CONTABILIDADE REGULATÓRIA
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1 HIRIA Gestão Financeira do Saneamento CONTABILIDADE REGULATÓRIA Anabella Novara Carlos Morosoli Damián Halabi 17 a 18 de setembro de 2013 São Paulo
2 Agenda 1. Contabilidade Regulatória 2. ABC Costing 3. Casos de aplicação
3 Contabilidade Regulatória
4 Objetivos: regulador X regulado O regulador persegue a maximização do bem-estar social O regulado está motivado a ter um comportamento monopólico Objetivos não sempre compatíveis Nos Serviços Públicos, a informação tem um protagonismo indiscutível
5 Assimetria da informação A informação assimétrica é uma das falhas de mercado que mais concentrou a atenção dos economistas Risco moral Ações do regulado não são observáveis facilmente pelo regulador Seleção adversa O regulado tem mais informação e conhecimentos sobre o meio em que opera
6 Conseqüências da assimetria de informação (exemplos) Os preços de insumos ou serviços superiores em aquisições a empresas relacionadas. Pagamento de serviços a empresa relacionada que não os executa Empresa A Empresa B Empresa C Contratos Intercompany Holding Empresa relacionada Apropriação de renda de atividades ou etapas sem concorrência, integradas verticalmente por vantagens de economia de escala; Imputação de custos de atividades não reguladas a atividades reguladas. Ineficiência e tarifas injustas
7 Contabilidade Regulatória (CR) Constitui um sistema de captura e manejo de dados que unifica a metodologia e os formatos a utilizar pelo prestador dos serviços para apresentar as informações requeridas pelo regulador Instrumento ótimo para transparentar a informação apresentada pelo regulado. Instrumento unificado que satisfaz as necessidades do regulador, regulado, usuários, etc. Informação homogénea Comparações e validações
8 Contabilidade tradicional X Contabilidade de custos Contabilidade tradicional Obrigação legal de toda empresa que atua na economia. Serve de base para a tomada de decisões dos que não possuem o controle direto dos recursos da organização. Contabilidade de Custos Apresenta um maior detalhe de informação quanto a receitas e custos. Ferramenta interna de gestão, utilizado pela gerência para a tomada de decisões dentro da empresa.
9 Contabilidade Tradicional X Regulatória Contabilidade Tradicional: orientada ao passado, reflete a gestão passada do patrimônio da empresa. Contabilidade Regulatória: orientada ao futuro, reflete o desempenho técnico, operacional, comercial e da qualidade das decisões econômico financeiras. Fonte: CEPAL
10 Contabilidade Tradicional X Regulatória Fato econômico Comprovante Lançamento Informação Extracontável Plano de Investimento Relatórios de fiscalização Inventário Contabilidade Tradicional - Plano e Manual de Contas - Demonstrações Contábeis Plano de Investimento Relatórios de fiscalização Contabilidade Regulatória - Plano e Manual de Contas - Empresa referência Benchmarking Demonstrações Contábeis Modelo Eco-Fin Tarifas Valoração da empresa Fonte: CEPAL
11 Contabilidade Regulatória Habitualmente se orienta para um sistema de Custos por Atividades (Activities Based Costing ou ABC Costing) Recursos Atividade X Atividade Y Atividade Z Objeto de custeio 1 Objeto de custeio 2 Objeto de custeio 3 Objeto de custeio 4
12 Benefícios para o regulador Permite contar com informação padronizada e consistente Benchmarking/Indicadores Separa atividades reguladas das não reguladas Segregação dos custos nas atividades Informação de suporte para o cálculo das tarifas Evita subsídios cruzados entre empresas vinculadas e entre negócios regulados e não regulados Auxilia no monitoramento da saúde financeira das empresas
13 Benefícios para o regulado Importante ferramenta para o controle da gestão de forma mais precisa e eficiente Reduz a incerteza sobre as receitas futuras Limita a arbitrariedade do regulador e autoridades públicas Melhora a exposição frente a terceiros especialmente usuários e suas associações Não representa um duplo esforço de contabilização
14 CR... Só para empresas privadas? As dificuldades regulatórias são iguais. É muito útil em empresas públicas para: Aumentar os níveis de eficiência. Possibilitar o auto financiamento das tarifas. Diminuir os riscos de captura das autoridades. Aumentar a transparência, e assim, a imagem pública e credibilidade da empresa.
