La Brazilian Traction en la industrialització del Brasil
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- Ana Vitória de Vieira Brás
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1 Les hidroelèctriques i la transformació del Paisatge Universitat de Lleida La Brazilian Traction en la industrialització del Brasil Alexandre Macchione Saes Departamento de Economia Universidade de São Paulo USP Julho de 2015
2 La Brazilian Traction en la industrialització del Brasil Apresentação Demanda de energia elétrica: variável chave para o desenvolvimento econômico ao viabilizar os processos de urbanização e industrialização. Oferta de energia elétrica: tanto pela oferta dos serviços, como pela produção de máquinas e equipamentos, foi um setor chave resultado da Segunda Revolução Industrial
3 La Brazilian Traction en la industrialització del Brasil A Brazilian Traction durante 80 anos esteve intimamente ligada ao desenvolvimento econômico brasileiro ( ) Permitiu a oferta de energia para a iluminação pública e privada, para a modernização do transporte urbano e, ainda, como força motriz para o crescimento industrial; Mas, ao mesmo tempo, a partir do grande poder político e econômico da empresa, sua estratégia de atendimento do mercado brasileiro reforçou uma estrutura desigual tanto entre grupos sociais como entre as regiões brasileiras. O rápido crescimento desses dois mercados de energia (Rio de Janeiro e São Paulo) possibilitava a realização de novos investimentos de porte (...), dotados de crescentes economias de escala e, consequentemente, de uma rentabilidade financeira também crescente. Tratava-se de um processo cumulativo, pois a crescente disponibilidade de energia elétrica a preços relativamente constantes dava origem ao surgimento de economias externas, não apenas para a urbanização, mas também para a industrialização. SZMERCSÁNYI, A era dos trustes e cartéis, 1986.
4 Uma rápida história da Brazilian Traction 1. A origem da Brazilian Traction, : Constituída como The São Paulo Light & Power Co. (1899), The Rio de Janeiro Light & Power Co. (1904) e São Paulo Electric Co. (1911). Criação da Brazilian Traction Light & Power (1912). Expansão da área de concessão (1920/30): aquisição de quatro empresas no Vale do Paraíba do Rio de Janeiro e de mais quatro no de São Paulo e, finalmente, outras quatro companhias no interior de São Paulo. 2. Grande Depressão e ampliação da demanda, : Anos 1930/40: maior regulação do Estado (Código de Águas de 1934; Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica de 1939). Crise financeira internacional e redução do capital disponível para ampliação do parque elétrico.
5 Uma rápida história da Brazilian Traction (Light) 3. O pacto de clivagem, : Retomada dos investimentos com grande apoio de agências internacionais de financiamento (BIRD e Eximbank). Operações financeiras e técnicas para garantir a ampliação da rentabilidade vs. maior regulação do Estado e crescimento da inflação brasileira. Divisão das atribuições do setor elétrico com o Estado: governo garante a geração de energia e as cias privadas a distribuição. 4. Diversificação dos negócios, : Atividades da Brascan, Organização e Investimentos LTDA. (formada em 1958) passam a procurar novos ramos. Anos 1970: início da atuação no setor imobiliário e saída do setor elétrico.
6 1. A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) Contexto Internacional: Abundância de capital nos mercados centrais Serviços públicos bastante rentáveis: transporte urbano representava cerca de 60% das receitas da Light entre A empresa participou ativamente da modernização das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Inexistência de regulação federal e plenos poderes para a empresa.
7 1. A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) ESTRUTURA DUAL, 1920 American & Foreign Power (Natal, Recife, Salvador, Maceió, Vitória, Niterói, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campinas): 20% da geração da energia elétrica do país em Fonte: NASA Earth Observatory/NOAA NGDC, Brazilian Traction (Rio de Janeiro e São Paulo): 50% da geração da energia do país em 1930.
