Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS
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1 Sociedade Civil Organizada Global Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS
2 Aula 18 (14/11) Elites empresariais, sociedade civil e o sistema internacional Leitura base: OLIVEIRA, Amancio; PFEIFER, Alberto. O empresariado e política exterior do Brasil. Relações Internacionais do Brasil temas e agenda. Cap. 13. Altemani- Lessa (orgs). Ed. Saraiva, FERNANDES, José Augusto. B20 e G20: a interação e a agenda do setor privado com o G20. Rev. Política Externa. Vol. 20, n. 3, Leitura complementar: GLECKMAN, Harris. Multi-Stakeholder governance: a corporate push for a new form of global governance. State of Power Transnational Institute (TNI), Amsterdam, SCHOLTE, Jan Aart; SCHNABEL, Albrecht (eds). Civil society and global finance. Routledge Warwick Studies in Globalisation, Routledge, pp
3 Elites empresariais, sociedade civil e o sistema internacional Contexto: final do anos 1980 Fim da guerra fria e globalização (de fora para dentro) Redemocratização e liberalização econômica (internamente) Transformações na conformação do processo decisório em política externa Participação social (empresarial) tende a ser maior em temas de negociações politicamente sensíveis (ex. ALCA) do que em negociações mais específicas Imagem tradicional da atuação empresarial: fragmentada e individualizada; desarticulada e reativa Mudança de patamar a partir de 1996, com a criação da Coalizão Empresarial Brasileira, a CEB
4 A condução da política externa brasileira no pós-guerra fria continuou centralizada no Itamaraty, sem uma maior participação de outros setores governamentais e da sociedade civil, inclusive no debate sobre temas econômicos Algum aumento de permeabilidade do Itamaraty à sociedade civil se produz quando este tem a necessidade de: 1- angariar legitimidade às suas iniciativas 2 viabilizar posicionamentos negociadores 3 reunir informações de subsídio às negociações
5 De 1990 a 2005, apesar do aumento do fluxo econômicocomercial, não se desenvolveu uma forma de parceria ativa entre setor privado e Estado Que permitisse moldar e implementar uma política externa que contemple os interesses e necessidades empresariais Criação nos anos 1970 da Divisão de Promoção Comerical (DPR) seria exemplo positivo na identificação de oportunidades de negócios, organização de missões empresariais, busca de parceiros, promoção e publicidade do Brasil no exterior
6 Contexto de negociações do GATT: defesa de um segmentação das responsabilidades negociadoras dentro do governo, seguindo o exemplo dos EUA, com seu USTR criado em 1979 e reforçado em 1988 A separação da política comercial em um mecanismo negociador à parte da diplomacia geral do Estado possibilitaria uma maior participação da sociedade civil, em particular o setor empresarial
7 Contexto da OMC e negociações da ALCA: criação da CEB possibilitou uma maior atuação do setor empresarial internamente e com o poder público Fóruns Empresariais das Américas Liderança da CNI
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9 Resultados melhores do que iniciativas governamentais anteriores: Fórum Empresarial Permanente; Fórum Consultivo Econômico Social (FCES); Seções Nacionais de consulta sobre a ALCA e negociações coma UE 3 períodos de análise: : abertura comercial e Mercosul : regionalizacao ampliada : ativismo nacionalista
10 Refletindo sobre os três períodos, os autores consideram que de forma geral, quanto maior é o ativismo governamental, menor é a participação empresarial e vice-versa Três grandes áreas de interesse empresarial: 1 finanças 2 comércio 3 internacionalização das empresas brasileiras Ao contrário do caso do USTR, no Brasil os temas de caráter comercial frequentemente são tratados por autoridades vinculadas à política externa em geral (ex. ALCA), são politizados
11 O período de 1990 a 1998 marca certa continuidade entre os governos Collor e Itamar Franco no que diz respeito à baixa participação da sociedade civil Desde a chegada de Fernando Henrique Cardoso ao MRE ( ) e depois, durante sua presidência, observa-se maior permeabilidade da PEB à sociedade civil 1992: criação do Comitê Empresarial Permanente (CEP) pelo então chanceler FHC, em reposta às críticas que o Itamaraty recebia ao seu relativo fechamento aos empresários durante a Rodada Uruguai do GATT ( )
12 O Mercosul surge como iniciativa governamental buscando fornecer ao setor privado um campo de internacionalização e um mercado estratégico de competição controlada Ainda que tenha sua eficácia questionada, o FCES constituiu o principal espaço de participação da sociedade civil no Mercosul, reportando suas atividades diretamente ao Grupo do Mercado Comum (GMC) Críticos apontam a falta de transparência na tomada de decisões e o deficiente fluxo de informações como aspectos negativos do funcionamento do FCES em 15 anos de existência
