Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO Governo da República Federativa do Brasil PRODUTO DE CONSULTORIA
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1 Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO Governo da República Federativa do Brasil PRODUTO DE CONSULTORIA 1. Código do Projeto: UTF/BRA/084/BRA 2. Título do Projeto: Por um Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura 3. Instituição Executora Nacional: Secretaria de Aquicultura e Pesca/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 4. Nome consultor/posto: João Felipe Nogueira Matias Consultor em Cadeia Produtiva da Piscicultura do Piauí. 5. Nº do Termo de Referência: Período da Consultoria (início e fim): 15/03/2018 a 21/12/ Nº e Título do Produto: Produto 2 Plano Estadual de Desenvolvimento da Piscicultura no Estado do Piauí, incluindo: objetivos da política setorial; análise SWOT pontos fortes, prontos fracos, ameaças e oportunidades da aquicultura estadual; os aspectos institucionais e os normativos legais que orientam a formulação do Plano; os princípios e diretrizes em termos de sustentabilidade ambiental; inclusão, participação e equidade econômica e social; produtividade; competitividade; estratégias para o desenvolvimento da aquicultura no estado; as competências institucionais e um plano de ação para a implementação do Plano. 8. Data: 10/10/2018 1
2 EXPEDIENTE José Wellington Barroso de Araújo Dias GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ Maria Regina Sousa VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO PIAUÍ Patrícia Vasconcelos Lima SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL Antônio José Pereira Ferreira SUPERINTENDENTE DA AGRICULTURA FAMILIAR Liz Elisabeth C. Meireles DIRETORA DE AGRICULTURA FAMILIAR Luciano Sousa de Brito DIRETOR DE AQUICULTURA E PESCA Bernildo Duarte Val DIRETOR DA AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DO PIAUÍ (ADAPI) Marcos Vinicius Oliveira DIRETOR DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO PIAUÍ (EMATER) Edição e diagramação: João Diego Barbosa Lopes Supervisão ASCOM: Edna de Jesus Maciel Textos: João Felipe Nogueira Matias 2
3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO A Produção Mundial de Pescado A Produção Mundial de Aquicultura A Produção Aquícola no Brasil A Produção Aquícola no estado do Piauí METODOLOGIA UTILIZADA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO OBJETIVO META INDICADOR PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA DO ESTADO DO PIAUÍ Programas Estruturantes para a Aquicultura Piauiense: Programa de Regularização Ambiental Programa Estadual de Assistência Técnica para a Aquicultura Programa de Geração de Dados e Informações Estatísticas Programa de Apoio à Infraestrutura Aquícola Programa de Incentivo ao Aumento de Consumo do Pescado Programa de Ordenamento da Aquicultura em Águas Públicas Programa de Apoio à Pesquisa e Inovações Tecnológicas Programa de Apoio e Incentivo à Participação Setorial Programas de Desenvolvimento para a Aquicultura Programa de Qualificação Técnica/ Gerencial e Associativista Programa de Incentivo a Sistemas Produtivos Inovadores Programa de Incentivo aos Aquicultores de Recursos Limitados - AREL PDAPI (ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS X STAKEHOLDERS) RESUMO ORÇAMENTÁRIO RETORNO SOBRE O CAPITAL INVESTIDO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 1. INTRODUÇÃO 1.1. A Produção Mundial de Pescado A produção de pescado no mundo em 2016 foi de 170,9 milhões de toneladas (FAO, 2018); sendo que deste total, a produção oriunda da pesca (capturas) foi de 90,9 milhões de toneladas (53%), enquanto a produção aquícola (cultivos) foi de 80 milhões de toneladas (47%). Porém, a produção mundial de pescado utilizada para consumo humano foi de 151 milhões de toneladas, das