Comércio Agrícola e Negociações Internacionais Alinne Oliveira e Camila Sande 1º Seminário 16 de agosto de 2016
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- Cássio Madureira Rodrigues
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1 Comércio Agrícola e Negociações Internacionais Alinne Oliveira e Camila Sande 1º Seminário 16 de agosto de 2016
2 AGENDA 1. A Política Comercial Brasileira 2. Níveis de Integração Comercial 3. O Mercosul 4. Negociações Comerciais 5. Negociações Mercosul-União Europeia 6. Organização Mundial do Comércio (OMC)
3 A Política de Comércio Exterior Brasileira A Câmara de Comércio Exterior - CAMEX: é o órgão responsável pela formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens, serviços, turismo, e mais recentemente, de investimentos. CONSELHO DE MINISTROS É o órgão superior e final de deliberação da CAMEX I - Presidente da República (Presidente) II Ministro de Estado das Relações Exteriores III Ministro de Estado da Fazenda IV Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento V Ministro de Estado da Indústria, Comércio Exterior e Serviços VI Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão VII Secretário-Executivo da Secretaria- Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República Comitê Executivo de Gestão GECEX Ministro de Estado das Relações Exteriores (Presidente) Secretários-Executivos: Casa Civil da Presidência da República Ministério da Fazenda Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão Secretaria-Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República Conselho Consultivo do Setor Privado CONEX Ministro de Estado da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Presidente) Ministro de Estado das Relações Exteriores Até 20 representantes do Setor Privado
4 NÍVEL DE INTEGRAÇÃO Níveis de Integração ALTO UNIÃO POLÍTICA Governo comum UNIÃO ECONÔMICA Sem barreiras para comércio, livre movimento de trabalho, impostos harmonizados, política fiscal e monetária comum: U.E. (parcial) MERCADO COMUM Livre movimento de capital e serviços. Regulações nacionais diferentes. UNIÃO ADUANEIRA Tarifas externas comuns BAIXO LIVRE- COMÉRCIO Redução de tarifas entre os membros: NAFTA, ASEAN (parcial) BAIXO COMPLEXIDADE ALTO O Mercosul hoje se encontra entre o segundo e o terceiro estágio, com algumas falhas estruturais, inclusive no livre-comércio.
5 O Mercosul 1) Estrutura CMC (Conselho do Mercado Comum): Principal órgão do Mercosul, responsável pelas principais tomadas de decisões no bloco. Composto por Ministros das Relações Exteriores e da Economia de todos os membros efetivos. Realiza duas reuniões por ano, sendo a presença dos presidentes obrigatória em pelo menos uma delas. GMC (Grupo Mercado Comum): Órgão executivo do Mercosul, composto por representantes titulares e alternativos de cada um dos membros efetivos do bloco. Esse grupo reúne-se trimestralmente, mas pode haver encontros extraordinários a pedido de qualquer um dos seus partícipes. CCM (Comissão de Comércio do Mercosul): Órgão responsável pela gestão das decisões sobre o comércio do Mercosul. Suas funções envolvem a aplicação dos instrumentos políticos e comerciais dentro do bloco e deste com terceiros, além de criar e supervisionar órgãos e comitês para funções específicas. Parlamento do Mercosul (PARLASUL): Órgão de representação dos povos do Mercosul. O Parlamento do Mercosul é órgão unicameral, independente e autônomo. Atualmente, o Brasil é representado por 37 parlamentares; a Argentina, por 43; a Venezuela, por 22; o Uruguai e o Paraguai, por 18, escolhidos entre membros dos parlamentos nacionais. Foro Consultivo Econômico e Social: é o órgão que representa os setores da economia e da sociedade de cada um dos membros do Mercosul. Ele possui um caráter apenas consultivo, opera por meio de recomendações ao GMC e pode incluir em torno de si a participação de empresas privadas. Fonte: Página brasileira do MERCOSUL/ Além desses organismos, existem outros órgãos e secretarias vinculados.
