Limitações para a utilização de florestas energéticas voltadas, exclusivamente, ao atendimento de produtores independentes de ferro-gusa
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- Adriano Azeredo Lopes
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1 Limitações para a utilização de florestas energéticas voltadas, exclusivamente, ao atendimento de produtores independentes de ferro-gusa Maurílio de Abreu Monteiro Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará NAEA/UFPA Secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia - SEDECT/Pará Belém-PA, 03 de setembro de 2008
2 TESE PRINCIPAL: A volatidade dos preços da sucata (conjugada com histórica fragilidade das instituições públicas) impelem os produtores independentes de ferro-gusa (MPI) a recorrerem a formas insustentáveis, social e ambientalmente, de acesso à biomassa florestal. Comportamento que reforça a visão de a utilização da biomassa florestal,como insumo energético, ser arcaica e predatória.
3 Figura 1: Produção mundial de aço bruto por processo de aciaria. Fonte: International Iron and Steel Institute - IISI (2007)
4 Figura 2: Representação esquemática das principais rotas tecnológicas utilizadas para a produção de aço. Fonte: Elaboração do autor.
5 12,00 30 Milhões de toneladas 10,00 8,00 6,00 4, Milhões de metros cúbicos 2,00 5 0, Carvão vegetal consumido pelas usinas integradas (milhares de metros cúbicos) Carvão vegetal consumido pelas produtras indenpedentes (milhares de metros cúbicos) Produção de ferro-gusa / usinas integradas a carvão vegetal (milhões de toneladas) Produção de ferro-gusa / produtoras independentes (milhões de toneladas) 9,80 10,60 11,40 11,30 11,70 9,40 7,80 6,70 8,00 7,90 7,60 5,20 4,50 4,40 4,20 3,75 3,90 3,68 3,38 3,98 4,63 7,73 13,90 16,20 15,40 16,40 21,30 18,60 14,90 14,00 15,30 17,30 15,10 13,00 14,30 17,80 18,30 16,40 17,58 18,03 20,22 27,59 27,80 22,83 3,00 3,13 2,82 3,12 3,61 2,90 2,87 2,76 2,42 2,46 1,97 1,67 1,42 1,47 1,41 1,25 1,30 1,29 1,35 1,45 1,65 1,79 3,84 4,51 4,41 4,68 6,09 5,64 4,53 4,38 4,80 5,45 5,15 4,36 4,76 4,96 5,40 6,15 6,51 6,76 8,10 10,09 9,73 9,47 Figura 3: Consumo de carvão vegetal e produção de ferro-gusa no Brasil por usinas integradas e produtores independentes ( ). Fonte: Anuário Estatístico AMS (Diversos anos).elaboração do autor.
6 Figura 4: Preço do ferro-gusa e da sucata em mercados internacionais e preço do ferro-gusa. Fontes: IISI (2007), Market Analysis (20/01/08) e MDIC (sistema Alice Web), elaboração do autor.
7 Figura 5: Mapa com a localização de alto-fornos e da capacidade instalada dos produtores independentes de ferro-gusa no Brasil. Fonte: AMS (2005). Elaboração do autor.
8 Preços - US$ dólares Volume - Milhares de toneladas * 90 Thousands of tons Price (US$/ton) Figura 6: Volume e preço médio anual do ferro-gusa produzido na Amazônia Oriental brasileira. Fonte: MDIC (sistema Alice Web), elaboração do autor. * Valores de janeiro à julho de 2008.
9 Tabela 1: Custo de produção, em dólares, de uma tonelada de ferro-gusa no Corredor da Estrada de Ferro Carajás. Item Unidade Custo/u Consumo Custo % Minério de ferro t 26,2 1,6 41,92 25,31 Carvão vegetal t 121 0,7 84,7 51,14 Calcário t 4 0,04 0,15 0,09 Dolomita t 4,5 0,06 0,28 0,17 Quartzito t 13,55 0,01 0,19 0,11 Manganês t 14 0,01 0,11 0,07 Energia elétrica kwh 0, ,6 3,38 Outros insumos ,53 1,53 Força de trabalho H/h 2,19 2,8 6,13 3,7 Manutenção ,27 2,58 Depreciação ,23 1,95 Administração ,5 2,72 Frete t ,25 Custo operacional bruto t , Fonte: Elaboração do autor com base em pesquisa de campo, 2004.