8 1. A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) As primeiras grandes hidrelétricas brasileiras até a década de 1920 (SP, RJ e BA) Hidroelétricas Fundação kw na fundação kw alcançada (ano) Parnaíba SP (Light) (1912) Alberto Torres RJ (CBEE/Amforp) (1912) Fontes RJ (Light) (1913) Itatinga SP (CBEE/Amforp) * Ituparanga SP (Light) (1925) Bananeira BA (CBEE/Amforp) (1924) Fagundes RJ (CBEE/Amforp) * Rasgão SP (Light) * Cubatão SP (Light) * Fonte: Ministério da Agricultura..., 1920
9 1. A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) Usinas de energia elétrica em 1920: distribuição regional segundo a época de fundação e potência dos motores - Brasil (C.V.) Estados Bahia Distrito Federal Espírito Santo Minas Gerais Pará Paraná Pernambuco Rio de Janeiro R. G. do Sul Sta. Catarina São Paulo TOTAL até a a a 1920 Estados No. C.V. No. C.V. No. C.V. No. C.V. Bahia Distrito Federal (RJ) Espírito Santo Minas Gerais Pará Paraná Pernambuco Rio de Janeiro R. G. do Sul Sta. Catarina São Paulo TOTAL Fonte: Ministério da Agricultura..., 1920
10 1. A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) No. de Estados Estab. Bahia Distrito Federal Espírito Santo Minas Gerais Pará Paraná Pernambuco Rio de Janeiro R. G. do Sul Sta. Catarina São Paulo TOTAL Estados Operários Produção Industrial por Estados Contos de Réis Contos de Réis No. de Operários Capital Prod. Estab. % Capital Prod. DF (RJ) ,1% ,3% São Paulo ,5% ,0% Rio Grande Sul ,9% ,8% Rio de Janeiro ,7% ,1% Pernambuco ,0% ,6% Paraná ,9% ,4% Minas Gerais ,8% ,7% Bahia ,2% ,4% Pará ,7% ,2% Sergipe ,6% ,0% Sta. Catarina ,0% ,0% Amazonas ,0% ,2% Outros (10) ,50% ,70% TOTAL , ,0 Fonte: IBGE, Censos de 1907 e 1920 %
11 A origem da Brazilian Traction: energia elétrica, luz e modernização ( ) Modernização no Brasil Crescimento das cidades; origem da indústria, mas economia dependente das exportações de café. Elites conseguiam reproduzir o padrão de consumo/estilo de vida importado. Industrialização ainda não era um projeto nacional; demanda de energia para atividades urbanas. Investimentos no setor eram privados dependentes da era da eletrificação. Capacidade instalada - geração de energia elétrica - hidráulica - MW PIB e per capita ( ) Geração de energia elétrica PIB per capita
12 2. Grande Depressão e ampliação da demanda, Para o Brasil, a Grande Depressão marcou um período de grande possibilidade para a substituição de importações. O governo de Getúlio Vargas ( ) estimulou a industrialização do país e ampliou o controle do Estado em setores estratégicos. O setor elétrico passou a ser regulado pelo Código de Águas (1934). Código de Águas i. União como responsável pelo setor ii. Fim da cláusula-ouro iii. Reajuste seria controlado pelo custo histórico. iv. Interesse de crescente nacionalização do setor: novas concessões somente para brasileiros
13 2. Grande Depressão e ampliação da demanda, Trajetória da Light Expansão da demanda por energia elétrica Dificuldade de acesso ao mercado de capitais para financiamento de novos empreendimentos Solução: ampliação da geração nas Usinas já existentes Entretanto: racionamento de energia durante WWII Expansão da geração de energia elétrica pela Light: - Usina de Cubatão (São Paulo): de 178 MW (1930) para 366 MW (1930) - Usina de Fontes (Rio de Janeiro): de 49 MW (1913) para 119 MW (1942) - Usina de Ilha dos Pombos (Rio de Janeiro): 44 MW (1924) para 117 MW (1937)
14 3. O pacto de clivagem, Ampliação dos atritos entre interesses privados e estatais: Privatistas: defendiam as empresas estrangeiras e acusavam o governo de reduzir a rentabilidade dos negócios. Estatistas: citavam a má qualidade dos serviços e os elevados custos para justificar a estatização do setor. Governo Federal: Início dos investimentos no setor elétrico, especialmente para atender áreas sem concessão. Empresas estrangeiras: Movimento internacional de redução dos investimentos na geração de energia (tendência de nacionalização é internacional).