6 O Mercosul 2) Histórico O Mercado Comum do Sul foi criado em Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram o Tratado de Assunção com os seguintes objetivos: 1. Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do bloco; 2. Estabelecimento de uma tarifa externa comum (TEC) e a adoção de uma política comercial conjunta em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômicocomerciais regionais e internacionais; 3. Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes; 4. Compromisso dos Estados Parte em harmonizar a legislação nas áreas pertinentes, a fim de fortalecer o processo de integração. O Tratado de Assunção permite a adesão dos demais Países Membros da ALADI ao MERCOSUL. Em 2012, o bloco passou pela primeira ampliação desde sua criação, com o ingresso definitivo da Venezuela como Estado Parte. A entrada foi muito mais política do que econômica, uma vez que o país ainda não incorporou a TEC e não acompanha a agenda comercial do bloco. População de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul); PIB de US$ 3,2 trilhões (80% do PIB sul-americano) O MERCOSUL é uma potência agrícola. Forte na produção das cinco principais culturas alimentares globais (trigo, milho, soja, açúcar e arroz). O MERCOSUL é o maior exportador líquido mundial de açúcar, o maior produtor e exportador mundial de soja, 1º produtor e 2º maior exportador mundial de carne bovina, o 4º produtor mundial de vinho, o 9º produtor mundial de arroz, além de ser grande produtor e importador de trigo e milho. Fonte: Página brasileira do MERCOSUL/
7 O Mercosul 3) Integração O Mercosul é integrado no formato intergovernamental. Isso significa que ele não é uma organização supranacional propriamente dita, não havendo órgãos comunitários com competência autônoma e com poder de coerção em relação aos Estados membros, diferente da União Europeia, que tem o formato supranacional. 4) Tarifa Externa Comum (TEC) A partir de 01/01/95, os quatro Estados Partes do MERCOSUL adotaram a Tarifa Externa Comum (TEC), com base na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), com os direitos de importação incidentes sobre cada um desses itens. A TEC deve incentivar a competitividade dos Estados Partes e seus níveis tarifários devem contribuir para evitar a formação de oligopólios ou de reservas de mercado 5) Lista de Exceções à TEC (LETEC) A aprovação da TEC também incluiu alguns mecanismos de ajuste das tarifas nacionais, através de Listas de Exceções (LETEC), com prazos definidos para convergência aos níveis da TEC. Cada país pode ter até 100 produtos na LETEC. Além dessa lista, outras exceções ocorrem, chamadas, no jargão de exceção às exceções. 6) Cotas e Acordos entre os Setores Privados Os representantes do setor privado dos países membros podem firmar, entre si, acordos para definir cotas de importação para evitar queda nos preços internos e perda de competitividade. O governo acata a decisão e controla as Licenças de Importação. Fonte: MDIC
8 O Mercosul Principais Desafios 1) Falta de alinhamento macroeconômico as assimetrias econômicas no Mercosul geram dificuldades para se traçar políticas comuns para o desenvolvimento econômico do bloco. A instabilidade econômica da região, a variação cambial, inflação e falta de transparência de alguns membros travam a definição de um objetivo comum para o crescimento do bloco como um todo. 2) Perfurações na TEC e dupla tributação as exceções da Tarifa Externa Comum descaracterizam o Mercado Comum e conotam uma falta de credibilidade da consistência do Mercosul como União Aduaneira. Além disso, o comércio intra-bloco não é livre como deveria ser, pois quando um produto vem de terceiros mercados para a Argentina ele é tributado e, ao ser exportado para o Brasil, ele é novamente tributado. É uma anomalia em uma área de livre comércio, que deveria ser um dos estágios do Mercosul. 3) Questões políticas/ideológicas o Mercosul tem sofrido influências políticas e ideológicas que têm se sobreposto aos seus objetivos econômicos e comerciais. Essas influências atrasaram a agenda comercial do bloco, que se isolou das negociações de acordos como parceiros importantes, como Estados Unidos e União Europeia, para levar adiante uma agenda com países de pouco peso econômico. O Mercosul deve superar essas questões e entregar resultados no âmbito econômico que levem ao desenvolvimento da região. 4) Decisão 32/00 desde o ano de 2001, os membros do Mercosul, após uma decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC), só podem negociar em conjunto. Essa decisão limitou a autonomia negociadora do país e contribuiu para o isolamento do Brasil das negociações de importantes acordos de comércio. A flexibilização/revogação dessa decisão tem sido defendida pela CNA, para que o Brasil possa ampliar a sua agenda de negociações e sua participação no comércio internacional.
