COMUNICADO DOS PRESIDENTES DA REPÚBLICA ARGENTINA, DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DA REPÚBLICA DO PARAGUAI E DA REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI
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- Jerónimo Mascarenhas Sabala
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1 Tradução do espanhol realizada pela SM COMUNICADO DOS PRESIDENTES DA REPÚBLICA ARGENTINA, DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DA REPÚBLICA DO PARAGUAI E DA REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI Montevidéu, 28 de dezembro de Conforme o disposto no Artigo 11 do Tratado de Assunção, o Conselho do Mercado Comum, integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia, celebrou sua terceira reunião no dia 28 de dezembro de 1992, na cidade de Montevidéu, República Oriental do Uruguai, com a participação dos Presidentes Carlos Menem, Itamar Franco, Andrés Rodríguez e Luis Alberto Lacalle. Participaram também da reunião outros Ministros de Estado e os membros do Grupo Mercado Comum. 2. Os Presidentes constataram um seguimento global do "Cronograma de Las Leñas", avaliaram a tarefa realizada pelo Grupo Mercado Comum, órgão executivo, e apontaram os avanços das Reuniões de Ministros e Especializadas y dos onze Subgrupos de Trabalho que constam em detalhe no anexo a este Comunicado Conjunto com o título "Progressos na Instrumentação do Cronograma de Las Leñas". Os Presidentes tomaram nota da iminente entrada em vigor do Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias, assinalando que a mesma constituirá instrumento fundamental para a segurança jurídica do MERCOSUL, para o qual todo elemento jurídico que for adotado em seu âmbito deverá estar expressamente vinculado ao Tratado de Assunção e ao citado Protocolo de Brasília. 3 Os Presidentes salientaram o crescimento do comércio entre os Estados Partes, além dos desequilíbrios conjunturais. Assinalaram, ainda, o início de uma crescente multiplicação de "joint ventures", investimentos conjuntos e parcerias entre empresas do MERCOSUL para concorrer em terceiros mercados, os quais constituem um claro exemplo do dinamismo do processo de integração que deverá ampliar e aprofundar-se. 4 Salientaram, por outra parte, a significação dos compromissos assumidos pela Reunião de Ministros da Educação do MERCOSUL na qual se avançou no reconhecimento de certificados de primeiro e segundo grau, bem como na incorporação de elementos comuns aos programas de estudo dos estabelecimentos educativos dos Estados Partes. 5 Reiteraram a determinação de cumprir o Cronograma de Medidas aprovado pela Decisão Nº 1/92 do Conselho do Mercado Comum ("Cronograma de Las Leñas). 6 Os Presidentes decidiram que, a partir de junho de 1993, conforme o previsto no Cronograma de Las Leñas, estejam definidos níveis da tarifa externa comum entre 0 e 20%.
2 Serão permitidas alíquotas diferentes até um máximo de 35% para uma lista reduzida de produtos, entendendo-se que essa alíquota deverá reduzir-se até o máximo de 20% no prazo de até seis anos a partir de 1 de janeiro de Suas características serão analisadas em nível técnico pelo Grupo Mercado Comum, conforme o Cronograma de Las Leñas, encaminhando seu projeto para consideração do Conselho em sua próxima reunião. Um regime especial tarifário será aplicável às importações pelos países do MERCOSUL de produtos subsidiados por terceiros países, levando em conta os resultados da Rodada Uruguai. Este regime especial será definido na primeira Reunião do Grupo Mercado Comum posterior à conclusão da Rodada Uruguai. Os Presidentes reiteraram a importância crucial da coordenação de políticas macroeconômicas para a viabilidade do MERCOSUL. Instruíram, portanto, seus Ministros da área econômica e o Grupo Mercado Comum no sentido de que prossigam os trabalhos a fim de identificar as variáveis quantitativas para a coordenação de políticas macroeconômicas fiscal, monetária e cambial, e para sua convergência gradual, com o objetivo de que sua instrumentação entre em vigor a partir de 1 de janeiro de Na hipótese de acontecer acentuados desequilíbrios no comportamento das variáveis que afetam mais diretamente o direcionamento dos fluxos de comercio intra-mercosul, o Grupo Mercado Comum deverá estudar fórmulas destinadas a assegurar um tratamento equilibrado do tema. Os Presidentes dos países do MERCOSUL, convencidos da necessidade de estimular o comércio e o livre acesso aos mercados, propõem, no âmbito do Acordo 4+1 com os Estados Unidos, realizar conversações preliminares de maneira tal que, quando todas as Partes o julguem oportuno, possam dar início a negociações entre o MERCOSUL e os Estados Unidos, sobre as opções comerciais que se abrem a partir da nova realidade hemisférica de acordo com a Iniciativa para as Américas e a assinatura do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, do qual são igualmente signatários o México e o Canadá. 7 No mesmo sentido, indicaram ao Grupo Mercado Comum que examine fórmulas para aprofundar as relações econômicas com a CE e dar seguimento, dentre outros, aos contratos iniciais realizados com o Japão. 8 Os Presidentes expressaram sua satisfação pela aprovação de fundos para cooperação técnica integrados por empréstimos não reembolsáveis, outorgados pelas Comunidades Europeias, numa primeira etapa, para as seguintes áreas: agropecuária, aduaneira, normas técnicas, Secretaria Administrativa do MERCOSUL, e outros temas do "Cronograma de Las Leñas" a serem cobertos com fundos de aplicação imediata. Igualmente, tomaram nota da iminente aprovação de um Convênio de Cooperação Técnica não reembolsável com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, destinado a apoiar as tarefas dos Subgrupos de Trabalho. Salientaram também os planos de cooperação técnica que o MERCOSUL está desenvolvendo com organismos internacionais como a Organização Mundial de Propriedade Intelectual, a Organização
