Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

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1 Processo nº Acórdão nº 059/2012 Recurso HIE/VOL/CRF-427/2010 1ª RECORRENTE: GERÊNCIA EXECUTIVA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS GEJUP 1ª RECORRIDA: LOJAS PRIMAVERA COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA. 2ª RECORRENTE: LOJAS PRIMAVERA COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA. 2ª RECORRIDA: GERÊNCIA EXECUTIVA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS GEJUP PREPARADORA: COLETORIA ESTADUAL DE CABEDELO AUTUANTE: JOSÉ JAIDIR DA SILVA RELATOR : CONS. JOSÉ DE ASSIS LIMA RECURSOS HIERÁRQUICO E VOLUNTÁRIO. DESPROVIDOS. OMISSÃO DE VENDAS. CARTÃO DE CRÉDITO. SANEAMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. A acusação de omissão de saídas tributáveis decorrente das vendas declaradas pelo contribuinte serem inferiores aos valores informados pelas administradoras de cartão de crédito encontra amparo na legislação do RICMS-PB. Saneamento, em virtude de provas carreadas aos autos, levaram ao cancelamento de parte do crédito tributário. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, a unanimidade, e de acordo com o voto do relator, pelo recebimento dos recursos hierárquico, por regular, e voluntário, por regular e tempestivo, e, quanto ao mérito, pelo DESPROVIMENTO de ambos, para manter inalterada a sentença monocrática que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº /2009, lavrado em 06/02/2009, contra a empresa LOJAS PRIMAVERA COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA., inscrição estadual nº , já qualificada nos autos, exigindo um crédito tributário no valor de R$ ,61 (oitenta e três mil e trinta e nove reais e sessenta e um centavos) sendo R$ ,87 (vinte e sete mil, seiscentos e setenta e nove reais e oitenta e sete centavos) de ICMS, por infringência aos artigos 158, I; 160, I; c/fulcro 646; parágrafo único, todos do RICMS/PB e R$ ,14 (cinqüenta e cinco mil, quinhentos e trinta e nove reais e quatorze centavos) de multa por infração ao artigo 82, V, a, da Lei 6.379/96. Ao tempo em que mantenho cancelada a importância de R$ ,65, sendo R$ ,55 de ICMS e R$ ,10 de multa por infração. Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /97. P.R.I.

2 Continuação do Acórdão nº 059/ Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais 24 fevereiro JOSÉ DE ASSIS LIMA CONS. RELATOR RELATÓRIO No Auto de Infração de Estabelecimento nº , lavrado em 06/02/2009, contra a empresa LOJAS PRIMAVERA COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA., inscrição estadual nº , relativamente a fatos geradores ocorridos entre 01/01/2007 e 30/09/2007, constam as seguintes denúncias: DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: OMISSÃO DE VENDAS >> Contrariando dispositivos legais, o contribuinte omitiu saídas de mercadorias tributáveis sem o pagamento do imposto devido por ter declarado o valor de suas vendas tributáveis em valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito e débito. Foram dados como infringidos os artigos 158, I; 160, I e art. 646, parágrafo único; todos do RICMS-PB, com proposição da penalidade prevista no art. 82, V, a da Lei n 6.379/96, sendo apurado um crédito tributário de R$ ,26, sendo R$ ,42 de ICMS e R$ ,84 de multa. Cientificada, pessoalmente, da ação fiscal, em 09/02/2009, a autuada apresentou reclamação, em 10/03/2009 (fls. 036/038), tendo o autuante oposto contestação, conforme fls. 134, declarando que, diante da apresentação de novos documentos pela empresa, refez as planilhas levantando um ICMS de R$ ,87 (fls. 135). Sem informação de antecedentes fiscais, os autos foram conclusos (fls.147) e remetidos para a Gerência de Julgamentos de Processos Fiscais GEJUP, onde foi distribuído para o julgador Rogério Ricarte Maciel, que decidiu pela parcial procedência do feito fiscal (fls. 150/154), com indicação de Recurso Hierárquico ao Conselho de Recursos Fiscais. Tendo sido, regularmente, cientificada da decisão monocrática, por via postal, em 31/08/10 (AR fls.157), o contribuinte protocolou Recurso Voluntário perante este Colegiado, em 29/09/2010 (fls. 158/161).