quais 80 milhões de toneladas ou 52,91% foram da aquicultura, o que nos mostra que a maior parte do consumo mundial de pescado já é de origem aquícola. Figura 1: Produção Mundial de Pescado para Consumo Humano por Atividade em 2016 Fonte: FAO (2018) O que se observa é um ligeiro declínio da atividade pesqueira, que produziu 92,2 milhões de toneladas em 2011 e decresceu para 90,9 milhões de toneladas em Ao contrário da aquicultura, que demonstrou um expressivo crescimento, produziu 61,8 milhões de toneladas em 2011 e aumentou para 80 milhões de toneladas em 2016 (FAO, 2018). Observa-se ainda, um aumento do consumo mundial de pescado per capta, que em 2011 foi de 18,5 kg/ habitante/ ano e chegou a 20,3 kg/ habitante/ ano em 2016 (recorde na História). Portanto, esse 4
5 crescimento no consumo está sendo suprido pelo aumento da oferta de pescado via aquicultura A Produção Mundial de Aquicultura A produção mundial de aquicultura em 2018 foi de 80,1 milhões de toneladas, gerando aproximadamente US$ 230 bilhões de dólares americanos. Em relação aos organismos cultivados, temos que os peixes tiveram maior importância, com 54,1 milhões de toneladas e US$ 138 bilhões, seguidos pelos moluscos com 17,1 milhões de toneladas e US$ 29 bilhões, pelos crustáceos com 7,9 milhões de toneladas e US$ 57 bilhões e outros organismos cultivados: tartarugas, rãs, pepinos-do-mar, águas-vivas, dentre outros, representaram cerca de 1 milhão de toneladas e US$ 6,8 bilhões. com 1 milhão de toneladas e US$ 6,8 bilhões. Quanto aos países com maior produção aquícola, temos a China disparada e isoladamente em primeiro lugar, com 49,2 milhões de toneladas. Em segundo lugar vem a índia, com 5,7 milhões de toneladas, seguida pela Indonésia, com 5,0 milhões de toneladas. Em seguida vem o Vietnam, com 3,6 milhões de toneladas e Bangladesh, com 2,2, milhões de toneladas, perfazendo o seleto clube 5 (cinco) países que produziram mais de 2 milhões de toneladas de pescado cultivado em A Figura 2 apresenta o gráfico dos 14 maiores produtores aquícolas do mundo em 2016: Figura 2: Principais Países Produtores de Aquicultura no Mundo em Fonte: FAO (2018) 5
6 1.3. A Produção Aquícola no Brasil A produção brasileira de aquicultura em 2016 foi de aproximadamente 580 mil toneladas (IBGE, 2017); sendo que a aquicultura de água doce (exclusivamente piscicultura) foi responsável por 507 mil toneladas (87,4%) e a aquicultura marinha (camarões, ostras, vieiras e mexilhões) foi responsável por 72,8 mil toneladas (12,6%). Figura 3: Produção Aquícola Brasileira por Ambiente de Cultivo em Fonte: IBGE (2017) Os principais organismos cultivados foram os peixes com 507 mil toneladas; os crustáceos (camarões) com 52 mil toneladas e os moluscos (ostras, vieiras e mexilhões) com 20,8 mil toneladas (IBGE, 2017). O valor da produção aquícola brasileira em 2006 foi de R$ 4,23 bilhões, dos quais os peixes foram responsáveis por R$ 3,27 bilhões; os crustáceos (camarões) por R$ 889 milhões e os moluscos por R$ 68,5 milhões (IBGE, 2017). 6
7 1.4. A Produção Aquícola no estado do Piauí Segundo dados do IBGE (2018) a produção de peixe cultivado do estado do Piauí foi de toneladas em 2017; enquanto a produção de camarão cultivado foi de toneladas no mesmo ano. Desta forma, temos que a produção aquícola total do estado foi de toneladas em Ainda segundo o IGBE (2018), a aquicultura está presente em todos os 202 municípios piauienses e existem criadores de tambaqui e seus híbridos, 849 criadores de tilápias e 33 criadores de camarão, reforçando a importância desta atividade no estado. Em 2016, o governo do Piauí realizou um diagnóstico da piscicultura no estado, que apresentou dados que caracterizaram esta atividade de forma bastante recente (ROTTA et al, 2016). Estes dados apresentaram enormes gargalos na aquisição dos principais insumos (ração e alevinos), equipamentos e serviços para a aquicultura; assim como forneceram um perfil do piscicultor no estado: 89% são microprodutores (< 5 hectares); 44% utilizam mão de obra familiar; 67% utilizaram a piscicultura como principal fonte de renda da propriedade; 90% estão na atividade há menos de 10 anos; 97% não tem acesso a crédito bancário; 78% não possuem licenciamento ambiental; 50% não tem subsídio de energia elétrica (federal ou estadual); 83% pretendem expandir sua atividade. 7
