GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

Transcrição

1 GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO RELATÓRIO Agrupamento de Escolas de Vagos Distrito de Aveiro Concelho de Vagos Data da intervenção: de a Área Territorial de Inspeção Centro

2 ENQUADRAMENTO DA AÇÃO As políticas educativas nacionais espelham a relevância conferida à Língua Inglesa e o forte investimento na melhoria das competências linguísticas dos alunos no que concerne a esta língua estrangeira. Após a implementação do ensino do Inglês no 1.º ciclo do ensino básico (CEB), através das atividades de enriquecimento curricular, generalizadas aos quatro anos, seguindo a tendência dos sistemas educativos na Europa, a disciplina de Inglês foi integrada no currículo do 1.º CEB. Assim, o Decreto-Lei n.º 176/2014, de 12 de dezembro, introduz o ensino da Língua Inglesa com carácter obrigatório para todos os alunos que ingressaram no 3.º ano de escolaridade no ano letivo de 2015/2016, e, a partir de 2016/2017, para o 3.º e 4.º anos, estabelecendo ainda a possibilidade de as escolas poderem proporcionar o complemento ou a iniciação anterior do estudo desta língua. A Portaria n.º 197/2017, de 23 de junho, que repristina a Portaria n.º 260-A/2014, de 15 de dezembro, redefine a correspondência entre os níveis de proficiência do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas e os anos de escolaridade para a aprendizagem do Inglês entre o 3.º e o 12.º anos. O Despacho n.º 9442/2015, de 19 de agosto, homologa as Metas Curriculares para o 1.º, 2.º e 3.º CEB. Tais iniciativas traduzem o reconhecimento da importância da iniciação precoce do ensino da Língua Inglesa, patente ainda no investimento que tem vindo a ser realizado ao nível da formação dos docentes e da criação de um grupo de recrutamento específico para o 1.º CEB, o 120. Em maio de 2017, um estudo da DGEEC, centrado no 2.º CEB e no ano letivo de 2014/2015, destaca as disciplinas de Inglês e de Português como ocupando o segundo e terceiro lugares, respetivamente, de maior número de classificações negativas a nível nacional entre os alunos matriculados no 5.º e 6.º anos de escolaridade. Tais resultados afiguram-se preocupantes, atendendo às políticas educativas anteriormente descritas, implementadas no sentido da melhoria das competências linguísticas dos alunos. Com esta atividade, a IGEC procura conhecer e acompanhar o desenvolvimento do ensino do Inglês no 1.º e 2.º CEB e pretende contribuir para a construção de uma atuação estratégica orientada para o sucesso da disciplina de Inglês. 2

3 OBJETIVOS Objetivo Geral Induzir práticas pedagógicas eficazes, no âmbito da disciplina de Inglês, que se reflitam nas aprendizagens dos alunos e na melhoria dos seus resultados. Objetivos Operacionais Apreciar as práticas de ensino do Inglês curricular no 1.º e 2.º CEB; Incentivar a reflexão crítica em torno das questões do ensino e aprendizagem da Língua Inglesa; Promover: - a autoavaliação das práticas; - a articulação e sequencialidade entre anos e ciclos; - as metodologias diversificadas; - a melhoria das experiências de aprendizagem dos alunos. Contribuir para uma gestão do currículo mais eficaz de modo a garantir maior impacto nos resultados dos alunos. O presente relatório apresenta à escola as conclusões relativas aos aspetos mais positivos e aqueles a melhorar, no que concerne a três domínios e tem como finalidade contribuir para uma gestão do currículo mais eficaz ao nível do ensino do Inglês, com impacto positivo nas aprendizagens e nos resultados dos alunos. A. PLANEAMENTO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º E 2.º CEB - A elaboração de um documento de referência para a articulação curricular interciclos (Inglês- Articulação Vertical Metas ), estruturado por conteúdos nos domínios intercultural e do léxico e gramática. 3

4 - A integração nos documentos de planificação de todos os domínios de referência previstos nas Metas Curriculares que permitam uma gestão do currículo e facilite a adequação dos processos de ensino às diferentes necessidades de aprendizagem dos alunos. - A inclusão dos perfis de aprendizagem por ano e/ou ciclo de escolaridade nos critérios de avaliação do 1.º CEB. - A identificação dos fatores de sucesso e de insucesso dos alunos, que proporcionem a adoção de medidas, que sustentem a continuidade/melhoria do processo de ensino e aprendizagem. - A instituição de mecanismos de supervisão da prática letiva no 1.º CEB, a fim de promover a melhoria da ação educativa, designadamente nas turmas mistas B. DESENVOLVIMENTO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º e 2.º CEB - A utilização da língua Inglesa maioritariamente como veículo de comunicação preferencial no 1.º CEB. - A implementação de medidas que visem a atuação sobre os constrangimentos organizacionais identificados pelos docentes em reunião de articulação curricular. - O reforço do conhecimento mútuo, entre os docentes do 1.º e 2.º CEB, das estratégias de desenvolvimento curricular e dos conteúdos lecionados em ambos os níveis de escolaridade, bem como a diversificação das propostas de atividades em sala de aula, a atenção à gestão do seu espaço, de forma a incrementar o trabalho de pares/grupo e favorecer a interação oral em Inglês entre os alunos. - O trabalho colaborativo entre os docentes do 1.º e 2.º CEB, para, entre outros, o desenvolvimento de projetos e ações comuns, com recurso a atividades que apelem à criatividade e à participação ativa dos alunos, de forma a suscitar o interesse e a motivação pela aprendizagem da língua. - A ponderação sobre medidas que fortaleçam o desenvolvimento das competências da oralidade e da produção escrita, de que é exemplo o previsto no n.º 6 do art.º 13.º do Despacho normativo n.º 4-A/2016, de 16 de junho, ou seja, de modo a possibilitar o desenvolvimento da oralidade e da produção escrita, as escolas organizam os horários das turmas, podendo, para tal, encontrar soluções organizativas diversas que podem passar pela marcação de um tempo semanal simultâneo de português e de língua(s) estrangeira(s) dividindo-se, nesse tempo, os alunos numa lógica de trabalho de oficina, conjugada com os recursos do Laboratório de Oficina de Línguas. 4

5 C. AVALIAÇÃO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º e 2.º CEB - A aferição entre os docentes de critérios/parâmetros para a avaliação dos progressos das aprendizagens dos alunos, bem como o tratamento dos resultados académicos. - A realização de formação contínua, dirigida especificamente ao ensino do Inglês no 1.º e 2.º CEB. - A reflexão sobre critérios de avaliação, designadamente ao nível das ponderações dos diversos domínios, de forma a facilitar a sequencialidade curricular entre o 1.º e 2.º ciclo do ensino básico, assim como a divulgação dos critérios específicos de avaliação da disciplina junto dos alunos e dos encarregados de educação. - A divulgação dos critérios específicos de avaliação da disciplina de Inglês junto dos alunos e dos encarregados de educação. - A elaboração de documentos de registo de matriz comum, que garantam a inclusão de todos os domínios de referência constantes nas Metas Curriculares, e que concorram para uma efetiva avaliação dos alunos. - A implementação de rotinas de avaliação sobre as práticas, com vista à consolidação e/ou reajustamento de estratégias que conduzam à melhoria das aprendizagens. Data: A Equipa Inspetiva: Isabel Cristina Gonçalves José Alberto Lebre Concordo. À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. Homologo O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência O Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Centro Marcial Rodrigues Mota Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de 15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 238, de 13 de dezembro de