A Experiência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CDES
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- Bruno Aranha Terra
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1 A Experiência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CDES Construção de Governança para o Projeto Nacional de Desenvolvimento Apresentação : Jaques Wagner Governador da Bahia
2 CDES situação atual no Brasil No primeiro mandato do Presidente Lula ( ) o Brasil enfrentou, com sucesso, a conquista da estabilidade macroeconômica sem prejudicar a inclusão social, implementando programas sociais bem-sucedidos, desafiando a difícil combinação de crescer e, ao mesmo tempo, combater desigualdades sociais crônicas. O segundo mandato se estrutura, entre outros, em torno de dois programas prioritários, que apontam para a aceleração tanto do crescimento econômico quanto do combate às desigualdades: o Programa de Aceleração do Crescimento PAC -e o Plano de Desenvolvimento da Educação PED.
3 CDES - uma rica experiência O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CDES viu grande parte de sua propostas contempladas no PAC e no Plano de Desenvolvimento da Educação. Os dois projetos foram apresentados ao CDES pelo governo, em ocasiões específicas, e o Conselho foi chamado a envolver-se no acompanhamento e viabilização da implantação. Durante os dois anos (2004 e 2005) em que tive a oportunidade de exercer a função de Secretário-Executivo do CDES aprendi valiosas lições pessoais e profissionais sobre o potencial do diálogo, do conhecimento e reconhecimento entre as partes e da construção de objetivos comuns. Esta apresentação tratará das principais contribuições do CDES, que, na minha opinião, o tornam este instrumento de grande relevância para o País, dentre as quais cito a Agenda Nacional de Desenvolvimento, que acompanhei do início ao fim.
4 CDES a consolidação da proposta O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CDES - é um órgão majoritariamente da sociedade civil, de caráter consultivo da Presidência da República do Brasil. Consolidado como um instrumento da democracia brasileira, podemos apontar características que contribuíram para esse sucesso do CDES: A diversidade da sua composição envolvendo empresários, trabalhadores, representantes de movimentos sociais, acadêmicos, entre outros atores sociais relevantes; O foco nas temáticas do desenvolvimento a diversidade da composição permitiu um conceito amplo de desenvolvimento, que envolve aspectos econômicos, sociais, políticos e ambientais; O exercício do diálogo social para construir sínteses dos valores e interesses predominantes na sociedade.
5 CDES o consenso sobre o desenvolvimento O Conselho vem formulando propostas de diretrizes de planejamento para o Estado e para a sociedade civil, que resultam de um complexo processo de diálogo. Nesse sentido construiu sua Agenda Nacional de Desenvolvimento e implantou o Observatório da Eqüidade, para acompanhar a implementação da sua Agenda, assegurando que as políticas públicas tenham como objetivo central a promoção da eqüidade. O Conselho também é um espaço para disseminação de informações sobre a ação de governo para atores sociais relevantes, aferindo posições e captando sugestões para aprimoramento e um espaço qualificado para convivência, reconhecimento de posições, e pontos de vista, entre atores sociais diversos (que dificilmente se encontram em outros espaços).
6 CDES Agenda Nacional de Desenvolvimento Indica uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo acordada na ampla diversidade do CDES identifica, para além dos interesses setoriais corporativos, as pautas de interesse público na perspectiva de desenvolvimento do País. Revela, portanto, as escolhas que, na perspectiva dos conselheiros, são fundamentais para construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento. A Agenda conquistou legitimidade política no governo e na sociedade e a visão de futuro construída pelos conselheiros será adotada como a orientação estratégica do PPA 2008/2011.