8 2. METODOLOGIA UTILIZADA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO O uso da análise dos stakeholders como ferramenta para a estratégia tem se tornado bastante popular nos campos da administração e no desenvolvimento de políticas públicas nas duas últimas décadas (XAVIER, 2010). A teoria do stakeholder considera que a organização deve procurar atender os interesses de seus stakeholders atuando como agente (princípio da legitimidade), devendo fazêlo também para garantir a sobrevivência da organização e os benefícios advindos dessa relação em longo prazo (FREEMAN, 1984). Essa abordagem nos leva a crer na legitimidade que os stakeholders vêm assumindo nesta nova concepção de relacionamento organizacional. A organização, aqui denominada como a aquicultura piauiense, ao focar no potencial dos stakeholders, pode reconhecer suas necessidades emergentes, elaborar e/ou modificar planos para o desenvolvimento de suas atividades. Desta forma, utilizamos a Teoria dos Stakeholders para a elaboração dos diagnósticos regionais (por território) da aquicultura no estado do Piauí (Produto 1); que serviram de base para a elaboração deste Produto 2, que contém uma proposta de Plano de Desenvolvimento da Aquicultura do Estado do Piauí. Esta proposta, de acordo com o TR , leva em consideração a análise SWOT pontos fortes, prontos fracos, ameaças e oportunidades da aquicultura estadual; os aspectos institucionais e os normativos legais que orientam a formulação do Plano; os princípios e diretrizes em termos de sustentabilidade ambiental; inclusão, participação e equidade econômica e social; produtividade; competitividade; estratégias para o desenvolvimento da aquicultura no estado; as competências institucionais e um plano de ação para a implementação do Plano. Este Plano foi dividido em dois tipos de Programas: Estruturantes e de Desenvolvimento: Programas Estruturantes: darão suporte e apoio aos diversos elos da cadeia produtiva da aquicultura no estado do Piauí; 8
9 Programas de Desenvolvimento: voltados diretamente para a melhoria e modernização dos sistemas produtivos utilizados na aquicultura piauiense. 3. OBJETIVO Aumentar a produção aquícola piauiense, gerando trabalho, renda e segurança alimentar. 4. META A produção de peixe cultivado no estado do Piauí foi de toneladas no ano de 2017 (IBGE, 2018). Considerando um crescimento médio de 10% ao ano, esta produção poderia chegar a toneladas no ano de Porém, de acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura, a piscicultura foi responsável por produzir toneladas em 2017 (Peixe BR, 2018) e pelo mesmo critério (crescimento médio de 10% ao ano), esta produção poderia chegar a toneladas no ano de Já a produção de camarão cultivado no estado do Piauí foi de toneladas no ano de 2017 (IBGE, 2018). Considerando um crescimento médio de 10% ao ano, esta produção poderia chegar a toneladas no ano de Desta forma, considerando um crescimento de 10% ao ano, propomos as seguintes metas para o crescimento da aquicultura no estado do Piauí no período : Organismo Ano Base (2017) Meta para 2023 Peixe IBGE: toneladas toneladas Peixe Peixe BR: toneladas toneladas Camarão IBGE: toneladas toneladas 5. INDICADOR Alcance da Meta = Produção Atingida / Produção Estimada * 100 9
