REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES RELATÓRIO I ESTUDO DE DEMANDA

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1 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES RELATÓRIO I ESTUDO DE DEMANDA TRECHO Estrela D Oeste (SP) - Dourados (MS) Audiência Pública nº 139/2013

2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO METODOLOGIA DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA IDENTIFICAÇÃO DOS FLUXOS DE CARGA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA E GRUPOS DE PRODUTOS RELEVANTES PROJEÇÃO DE DEMANDA ALOCAÇÃO DA DEMANDA NO TRECHO FERROVIÁRIO CENÁRIOS DE INFRAESTRUTURA RESULTADOS DA PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE CARGA RESULTADOS DA DEMANDA ALOCADA NO TRECHO FERROVIÁRIO ESTRELA D OESTE - DOURADOS DETERMINAÇÃO DO INDICADOR TKU PARA O TRECHO FERROVIÁRIO ANEXO... 26

3 1. INTRODUÇÃO O Programa de Investimentos em Logística (PIL) para as ferrovias, concebido pelo governo federal com o apoio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), prevê investimentos em 12 trechos ferroviários, listados no Quadro 1. Quadro 1 - Trechos Ferroviários do PIL Nome do Trecho Ferroanel SP - Tramo Norte e Tramo Sul Lapa - Porto de Paranaguá Lucas do Rio Verde - Campinorte Uruaçu - Campos Rio de Janeiro Vila Velha Belo Horizonte - Salvador Feira de Santana - Ipojuca Estrela D'Oeste - Dourados Maracaju Lapa Mairinque - Rio Grande Açailândia - Barcarena Feira de Santana - Parnamirim Fonte: PIL (MT/ANTT). Elaboração Própria. Situação PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL PIL O presente estudo tem como objetivo apresentar os valores estimados para a demanda do trecho ferroviário entre Estrela D Oeste (SP) Dourados (MT), cujo traçado referencial pode ser visualizado na Figura 1. 1

4 Figura 1 - Trecho Estrela D Oeste Dourados Fonte: Elaboração Própria. Serão realizadas, portanto, projeções de demanda para o trecho supracitado, por grupo de produtos, no horizonte temporal até

5 2. METODOLOGIA 2.1. Determinação da Área de Influência Para que seja possível definir a demanda potencial das ferrovias objeto da concessão, a primeira etapa consiste na determinação das áreas de influência de cada trecho ferroviário. A área de influência é caracterizada em microrregiões geográficas, de acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que define microrregião como um conjunto de municípios, contíguos e contidos na mesma Unidade da Federação, definidos com base em características do quadro natural, da organização da produção e de sua integração. Inicialmente, para as estimativas de demanda do PIL, foram determinadas as áreas de influência dos trechos ferroviários, a partir do seguinte critério: áreas com distância de até 200 km da linha férrea a ser concedida. Para o trecho Estrela D Oeste - Dourados, a área de influência compreende 50 microrregiões, nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Minas Gerais relacionadas no Anexo. 3

6 Figura 2 - Mapa da Área de Influência do Trecho Estrela D Oeste Dourados Fonte: Elaboração Própria. No mapa da Figura 2 podem ser localizadas as microrregiões na área de influência, definidas no PIL e as microrregiões inseridas no estudo. 4