3 Continuação do Acórdão nº 059/ Em suas alegações, concentra sua defesa em expor que a empresa sempre apresentou volume de vendas superiores aos informados pelas administradoras de cartão de crédito/débito. Em suas contra-razões, o autuante concorda com a decisão de 1ª instância, declarando, que as empresas de cartão informaram vendas com cartão de crédito em valores superiores aos declarados pela autuada, evidenciando que parte dessas vendas foram omitidas. Este é o relatório. VOTO O Auto de Infração em apreço versa sobre omissão de receitas detectadas em Operação Cartão de Crédito, onde foi levantada diferença tributável entre as vendas declaradas pelo contribuinte e as informações prestadas pelas operadoras de cartão de crédito e débito, ensejando, na forma do artigo 646 do RICMS/PB, a presunção de vendas de mercadorias tributáveis sem o pagamento do imposto devido. Art. 646 O fato de a escrituração indicar insuficiência de caixa, suprimentos a caixa não comprovados ou a manutenção no passivo, de obrigações já pagas ou inexistentes, bem como a ocorrência de entrada de mercadorias não contabilizadas ou declaração de vendas pelo contribuinte em valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito, autorizam a presunção de omissão de saídas tributáveis sem o pagamento do imposto, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da acusação. Como se observa, a denúncia encontra respaldo em nossa legislação, sendo matéria bastante conhecida deste Colegiado, onde a ocorrência da infração se verifica por presunção legal, juris tantum, ressalvando o direito do sujeito passivo de produzir provas que se contraponham à acusação. Neste sentido, não importa que a empresa tenha declarado vendas totais em volume superior às realizadas com cartão de crédito. O fato relevante é que a empresa não declarou nem comprovou vendas com cartão de crédito/débito em volume suficiente para suplantar os valores informados pelas administradoras, sendo autuada por apresentar diferença de vendas não declaradas ensejando, conforme presunção do artigo 646, vendas de mercadorias sem o pagamento do imposto. No caso em análise, se verifica que, em um primeiro momento, a auditoria levantou uma diferença tributável de R$ ,86, ensejando a exigência de ICMS no valor de R$ ,42. Por ocasião da apresentação da peça reclamatória, a empresa, utilizando-se de seu direito à inversão do ônus da prova, trouxe a lume argumentos e provas materiais (fls. 39/116), capazes de desconstituir parte do crédito tributário levantado na ação fiscal. A fiscalização, por seu turno, com base nos documentos apresentados pela autuada, elaborou novo levantamento (fl. 135/144), onde desconsiderou parte da diferença inicialmente observada, reduzindo o valor do ICMS para R$ ,87.

4 Continuação do Acórdão nº 059/ Após as medidas saneadoras realizadas pela fiscalização, considerando as provas trazidas ao processo pela autuada, não vislumbramos outras correções a serem efetuadas, mesmo porque o contribuinte sequer apresentou, no período, vendas a consumidor (através de notas fiscais modelo D) que pudessem confrontar os valores informados pelas administradoras de cartão. Neste novo panorama, considero acertada a decisão proferida em primeira instância que decidiu pela parcial procedência do Auto de Infração exigindo um novo crédito tributário conforme abaixo discriminado. CRÉDITO TRIBUTÁRIO >> ICMS MULTA TOTAL Omissões de Vendas Cartão de , , ,26 Crédito (Valores Comprovados) (11.238,55) (22.477,10) (33.715,65) Total Remanescente , , ,61 Por todo o exposto, VOTO pelo recebimento dos recursos hierárquico, por regular, e voluntário, por regular e tempestivo, e, quanto ao mérito, pelo DESPROVIMENTO de ambos, para manter inalterada a sentença monocrática que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº /2009, lavrado em 06/02/2009, contra a empresa LOJAS PRIMAVERA COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA., inscrição estadual nº , já qualificada nos autos, exigindo um crédito tributário no valor de R$ ,61 (oitenta e três mil e trinta e nove reais e sessenta e um centavos) sendo R$ ,87 (vinte e sete mil, seiscentos e setenta e nove reais e oitenta e sete centavos) de ICMS, por infringência aos artigos 158, I; 160, I; c/fulcro 646; parágrafo único, todos do RICMS/PB e R$ ,14 (cinqüenta e cinco mil, quinhentos e trinta e nove reais e quatorze centavos) de multa por infração ao artigo 82, V, a, da Lei 6.379/96. Ao tempo em que mantenho cancelada a importância de R$ ,65, sendo R$ ,55 de ICMS e R$ ,10 de multa por infração. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em 24 de fevereiro de JOSÉ DE ASSIS LIMA Conselheiro Relator

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