15 3. O pacto de clivagem, Investimentos: SP Light: ampliações em Cubatão ( ) e construção da Usina Subterrânea de Cubatão II (1952-6): kw kw Rio Light: ampliação em Ilha dos Pombos (1949); Usina Subterrânea de Nilo Peçanha (1953): kw kw Manobra financeira e técnica: Diferencial de juros: 4,5% do BIRD para matriz e 8% da matriz para subsidiárias. Fator carga: elevação da capacidade instalada Créditos autorizados pelo BIRD (até 1956) Empresas Ano Crédito Autorizado (U$) Brazilian Traction, Light & Power, Co. Ltd Companhia Hidroelétrica do São Francisco Brazilian Traction, Light & Power, Co. Ltd C. E. de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul Cia de E. Alto R.G. e C.E.de Minas Gerais S.A Usinas Elétricas do Paranapanema Brazilian Traction, Light & Power, Co. Ltd Total Cepal, 1956, p.200
16 O pacto de clivagem, Até a primeira metade da década de 1950 a Light contribuiu para a ampliação da geração de energia no país. Mas, a crescente inflação do país, as incertezas no mercado (como a encampação da AF&P) e, por fim, limite do ciclo de investimento, fez com que o grupo buscasse novos negócios. As dez maiores usinas elétricas em funcionamento no Brasil, 1959 Cubatão São Paulo Light SP Nilo Peçanha Rio Light RJ Piratininga São Paulo Light SP Paulo Afonso CHESF AL Fontes Rio Light RJ Ilha dos Pombos Rio Light RJ Peixotos Cia. Paulista de Força e Luz MG Itupararanga São Paulo Electric Co. SP Salto Grande CEMIG MG Sá Carvalho Acesita MG Fonte: Diário de Notícias, 11 de Janeiro de Capacidade instalada - geração de energia elétrica - hidráulica - MW e PIB per capita ( )
17 3. O pacto de clivagem, Industrialização do Brasil Getúlio Vargas ( ): setores estratégicos com controle estatal. Juscelino Kubitschek ( ): Plano de Metas e entrada das multinacionais no país. Características Profunda concentração industrial no Sudeste, especialmente no Estado de São Paulo (mais do que 50%). As indústrias multinacionais passaram a se interessar pelo mercado interno brasileiro.
18 3. O pacto de clivagem, Pacto de clivagem: Sobretudo na segunda metade da década de 1950, o governo passou a atuar com grandes empreendimentos de geração de energia, inclusive nas regiões das concessionárias privadas (ex. Furnas, 1957). As empresas privadas passaram a comprar energia das empresas estatais, sem realizar novos investimentos em geração. Em 1962 foi criada a Eletrobras, empresa que rapidamente seria a maior geradora de energia elétrica do Brasil. Participação na capacidade instalada (%), Anos Público Privado Autoprodutor Total ,8 82,4 10, ,5 71,9 9, ,3 55,2 13, ,6 33,6 11,8 100 Fonte: LIMA, 1984, p.109.
19 4. Diversificação dos negócios, Aprofundamento da industrialização Crescimento do PIB e PIB/per capita: : 7,38% e 4,20% : 6,01% e 3,05% : 8,72% e 6,09% Investimentos estrangeiros não buscam mais o setor de serviços, mas sim o industrial e o imobiliário. Brazilian Traction (como Brascan) Diversificação dos negócios para mineração, turismo e empreendimentos imobiliários (se valendo das desapropriações anteriores). Em 1979 o ramo do setor elétrico foi estatizado Capacidade instalada - geração de energia elétrica - hidráulica - MW e PIB per capita ( )
20 4. Diversificação dos negócios, A industrialização acentua ainda mais a tendência de concentração da economia brasileira, alcançando o auge na década de Os grandes empreendimentos hidrelétricos do setor são estatais: a geração saltou de MW em 1962 para MW em PIB Estadual - indústria - valor adicionado - R$, a preços do ano 2000 (mil) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Região Centro-oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul São Paulo Sudeste (-SP)
21 Conclusão A Brazilian Traction foi muito importante no processo de industrialização do Brasil: Se, por um lado, permitiu criar condições para que a indústria se estabelecesse no país; Por outro lado, aprofundou uma estrutura desigual de fornecimento de serviços e de concentração das atividades econômicas (cuja tendência somente se reduziu nos últimos anos). Evolução da concentração das usinas hidrelétricas no Brasil (1950 e 2000) Fonte:
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