10 Fonte: MDIC (sistema Alice Web), Anuário Estatístico AMS (Diversos anos). Elaboração do autor. Figura 7: Evolução dos preços do ferro-gusa, minério de ferro e carvão vegetal ( ). Ferro-gusa de Carajás Ferro Gusa de Minas Gerais Carvão vegetal jan-m ar/90 abr- jun/90 jul-s et/90 ar/91 abr- jun/91 jul-s et/91 ar/92 abr- jun/92 jul-s et/92 ar/93 abr- jun/93 jul-s et/93 ar/94 abr- jun/94 jul-s et/94 ar/95 abr- jun/95 jul-s et/95 ar/96 abr- jun/96 jul-s et/96 ar/97 abr- jun/97 jul-s et/97 ar/98 abr- jun/98 jul-s et/98 ar/99 abr- jun/99 jul-s et/99 ar/00 abr- jun/00 jul-s et/00 ar/01 abr- jun/01 jul-s et/01 ar/02 abr- jun/02 jul-s et/02 ar/03 abr- jun/03 jul-s et/03 ar/04 abr- jun/04 jul-s et/04 ar/05 abr- jun/05 jul-s et/05 ar/06 abr- jun/06 jul-s et/06 ar/07 abr- jun/07 jul-s et/07 ar/08 abr- jun/08 0,00 0,00 50,00 U S$/t (Valores c orrigidos para 2008) 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 400,00 450,00 100,00 US$/m³ (Valores c orrigidos para 2008)
11 Tabela 2: Estimativa da demanda e o volume de carvão vegetal declarado como consumido pelas empresas para a siderurgia na Amazônia brasileira. ANO Produção ferro-gusa Carvão vegetal Demanda Consumo declarado Déficit Totais Fonte: IBAMA (2005). Índice de conversão 0,611 t.
12 Figura 8: Indicação de tendência de comportamento dos preços do carvão vegetal em função dos preços do ferro-gusa. Fonte: ALICEWEB 2006.
13 Quadro 1: CONDICIONANTES PRINCIPAIS CONTIDAS EM LICENÇAS DE OPERAÇÃO PARA USINAS SIDERÚRGICAS ESTADO DO PARÁ (SEMA, 2007) EMPRESA Relatório de produção e consumo de carvão e outros insumos Estudos ou planos de caráter ambiental Sinobrás X X X Da Terra X X X Usimar X X X Maragusa X X X Fermar X X Licencia-mento de atividade rural reflorestamento Manutenção de altos fornos Usipar Sidenorte X X Sidepar X X X Terra Norte X X X X Ibérica X X X X Total
14 Quadro 2: BUSCA DE CAMINHOS QUE VIABILIZEM PRÁTICAS AMBIENTALMENTE PRUDENTES TIPO DE ALTERNATIVA SOLUÇÕES PROPOSTAS LIMITES E CRÍTICAS Instalação de miniciarias a arco elétrico Utilização da biomassa do coco de babaçu Agregação de valor para suportar os custos de aquisição de insumos energéticos de forma sustentável Considera-se o coco de babaçu uma biomassa abundante e disponível sem que haja desmatamento para sua aquisição. -Não atenta para a tendência de reprodução dos efeitos deletérios da atividade carvoeira em face da ausência de fiscalização trabalhista e ambiental. - Na prática, os baixos custos de aquisição da madeira energética desestimulam as guseiras a optar pela biomasssa legal. - As dispersão desta fonte em aumenta os custos de coleta no que diz respeito ao transporte. - Coloca em risco a base de recursos de muitas populações na Pré-Amazônia brasileira - Maranhão.
15 BUSCA DE CAMINHOS QUE VIABILIZEM PRÁTICAS AMBIENTALMENTE PRUDENTES TIPO DE ALTERNATIVA SOLUÇÕES PROPOSTAS LIMITES E CRÍTICAS Biomassa originária da silvicultura Técnicas modernas e eficazes de carbonização da biomassa Minimizaria a pressão sobre a floresta nativa por reorientar a fonte de carvão para o reflorestamento, em moldes sustentáveis social e ecologicamente. Alteração na tecnologia de carbonização da madeira, com adoção de processos de produção bem mais sofisticados que os atualmente utilizados. -O reflorestamento envolve um ciclo longo de imobilização de capital, por vezes, incompatível com os objetivos de redução de custos das guseiras. -Não há garantias de que a silvicultura se mostrará capaz de suportar pressão em face da concorrência com a madeira ilegal. - A introdução de novas tecnologias envolve investimentos, nem sempre compatíveis, com estratégia de terceirização do suprimento de carvão vegetal adotado pela maioria das guseiras.
16 Obrigado! Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
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