3 Internacional do Trabalho, bem como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 9 Os Presidentes reiteraram o expressado na declaração de Las Leñas sobre a fundamental importância que para o crescimento das economias dos países do MERCOSUL e o bem-estar de seus povos tem a consolidação de um sistema multilateral de comércio livre, para o qual é indispensável alcançar uma pronta e satisfatória conclusão da Rodada do GATT. Em consequência, os Presidentes decidiram instruir suas representações no GATT de maneira tal a envidar esforços, de forma coordenada, para preservar nas negociações multilaterais da Rodada Uruguai os princípios que inspiraram as mesmas, opondo-se àquelas normas que signifiquem restrições ao comércio em direto prejuízo, não apenas dos países do MERCOSUL, mas de toda a América Latina. Os Presidentes decidiram instruir suas Representações junto ao GATT em Genebra no intuito de ampliar a coordenação nesta fase das negociações da Rodada Uruguai e, em especial, no que diz respeito aos entendimentos relativos ao acesso a mercados e serviços, de forma a aproximar as atuais ofertas, apresentadas individualmente pelos Estados Partes. Os Presidentes tomaram conhecimento da pronta conclusão das negociações para a adesão do Paraguai ao GATT, para o qual conta com o apoio solidário dos países membros do MERCOSUL. Assinalaram a importância de que o Banco Mundial e o BID outorguem fundos destinados a financiar projetos de caráter sub-regional vinculados com a reconversão agropecuária e industrial que surgirá em consequência do avanço no processo de integração. 10 A próxima reunião do Conselho do Mercado Comum será realizada na cidade de Assunção, República do Paraguai, no mês de junho de 1993.
4 ANEXO PROGRESSO NA INSTRUMENTAÇÃO DO CRONOGRAMA DE LAS LEÑAS O Conselho salientou o avanço realizado pelas Reuniões de Ministros, Especializadas e dos Subgrupos de Trabalho, nos seguintes itens: a apresentação de propostas nacionais para uma Política Comum de Salvaguardas; a definição de uma nomenclatura tarifária comum; o efetivo intercâmbio de informação estatística relacionada ao comércio exterior; a coordenação quadripartite dos serviços nacionais de estatística, para seu apoio informativo ao processo de negociação; a identificação dos acordos bilaterais de caráter comercial assinados com terceiros estados e o estabelecimento de pautas de negociação com os mesmos durante o período de transição; a elaboração de um Glossário MERCOSUL sobre termos e conceitos aduaneiros; o intercâmbio de legislação fito e zoossanitária dos quatro países, tendentes a projetar uma legislação básica de transição; a implementação da simplificação de trâmites em fronteira, especialmente através da desburocratização e uniformização de critérios referidos aos manifestos de carga e controle integrado em fronteiras; a harmonização de 90 normas técnicas; bem como os regulamentos técnicos referidos a produtos da indústria automotiva; a elaboração de propostas referidas ao regime cambiário e, em particular, de opção na utilização de moedas nacionais e dólar estadunidense como moeda de reembolso; de desconto de documentos a prazo entre países membros da ALADI; sobre pagamentos obrigatórios; sobre movimento de papel moeda e cheques de viagem; a elaboração de um projeto de regulamento comum sobre cargas perigosas no transporte terrestre por rodovia; a facilitação e simplificação de documentação aduaneira de carga ferroviária; a análise dos acordos bilaterais sobre transporte marítimo existentes, tendente à formulação de um acordo multilateral na matéria;
5 o levantamento das legislações vigentes em matéria de acesso de bens originários do MERCOSUL às compras de Estado e licitações internacionais; o estudo das legislações nacionais vigentes em matéria de propriedade intelectual e transferência de tecnologia; a caracterização das micro, pequenas e médias indústrias no âmbito do MERCOSUL, tendente ao estabelecimento de uma política comum na matéria; o levantamento dos obstáculos à livre circulação de produtos agropecuários; a definição de políticas agrícolas prioritárias para sua harmonização entre os quatro países; a comparação das estruturas tarifárias e a definição de critérios comuns tendentes à a determinação de uma tarifa externa comum; o cotejo dos regimes tributários nacionais; a identificação e o acompanhamento de um conjunto de variáveis macroeconômicas (fiscais, monetárias e de balanço de pagamentos); o levantamento dos convênios assinados pelos Estados Partes com a OIT, bem como a análise comparativa dos sistemas de relações trabalhistas entres os países.
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