7 CDES Agenda Nacional de Desenvolvimento VISÃO DE FUTURO DA AGENDA: Um país democrático e coeso, no qual a iniqüidade foi superada, todas as brasileiras e todos os brasileiros têm plena capacidade de exercer sua cidadania; a paz social e a segurança pública foram alcançadas; o desenvolvimento sustentado e sustentável encontrou o seu curso; a diversidade, em particular a cultural, é valorizada. Uma nação respeitada e que se insere soberanamente no cenário internacional, comprometida com a paz mundial e a união entre os povos. AND, aprovada na 13a Reunião do Pleno do CDES, em 25 de agosto de 2005
8 CDES Observatório da Equidade Também tive o privilégio de estar no Conselho quando da criação, aprovação e início dos trabalhos do Observatório da Eqüidade. Tenho certeza de que esta será uma ferramenta extremamente útil e eficaz para o CDES. O Observatório tem objetivo de aportar capacidade e instrumentos para medir e acompanhar o enfrentamento do problema das desigualdades na sociedade brasileira e apoiar a proposição de políticas públicas e ações sociais que possam efetivamente promover maior eqüidade. O Observatório conta com apoio técnico de instituições da sociedade civil e do governo de reconhecida excelência e tradição e, vem construindo redes de diálogo e mobilização para o desenvolvimento.
9 CDES - O Observatório da Equidade Recomendação do CDES sobre a questão da educação, com base no trabalho do Observatório (aprovada na 20ª Reunião do Pleno do CDES, em 05 de dezembro de 2006): A educação deve ser considerada prioridade nacional, como elemento estruturante e articulador de políticas públicas pró-equidade, interagindo com as diferentes realidades do País e atingindo todas as faixas etárias e todos os níveis e modalidades de ensino. Nessa reunião do Conselho o Presidente Lula assumiu um forte compromisso com a educação afirmando que o segundo mandato será desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualidade.
10 CDES Atuação Internacional A cooperação internacional é área estratégica do CDES com objetivos para disseminar a cultura do diálogo, especialmente, na América Latina; contribuindo para construir um processo de desenvolvimento socialmente justo a ambientalmente responsável. Em janeiro de 2006, o CDES assinou com a ONU, por meio do Ministério das Relações Exteriores, o Memorando de Entendimento para ação conjunta do Governo e a Organização das Nações Unidas que tem por objetivo promover, fortalecer e estimular a criação de conselhos econômicos e sociais em países da América Latina interessados em ter nova instituição democrática para promover diálogo e participação nos governos. Atividades de disseminação do conceito e das ferramentas de diálogo social foram empreendidas pelo CDES na Bolívia, Chile, Guatemala e México.
11 CDES Atuação Internacional O CDES mantém uma série de acordos bilaterais com conselhos econômicos e sociais de outros países, instituições internacionais e governos, para intercâmbio de experiências e ação conjunta. Entre eles, o Conselho Nacional de Economia e Trabalho da Itália; o Conselho Econômico e Social da França; a France Libertés Fundação Danielle Mitterrand e a Comissão Tripartite da República da Coréia. Apesar de ser um órgão novo dentro da estrutura do Estado brasileiro o CDES foi indicado e deverá assumir em julho desse ano, a Presidência da Associação Internacional de Conselhos Econômicos e Sociais e Instituições Similares - AICESIS no biênio O tema proposto para o mandato brasileiro na AICESIS será Desenvolvimento com Eqüidade, que envolve o debate sobre o financiamento do desenvolvimento e o combate à fome e à pobreza.
12 O CDES da Bahia É por estes motivos que expus e pela convicção da importância de um instrumento de diálogo social como este, estou criando na Bahia um conselho de desenvolvimento econômico e social, com o objetivo principal de pensar o desenvolvimento do estado, dentro do contexto do país. Quero ainda deixar uma mensagem de apoio ao Ministro Walfrido dos Mares Guia e lhe desejar sorte nesta empreitada e espero que ele conduza o CDES com a prioridade que ele merece. Incentivo ainda aos demais governadores brasileiros a instalação de Conselhos em seus estados, pois o diálogo organizado entre governo e sociedade civil é fundamental para o desenvolvimento, pois como dizia o mestre Celso Furtado o desenvolvimento só acontece quando a sociedade o quer.
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