Sua principal obra chama-se Contra o Método, e seus principais conceitos são: Anarquismo epistemológico; pluralismo metodológico;
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- Maria dos Santos Cordeiro Amorim
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1 PAUL FEYERABEND Nasceu em Viena, 13 de janeiro de 1924, foi um filósofo da ciência austríaco que viveu em diversos países como Reino Unido, Estados Unidos, Nova Zelândia, Itália e Suíça. Tornou-se famoso pela sua visão anarquista da ciência e por sua suposta rejeição da existência de regras metodológicas universais. É uma figura influente na filosofia da ciência, e também na sociologia do conhecimento científico. Faleceu no dia 11 de fevereiro de 1994, em sua casa em Zurique, vítima de um tumor cerebral.
2 Para comprovar sua posição de que as regras metodológicas geralmente não contribuem para o sucesso científico, Feyerabend mostra contra-exemplo de que a (boa) ciência opera de acordo com um certo método fixo. Ele examina alguns exemplos de episódios da ciência que são geralmente relacionados como instâncias inegáveis de progresso e mostra como todas as regras prescritivas comuns da ciência são violadas nestas circunstâncias, um exemplo fora mostrado no vídeo inicial, como Galileu Galilei foi audacioso em ir contra a física aristótelica, quebrando o método ainda então vigente.
3 Sua principal obra chama-se Contra o Método, e seus principais conceitos são: Anarquismo epistemológico; pluralismo metodológico; contra-regra; contra-indução; tudo-vale
4 ALGUNS PONTOS DO PENSAMENTO DE FEYERABEND Feyerabend foi orientando de Popper, mas em grande parte de sua obra o critica, considerando-o um racionalista. Suas principais obras nas quais está presente tais críticas são Matando o Tempo e Contra o Método.
5 De acordo com o seu pensamento, não existe um método científico universal histórico. Ele critica abertamente o método científico. Rejeita a existência de regras universais, defende a violação dessas regras metodológicas, este conceito ficou conhecido como: contra regra Na verdade, afirma que o avanço da ciência se dá ao se violar as regras metodológicas impostas.
6 Se opõe a um princípio científico único, absoluto, a uma ordem inevitável, ou seja, à unicidade. O anarquismo epistemológico, assim ficou estabelecido esse seu conceito, deve ser entendido como uma defesa a um pluralismo epistemológico, ou seja, contra um método único de se fazer ciência. Defende um tudo-vale, ou seja, um radical pluralismo metodológico.
7 De acordo com Feyerabend, a única regra é a violação de todas as regras. Fora declarado o inimigo número um da ciência, mas muitas universidades da época o queriam em seu corpo docente. Sua epistemologia afirma que nenhuma teoria interessante pode ser consistente com todos os fatos. Mostrou que o progresso da ciência é desigual.
8 Seu conceito de tudo-vale não deve ser visto como um princípio destrutivo da ciência, mas como um meta-princípio, ou princípio de ordem superior sob o qual haveria um inferior, que seria o nem tudo vale ; Feyerabend defende abertamente a contra-regra, ou seja, se a regra é a indução, deve-se usar a contraindução, a qual incide na aceitação de hipóteses alternativas. Deve-se introduzir hipóteses, mesmo quando essas não se ajustam aos fatos considerados consolidados. Se opõe fervorosamente às regras: (só aceitar hipóteses que se ajustem a teorias confirmadas; descartar hipóteses que não se ajustem aos fatos bem estabelecidos).
9 De acordo com a visão de Feyerabend, todas as teorias são falíveis por natureza. Teorias devem sempre ser vistas como aproximações, e jamais como definições. Não se pode atingir a verdade, mas apenas se aproximar dela. Progresso: trata-se de uma competição entre teorias, ou seja, um pluralismo teórico. A ciência, de acordo com a abordagem fundamental de Feyerabend, é um modo de dar sentido a uma unidade desconhecida que é o mundo. Chegou a propor um controle democrático da ciência, onde todos os cidadãos deveriam opinar sobre ela, de modo a ditarem os seus rumos de investigação.
10 ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO O que cabe entender por anarquismo epistemológico. Inicialmente convém lembrar que anarquismo significa, antes, oposição a um princípio único, absoluto, imutável de ordem, do que oposição a toda e qualquer organização. Na sua tradução metodológica, não significa, portanto, ser contra todo e qualquer procedimento metodológico, mas contra a instituição de um conjunto único, fixo, restrito de regras que se pretenda universalmente válido, para toda e qualquer situação - ou seja, contra algo que se pretenda erigir como o método, como a característica distintiva, demarcadora do que seja ciência. Trecho do artigo da professora Dr Anna Carolina Krebs Pereira Regner.
