ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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1 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO Relatório Escola O Pequeno Cidadão Autorização de funcionamento n.º 63/DREC Processo NUP /00124/EMC/18 Área Territorial de Inspeção do Centro

2 I. ENQUADRAMENTO 1. Preâmbulo A atividade Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (OFEEPC) integra o plano de atividades da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, visando: Assegurar o cumprimento do dever de transparência 1. Verificar a existência das estruturas de gestão pedagógica. Confirmar o cumprimento das matrizes curriculares. Apreciar a fiabilidade dos registos de avaliação e de certificação. Analisar a organização dos procedimentos administrativos. Verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis ao nível: dos recursos humanos; dos recursos materiais; dos procedimentos de segurança. Verificar a correção dos procedimentos de execução dos contratos de apoio à família. De acordo com a metodologia desta atividade, em resultado de cada intervenção é elaborado um projeto de relatório, o qual é remetido ao estabelecimento de educação e ou ensino intervencionado, para pronúncia no prazo de 10 dias, podendo, neste período, ser demonstrada a correção de eventuais desconformidades. Esta pronúncia é refletida no documento, que então se converte em relatório, o qual é homologado e remetido à escola. Se o relatório identificar eventuais incumprimentos em matérias que não são da competência da IGEC, o documento homologado é igualmente remetido à(s) entidade(s) competente(s) nessa(s) matéria(s). Após a receção, pela escola, do relatório homologado, decorre um período de 60 dias para implementação das medidas necessárias ao cumprimento das recomendações nele incluídas, devendo a escola comunicar à IGEC as diligências efetuadas nesse sentido, apresentando os correspondentes comprovativos. Findo este prazo, a IGEC verifica o cumprimento das supramencionadas recomendações (intervenção sequencial) e, caso persistam situações não corrigidas, comunica esse facto à tutela, ou aos serviços da administração educativa competentes. 2. Introdução A presente intervenção foi determinada por despacho de 19 de fevereiro de 2018, do chefe da 1 Artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro 1

3 Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Centro, e foi executada pela equipa de inspeção constituída pelos inspetores Adelino Cardoso e Eduardo Oliveira, entre os dias 20 e 22 de março de Ao longo das três etapas da intervenção (preparação, trabalho de campo e elaboração do relatório), foram consultados documentos diversos da escola (autorização de funcionamento, projeto educativo, regulamento interno, documentos de planificação e operacionalização do currículo, processos individuais das crianças, processos individuais das docentes, incluindo o processo individual da diretora pedagógica, listas e horários dos grupos, medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios, licenças e relatórios das inspeções de segurança). Foram ainda realizadas entrevistas com duas docentes, três representantes dos pais e encarregados de educação e com a responsável pela segurança e foi efetuada uma visita às instalações. A equipa regista a atitude de mobilização dos responsáveis, docentes e outros elementos da escola com quem interagiu no decurso da intervenção. 3. Audiência prévia A entidade titular da Escola O Pequeno Cidadão, em , exerceu o direito de audiência prévia, previsto nos artigos 121.º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo. II. RELATÓRIO 1. Identificação e caracterização da escola Autorização de funcionamento: Autorização definitiva n.º 63/DREC, de 27 de setembro de 2010, da Direção Regional de Educação do Centro Designação: Escola O Pequeno Cidadão (doravante também designado, apenas, por Escola) Endereço: Rua Direita, n.º 99/101, Quinta do Picado, , Aveiro Entidade titular: Escola O Pequeno Cidadão, Lda. (sociedade comercial por quotas) Oferta educativa: Educação pré-escolar Direção pedagógica: A direção pedagógica é de natureza singular, está averbada na autorização definitiva de funcionamento, sendo exercida por Sílvia Maio Capela. 2