15 Passos para a implementação da C.R. 1. Análise e avaliação do sistema contábil em uso; 2. Análise das atividades, recursos, relatórios e estrutura organizacional; 3. Análise do sistema contábil, plano e manual de contas ; 4. Análise do sistema de custos (se disponível); 5. Análise dos sistemas informáticos disponíveis; 6. Definição dos requerimentos regulatórios; 7. Desenvolvimento do sistema de informação regulatória (plano e manual de contas); 8. Desenho de reportes regulatórios ; 9. Planejamento e desenvolvimento dos sistemas informáticos; 10. Implementação progressiva (em etapas).
16 Elementos fundamentais do Plano e Manual de C.R. Têm que se determinar e definir-se com precisão onde efetuar os lançamentos de: Atividades Reguladas/Atividades Não Reguladas Ativos (conceitos a serem ativados e não ativados) Passivos e contingências Receitas por serviço/atividade Custos e despesas operativas (definição: computável ou não computável em relação à tarifa) Organização sobre a base de custeio por atividade e processos: ABC costing
17 ABC Costing
18 Um pouco de história Necessidade de informações mais representativas dos custos Custos indiretos Robin Cooper e Robert Kaplan Fatores que justificam a necessidade de ABC: Mudança na estrutura de custos das empresas Nível de concorrência Custo de medição e processamento da informação
19 Conceito As atividades da organização são as que devem ser o centro da análise Processo XYZ Ativ. X Ativ. Y Ativ. Z T1 T2 T1 T2 T1 T2 Valores mais representativos dos custos, ao basear-se em imputações mais rigorosas. $ Processo XYZ = S ($x + $y + $z) Ativ. X $x Ativ. Y $y Ativ. Z $z
20 Conceito Recurso: mão de obra, materiais, serviços de terceiros, etc. Recursos Atividade: conjunto de tarefas coordenadas e combinadas cujo fim é adicionar valor a um objeto mediante a aplicação de recursos. Atividade X Atividade Y Atividade Z Objeto: aquilo do que se deseja conhecer o custo, utilizam as atividades. Objeto de custeio 1 Objeto de custeio 2 Objeto de custeio 3 Objeto de custeio 4
21 Como se utilizaram os recursos? Contabilidade Tradicional X ABC Visão do plano de contas Natureza Custo ($) Pessoal 600,000 Materiais 150,000 Serviços 3 60,000 Outros 40,000 Total 850,000 Que se utilizou? Visão baseada em atividades Atividade Pessoal ($) Materiais ($) Serviços 3 ($) Outros ($) Total ($) Leitura 150,000 37,500 15,000 10, ,500 Faturamento 90,000 22,500 9,000 6, ,500 Cobrança 120,000 30,000 12,000 8, ,000 Gestão das perdas 240,000 60,000 24,000 16, ,000 Total 600, ,000 60,000 40, ,000
22 Implementação Etapa I: Alocação dos custos (recursos utilizados) às atividades: 1. Desenvolver o mapa das atividades. 2. Alocar os recursos nas atividades. 3. Selecionar e quantificar uma medida de volume para cada atividade. 4. Calcular o custo unitário de cada atividade. Etapa II: Alocação dos custos das atividades nos objetos de custos 5. Redefinir os objetos de custos. 6. Agrupar as atividades. 7. Selecionar os indutores de custos (cost drivers) das atividades. 8. Alocar os custos nos objetos de custo.
23 1 Mapa das atividades Um mapa de atividades é um diagrama que mostra todas as atividades necessárias e suas inter-relações para o desenvolvimento de uma função ou um processo, ou que devem ser consideradas para determinar os custos de um verdadeiro objeto de custos.
