiros da Administração Pública as empresas contratadas (sob o manto do regime jurídico administrativo) e via licitação pública. VI OBJETIVOS a) Geral: demonstrar que (i) a sujeição abstrata da atividade empresarial à regulação não se mostra, apenas, como uma forma de ingerência estatal expressiva de poder, mas também como instrumento idôneo para o regular desenvolvimento da livre iniciativa e da livre 3 concorrência, de sorte a assim diretamente proteger o empresário e a empresa (e, por via reflexa, os consumidores e mesmo os usuários de serviço público diretamente prestado pelo Estado, concedido ou permitido) e, ainda, que (ii) no campo da atividade social pode e deve o poder público incentivar e fomentar as entidades não-estatais sem fins lucrativos (na condição de empresas sociais ou de entidades integrantes do Terceiro Setor) e mesmo as empresárias (microempresas e empresas de pequeno porte) assim concretizando uma sociedade livre, justa e solidária compromissada com a minimização das desigualdades, com a concretização dos direitos fundamentais, com o desenvolvimento social e com a proteção do meio ambiente. b) Específicos: b.1) propiciar ao Mestrando um estudo pormenorizado acerca do Serviço Público e dos mecanismos de seu trespasse material para a iniciativa empresarial privada (concessão e permissão de serviço público e a parceria público-privada; b.2) permitir a crítica acerca da assunção, pelo Estado Brasileiro, de uma atividade material como serviço público; b.3) delimitar, confrontando, o regime jurídico do serviço público, da atividade privada de interesse coletivo e, ainda, da atividade (empresarial) econômica; b.4) estudar o fenômeno da regulação do serviço público, da atividade econômica e mesmo da atividade

4 social (das atividades privadas de interesse coletivo); b.5) explicitar os mecanismos de fomento das atividades sociais não-estatais e como existentes desde o advento da Lei nº 4.320/1964; b.6) situar o Terceiro Setor, investigando as entidades (e as atividades das entidades) que dele fazem parte; b.7) apresentar para conhecimento, reflexão e crítica alguns instrumentos legais e regulamentares que incentivam a adoção de um modelo social e ambientalmente responsável para a atividade empresarial (econômica) e que maximizam a promoção do desenvolvimento nacional. VII CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Estado Social, Princípio da Subsidiariedade e Livre Iniciativa: contextualização a partir da CF/88. Serviço Público: noção, conceito e regime jurídico. Atividade Econômica: limites e possibilidades para os particulares e para o Poder Público (segurança nacional e relevante interesse público). Atividades Privadas de Interesse Coletivo: noção e regime jurídico. Modos de Intervenção. Intervenção Direta: atuação no domínio econômico e social. Intervenção Indireta: Regulação, Agências Reguladoras e Princípio da Legalidade. 4 Fomento: Lei nº 4.320/64 subvenções sociais, auxílios e contribuições. Terceiro Setor (entidades e regime jurídico). Incentivo: tendências atuais e concretas de atuação Pró-Ativa da Administração Pública Contratante: LC nº 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte); Lei nº /2007 (Cria o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura: Art Cooperativas) e Decreto Estadual nº 6.252/2006 (Dispõe sobre a integração de considerações ambientais nas licitações e nos contratos públicos do Estado do Paraná). VIII METODOLOGIA Análise crítica-comparativa dos temas, operacionalizada através de leituras dirigidas, fichamentos e pesquisa jurisprudencial em ambiente extra-classe. E mais, mediante a

5 realização de seminários, com exposição por parte dos Mestrandos previamente indicados e posterior debate em grupos e coletivo. Eventualmente, ainda, por meio de episódicas intervenções expositivas (prévias aos seminários, concomitantes à exposição e/ou esclarecedoras) do Professor. IX AVALIAÇÃO A avaliação dos mestrandos será feita nos seguintes termos: PRIMEIRA PARTE: peso 5 i) pelos fichamentos: 2,0 pontos; ii) pela exposição: 2,0 pontos; iii) pela participação em aula (contínua e ativa): 2,0 pontos; iv) pela prova: 4,0 pontos [eventualmente, se o número de inscritos for deveras limitado, a prova será dispensada, hipótese na qual os itens (ii) e (iii) passarão a valer 4,0 pontos cada.] SEGUNDA PARTE: peso 5 Pelo artigo com, no mínimo, 20 (vinte) e, no máximo 30 (trinta) laudas, obedecidas as mesmas regras da dissertação, sobre um dos assuntos vistos no semestre e cuja entrega 5 deverá ocorrer em não mais de trinta dias corridos após o encerramento das aulas relativas à disciplina. X BIBLIOGRAFIA 1. ABDALA, Edson Vieira; POPP, Carlyle. Comentários à nova lei antitruste. Curitiba: Juruá, BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 19. ed. rev., atual. São Paulo: Malheiros, BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, v BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. São Paulo: Celso Bastos, BERCOVICI, Gilberto. Constituição Econômica e Desenvolvimento: Uma Leitura a partir da Constituição de São Paulo: Malheiros, Desigualdades Regionais, Estado e Constituição. São Paulo: Max Limonad, 2003.

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7 de Janeiro: Renovar, OLIVEIRA, Gesner; RODAS João Grandino. Direito e economia da concorrência. Rio de Janeiro: Renovar, PIRES, Luis Manoel Fonseca; ZOCKUN, Maurício (coord.). Intervenções do estado. São Paulo: Quartier Latin, ROCHA, Sílvio Luís Ferreira da. Terceiro setor. São Paulo: Malheiros, (Coleção temas de direito administrativo, v.7.) 27. SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial as estruturas. 2. ed. São Paulo: Malheiros, Regulação da atividade econômica: princípios e fundamentos jurídicos. 2. ed. rev., ampl. São Paulo: Malheiros, Regulação e concorrência. São Paulo: Malheiros, (Coleção estudos e pareceres) Regulação e desenvolvimento. São Paulo: Malheiros, SEN, Amartya Kumar. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. São Paulo: Malheiros, SILVA, Sandoval Alves da. Direitos sociais: leis orçamentárias como instrumento de implementação. Curitiba: Juruá, SOUTO, Marcos Juruena Villela. Direito administrativo regulatório. Rio de Janeiro: Lumen Juris, SUNDFELD, Carlos Ari; VIEIRA; Oscar Vilhena (coord.). Direito global. São Paulo: Max Limonad, 1999.