4 Contratos celebrados com o Estado: Não foi celebrado com o Estado qualquer tipo de contrato mencionado nos artigos 8.º e 9.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro (doravante designado por Estatuto). Transparência: A Escola O Pequeno Cidadão divulga em local acessível ao público em geral (placar colocado numa parede do hall de entrada) a informação que consta do n.º 2 do artigo 39.º do Estatuto, nomeadamente a autorização de funcionamento, o projeto educativo, o regulamento interno, órgãos de direção, corpo docente, mensalidades e demais encargos devidos, bem como as modalidades e níveis de ensino ministrados. No início de cada ano, é entregue aos encarregados de educação a tabela de preços completa dos serviços obrigatórios e facultativos, juntamente com o respetivo regulamento interno. Livro de reclamações: A Escola dispõe de livro de reclamações, que está devidamente publicitado. Outros aspetos relevantes: Conjuntamente com a educação pré-escolar, a Escola oferece ainda a resposta social de creche (licença de funcionamento n.º 2/2009, de , emitida pelo Instituto da Segurança Social, I.P., Centro distrital de Aveiro), tutelada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. 2. Comunidade escolar Em , a Escola é frequentada por 48 crianças da educação pré-escolar, integradas nas salas Pré-Escolar 1, com 24 crianças, e Pré-Escolar 2, com 24 crianças, sendo respeitada a lotação global fixada na autorização definitiva de funcionamento (48 crianças). Os grupos da educação pré-escolar são constituídos por crianças com idades compreendidas entre os três anos e a idade de ingresso no ensino básico. No presente ano letivo, exercem funções docentes duas educadoras titulares de grupo, em regime de exclusividade. O pessoal não docente é constituído por quatro trabalhadoras: três auxiliares de ação educativa e um cozinheiro (este presta simultaneamente serviço na creche), sendo que o serviço de refeições está concessionado a uma empresa externa. 3. Documentos estruturantes A Escola formalizou o seu projeto educativo. As estratégias de concretização e desenvolvimento do currículo estão explícitas nos documentos de planeamento das atividades, as quais assentam nas orientações curriculares para a educação pré-escolar, homologadas pelo Despacho n.º 9180/2016, de 19 de julho. O planeamento envolve também a elaboração do Projeto Curricular de Sala e o Projeto 3

5 Pedagógico de Sala. É promovida a diferenciação pedagógica através do trabalho nas diferentes áreas de conteúdo e do desenvolvimento de projetos. O regulamento interno contempla os direitos e deveres dos encarregados de educação e define as normas e as condições a observar quanto aos serviços de utilização obrigatória (mensalidades, serviços prestados e atividades desenvolvidas) e quanto aos serviços de natureza facultativa. Explicita os horários da componente educativa e das atividades facultativas (Inglês, Yoga, Karaté, Dança Criativa, Introdução à Patinagem e Introdução ao Minibasquetebol). Desta forma, encontra-se garantido o cumprimento integral do estipulado na alínea b) do ponto 4.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro. O regulamento interno e o projeto educativo foram remetidos, para conhecimento, aos serviços competentes do Ministério da Educação, durante esta intervenção inspetiva, dando assim cumprimento ao n.º 2 do artigo 27.º e ao n.º 6 do artigo 37.º do Estatuto. 4. Organização do currículo A componente educativa (25 horas), de acordo com o regulamento interno, está organizada semanalmente, no período da manhã, das 9 h 00 min às 12 h 15 min e, no período da tarde, das 14 h 15 min às 16 h 00 min. São, ainda, proporcionadas às crianças as seguintes atividades facultativas: Yoga: decorre à quarta-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo nove crianças. Esta é atividade assegurada por uma professora externa à Escola. Karaté: decorre à terça-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo seis crianças. A atividade é assegurada por um professor externo à Escola. Inglês: decorre à segunda-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo vinte e seis crianças. É uma atividade assegurada por uma empresa externa à Escola. Dança Criativa: decorre à terça-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo doze crianças. A atividade é assegurada por uma professora externa à Escola. Introdução à patinagem: decorre à sexta-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo 17 crianças. É uma atividade assegurada por uma professora externa à Escola. Introdução ao Minibasquetebol: decorre à quinta-feira (das 16 h 30 min às 17 h 15 min), abrangendo 14 crianças. A atividade é assegurada por uma instituição externa à Escola. A Escola celebrou um contrato de prestação de serviços, devidamente formalizado, com a entidade responsável pela atividade facultativa de Inglês. 5. Avaliação Os instrumentos de registo revelam que a avaliação das crianças considera as diferentes áreas de conteúdo: formação pessoal e social, expressão e comunicação e conhecimento do mundo. A recolha de informação necessária para tomada de decisão sobre a prática educativa e a avaliação dos progressos das crianças é concretizada pelas educadoras, a partir de instrumentos 4