7 2.2. Identificação dos Fluxos de Carga da Área de Influência e Grupos de Produtos Relevantes Após a definição da área de influência dos trechos ferroviários, foram identificados os fluxos de carga relevantes para estudo. Para tanto, foi utilizado como base o banco de dados do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), de 2011, que engloba 80 produtos, correspondentes a 90% do PIB brasileiro. Da classificação dos produtos no PNLT, fez-se um agrupamento a partir do mapeamento das cargas potenciais a serem transportadas na ferrovia objeto da licitação. Esses produtos foram, primeiramente, classificados em possíveis ou não de serem transportados no modal ferroviário. As cargas classificadas como possíveis de serem transportadas foram agregadas em 14 grupos, listados no Quadro 2. Quadro 2 - Grupo de Produtos Considerados no Estudo de Demanda 1 Açúcar 8 Minério de Ferro 2 Álcool 9 Outros Minerais e Metais 3 Carvão Mineral 10 Outros Produtos do Agronegócio 4 Cimento 11 Papel e Celulose 5 Complexo de Soja 12 Petróleo, Derivados e Químicos 6 Contêiner 13 Siderurgia 7 Milho 14 Veículos Fonte: PIL (MT/ANTT). Elaboração Própria. A demanda potencial para o trecho em estudo é calculada para identificar a capacidade de um mercado de transportes em uma determinada área, ou seja, é a quantidade de produtos passíveis de serem transportados em função dos fatores facilitadores de acesso e do incentivo ao uso em determinadas escalas de espaço, custo e tempo. Para o estudo de demanda do trecho Estrela D Oeste Dourados foram selecionados os fluxos de carga, considerando-se as seguintes demandas potenciais: a) Demanda Doméstica - fluxos com origem e destino dentro da área de influência do trecho ferroviário. Assim, foram considerados os seguintes fluxos de carga: Que possuem origem e destino nas microrregiões de São Paulo; 5

8 Que possuem origem e destino nas microrregiões de Mato Grosso do Sul; Que possuem origem nas microrregiões dos Estados Paraná, Goiás e Minas Gerais e destinam-se a microrregiões de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. Que possuem origem nas microrregiões de São Paulo e de Mato Grosso do Sul e destinam-se a microrregiões dos Estados Paraná, Goiás e Minas Gerais. b) Demanda de Comércio Exterior - fluxos entre uma microrregião da área de influência do trecho e o exterior Projeção de Demanda Identificados os fluxos de carga da área de influência dos trechos ferroviários, os mesmos foram projetados até As projeções de demanda podem ser divididas em três etapas. a) Interpolação das Projeções do PNLT A matriz origem-destino do PNLT 2011 contém projeções de demanda, em mil toneladas, para cada produto, para os anos 2015, 2023 e Para obtenção dos fluxos nos anos intermediários, foi feita uma interpolação com ajustes anuais variáveis, adotando-se como variável proxy o Produto Interno Bruto (PIB) do estado em que cada microrregião está inserida. Para os anos entre 2032 e 2048, foi feita uma extrapolação, levando-se em consideração a elasticidade PIB do estado e a demanda. b) Atualização das Projeções de Demanda de Comércio Exterior Esta etapa buscou atualizar as projeções de demanda de comércio exterior do PNLT. Para projeção destes fluxos, foi utilizado como base o banco de dados do Sistema de Análise 6

9 das Informações de Comércio Exterior, denominado AliceWeb 1, cujos dados anuais estão atualizados até Para tanto foi utilizado um modelo econométrico de painel de dados. Com isto, pretende-se através da combinação de série temporal e corte transversal, obter um aumento dos graus de liberdade e estimativas mais confiáveis. A equação abaixo representa o modelo estimado para a demanda por movimentação de grupos de produtos: (1) Onde: é a quantidade movimentada do grupo de produtos p, da origem i para o destino j, no período t. Note-se que, como os dados são de comércio exterior, ou i ou j refere-se ao exterior. No caso de exportações, i é a microrregião de origem e j é o país no exterior; para importações, j é o país de origem no exterior e i é a microrregião importadora; é a matriz de k variáveis independentes relativas a movimentação da origem i para o destino j no período t; é o vetor de k parâmetros a ser estimado, onde k é igual ao número de variáveis independentes; é o erro aleatório; i = 1,..., n são todas as origens compreendidas na Área de Influência da ferrovia; j = 1,..., n são todos os destinos compreendidos na Área de Influência da ferrovia; t = é o ano em questão. Para a exportação, as variáveis independentes são o PIB do país de destino e a taxa de câmbio (bilateral, entre Brasil e o país de destino). No caso de importação, as variáveis independentes são o PIB da microrregião de destino da importação no Brasil e a taxa de câmbio (bilateral, entre Brasil e o país de origem). As projeções realizadas através das abordagens metodológicas explicadas anteriormente, acima são unidas, dando origem à demanda futura dos fluxos de carga da área 1 Sistema da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 7