10 6. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA DO ESTADO DO PIAUÍ (2019/ 2023) 6.1. Programas Estruturantes para a Aquicultura Piauiense: Os Programas estruturantes são assim chamados por atuarem na estruturação da cadeia produtiva da aquicultura; ou seja, atuam em áreas necessárias para dar suporte, ajudar e proporcionar com que a cadeia produtiva consiga se desenvolver, sem atuar diretamente na produção aquícola Programa de Regularização Ambiental Em primeiro lugar é necessário agilizar os processos de licenciamento ambiental para a aquicultura no estado do Piauí. Esta agilização não significa prescindir dos cuidados e responsabilidades ambientais, mas sim proporcionar, de acordo com a legislação existente, a utilização eficiente dos processos de licenciamento ambiental simplificado LAS. Neste programa deverão ser utilizados sistemas que proporcionem a informatização dos procedimentos de licenciamento para a aquicultura. Ações a serem realizadas: 10
11 Aprovação da nova Legislação Ambiental para a aquicultura. Utilização de sistemas de informatização para a agilização dos procedimentos referentes ao licenciamento ambiental para a aquicutura. Utilização de sensores para a realização do monitoramento dos parâmetros fisico-químicos dos ambientes aquáticos utilizados para fins de aquicultura Programa Estadual de Assistência Técnica para a Aquicultura A assistência técnica é uma das ferramentas eficazes para o aumento das produtividades dos diversos sistemas aquícolas utilizados no estado. Neste programa deverão ser realizadas atividades de qualificação de extensionistas e produtores, implantação de técnicas modernas e mais produtivas e acompanhamento sistemático da produção aquícola estadual. Foto: Brito L.S., (2016). Produção de alevinos, Nazária, PI. Ações a serem realizadas: 11
12 Atualização, treinamento e capacitação de técnicos extensionistas do estado. Capacitação técnica e gerencial dos aquicultores (dias de campo, workshops, seminários, congressos e demais eventos na área de aquicultura). Acompanhamento técnico sistemático dos aquicultores por meio de visitas técnicas quinzenais dos extensionistas do estado Programa de Geração de Dados e Informações Estatísticas A geração e manutenção de dados e informações estatísticas de forma atualizada é uma necessidade básica para a gestão de políticas públicas. Desta forma, a realização de ações que permitam a identificação do perfil dos aquicultores, assim como a identificação e a utilização de softwares que proporcionem quantificar, classificar e localizar a produção aquícola estadual num horizonte temporal atualizado (just in time). Estas informações deverão ser disponibilizadas de forma rápida e segura e ajudarão na elaboração e gestão das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da aquicultura estadual. Imagem: Site aqbits Ações a serem realizadas: 12
13 Identificação e adoção de softwares que proporcionem a geração de dados de produção aquícola e dos aquicultores de forma regular e temporal (just in time). Utilização dos dados gerados para a elaboração de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da aquicultura no estado do Piauí Programa de Apoio à Infraestrutura Aquícola Prover o estado de infraestrutura adequada para a obtenção de insumos (ração, alevinos e unidades de processamento do pescado), por meio da recuperação de estruturas ociosas (Estação de Piscicultura de Nazária e Unidade de Processamento do Pescado de Bocaina) e pela implantação do Complexo de Piscicultura do estado do Piauí. Esta infraestrutura poderia, se for o caso, ser trabalhada na forma de parcerias público-privada, caso o estado não disponha de recursos orçamentários e financeiros. Unidade de Processamento de Pescado de Bocaina Estação de Piscicultura (produção de alevinos) de Nazária Fotos: Brito L.S.., (2018). 13