6 de observação e registo. A informação avaliativa é partilhada com os encarregados de educação, o que inclui a entrega semestral de uma ficha descritiva sobre os progressos das crianças nas aprendizagens. 6. Organização dos serviços administrativos Os serviços administrativos, a funcionarem num espaço designado por Secretaria, são assegurados pela representante da entidade titular, mostrando-se adequados às necessidades da comunidade escolar que servem. A análise dos processos das crianças foi realizada por amostragem, tendo sido verificados aleatoriamente dez processos individuais. Os processos estão atualizados e organizados e incluem os elementos e a documentação essenciais. A confidencialidade dos mesmos é garantida através da sua colocação num espaço designado por gabinete administrativo e à guarda da representante da entidade titular. Não há evidências de que os processos individuais acompanham as crianças quando estas mudam de escola. * No exercício do direito de audiência prévia, sobre a questão do envio dos processos das crianças para a escola de destino quando estas mudam de estabelecimento, a entidade titular, no ofício remetido aos nossos serviços, comprometeu-se a diligenciar no sentido de realizar tal procedimento. As crianças estão abrangidas por um seguro escolar. * Foram analisados os processos individuais das duas educadoras que lecionam a educação préescolar, incluindo o da diretora pedagógica, verificando-se que contêm informações relacionadas com a identificação pessoal, as habilitações académicas e profissionais, certificados das ações de formação, o comprovativo de robustez física e perfil psíquico exigíveis para o exercício das funções docentes e o certificado atualizado do registo criminal, de acordo com o disposto no artigo 2.º da Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto. Existem evidências da aplicação de mecanismos do controlo da assiduidade ( Livro de Ponto ) disponível na Secretaria. A confidencialidade dos processos individuais das docentes é garantida através da sua guarda no gabinete administrativo. Foi apresentado comprovativo da exportação de dados para a Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência relativamente ao ano letivo (docentes, não docentes e crianças). A entidade empregadora não dispunha dos certificados do registo criminal atualizados de todos os trabalhadores docentes e não docentes ao seu serviço, situação que foi corrigida durante a intervenção inspetiva. 7. Instalações e equipamentos educativos A Escola possui um plano de segurança, que contempla registos de segurança, plano de prevenção e procedimentos em caso de emergência, aprovado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em , de acordo com o estabelecido no n.º 2, do artigo 21.º do 5

7 Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro. As medidas de autoproteção identificam a escola como edifício escolar de utilização tipo IV, 2.ª categoria de risco. Existem documentos comprovativos das vistorias e ou inspeções efetuadas a: - instalações de gás, em ; - extintores de incêndio, em ; - ascensores, em ; - HACCP, em As instalações estão dotadas de um espaço amplo de recreio exterior, dotado de alguns equipamentos fixos, nomeadamente, duas pequenas edificações em betão designadas por Casinhas Faz de Conta, com escadas também em betão, e uma caixa de areia. Não existe livro de inspeção e manutenção dos equipamentos de recreio, que contemple, genericamente, os aspetos referidos nas alíneas c) e d) do artigo 30.º do anexo ao Decreto-Lei n.º 203/2015, de 17 de setembro (p. ex. reparações e principais ações de manutenção efetuadas, higienização da caixa de areia). A Escola possui documento, emitido pela Câmara Municipal de Aveiro, que comprova que os acessos ao edifício e aos diferentes espaços interiores cumprem as normas técnicas sobre acessibilidades constantes do Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto, alterado pelos decretosleis n.º 136/2014, de 9 de setembro e n.º 125/2017, de 4 de outubro. As instalações e equipamentos revelam-se adequados aos fins a que se destinam, designadamente sala de atividades, sala polivalente, vestiário das crianças e espaço exterior para recreio. III. RECOMENDAÇÕES 1. Instituir procedimentos que garantam que o processo individual das crianças as acompanha sempre que mudam de estabelecimento, em cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 56.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro. Recomendação cumprida, conforme alegações apresentados em sede de audiência prévia. IV. PROPOSTAS Propõe-se que: 1. O relatório seja homologado, nos termos do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de fevereiro, e pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro. 2. O relatório homologado seja remetido: 6

8 2.1. À Escola O Pequeno Cidadão, para conhecimento À Câmara Municipal de Aveiro, para os devidos efeitos, atendendo ao exposto no 4.º parágrafo da secção II.7 supra 3. O processo NUP /00124/EMC/18 seja encerrado. Local: Coimbra A equipa: Adelino Cardoso Eduardo Oliveira V. HOMOLOGAÇÃO Concordo. À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. O Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Centro Marcial Mota Homologo. O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de 15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 238, de 13 de dezembro de