SUSPEITA DE SURTO DE LEPTOSPIROSE EM EQUINOS NO NORTE DO PARANÁ SUSPECT OF LEPTOSPIROSIS OUTBREAK IN EQUINES IN THE NORTH OF PARANÁ
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1 1 SUSPEITA DE SURTO DE LEPTOSPIROSE EM EQUINOS NO NORTE DO PARANÁ SUSPECT OF LEPTOSPIROSIS OUTBREAK IN EQUINES IN THE NORTH OF PARANÁ BARBOSA, de A. Danielle Cristina¹; COSENZA, Mariana²; LEITE, M. Homero²; STIEVANI, de C. Fernanda²; COSTA, S. Ana Flávia²; FARTH, V. Yasmim² Autora: discente da Universidade Filadélfia de Londrina UNIFIL. Co-autores: departamento de grandes animais Hospital Veterinário Universidade Filadélfia de Londrina - UNIFIL. RESUMO Leptospirose é uma antropozoonose, de origem bacteriana, responsável por causar perdas econômicas em equinos e bovinos. O presente trabalho apresenta uma suspeita de surto de leptospirose na região de londrina (PR), onde 5 animais apresentaram sinais clínicos como mucosas ictéricas, hemoglobinúria e hematócrito abaixo da normalidade. O objetivo deste trabalho é relatar um dos casos da propriedade, que serviu para orientar o tratamento dos demais animais e demonstrar a importância da Leptospirose em equinos como diagnóstico diferencial de outras doenças hemolíticas mais comuns. Palavras chaves: leptospirose, antropozoonose, surto, doenças hemolíticas. ABSTRACT Leptospirosis is a bacterial anthropozoonosis, responsible for causing grief economic in cattle and horses. This study presents a suspected leptospirosis outbreak in the Londrina (PR) region, where five animals showed clinical signs as, icteric mucous membrane, hemoglobinuria and hematocrit below normal. The goal of this study is to report a case of property, which served to guide the treatment of other animals and demonstrate the importance of leptospirosis in horses as differential diagnosis of other more common hemolytic diseases. Key words: leptospirosis, anthropozoonosis, outbreak, hemolytic diseases. 1065
2 2 INTRODUÇÃO Leptospirose é uma doença contagiosa de origem bacteriana de distribuição mundial, causada por espiroquetas do gênero leptospira sendo dividas em duas espécies, a Leptospira interrogans e a Leptospira biflexa. A doença acomete diversas espécies animais, incluindo o equino, os sinais clínicos incluem hemoglobinúria, icterícia, febre, aborto, uveíte, disfunção renal e hepática. As fontes de transmissão mais comuns são através da urina, tecidos placentários, descargas uterinas pós-aborto, leite e sêmen, podendo ser transmitida por contato direto ou indireto, através de solos contaminados, alimentação e na ingestão de água. A uveíte recorrente equina (ERU), é caracterizada como sequela de leptospirose, sendo descrita após a infecção adquirida, demonstrando edema de córnea, blefarospasmos, fotofobia em casos agudos e em casos crônicos pode haver formação de catarata, alteração da coloração da íris, sinéquia e por fim cegueira. Em geral, os sorovares mais comuns, em cavalos, da espécie Leptospira interrogans são a Icterohaemorrhagiae, Bratislava, Pomona, Ballum e Grippotyphosa. A Leptospirose pode ser considerada como diagnóstico diferencial em animais com sinais clínicos compatíveis com aborto, uveíte, doença renal ou hepática, e em casos de hemólise intravascular com hemoglobinúria. A Leptospirose deve ser considerada quando na anamnese há sugestão da exposição de contato direto ou indireto com urina ou secreções possívelmente contaminadas. RELATO DE CASO Uma égua de raça mangalarga, pesando 386kg chegou ao hospital veterinário com queixas de anorexia, sangue na região da vulva 1066
3 3 e urina de cor avermelhada. Ao exame clínico, foi observado mucosas ictéricas, freqüência cardíaca de 75bpm, temperatura de 38,3 e tempo de preenchimento capilar de 3 segundos. O exame laboratorial demonstrou anemia hemolítica, com hemólise de 4+, agregado plaquetário de 2+, hematócrito de 12% (24-44), leucócitos µL (6,0-12x10³), uréia de 26 mg/dl (21,4-51,3 mg/dl) e bilirrubina total 20,5 mg/dl (0-2,0 mg/dl). Na anamnese o proprietário relatou que haviam outros 4 animais com os mesmos sinais clínicos, e que apenas os animais que haviam comido feno (estocado no mesmo local) apresentavam esta sintomatologia. Os resultados dos exames clínico e laboratoriais, além da anamnese, colocaram como principal suspeita clínica a leptospirose. O tratamento instituído foi com: Estreptomicina, na dose de 10mg/kg via intramuscular duas vezes ao dia durante sete dias, e Penicilina Potássica na dose de UI/kg pela via intravenosa quatro vezes ao dia por cinco dias. O animal foi submetido a transfusão sanguínea, porém houve reação transfusional, para o controle, fez-se 35ml de dexametasona (corticóide) no primeiro dia, 25ml no segundo, 10ml no terceiro, e 7ml no quarto. Em conjunto com a medicação foi realizado um tratamento de suporte com fluidoterapia. Os demais animais da propriedade que apresentavam os mesmos sinais clínicos foram submetidos ao tratamento de Estreptomicina, na dose de 10mg/kg via intramuscular duas vezes ao dia durante sete dias. DISCUSSÃO O animal do caso relatado apresentou melhora após o tratamento e recebeu alta do hospital veterinário da Unifil em 7 dias. Os demais animais tratados na propriedade também apresentaram melhora 1067
4 4 após o tratamento e o feno que alimentava os animais foi substituído por outro lote. Orientações sobre o correto armazenamento deste produto, bem como medidas para evitar a presença de roedores no ambiente de armazenamento foram passadas aos proprietários. CONCLUSÃO O tratamento específico para Leptospirose foi eficiente para todos os animais acometidos na propriedade. Apesar da alta médica e do desaparecimento de sinais, sabe-se que o animal ainda é um reservatório para as leptospiras por um período médio de 6 meses, portanto é uma fonte de contaminação para outros animais através da eliminação das bactérias pelas secreções e urina, portanto o manejo correto é de suma importância para que não haja mais contaminações recorrentes na propriedade. A Leptospirore é uma doença importante, de caráter zoonótico que deve ser considerada como diagnóstico diferencial de doenças hemolíticas, principalmente quando há vários animais acometidos em um mesmo ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS SELLON, D.C; LONG, M. Equine infectious diseases. 2. ed. cap 34, p , 2013 YAN, W; FAISAL, S.M; DIVERS, T; et al. Experimental Leptospira interrogans serovar kennewicki infection of horses. Journal of Veterinary Internal Medicine. cap 24, p , BROUX, B; TORFS, B; WEGGE, P, et al. Acute respiratory failure caused by Leptospira spp. In 5 foals. Journal of Veterinary Internal Medicine. cap 26, p , ROHRBACH, B.W; WARD, D.A; HENDRIX, D.V.H; et al. Effect of vaccination against leptospirosis on the frequency, days to recurrence and progression of disease in horses with equine recurrent uveitis. Veterinary Ophthalmology. p ,
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