13 Estratégia negociadora governamental no Mercosul-UE e na ALCA era a de máximo denominador comum Setores sensíveis eram protegidos com a máxima tarifa que um país-membro entendia necessária, implicando em contradições de interesses empresariais regionais e setoriais Interesses ofensivos do Brasil na liberalização da agricultura dos EUA e da UE sempre esbarraram na resistência dos primeiros em fazer concessões por fora da OMC e dos segundos em liberalizar seu modo de produção rural consolidado na PAC
14 Governo Lula: investimento diplomático em parcerias Sul-Sul e regionais que nem sempre tiveram resultados comerciais como objetivo principal Afastamento do Itamaraty com relação à formulação de posições elaborada pela CEB. Criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) Aproximação estratégica com a China Em 2004 cria-se o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), com o objetivo de combater resistências em setores empresariais contrários à aproximação com a China (brinquedos, têxteis, pneus) e promover oportunidades de negócios
15 Governo Lula inova no que diz respeito à por em prática uma política ativa de internacionalização das empresas brasileiras, elemento ausente da PEB nos governos Collor, Itamar e FHC No período os temas financeiros e a estabilidade monetária ocuparam as prioridades da PEB. Os interlocutores principais eram o FMI, o Banco Mundial e o Clube de Paris Houve pouca participação do empresariado brasileiro na definição das posições negociadoras do Brasil quanto à Dívida Externa, planos econômicos e abertura das contas de capital
16 : grandes negociações comerciais levam o setor privado a ter uma maior participação na formulação de posições negociadoras brasileiras 1998: criação da CAMEX como órgão específicamente dedicado à discussão e deliberação sobre negociais comerciais externas (inspiração do USTR realizada de forma incompleta) : a PEB passa a enxergar a internacionalização das empresas brasileiras (grandes primeiro, depois médias) como um instrumento de fortalecimento da inserção internacional do país, contribuindo com as contas externas através da repatriação de lucros e difundindo positivamente a imagem do Brasil no exterior
17 Papel da CEB - Representação e coordenação dos interesses empresariais - Formulação de posicionamentos do setor privado - Influência perante o governo Consultas setoriais realizadas pela CEB estimulavam a elaboração de position papers para integrar um documentosíntese Dinâmica da CEB é pautada pela dinâmica e cronograma dos Fóruns Empresariais das Américas
18 Papel da CEB - Representação e coordenação dos interesses empresariais Consultas setoriais realizadas pela CEB estimulavam a elaboração de position papers para integrar um documentosíntese - CNI; CNA; CNT; CNIF; CNC; FIESP; AEB; CEAL, etc. Dinâmica da CEB é pautada pela dinâmica e cronograma dos Fóruns Empresariais das Américas
19 Papel da CEB - Formulação de posicionamentos do setor privado A CEB adequa a sua estrutura burocrática interna sob a forma de GTs que seguem as mesmas temáticas dos grupos negociadores da ALCA (acesso a mercados; solução de controvérsias, etc) Papel ativo dos técnicos assessores das associações empresariais, e não apenas de empresários Abrangência e coordenação inter-setorial num grau sem precedentes no empresariado brasileiro
20 Papel da CEB - Influência perante o governo CEB conseugiu combinar representação verticalizada (Confederações, Federações, etc) com legitimidade horizontal (discussões amplas e abertas) Interlocução positiva junto ao governo federal
21 Deficiências da CEB Posicionamentos genéricos e demasiadamente amplos Cultura empresarial ainda vinculada ao modelo de substituição de importações dos anos Tendência à formação de coalizões defensivas: a defesa dos mercados adquiridos sobrepujou a busca de novas oportunidades Assimetria de poder e capacidades entre grandes (indústria e agricultura) e pequenos empresários
22 A e x p e r i ê n c i a d a C E B s o b r e m e t o d o l o g i a d e acompanhamento das negociações da ALCA serviu de modelo para a atuação empresarial em outros fóruns, sobretudo na OMC e Mercosul-UE A coordenação tripartite de posições, o chamado diálogo social, se mostrou difícil e um dos pontos de menor avanço da CEB Informalidade e imprevisibilidade marcam as relações governo-sociedade civil sobre comercio internacional Empresariado como parceiro e interlocutor na estratégia e implementação da política externa ou coadjuvante da política comercial em negociações específicas?
23 As negociações da ALCA propiciaram a estrutura de oportunidades que o setor privado necessitava para constituir um mecanismo aglutinador da sua diversidade de interesses, como a CEB Com o colapso das negociações da ALCA em 2005, a desmobilização se deu de forma parcial Outros âmbitos internacionais como OMC e Mercosul-UE ainda mobilizavam os empresários, mas sem a mesma intensidade dos anos de negociação da ALCA
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25 G20 e B20 CNI no B20 B20 espelhando o G20 Participação específica nos GTs
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