14 Ações a serem realizadas: Elaboração de editais de cessão de uso dos equipamentos de apoio à infraestrutura aquícola que estão ociosos (Estação de Piscicultura de Nazária e Unidade de Processamento de Pescado de Bocaina). Proporcionar as condições necessárias para a implantação do Complexo de Piscicultura do estado do Piauí Programa de Regularização Sanitária A ausência de estruturas de processamento (evisceração, limpeza, filetagem, etc.) de pescado fresco e/ou congelado para fins de comercialização intermunicipal e interestadual foi relatada como um dos grandes entraves ao desenvolvimento da aquicultura no estado do Piauí. Desta forma, este programa busca implantar e/ou regularizar infraestruturas físicas de processamento do pescado que atendam a esta demanda, tendo como foco o estimulo à iniciativa privada, associações e cooperativas de pescadores e aquicultores e tem dois objetivos (1) assegurar que o pescado produzido e comercializado por meio da pesca e/ou aquicultura esteja provido de qualidade e inocuidade e (2) proporcionar, a curto prazo, a Adesão ao Sistema SISBI/POA, para viabilizar respectivamente o comércio local, regional e interestadual do pescado e seus derivados. 14
15 Imagem: Ilustração de unidade de beneficiamento e processamento de pescado - UBPP Ações a serem realizadas: Apoio à implantação de estruturas de processamento e industrialização do pescado sob fiscalização do Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Propiciar a escolha de uma infraestrutura mínima necessária para obtenção de produtos frescos, congelados e de valor agregado, consoante com as peculiaridades de ordem higiênico sanitário, tecnológico e de inocuidade do produto a ser produzido; Programa de Incentivo ao Aumento de Consumo do Pescado Nos diagnósticos regionais realizados no produto 1 desta consultoria, foi relatado o baixo consumo de pescado no estado do Piauí. Desta forma, neste programa deverão ser realizadas ações que promovam o aumento de consumo e da comercialização do pescado, tanto em nível do consumidor final, quanto em nível de compras governamentais e institucionais. 15
16 Imagem: Ilustração da Semana do peixe Ações a serem realizadas: Campanhas de incentivo ao consumo de pescado. Incentivo e desburocratização das compras governamentais de pescado. Cursos e oficinas gastronômicas com o uso de pescado. Realização de eventos informando sobre o valor nutricional do pescado. Divulgação em mídias locais sobre a importância de se comer pescado. Disponibilização de Kits para comercialização do pescado para entidades comunitárias e representativas Programa de Ordenamento da Aquicultura em Águas Públicas No caso do território do Alto Vale do Parnaíba, é necessária uma intervenção precautória, no sentido de realizar o monitoramento ambiental dos aspectos físicoquímicos do reservatório de Boa Esperança, assim como dotar essa região de mecanismos de monitoramento e controle de gestão, de forma participativa e inserindo os diversos stakeholders envolvidos direta e indiretamente com a 16
17 aquicultura nesta área. É o que a FAO/ ONU denomina de Aquaculture Management Area AMA ou Área de Gestão Aquícola. Foto: Matias J.F., (2018). Piscicultura em tanques rede, Guadalupe, PI. Ações a serem realizadas: Articulação com a SEAP/PR e Câmara Setorial para a formalização da criação da Área de gestão Aquícola AMA do reservatório de Boa Esperança. Criação do Comitê Gestor da AMA Boa Esperança. Elaboração do regulamento e procedimentos inerentes ao stakeholders envolvidos com a piscicultura em tanques-rede no reservatório de Boa Esperança Programa de Apoio à Pesquisa e Inovações Tecnológicas Existem diversas instituições de ensino e pesquisa atuando com aquicultura no estado do Piauí. Desta forma é necessário que o estado promova ações de incentivo à pesquisa e desenvolvimento. A identificação e a utilização de novas 17