24 1 Mapa das atividades Faturamento Leituras Tarifas Inputs faturamento Observação em campo, entrevistas e uso de questionários. Anomalias Auditoria Faturamento Impressão faturas Distribuição faturas Anomalias Auditoria Impressão
25 2- Alocação dos recursos nas atividades Relação causal (cost driver) entre recurso empregado e a atividade Estas imputações podem requerer de revisões de registos e de consumos, de entrevistas em campo e de enquetes Pessoal (HH) Materiais (Unidades) Serviços 3 ($) Uso de Equipamento (Hs.) DRIVERS Atividade A Atividade B Atividade C Atividade D Procurar o critério que melhor represente o consumo do recurso na atividade
26 2- Alocação dos recursos nas atividades Exemplo: Custos dos Recursos Humano Imputar o custo total do pessoal do centro de custo às atividades utilizando a percentagem de tempo dedicado a cada atividade a nível de toda a unidade; Imputar o custo do pessoal às atividades utilizando a percentagem de tempo dedicado a cada atividade pelo cada tipo de cargo hierárquico; Imputar o custo do pessoal às atividades utilizando a proporção do tempo que dedica cada pessoa às diferentes atividades. ATIVIDADE X Relatórios contábeis $ / H H ATIVIDADE Y Estudos de métodos e tempos ATIVIDADE Z
27 3- Unidades de medida das atividades A unidade de medida da atividade constitui a variável que permite quantificar as saídas das diferentes atividades. A unidade de medida deve ser fácil de obter, e estar disponível econômica e praticamente. Exemplos: Atividade Arrecadação - N faturas - N clientes Leitura Controle da qualidade Depreciação equipamento Unidade de medida da atividade - N clientes - N inspeções - Hs/uso
28 4- Cálculo do custo por unidade de atividade Distribuição dos custos das atividades secundárias : As atividades secundárias (direção, formação, coordenação, etc.) apoiam e assistem às atividades primárias Custo da Atividade = Recursos diretamente alocados + Custo das atividades secundárias Quantidade da unidade de medida da atividade Este custo, expressado em termos unitários, multiplicado pela quantidade de unidades de atividade consumidas por um verdadeiro objeto de custos, permite obter o consumo da atividade por parte do objeto, em unidades monetárias.
29 5- Redefinição dos objetos de custos Um objeto de custo é tudo aquilo para o que se requer uma medição independente de seu custo. Pode ser um produto, linha de produtos, unidade organizacional, pedido, processo ou cliente. RECURSOS ATIVIDADE X ATIVIDADE Y ATIVIDADE Z OBJETO DE CUSTO 1 OBJETO DE CUSTO 2 OBJETO DE CUSTO 3 OBJETO DE CUSTO 4
30 6- Agrupamento das atividades / 7- Cost drivers É possível facilitar o processo de obtenção e cálculo periódico dos custos dos objetos finais mediante a constituição de centros de agrupamento de atividades. Pool de atividades vinculadas ao uso do espaço Limpeza $ Manutenção $ Outras despesas gerais $ Custo Total Pool $ Nº metros quadrados Custo unit. Pool [$/m2] $10
31 8- Alocação dos custos aos objetos de custo Atividade X Atividade Y Objeto de custeio 1 Objeto de custeio 2 Da teoria à prática Custo atribuível ao objeto = soma dos custos unitários de cada atividade pelo número de unidades de medida, para cada uma das atividades consumidas por esse objeto. Leitura R$/cliente Vigilância R$/m 2 Custo escritório comercial 1 R$/cliente Atendimento R$/cliente
32 Casos de aplicação
33 Chile - SISS Problemática 1999 Estudo determinou que a informação dos prestadores não era adequada para regular e fixar tarifas (Empresa de referência); Informação diferente entre prestadores com critérios de distribuição e agregação desconhecidos pelo regulador (assimetria de informação). Solução A SISS incorporou o conceito de contabilidade regulatória a través de instrutivos que exigiam aos prestadores fornecer a informação anual de suas receitas e custos segundo critérios de agregação e distribuição específicos, baseados em custos por atividades.
34 Argentina ETOSS 1993/ O marco regulatório estabelecia a obrigatoriedade para o prestador de apresentar a documentação da Contabilidade Regulatória; O Sistema de CR foi discutido conjuntamente entre o regulador e regulado definindo um plano de implementação; 2004 Implementação por parte do prestador spb o controle do regulador. Lei / Dissolução do ETOSS e criação do ERAS Será requerida a opinião e participação do prestador e regulador para a elaboração de um sistema de contabilidade regulatória que possibilite o seguimento do desenvolvimento econômico-financeiro da concessão; O ERAS regulamentará a forma e prazo da implementação.
35 Peru SUNASS (regula 50 EPS) 2010 Colocada em discussão a proposta do Plano Contábil e Manual de Contabilidade de custos regulatórios; 2012 Foi aprovado o plano de contas e manual de contabilidade regulatória os quais permitirão obter a informação necessária para a execução eficaz das funções da SUNASS. Implementação Janeiro 2014 (opcional 2013).
36 MUITO OBRIGADO! Damián Halabi: Carlos Morosoli: Anabella Novara: QUANTUM do Brasil Ltda. Nova Lima MG Brasil Tel.: +55 (31)
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