Luís Guerreiro. Estratégias para a melhoria do comportamento sísmico de edifícios. SEMINÁRIO - Reabilitação Sísmica de Edifícios
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1 SEMINÁRIO - Reabilitação Sísmica de Edifícios Estratégias para a melhoria do comportamento sísmico de edifícios Luís Guerreiro Prof. Associado do IST Membro Especialista da Ordem dos Engenheiros Universidade do Algarve, 2 de Outubro de 2009
2 INTRODUÇÃO Sistemas de Protecção Sísmica: São dispositivos que melhoram o comportamento sísmico das estruturas sem o recurso à capacidade de deformação das estruturas. Podem actuar alterando as características dinâmicas da estrutura ou aumentando a sua capacidade de dissipar energia. Classificação dos Sistemas de Protecção Sísmica: Sistemas Passivos Sistemas Activos não necessitam de fornecimento de energia necessitam de energia para controlar o movimento da estrutura Sistemas Semi-activos necessitam de energia para modificar as características dos dispositivos
3 INTRODUÇÃO Sistemas de Protecção Sísmica Sistemas Sistemas Sistemas Passivos Activos Semi-activos Isolamento de Base Dissipadores Tunned Mass Dampers TMD activos Contraventamento activo Controlo adaptativo TMD semi-activos Sistemas de rigidez variável Sistemas com amortecimento variável
4 INTRODUÇÃO Sistemas de Protecção Passiva: Isolamento de Base Dissipadores de Energia: Histeréticos Viscosos Visco-elásticos Ligas com memória de forma (SMA Shape memory alloys )
5 Isolamento de Base O conceito De acordo com o conceito de Isolamento de Base o edifício (ou estrutura) é separado das componentes horizontais do movimento do solo através da interposição de uma camada com baixa rigidez horizontal entre a estrutura e a fundação. Camada deformável estrutura solo A consequência imediata da interposição de uma camada deformável é a redução da frequência própria de vibração.
6 Isolamento de Base Vantagens e Inconvenientes Estrutura com Isolamento 5.00 Estrutura de Base Fixa Ace eleração (m/s 2 ) Deslocamento (m) 5% % % % 0.14 F (Hz) Espectro de Resposta do RSA Acção tipo 1, Terreno tipo I
7 Isolamento de Base As deformações Numa estrutura com isolamento de base os deslocamentos horizontais concentramse ao nível da camada de isolamento. A restante estrutura quase não se deforma, comportando-se como um corpo rígido. Aumentam os deslocamentos, mas não a deformação As acelerações são reduzidas Isolamento de Base Sem Isolamento de Base Com Isolamento de Base
8 Isolamento de Base Características essenciais Características que um sistema de isolamento de base deve apresentar: Capacidade de suporte Baixa rigidez horizontal Capacidade de dissipação de energia (ζ > 5%) Capacidade de restituição à posição inicial
9 Tipos de Sistemas de Isolamento de Base Actualmente são os seguintes os principais tipos de Sistemas de Isolamento de Base: Blocos de Borracha de Alto Amortecimento - HDRB Blocos de Borracha com Núcleo de Chumbo - LRB Sistema Pendular com Atrito - FPS Blocos de apoio de Borracha em associação com dissipadores
10 Tipos de Sistemas de Isolamento de Base HDRB Blocos de Borracha de Alto Amortecimento HDRB (High Damping Rubber Bearing) Através da utilização de aditivos apropriados as propriedades de amortecimento da mistura de borracha são optimizadas. Desta forma são conseguidos amortecimentos entre 10% e 20%.
11 Tipos de Sistemas de Isolamento de Base LRB Blocos de Borracha com Núcleo de Chumbo LRB (Lead Rubber Bearing) Bloco de apoio de borracha corrente ao qual foi adicionado um núcleo de chumbo cilíndrico. O bloco de apoio tem um comportamento bi-linear conseguindo elevados valores de amortecimento através da plastificação do núcleo de chumbo
12 Tipos de Sistemas de Isolamento de Base FPS Sistema Pendular com Atrito FPS (Friction Pendulum System) Sistema composto por dois elementos de aço sobrepostos. Um dos elementos apresenta no seu interior uma superfície côncava. Sobre esta superfície desliza a outra peça contendo uma ponta de aço com a extremidade articulada e revestida por um material compósito de baixo atrito. Movimento do pêndulo Movimento do sistema FPS
13 Tipos de Sistemas de Isolamento de Base Dissipadores Blocos de apoio de Borracha em associação com dissipadores Este tipo de Sistema de Isolamento é uma associação de elementos de baixa rigidez horizontal com sistemas de dissipação de energia. Os elementos de baixa rigidez desempenham a função de suporte, sem qualquer exigência ao nível do amortecimento. Poderão ser blocos de apoio correntes ou sistemas deslizantes. Os dissipadores têm como única função garantirem o nível de amortecimento necessário. Poderão ser dissipadores viscosos ou histeréticos.