18 tecnologias, assim como a disseminação destas devem estar contempladas neste programa. Fotos: Silva J. S., (2017) Ações a serem realizadas: Disponibilização de bolsas de pesquisa e extensão tecnológica para profissionais que trabalhem nas áreas de aquicultura. Disponibilização de bolsas para pesquisadores visitantes brasileiros e estrangeiros que trabalhem nas áreas de produção aquícola, gestão e inovações tecnológicas para aquicultura. Lançamento de editais de pesquisa aplicada para a aquicultura, direcionados às instituições e ONG s de ensino e pesquisa e para empresas que possuam, de alguma forma, a aquicultura ou as inovações tecnológicas em seus contratos sociais. 18
19 Programa de Apoio e Incentivo à Participação Setorial A baixa e ineficiente participação setorial compromete a representatividade dos aquicultores e da aquicultura perante os entes governamentais e à sociedade de forma geral. Ações que fortaleçam a participação dos micros, pequenos, médios e grandes produtores aquícolas, devem ser estimuladas por meio deste programa. Foto: Matias J.F. Ações a serem realizadas: Incentivo à criação das associações locais e regionais de representação dos aquicultores. Fortalecimento das entidades representativas setoriais da aquicultura. Transformação da Câmara Setorial de Piscicultura em Câmara Setorial da Aquicultura. Fortalecimento da Câmara Setorial da Aquicultura. 19
20 6.2. Programas de Desenvolvimento para a Aquicultura Os Programas de desenvolvimento são assim chamados por atuarem diretamente nos sistemas produtivos aquícolas Programa de Qualificação Técnica/ Gerencial e Associativista A utilização de técnicas de cultivo ultrapassadas, aquicultores com capacidade gerencial limitada e a ausência da cultura associativista/ cooperativista contribuem para as baixas produtividades e competitividade dos atuais sistemas aquícolas utilizados no estado do Piauí. Neste programa serão realizadas ações de modernização e padronização (protocolos) de novas técnicas de cultivo e de gestão coletiva. Fotos: Aplicativo de mensagem Aquicultura em foco Ações a serem realizadas: Definições de protocolos de cultivo para sistemas aquícolas modernos e eficientes. Realização de cursos técnicos, de gestão e cooperativismo. Realização de oficinas, workshops, dias de campo e outros eventos sobre as mais modernas técnicas de cultivo aquícola. Realização de viagens nacionais e internacionais visando o intercâmbio e trocas de conhecimento na área de aquicultura. 20
21 Programa de Incentivo a Sistemas Produtivos Inovadores Atualmente há diferentes sistemas produtivos aquícolas baseados na otimização do uso dos recursos naturais e no aumento da produtividade e da competitividade. Por outro lado, novos sistemas produtivos possuem barreiras que impedem a adoção destas inovações tecnológicas e por isso é necessário um programa que as incentive. Foto: Matias J.F. Ações a serem realizadas: Identificação de Sistemas Aquícolas Inovadores (SAI). Implantação de Unidades Demonstrativas de Sistemas Aquícolas Inovadores. Capacitação dos técnicos, extensionistas e aquicultores nas técnicas de cultivo dos SAI s. Realização de visitas técnicas de intercâmbio de conhecimento, assim como workshops e cursos de repasse das novas tecnologias. 21
22 Programa de Incentivo aos Aquicultores de Recursos Limitados - AREL A aquicultura familiar, aquicultura de pequena escala ou aquicultura rural são termos que foram unificados pelas Organizações das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura FAO, como Aquicultura de Recursos Limitados AREL. Desta forma, a aquicultura pode ser utilizada como uma das mais importantes ferramentas contra a fome e a pobreza e neste programa serão adotadas ações que beneficiem os AREL do estado do Piauí. Fotos: Site Embrapa. Ações a serem realizadas: Identificação dos Aquicultores de Recursos Limitados AREL no estado do Piauí. Capacitação em Gestão Coletiva e Economia Solidária para os AREL. Disponibilização de editais de apoio financeiro aos Projetos de AREL 22
