PLATINOSOMOSE EM FELINO DOMÉSTICO NO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATO DE CASO
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- Samuel Damásio Minho
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1 1 PLATINOSOMOSE EM FELINO DOMÉSTICO NO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATO DE CASO EUNICE AKEMI KITAMURA 1, ANDRESSA VIEIRA DE MORAES 2, ELISA FISCHER 2, LUCA FRONDANA 2, VIVIANE MILCZEWSKI 1, ANDRÉ LUIZ TORRECILLAS STURION 1 1 Docente de Medicina Veterinária, Instituto Federal Catarinense - IFC - Araquari 2 Aluno de Medicina Veterinária, Instituto Federal Catarinense - IFC - Araquari para correspondência: eunice.kitamura@ifc-araquari.edu.br Resumo A platinosomose provoca a colangite ou colangiohepatite felina. Os sinais clínicos são inespecíficos e o diagnóstico difícil, no entanto a incidência é grande, porém pouco relatada. O objetivo é relatar a platinosomose em felino doméstico no Estado de Santa Catarina. Palavras-chaves: Platynossomum spp; Felis catus; doença hepática PLATINOSOMOSE IN DOMESTIC FELINE IN SANTA CATARINA STATE - CASE REPORT Abstract The platinosomose causes cholangitis or feline cholangiohepatitis. 0152
2 2 Clinical signs are nonspecific and the diagnosis difficult, however the incidence is great but little reported. The goal is to report the platinosomose in domestic feline in the state of Santa Catarina. Key-words: Platynossomum spp; Felis catus; liver disease. Introdução A platinosomose é uma hepatopatia parasitária ocasionada por trematódeos do gênero Platynosomum (Basu e Charles, 2014). A infecção é pela predação da lagartixa que é o hospedeiro intermediário, o desenvolvimento ocorre nos ductos e vesícula biliar (Michaelsen et al., 2012). A colangiohepatite parasitária provocada pelo Platynossomum spp. é assintomática ou os sinais clínicos são inespecíficos, como a anorexia e episódios eméticos, associados à baixa produção de ovos e a difícil detecção no exame coproparasitológico, dificultam o diagnóstico (Basu e Charles, 2014). No Brasil, a platinosomose foi relatada em vários Estados, mas inexiste em Santa Catarina (Michaelsen et al., 2012). O objetivo é relatar a platinosomose em felino doméstico no Estado de Santa Catarina. Descrição do relato Foi atendido em um hospital escola, um felino, fêmea inteira, sem raça definida, com 12 anos, pesando 4,5 Kg, com a queixa principal de polifagia, poliúria e polidipsia há 60 dias, referia início dos sinais clínicos após a troca de ração para ração senior premium para gatos. A anamnese apresentava vômitos esporádicos há 60 dias, cerca de dois episódios semanais, com conteúdo alimentar de coloração 0153
3 3 amarelo e esverdeado, tinha o hábito de caçar lagartixas e vivia em zona urbana com acesso à rua. Negava outras alterações clínicas. O exame físico constatou: animal alerta, sobrepeso (ECC 6/9), desidratação 6%, mucosas hipocoradas, linfonodo poplíteo reativo e os demais parâmetros vitais dentro da normalidade. Foram realizados exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem, confirmando o diagnóstico e instituiu-se o tratamento com sucesso e após a alta do paciente. Discussão Segundo Soldan e Marques (2010), o estilo de vida do felino influencia na prevalência da infecção: em animais de vida livre é de 42%, em gatos confinados é de 7,1% e semiconfinados é de 28,6%. O paciente do presente relato de caso vivia em semi-confinamento. Em área endêmica são acometidos de 15 a 85% dos gatos com acesso ao ambiente externo (Soldan e Marques, 2010). O hemograma revelou linfopenia discreta (1.358/µL), sem importância clínica. No bioquímico sérico a ALT (alanina aminotransferase) 261UI/L, FA (fosfatase alcalina) 160UI/L e uréia 79mg/dL apresentaram os valores acima da normalidade, confirmando a injúria em hepatócitos, colestase e azotemia pré-renal. A GGT (gamaglutamiltransferase) 4UI/L, albumina, proteína total, globulinas, creatinina e glicose estavam normais, descartando a doença renal crônica e diabetes mellitus, estas doenças comuns em gato geriátrico como no presente relato de caso. A urinálise com densidade 1.045, levemente turva, ph 7,0 e proteinúria + (30mg/dL), descartou a nefropatia e confirmou a colangiohepatite felina. 0154
4 4 A ultrassonografia abdominal demonstrou fígado com parênquima heterogêneo e vesícula e vias biliares sem presença de ecoestruturas, rins, bexiga e baço normais, sugerindo colangite e colestase. O exame coproparasitológico pelo método de centrífugosedimentação foi positivo para ovos de Platynossomum concinnum, confirmando a platinosomose. O tratamento hospitalar foi com fluidoterapia por via subcutânea. Foi prescrito o anti-helmíntico praziquantel, dose 30mg/kg, por via oral, a cada 24 horas, durante cinco dias, que é mais eficaz (Basu e Charles, 2014), o hepatoprotetor silimarina, dose 20mg/kg, via oral, a cada 24 horas e a ração da linha veterinária para doença renal felina. No retorno após 30 dias apresentava melhora total. O exame bioquímico sérico revelou: ALT 76UI/L, albumina, uréia (35mg/dL) e creatinina normais, no entanto a colestase discreta persistia conforme a FA 180UI/L e GGT 15UI/L, o tratamento com a silimarina foi mantida. Foi repetido o exame coproparasitológico administrando os colagogos, óleo mineral e óleo de milho, e nas duas ocasiões foram negativos, portanto o paciente recebeu alta. Conclusão É imprescindível incluir a platinosomose como diagnóstico diferencial das doenças hepatobiliares em felinos domésticos. Referências BASU, A.K.; CHARLES, R. A. A review of the cat liver fluke Platynosomum fastosum Kossack, 1910 (Trematoda: Dicrocoeliidae). Veterinary Parasitology, v.200, p.1-7, Disponível em: < 0155
5 5 Acesso em: 28 Jul MICHAELSEN, R.; SILVEIRA, E.; MARQUES, S. M. T. et al. Platynosomum concinnum (Trematoda: Dicrocoeliidae) em gato doméstico da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Veterinária em Foco, v.10, n.1, p.53-60, SOLDAN, M.H.; MARQUES, S.M.T. Platinosomose: abordagem na clínica felina. Revista da FZVA Uruguaiana, v.18, n.1, p.46-67,
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