14 Pormenorização Localização dos aparelhos de apoio Isoladores no fundo da cave Isoladores ao nível do base do piso térreo JUNTA DE SEPARAÇÃO ISOLADORES ISOLADORES (adaptado de
15 Pormenorização Implantação do bloco de apoio (adaptado de Bloco de Apoio Chapa de Base do Pilar Argamassa Chapa de Base do Pilar Chapa de Topo do Apoio Chapa de Base do Apoio Ancoragem
16 Pormenorização Fases de construção
17 Exemplos de Aplicação Portugal Hospital da Luz Primeiro edifício com isolamento de base a ser construído em Portugal O conjunto é composto por dois edifícios separados, com um total de 315 aparelhos de apoio (HDRB).
18 Exemplos de Aplicação Portugal
19 Reforço Sísmico com Isolamento de Base São já diversos os exemplos de estruturas reforçadas sismicamente através do uso de isolamento de base. Para aplicar isolamento de base a uma estrutura existente é necessário desligar a estrutura das fundações existentes e voltar a montá-la sobre o novo sistema. Hospital dos Veteranos Long Beach, Califórnia
20 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Situação Inicial Escavação e execução dos maciços para colocação dos apoios Escoramento das vigas de fundação para criar sistema de apoio temporário
21 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Colocação dos aparelhos de apoio para isolamento de base. Os aparelhos ainda não estão em carga Colocação dos aparelhos de apoio em carga. Transmissão do sistema de apoio para os blocos de isolamento
22 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Oakland City Hall Oakland, Califórnia Este edifício sofreu danos durante o sismo de Loma Prieta, A reabilitação terminou em Construção em 1913 Foram utilizados 110 apoios LRB, com diâmetros entre 740mm e 940mm. Durante o processo de instalação dos apoios, as colunas foram levantadas cerca de 2.5mm. Foi criado um fosso à volta do edifício com 0.5m de largura.
23 Reforço Sísmico com Isolamento de Base S. Francisco City Hall S. Francisco, Califórnia Este edifício foi construído em Sofreu danos durante o sismo de Loma Prieta, Foram utilizados 530 apoios LRB. A reabilitação terminou em Muitas das colunas estão apoiadas em 4 blocos. Fase de construção
24 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Los Angeles City Hall - Los Angeles, Califórnia Estrutura metálica com 28 pisos, concluída em Sofreu danos durante o sismo de Northridge, É actualmente o edifício mais alto com isolamento de base. Solução de isolamento de base: 475 HDRB 60 apoios deslizantes 64 amortecedores viscosos Fases de construção
25 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Escola na Arménia
26 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Salt Lake City and County Building Estrutura composta por paredes de alvenaria não reforçada e pavimentos de madeira. Foram utilizados 447 apoios de dois tipos: normais de borracha e de borracha com núcleo de chumbo (LRB). 1- Execução das vigas laterais em BA. 2 Abertura de buracos para os apoios. 3 Colocação da base dos apoios. 4 Colocação dos apoios. 5 Colocação em carga dos apoios. 6 Corte total da parede abaixo das vigas.
27 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Salt Lake City and County Building
28 Reforço Sísmico com Isolamento de Base Mackay School of Mines, Nevada, USA Estrutura composta por paredes de alvenaria não reforçada e pavimentos de madeira. Isolamento de base com 67 apoios do tipo HDRB mais 42 apoios deslizantes com teflon.
29 Dissipadores de Energia O objectivo é dotar as estrutura de dispositivos com capacidade de dissipação de energia. Esta dissipação está associada à deformação da estrutura, pelo que os dispositivos devem ser colocados por forma a acompanhar a deformação desta. Para optimizar o seu desempenho os sistemas de dissipação devem estar colocados de forma a maximizar a sua deformação. Exemplos de localização dos dissipadores
30 Dissipadores Histeréticos Estes dissipadores tiram partido do comportamento após cedência dos metais (comportamento histerético). Na sua maioria são dissipadores em aço.
31 Dissipadores Viscosos Os dissipadores semelhantes aos amortecedores dos automóveis e motos. O seu funcionamento consiste na imposição de um movimento a um êmbolo, que força a passagem de um pistão através de um fluido (eventualmente óleo).