10 de influência do trecho ferroviário, tanto por cargas domésticas, quanto de comércio exterior até Alocação da Demanda no Trecho Ferroviário Projetados os fluxos de carga das áreas de influência, é necessário identificar quais são os possíveis de serem transportados nos trechos ferroviários. Assim, a partir de um critério de minimização de custos logísticos, são identificadas as rotas ótimas (com as distâncias e respectivos modais de transporte utilizados) entre cada par de origem-destino. Considera-se nesse contexto, a malha de transporte atual e projetada conforme os planos de investimento do governo federal. Após a realização dessa etapa, serão obtidos os resultados das projeções dos fluxos dos produtos potenciais referentes ao trecho ferroviário em estudo Cenários de Infraestrutura Para simulação das rotas entre cada par origem e destino, foram adotadas premissas em relação à malha de transporte futura, levando-se em consideração as obras de melhoria da infraestrutura de transporte, conforme os planos de investimentos do governo federal. As Figuras 3 a 7 expõem os cenários de infraestrutura de transporte, considerados neste estudo para os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário, e a configuração das respectivas malhas nos horizontes em 2015, 2025, 2035 e

11 Figura 3 - Modal Ferroviário em 2015, 2025, 2035 e 2045 Fonte: Elaboração Própria. 9

12 Figura 4 - Modal Hidroviário em 2015 Fonte: Elaboração Própria. 10

13 Figura 5 - Modal Hidroviário em 2025 Fonte: Elaboração Própria. 11

14 Figura 6 - Modal Hidroviário em 2035 e 2045 Fonte: Elaboração Própria. 12

15 Figura 7 - Modal Rodoviário em 2015, 2025, 2035 e 2045 Fonte: Elaboração Própria. 13

16 3. RESULTADOS DA PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE CARGA Tomando como premissa o início da operação do trecho Estrela D Oeste Dourados em 2015, as projeções de demanda potencial alocada no trecho, para aquele ano, resultaram em um total de 180 mil toneladas. Entre 2015 e 2048, espera-se que a demanda cresça a uma taxa média anual de 6 %. Ao final do período projetado, o trecho ferroviário em questão pode capturar uma demanda potencial num total de mil toneladas, como pode ser visto na Figura 8. Figura 8 - Evolução da Projeção de Demanda Alocada no Trecho Estrela D Oeste Dourados a 2048 (em milhões de toneladas) Fonte: Dados Brutos PNLT e AliceWeb(Secex). Elaboração Própria. Ao longo do período projetado existe potencial de movimentação de 12 dentre os 14 grupos de produtos considerados, apresentados na Tabela 1. 14

17 Tabela 1 - Projeção de Demanda Alocada ao Trecho Estrela D Oeste Dourados (tu) Demada Produto Açúcar Álcool Carvão mineral Cimento Complexo soja Container Potencial Milho Minério de ferro Outros minerais e metais Outros produtos do agronegócio Papel e celulose Petróleo, derivados e químicos Siderurgia Veículos Total Fonte: Dados Brutos PNLT e AliceWeb (Secex). Elaboração Própria. Dentre os produtos com potencial de demanda para o trecho ferroviário Estrela D Oeste Dourados, no início do período projetado, destacam-se os produtos do complexo da soja, (46%), petróleo, derivados e químicos (14%), cimento (8%) e outros minerais e metais (8%), como pode ser visto na Figura 9. Juntos, representam 76% do total de carga possível de ser capturada pela ferrovia em Com destino à exportação, os produtos do complexo da soja possuem origem principalmente no Mato Grosso do Sul, estado com grande potencial de produção devido à disponibilidade de terra e clima favorável. Espera-se que a demanda por estes produtos parta de 83 mil toneladas em 2015, para mil toneladas em 2048, crescendo a uma taxa média anual de 6,8%. A participação petróleo, derivados e químicos no total da demanda potencial alocada ao trecho está de acordo com as perspectivas de utilização crescente do modal ferroviário para transporte desse tipo de carga. Em 2015 foram alocadas 25 mil toneladas destes produtos, tendo sido projetada uma taxa média de crescimento anual de 3,1%. Ao final do período, a demanda pode chegar a mil toneladas em