23 7. PDAPI (ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS X STAKEHOLDERS) 7.1. Programas Estruturantes Programa Atividades a serem desenvolvidas Stakeholders envolvidos Regularização Ambiental Aprovação da nova legislação ambiental para aquicultura SEPLAN, SDR, SEMAR, Câmara Setorial, ALEPI Assistência Técnica p/ Aquicultura Geração de dados e Informações Estatísticas Apoio à InfraEstrutura Aquícola Regularização Sanitária Informatização dos procedimentos de licenciamento ambiental para aquicultura Capacitação de técnicos, extensionistas e aquicultores Visitas técnicas quinzenais aos aquicultores Adoção de softwares de geração e gestão de dados para a estatística aquícola Abertura de editais de cessão de uso das estruturas ociosas (UPA de Nazária e UPP de Bocaina) Apoio à implantação de estruturas de processamento e industrialização do pescado sob fiscalização do Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Definição de uma infraestrutura mínima para obtenção de produtos frescos e congelados, de acordo com as exigências de SDR, SEMAR, SEBRAE SDR, EMATER, SEBRAE, Empresas privadas, IES, ONG s SDR, SEBRAE SDR, SUPARC SDR/ ADAPI/ Câmara Setorial SDR/ ADAPI/ Câmara Setorial 23
24 ordem higiênica-sanitária-tecnológica e de inocuidade. Incentivo ao Aumento do Consumo do Pescado Ordenamento da Aquicultura em Águas públicas Apoio à Pesquisa e Inovações Tecnológicas Apoio e Incentivo à Participação Setorial Campanhas estaduais de incentivo ao consumo de pescado Disponibilização de Kits de comercialização do pescado Agilização dos processos de compras governamentais de pescado Articulação com a SEAP/PR para realizar as concessões de uso de espaços físicos em águas de domínio da União para fins de aquicultura no estado do Piauí Criação da Área de Gestão Aquícola (AMA) do reservatório de Boa Esperança Criação do comitê gestor da AMA do reservatório de Boa Esperança Disponibilização de bolsas de pesquisa e extensão tecnológica para profissionais que trabalhem nas áreas de aquicultura. Lançamento de editais de pesquisa aplicada para Aquicultura Disponibilização de Bolsas para Pesquisadores Visitantes Brasileiros e Estrangeiros que trabalhem nas Áreas de Produção Aquícola, Gestão e Inovações Tecnológicas para Aquicultura. Apoio à criação de associações representativas locais e regionais SDR, SEPLAN, SEBRAE, SDR SDR, SUPARC SDR, SEAP/PR, SEPLAN, Câmara Setorial SDR, FAPEPI, Câmara Setorial 24
25 Transformação da Câmara Setorial da Piscicultura em Aquicultura Fortalecimento da Câmara Setorial da Aquicultura SDR, Câmara Setorial, SEBRAE 7.2. Programas de Desenvolvimento Programa Ações Stakeholders Envolvidos Qualificação Técnica/ Gerencial/ Associativista Incentivo à Sistemas Produtivos Inovadores Definição de protocolos de cultivo para sistemas aquícolas modernos e eficientes Realização de cursos técnicos na área de aquicultura, gestão e associativismo Realização de oficinas, workshops e dias de campo sobre as mais modernas técnicas de cultivo Realização de viagens nacionais e internacionais de intercâmbio e trocas de conhecimento nas áreas de aquicultura Identificação e disseminação de Sistemas Aquícolas Inovadores (SAI) Implantação de Unidades Demonstrativas de Sistemas Aquícolas Inovadores (SAI) SDR, SEBRAE, Câmara Setorial, Empresas SDR, SEBRAE, IES, FUNDEPI, Empresas Incentivo aos Aquicultores de Identificação dos Aquicultores de Recursos Limitados AREL no estado SDR, Diretoria de 25
26 Recursos Limitados do Piauí Agricultura Familiar, SEPLAN, SEBRAE Capacitação em Gestão Coletiva e Economia Solidária para os AREL Disponibilização de editais de apoio financeiro aos projetos de AREL 26