32 Dissipadores Viscosos F = C v α sign( v) Amortecedor Viscoso α=1 Amortecedor Viscoso Linear F α<1 α>1 v Batente
33 Dissipadores Visco-elásticos Os dissipadores visco-elásticos utilizam polímeros com características tais que dissipam energia em função do deslocamento (elástico) e da velocidade. Têm normalmente o aspecto de pequenas pastilhas rectangulares que deformam por corte.
34 Dissipadores Visco-elásticos Escola Gentile Fermi, Fabriano, Itália
35 Dissipadores Histeréticos - Exemplos Escola Domiziano Viola
36 Dissipadores Histeréticos - Exemplos Escola Giacomo Leopardi
37 Dissipadores Viscosos - Exemplos Bremerton Naval Hospital, Washington, USA
38 Dissipadores Viscosos - Exemplos Bremerton Naval Hospital, Washington, USA
39 Dissipadores Viscosos - Estudos Estudo para a protecção sísmica de um edifício Gaioleiro
40 Dissipadores Viscosos - Estudos Fachada Piso Elevado Corte Saguã ão Prédio Gaioleiro na Avenida Duque de Loulé
41 Dissipadores Viscosos - Estudos Pórtico metálico tridimensional no saguão central Base para fixação dos dissipadores Perfis inclinados compatibilizam os deslocamentos do piso inferior Deformação horizontal dos dissipadores desempenho mais eficiente.
42 Dissipadores Viscosos - Estudos Uma boa ligação entre paredes (elementos verticais) é essencial para a optimização do comportamento global. A melhor opção será tornar os pisos existentes indeformáveis no plano sem recorrer a soluções de laje em betão armado. As lajes em betão armado aumentam muito a massa do conjunto, prejudicando o seu desempenho sísmico. Sistema para impedir a deformação dos pisos no seu próprio plano.
43 Estratégias de Reforço Acréscimo de Resistência (A) Implica geralmente um aumento da rigidez (aumento de frequência ou redução do período) (1) Maior aceleração espectral Menor deslocamento Aceleração S e (m/s 2 ) % 10% 15% 20% 1 A 0 Deslocamento S de (m) A 1 5% 10% 15% 20% Período T (s) Período T (s) (Adaptado de Marco Figueiredo)
44 Estratégias de Reforço Isolamento Sísmico (B) Diminui-se a frequência horizontal da estrutura (2) Menor aceleração espectral Maior deslocamento % Aceleração S e (m/s 2 ) % 10% 15% 20% 0 B 2 Deslocamento S de (m) B 10% 15% 20% Período T (s) Período T (s) (Adaptado de Marco Figueiredo)
45 Estratégias de Reforço Dissipação de Energia (C) Dota-se a estrutura de mais amortecimento (3) Menor aceleração espectral Menor deslocamento % Aceleração S e (m/s 2 ) % 10% 15% 20% C 3 0 Deslocamento S de (m) C 3 10% 15% 20% Período T (s) Período T (s) (Adaptado de Marco Figueiredo)
46 Estratégias de Reforço A Acréscimo de Resistência B Isolamento de Base C Dissipação de Energia Aceleração S e (m/s 2 ) % % 10% 15% 20% 1 A 0 C 3 B 2 Deslocamento S de (m) A 1 C 3 B 10% 15% 20% Período T (s) Período T (s) (Adaptado de Marco Figueiredo)
47 Materiais com memória de Forma (SMA) SMAs apresentam propriedades muito particulares: podem recuperar de grandes deformações por variação de temperatura (efeito de memória) ou por descarga (efeito superelástico). SMAs apresentam grande capacidade de dissipação de energia, permitem a imposição de grandes deformações e excelente capacidade para suportar elevado número de ciclos de carga/descarga (resistência à fadiga) A capacidade de recuperação na fase superelástica é a característica com maior potencial para aplicações em engenharia sísmica.
48 Materiais com memória de Forma (SMA) Basílica de S. Francisco em Assis, Itália
49 Materiais com memória de Forma (SMA) Igreja de S. Giorgio em Trignano, Itália
50 SEMINÁRIO - Reabilitação Sísmica de Edifícios Estratégias para a melhoria do comportamento sísmico de edifícios Luís Guerreiro Prof. Associado do IST Membro Especialista da Ordem dos Engenheiros luis.guerreiro@civil.ist.utl.pt Universidade do Algarve, 2 de Outubro de 2009
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