18 Figura 9 - Participações Relativas dos Principais Produtos na Demanda Total (Alocada e Induzida) do Trecho Estrela D Oeste Dourados e 2048 (em %) Fonte: Dados Brutos PNLT e AliceWeb(Secex). Elaboração Própria. Em 2048, espera-se uma configuração diferente nas participações relativas das cargas no total da demanda potencial do trecho ferroviário. 16

19 Apesar de todos os produtos apresentarem aumento de demanda até 2048, a participação relativa de cada um é reduzida em função do crescimento de milho e do complexo soja, conforme apresentado na Figura 9. 17

20 4. RESULTADOS DA DEMANDA ALOCADA NO TRECHO FERROVIÁRIO ESTRELA D OESTE - DOURADOS Nas Tabelas 2 a 4, são apresentados os resultados dos carregamentos, para o trecho ferroviário em estudo, obtidos ao final da etapa de simulação. Os resultados são apresentados por ano para os horizontes de 2015 até

21 Tabela 2 - Resultados da Demanda Total, para o Trecho Estrela D Oeste Dourados, para os horizontes de 2015 até 2025 (em toneladas) Produto Açúcar Álcool Carvão mineral Cimento Complexo soja Container Milho Minério de ferro Outros minerais e metais Outros produtos do agronegócio Papel e celulose Petróleo, derivados e químicos Siderurgia Veículos Total Fonte: Elaboração Própria. 19

24 5. DETERMINAÇÃO DO INDICADOR TKU PARA O TRECHO FERROVIÁRIO A unidade TKU representa um indicador operacional ferroviário que é determinado por meio da multiplicação do volume de carga transportado na ferrovia pela distância percorrida na mesma. Com este indicador é possível realizar a comparação direta entre diferentes malhas ferroviárias e verificar a eficiência destas A seguir são apresentados os fluxos de carga em TKU para os horizontes de 2015 a 22

25 Tabela 5 - TKU para o Trecho Estrela D Oeste Dourados, para os horizontes de 2015 até 2025 Produto Açúcar Álcool Carvão mineral Cimento Complexo soja Container Milho Minério de ferro Outros minerais e metais Outros produtos do agronegócio Papel e celulose Petróleo, derivados e químicos Siderurgia Veículos Total Fonte: Elaboração Própria 23

26 Tabela 6 - TKU, para o Trecho Estrela D Oeste Dourados, para os horizontes de 2026 até 2036 Produto Açúcar Álcool Carvão mineral Cimento Complexo soja Container Milho Minério de ferro Outros minerais e metais Outros produtos do agronegócio Papel e celulose Petróleo, derivados e químicos Siderurgia Veículos Total Fonte: Elaboração Própria 24

27 Tabela 7 - TKU, para o Trecho Estrela D Oeste Dourados, para os horizontes de 2037 até 2048 Produto Açúcar Álcool Carvão mineral Cimento Complexo soja Container Milho Minério de ferro Outros minerais e metais Outros produtos do agronegócio Papel e celulose Petróleo, derivados e químicos Siderurgia Veículos Total Fonte: Elaboração Própria 25

28 ANEXO Anexo - Microrregiões da Área de Influência do Trecho Estrela D Oeste Dourados Microrregião Estado Microrregião Estado Meia Ponte GO Toledo PR Quirinópolis GO Umuarama PR Sudoeste de Goiás GO Adamantina SP Frutal MG Andradina SP Ituiutaba MG Araraquara SP Uberaba MG Araçatuba SP Uberlândia MG Assis SP Aquidauana MS Auriflama SP Bodoquena MS Barretos SP Campo Grande MS Bauru SP Cassilândia MS Birigui SP Dourados MS Catanduva SP Iguatemi MS Dracena SP Nova Andradina MS Fernandópolis SP Paranaíba MS Jaboticabal SP Três Lagoas MS Jales SP Apucarana PR Lins SP Astorga PR Marilia SP Cianorte PR Nhandeara SP Cornélio Procópio PR Novo Horizonte SP Florai PR Presidente Prudente SP Londrina PR São Joaquim da Barra SP Maringá PR São Jose do Rio Preto SP Paranavaí PR Tupã SP Porecatu PR Votuporanga SP Fonte: Elaboração Própria 26