27 8. RESUMO ORÇAMENTÁRIO (2019/ 2023) Programa Orçamento (R$) Regularização Ambiental * ,00 Assistência Técnica para a Aquicultura * ,00 Geração de Dados e Informações Estatísticas * ,00 Apoio à Infraestrutura Aquícola Regularização Sanitária Extraorçamentário Extraorçamentário Incentivo ao Aumento do Consumo de Pescado * ,00 Ordenamento da Aquicultura em Águas Públicas Extraorçamentário Apoio à Pesquisa e Inovações Tecnológicas * ,00 Apoio e Incentivo à Participação Setorial * ,00 Qualificação Técnica/ Gerencial/ Associativa * ,00 Incentivo a Sistemas Aquícolas Inovadores (SAI) * ,00 Incentivo aos Aquicultores de Recursos Limitados AREL * ,00 TOTAL ,00 Investimentos por ano (R$): *1 e 3: R$ ,00 por ano por sistema. *2: R$ 1.400,00/ aquicultor atendido/ ano X aquicultores por ano = R$ ,00 por ano. *4: R$ ,00 por ano. *5: R$ ,00 por ano. *6: R$ ,00 por ano *7: R$ ,00 por ano *8: R$ ,00 por ano *9: R$ ,00 27
28 9. RETORNO SOBRE O CAPITAL INVESTIDO Produção em 2017 Produção em 2023 Aumento Peixe: toneladas (IBGE 2018) Peixe: toneladas (Peixe BR 2018) Camarão: toneladas (IBGE, 2018) toneladas toneladas toneladas toneladas toneladas Toneladas Desta forma, considerando um crescimento de 10% ao ano, temos que a produção aquícola no estado do Piauí no ano de 2023 deverá atingir toneladas de peixe e toneladas de camarão, tomando por base os dados do IBGE (2018), perfazendo um total de toneladas de pescado cultivado. Já se tomarmos por base a produção de peixe cultivado segundo a Peixe BR (2018) e considerando um crescimento de 10% ao ano, temos que a produção aquícola no estado do Piauí no ano de 2023 deverá atingir toneladas de peixe e toneladas de camarão, perfazendo um total de toneladas de pescado cultivado. Organismo Aumento da Preço Médio Valor da cultivado Produção (R$) / Kg Produção (R$) Peixe (IBGE) toneladas 5,00 41,5 Milhões Peixe (Peixe BR) toneladas 5,00 90 Milhões Camarão (IBGE) toneladas 20,00 46 Milhões 28
29 Então, teremos que, de acordo com o IBGE haverá um ganho de R$ 41,5 milhões de reais na piscicultura e de R$ 46 milhões de reais na carcinicultura; perfazendo um ganho total de R$ 87,5 milhões de reais. Já se considerarmos os dados da Peixe BR, teremos um ganho de R$ 90 milhões de reais na piscicultura e de R$ 46 milhões de reais na carcinicultura; perfazendo um ganho total de R$ R$ 136 milhões de reais. Assim, teremos os seguintes retornos sobre o capital investido no Plano de Desenvolvimento da Aquicultura do estado do Piauí: Valor da Produção (R$) Valor Investido no PDAPI (R$) Retorno sobre o Capital Investido 87,5 milhões 50 milhões 1,75 (IBGE, 2018) 136 milhões 50 milhões 2,72 Peixe BR (2018) Conclusão: Para cada R$ 1,00 investido no PDAPI, pelos dados do IBGE (2018), irá gerar um retorno de R$ 1,75; enquanto se levarmos em consideração os dados da Peixe BR, o retorno será de R$ 2,72 para cada real investido. 29
30 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAO. The State of Fisheries and Aquaculture FAO, Roma, IBGE. Produção da Pecuária Municipal, Rio de Janeiro, IBGE. Produção da Pecuária Municipal, Rio de Janeiro, PEIXE BR (2018). Anuário Brasileiro da Piscicultura Peixe BR Associação Brasileira de Piscicultura Peixe BR. São Paulo, ROTTA, M.A.; MATIAS, J.F.N.; SILVEIRA, J.P.A.; CARVALHO JÚNIOR, P.M.; HALVERSON, M.R.; SELLE, D.C. Estruturação do Plano de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Piscicultura do Estado do Piauí Produto 2: Diagnóstico da Piscicultura no Estado do Piauí. Secretaria de Desenvolvimento Rural/ SDR Projeto Pacu LTDA. Teresina, junho de XAVIER, D.L.J. Análise dos stakeholders: um estudo de caso de um banco de crédito consignado. Dissertação (mestrado) Universidade nove de julho UNINOVE Administração, São Paulo,
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