11 CRITICA DE FEYERABEND AO RACIONALISMO Em sua crítica, Feyerabend identifica o racionalismo com uma tradição que nasceu na Grécia e inicialmente substituiu os conceitos ricos e dependentes da situação, próprios da época primitiva, por umas poucas ideias abstratas e independentes da situação, gerando, numa segunda etapa, estórias especiais, logo chamadas de provas ou argumentos. Desenvolveu-se, assim, igualmente, a ideia de que são as próprias coisas que produzem a estória e a dizem objetivamente, isto é, independentemente das opiniões e das compulsões históricas. A pressão conjunta destes dois desenvolvimentos afiançou o critério de que o conhecimento é único - de que existe apenas uma estória aceitável: a verdade - abstrato, independente da situação (objetivo) e baseado em argumentos. Trecho do artigo da professora Dr Anna Carolina Krebs Pereira Regner.
12 REGRA DO TUDO VALE Ao criticar a eficácia de tais regras para dar conta da condução da ciência, Feyerabend igualmente critica a eficácia, para tal fim, de proceder por razões, ou seja, daquilo que, segundo as regras, podemos alegar como base de legitimação para nosso proceder. De modo similar, critica a racionalidade, enquanto marca característica daquela tradição e a teoria estática da racionalidade a que esta concepção dá lugar, desacreditando a imponência de uma teoria da ciência que aponte a tais padrões e regras e se pretenda autorizada por alguma teoria da racionalidade do fazer científico, por algum princípio único de legitimação e organização. Caso não possamos resistir à tentação de buscar um princípio (metametodológico) que seja aplicável a todas as situações (ou contextos), concede que o único seria o princípio tudo vale Trecho do artigo da professora Dr Anna Carolina Krebs Pereira Regner.
13 O conhecimento... não é um gradual aproximar-se da verdade. É, antes, um oceano de alternativas mutuamente incompatíveis (e, talvez, até mesmo incomensuráveis), onde cada teoria singular, cada conto de fadas, cada mito que seja, faça parte do todo e força as demais partes a manterem articulação maior, fazendo com que todas concorram, através desse processo de competição, para o desenvolvimento de nossa consciência. Nada é jamais definitivo, nenhuma forma de ver pode ser omitida de uma explicação abrangente, refletindo-se na sua análise da ciência: (Feyerabend: 1977, p.40-41).
14 A tarefa do cientista não é mais a de buscar a verdade ou a de louvar a Deus ou a de sistematizar observações ou a de aperfeiçoar previsões. Esses são apenas efeitos colaterais de uma atividade para a qual a sua atenção se dirige diretamente e que é tornar forte o argumento fraco, tal como disse o sofista, para, desse modo, garantir o movimento do todo (Feyerabend: 1977, p.40-41).
15 REFERÊNCIAS: MOREIRA, Marco Antônio; MASSONI, Neusa Teresinha; Epistemologias do Século XX, EPU, São Paulo, (acessado em 19 de agosto de 2016, às 22:25 horas).
16 QUESTÃO DE VESTIBULAR. 13.Unioeste 2013 A ideia de conduzir os negócios da ciência com o auxílio de um método que encerre princípios firmes, imutáveis e incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica. Verificamos, fazendo um confronto, que não há uma só regra, embora plausível e bem fundada na epistemologia, que deixe de ser violada em algum momento. Torna-se claro que tais violações não são eventos acidentais, não são o resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são necessárias para o progresso.
17 QUESTÃO DE VESTIBULAR. Com efeito, um dos notáveis traços dos recentes debates travados em torno da história e da filosofia da ciência é a compreensão de que acontecimentos e desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno atomismo (teoria cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria quântica), o aparecimento gradual da teoria ondulatória da luz só ocorreram porque alguns pensadores decidiram não se deixar limitar por certas regras metodológicas óbvias ou porque involuntariamente as violaram. Paul Feyerabend.
18 Considerando o texto acima, que trata do método na ciência, seguem as afirmativas abaixo:
19 I. A história da atividade científica, segundo Feyerabend, mostra que os resultados alcançados pela ciência são fruto da perseverança e do trabalho duro dos cientistas em torno de um conjunto de métodos precisos.
20 II. O método em ciência, visto como a construção de um caminho que leve, inevitavelmente, a um conjunto de verdades imutáveis, é algo sumamente problemático.
21 III. O surgimento de avanços científicos significativos está intimamente ligado à violação involuntária de regras de método que, na sua simplicidade, emperram o avanço científico.
22 IV. Dada qualquer regra, por mais fundamental que se apresente para a ciência, sempre surgirão ocasiões nas quais é conveniente ignorar a regra e mesmo adotar uma regra contrária.
23 V. A epistemologia, à luz da pesquisa histórica, apresenta um conjunto de eventos não acidentais que se mostraram decisivos quando se trata de compreender o desenvolvimento exitoso de seus resultados.
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