GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

Transcrição

1 GOVERNO DA PARAÍBA Secretaria de Estado da Receita Conselho de Recursos Fiscais Processo nº Acórdão 282/2013 Recurso HIE/CRF- nº 341/2012 RECORRENTE: GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. RECORRIDA: CARLOS ANTONIO DE ÁVILA PREPARADORA : RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA. AUTUANTE: IZABEL C. RECAMONDE L. DE LIMA. RELATORA: CONSª. MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA. RECURSO HIERÁRQUICO DESPROVIDO. OMISSÃO DE SAÍDAS DE MERCADORIAS TRIBUTÁVEIS. CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO. DECLARAÇÃO DE VENDAS EM VALORES INFERIORES AOS FORNECIDOS PELAS OPERADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO/DÉBITO. FALTA DE NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O PERÍODO DOS FATOS GERADORES CONSTANTE NO AUTO INFRACIONAL E NO DEMONSTRATIVO DA TÉCNICA DE FISCALIZAÇÃO APLICADA. INSUBSISTÊNCIA DA ACUSAÇÃO. AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. A diferença a menor no valor das vendas declaradas pelo contribuinte em confronto com as informações fornecidas pelas administradoras de cartões de crédito/débito com as quais a declarante opera autoriza a presunção de omissão de saídas de mercadorias tributáveis. Situação que não logrou confirmação em decorrência da falta de correlação entre o período dos fatos geradores assentado no auto de infração e o registrado no demonstrativo da técnica de fiscalização aplicada, o que comprometeu irremediavelmente o feito fiscal por inobservância do requisito da certeza do crédito tributário apurado. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, à unanimidade, e, de acordo com o voto da relatora pelo recebimento do Recurso Hierárquico, por regular e, no mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter a sentença prolatada na primeira instância, que julgou IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº / (FL. 04),

2 Continuação do Acórdão nº 282/ lavrado em 15 de fevereiro de 2012, em que foi autuado contribuinte CARLOS ANTONIO DE ÁVILA (ME), com inscrição estadual n , já qualificado nos autos, eximindo-o de quaisquer ônus oriundos do presente ação fiscal, em face dos fundamentos acima expendidos. Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /97. P.R.I. Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 30 de agosto de MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA CONSª. RELATORA

3 Continuação do Acórdão nº 282/ GOVERNO DA PARAÍBA Secretaria de Estado da Receita Conselho de Recursos Fiscais PROCESSO Nº Recurso HIE /CRF N.º 341/ 2012 RECORRENTE RECORRIDA : GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. : CARLOS ANTONIO DE ÁVILA PREPARADORA : RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA. AUTUANTE(S) : IZABEL C. RECAMONDE L. DE LIMA. RELATORA : CONSª. MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA. RECURSO HIERÁRQUICO DESPROVIDO. OMISSÃO DE SAÍDAS DE MERCADORIAS TRIBUTÁVEIS. CARTÃO DE CRÉDITO E DÉBITO. DECLARAÇÃO DE VENDAS EM VALORES INFERIORES AOS FORNECIDOS PELAS OPERADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO/DÉBITO. FALTA DE NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O PERÍODO DOS FATOS GERADORES CONSTANTE NO AUTO INFRACIONAL E NO DEMONSTRATIVO DA TÉCNICA DE FISCALIZAÇÃO APLICADA. INSUBSISTÊNCIA DA ACUSAÇÃO. AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. A diferença a menor no valor das vendas declaradas pelo contribuinte em confronto com as informações fornecidas pelas administradoras de cartões de crédito/débito com as quais a declarante opera autoriza a presunção de omissão de saídas de mercadorias tributáveis. Situação que não logrou confirmação em decorrência da falta de correlação entre o período dos fatos geradores assentado no auto de infração e o registrado no demonstrativo da técnica de fiscalização aplicada, o que comprometeu irremediavelmente o feito fiscal por inobservância do requisito da certeza do crédito tributário apurado.