9 Negociações Comerciais 1) Definição Negociações comerciais entre países/blocos têm como objetivo a maior liberalização das trocas de comércio entre eles. Em uma negociação, as partes definem o acesso dos seus produtos ao outro mercado, regras e requisitos sanitários e fitossanitários, forma como tratar as barreiras técnicas ao comércio, regras de origem para seus produtos, dentre outras questões. 2) Tipos de Negociação I. Bilateral/Birregional: Negociação entre dois países/blocos Exemplos: Brasil México, Parceria Transatlântica (TTIP), Mercosul-União Europeia II. Regional: Negociação entre países de uma mesma região Exemplos: Mercosul, Aliança do Pacífico, Parceira Transpacífica (TPP) III. Multilateral: Negociação global, com benefícios para todos, independente de região Exemplo: Organização Mundial do Comércio
10 Negociações Bilaterais: Mercosul União Europeia 1) Histórico e andamentos Iniciadas em 1999, as negociações completam 15 anos, tendo chegado ao seu momento mais próximo a uma conclusão em Além de benefícios tarifários em bens e serviços, é composta por negociação em temas como medidas sanitárias e fitossanitárias, regras de origem e investimentos, dentre outros. Avançaram no ano de 2016, com uma troca de ofertas realizada em maio. Nesse momento os países estão trabalhando internamente para melhorar as suas ofertas, bem como para embasar pedidos de melhorias nas condições que foram ofertadas pelos dois lados. A oferta para produtos agropecuários foi aquém do esperado, mas o acordo é de grande importância para o setor. 2) Alguns conceitos Cesta define a quantidade de anos que as tarifas serão desgravadas. Ex: cesta de 4 anos Desgravação Redução tarifária, seja ela imediata ou progressiva. Ex: a desgravação será feita em 10 anos CNB Comitê de Negociações Bilaterais/ Birregionais Troca de ofertas Ato de intercâmbio de listas/documento com o que cada lado vai oferecer de benefícios tarifários Sala ao lado Local reservado ao setor privado para o acompanhamento das negociações. Apenas o governo negocia oficialmente. Lobby.
11 Negociações Multilaterais de Comércio: OMC 1) Histórico As origens da OMC remontam à assinatura do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), em 1947, mecanismo que foi responsável, entre os anos de 1948 a 1994, pela criação e gerenciamento das regras do sistema multilateral de comércio. No âmbito do GATT, foram realizadas oito rodadas de negociações comerciais, que tiveram por objetivo promover a progressiva redução de tarifas e outras barreiras ao comércio. A oitava rodada, conhecida como Rodada Uruguai, culminou com a criação de OMC e de um novo conjunto de acordos multilaterais que formaram o corpo normativo da nova Organização. 2) Princípios da OMC, herdados do GATT 1. Nação-mais-favorecida, segundo o qual um Membro da OMC deve estender a todos os seus parceiros comerciais qualquer concessão, benefício ou privilégio concedido a outro Membro; 2. Tratamento nacional, pelo qual um produto ou serviço importado deve receber o mesmo tratamento que o produto ou serviço similar quando entra no território do Membro importador; 3. Consolidação de compromissos, de acordo com o qual um Membro deve conferir aos demais tratamento não menos favorável que aquele estabelecido na sua lista de compromissos; e 4. Transparência, por meio do qual os Membros devem dar publicidade às leis, regulamentos e decisões de aplicação geral relacionados a comércio internacional, de modo que possam ser amplamente conhecidas por seus destinatários.
12 GATT/OMC Cronologia Rodadas Ano Local/nome Temas Países 1947 Genebra Tarifas Annecy Tarifas Torquay Tarifas Genebra Tarifas Genebra Tarifas 26 Rodada Dillon Genebra, Rodada Kennedy Tarifas e medidas antidumping Genebra, Rodada Tokyo Tarifas, BNTs, Acordos Quadro Genebra, Rodada Uruguai Tarifas, NTBs, regras, serviços, propriedade intelectual, solução de controvérsias, têxteis, agricultura, criação da OMC, entre outros ?? Doha,Qatar Diversos 164
13 Estrutura da Organização Mundial do Comércio Fonte: MICS
14 Pilares da Organização Mundial do Comércio SECRETARIA NEGOCIAÇÕES SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO CAPACITAÇÃO DIVULGAÇÃO A OMC conta com 164 Membros, sendo o Brasil um dos Membros fundadores. A sua sede está localizada em Genebra, na Suíça. As Ministeriais da OMC ocorrem a cada dois anos e podem sediar rodadas de negociações. As duas últimas ocorreram em Bali (2013), na Indonésia e em Nairóbi, no Quênia (2015).
15 Rodada Doha de Desenvolvimento 1) Histórico A Rodada DOHA foi lançada em Doha, capital do Qatar, em 2001, com o objetivo de reformar o sistema para melhorar acesso para os países em desenvolvimento. A rodada cobre cerca de 20 temas. 2) Tripé das Negociações Agrícolas I. Subsídios à exportação créditos para facilitar as exportações de um país; II. Apoio doméstico subsídio à produção nacional; III. Acesso a mercado benefícios tarifários/cotas ofertados por países. 3) Resultados das últimas reuniões ministeriais I. Ministerial em Bali Para a agropecuária, os principais temas de interesses tratados foram a formação de estoques públicos para fins de segurança alimentar e as modalidades de administração de cotas tarifárias. II. Ministerial em Nairóbi A Ministerial no Quênia foi marcada pelo fim aos subsídios à exportação. Relevante mencionar que o tema de Apoio Doméstico, que não foi tratado nas últimas Ministeriais é o que mais interessa à agricultura, pois o subsídios à produção são os que mais impactam no comércio agrícola e prejudicam os produtores brasileiros.
16 Contato: OBRIGADA!
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