4 Continuação do Acórdão nº 282/ Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo etc. R E L A T Ó R I O Trata-se de recurso hierárquico interposto nos moldes do art. 128 da Lei nº 6.379/96, em face da decisão monocrática que julgou IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº / , de fls. 04, lavrado em 15/02/2012, contra o contribuinte acima identificado, em razão de cometimento de práticas irregulares assim denunciadas: - OMISSÃO DE VENDAS Contrariando dispositivos legais, o contribuinte optante do Simples Nacional omitiu saídas de mercadorias tributáveis sem o pagamento do imposto devido por ter declarado o valor de suas vendas tributáveis em valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito e débito. Segundo o entendimento acima, a autuante constituiu o crédito tributário, correspondente aos exercícios de 2009 e 2010, na quantia de R$ ,04, sendo R$ ,68 de ICMS, por infringência aos arts. 158, I e 160, I, c/c o art. 646, todos do RICMS/PB, bem como aos arts. 9º e 10º da Res. CGSN nº 030, de 07/02/08, e R$ ,36 de multa por infração, com fundamento no artigo 82, V, a, da Lei Estadual nº 6.379/96. Conclusos os autos à Gerência de Julgamento de Processo Fiscais, após regular ciência efetuada por meio o Aviso de Recebimento, constante a fl. 15, e seguida da declaração de revelia da autuada, conforme atesta do respectivo Termo de Revelia, de fl. 16, além da informação de haver antecedentes fiscais (fls. 17 e 18), os mesmos foram distribuídos ao Julgador Singular, Petrônio Rodrigues Lima, que declinou o seu entendimento pela IMPROCEDÊNCIA do auto de infração, sob o fundamento de que faltou o elemento essencial para configuração do ilícito visto que o não se estabeleceu o liame entre o fato dado como infringente e o período da ocorrência do fato gerador. Procedida a interposição de recurso hierárquico (fl. 24) e notificada a autuada sobre a decisão singular (fls. 25 e 26), os autos foram encaminhados à autuante para apresentar contrarrazões, a qual assim se manifestou na fl. 28: A autuante ratifica seu feito conformada com a improcedência do referido auto de infração, vez que desde logo, manifestou que ocorreu um equívoco quanto à alocação dos períodos autuados. De pronto, a autuante procedeu ao Auto de Infração de nº / , com alocação dos períodos corretos, conforme demonstrativos acostados ao processo.

5 Continuação do Acórdão nº 282/ Portanto, o Auto / foi substituído pelo Auto / Este último sendo o correto em relação aos períodos e já julgado por esta instância prima como PROCEDENTE, no Processo nº Entendemos que todos os fatos apurados pela fiscalização estão devidamente registrados no Auto / , de forma clara e precisa e nos conformamos com a apreciação quando ao Auto de Infração nº /2012/-82. Remetidos os autos a esta Corte Julgadora, os mesmos foram a mim distribuídos, segundo critério regimentalmente previsto, para apreciação e julgamento. É o relatório. V O T O O objeto do Recurso Hierárquico a ser discutido por esta relatoria diz respeito à motivação da decisão da autoridade julgadora para improceder o lançamento de oficio, porquanto acolheu como indevida a exação do crédito tributário relativo à acusação em foco, ao fundamento de ter se configurado equívoco quanto à indicação do período do fato gerador. Passo, pois, ao exame da questão. A matéria disposta na peça vestibular revela a ocorrência de omissão de vendas tributáveis evidenciada pela declaração de saídas de mercadorias em valores inferiores às informações prestadas pelas instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito/débito, com as quais a autuada opera. No mérito, constata-se irregularidade na denúncia formalizada no auto infracional, porquanto a data da eclosão dos fatos geradores registrada no libelo basilar não se coaduna com a data inserta no demonstrativo de fl. 07, que o instruiria. Nessas circunstâncias, registra-se a inexistência de correlação entre a data dos fatos geradores e a do ilícito denunciado. Tal fato foi de logo apontado pela própria autuante logo após a autuação, oportunidade em que a mesma fez constar nos autos processuais o comunicado de fl. 02, onde relata o ocorrido no momento da autuação e pede ao final que seja desconsiderado o Auto de Infração de Estabelecimento nº / , de fl. 04, o qual consiste da peça basilar do presente processo. Inclusive, na oportunidade do contra-arrazoado (fl. 28) a referida autoridade fiscal confirmou o equívoco por ela cometido na lavratura do auto de infração, informando,

6 Continuação do Acórdão nº 282/ inclusive, que o auto de infração acima citado foi substituído por outro, Auto de Infração de Estabelecimento nº / (Processo º ), que também foi objeto de decisão na instância a quo, consoante a informação transcrita no relatório supra, razão por que abstenho-me de repetição. Portanto, constatada a inexistência de nexo de causalidade entre o período da ocorrência do ilícito denunciado e o constante no demonstrativo que expõe a técnica de fiscalização utilizada no exame da situação fiscal da autuada, conclui-se que o equívoco perpetrado comprometeu irremediavelmente o auto infracional. Com efeito, os demonstrativos revelam a ocorrência do fato gerador denunciado, porém em período distinto do assentado no libelo basilar. Em face do que, não me resta alternativa senão a confirmação da decisão monocrática. Pelo exposto, VOTO - pelo recebimento do Recurso Hierárquico, por regular e, no mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter a sentença prolatada na primeira instância, que julgou IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº / (FL. 04), lavrado em 15 de fevereiro de 2012, em que foi autuado contribuinte CARLOS ANTONIO DE ÁVILA (ME), com inscrição estadual n , já qualificado nos autos, eximindo-o de quaisquer ônus oriundos do presente ação fiscal, em face dos fundamentos acima expendidos. agosto de Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 30 de MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA Conselheira Relatora