Indústria avícola paranaense
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- Milton Lima Martini
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1 Indústria avícola paranaense Evoluçã o do consumo de fãrelo de sojã e milho pãrã criãçã o de frãngos no Pãrãnã Ana Luiza Lodi analuiza.lodi@intlfcstone.com Thadeu Silva thadeu.silva@intlfcstone.com Natália Orlovicin natalia.orlovicin@intlfcstone.com
2 Até a década de 1970, a indústria avícola era praticamente inexistente no Brasil. A criação de frangos ocorria em pequenas propriedades, com o objetivo de consumo próprio e abastecimento de açougues, restaurantes, mercados locais. A partir dos anos 70, essa situação começa a mudar. Com a modernização da agricultura, houve uma extensa migração campo-cidade e consequente aumento da demanda por alimentos industrializados. A produtividade das lavouras de grãos começou a aumentar, com a pecuária ficando um pouco menos extensiva e o consequente aumento da demanda por rações. Ao mesmo tempo várias processadoras de carne bovina e suína começaram a diversificar para o ramo da avicultura. Assim, entre os anos de 1970 e 1980, a indústria de frangos ganhou muito espaço, deslocando, inclusive, os segmentos bovino e suíno. Ressaltase que já desde os anos 80, a indústria avícola brasileira era oligopolizada. A partir da década de 1990, com a estabilização da economia e mudanças tecnológicas, a cadeia produtiva de frango se reorganizou, passando a competir segundo padrões internacionais, ganhando, assim, cada vez mais eficiência. Hoje, o setor brasileiro de avicultura conta com uma estrutura integrada, que contempla desde o cultivo e processamento de grãos até o abate das aves, incluindo outras atividades como transporte do produto e melhoramento genético. Em meio a esse contexto de evolução, o mercado consumidor também se expandiu, com o aumento do consumo interno de frango nos últimos anos e também com a ampliação das exportações do produto. Entre 2005 e 2010, o consumo per cãpitã de cãrne de frãngo no Brãsil ãumentou em 10 Kg, ãlcãnçãndo 45,4 Kg por pessoã Consumo per capita (Kg) 35,50 35,70 37,40 39,00 40,40 45, Fonte: UBA- 1
3 As exportãço es tãmbe m crescerãm nos u ltimos ãnos e ãlcãnçãrãm um volume perto de quãtro milho es de tonelãdãs em 2011 e em Exportação (mil ton) Sindiavipar / Alice WEB Quanto à localização, a indústria avícola está muito concentrada na região Sul e no estado de São Paulo, em decorrência basicamente da expansão das culturas de soja e de milho, ressaltando que o milho e o farelo de soja (componentes da ração) correspondem a cerca de 70% a 80% dos custos de produção da avicultura. Papel de destaque do Paraná na indústria avícola nacional O Paraná é o estado que concentra o maior volume de produção e de exportação de carne de frango do país. O estado sempre ocupou um lugar de destaque, mas desde 2000 passou a ser o maior produtor de aves do Brasil. 2
4 Em 2012, o estãdo respondeu por 27,9% do totãl de frãngos ãbãtidos em todo o Brãsil e por 28,7% dãs exportãço es do mesmo produto, o que equivãle ã um volume de 1,126 milhã o de tonelãdãs Paraná - Exportações de frango (mil ton) 29,0% ,5% ,0% ,5% ,0% ,5% ,0% Paraná % do total exportado (eixo dir.) Fonte: Sindiavipar; MAPA; Alice WEB Este destaque do Paraná na indústria avícola nacional está muito relacionado à evolução da agropecuária no estado na segunda metade do século passado. Há uma concentração das agroindústrias avícolas no norte e no sudoeste do estado, influenciada pela expansão da produção de soja em propriedades da região a partir da década de Ademais, cabe destacar o papel do crédito rural do SNCR (Sistema Nacional de Crédito Rural), criado em 1965 e que viabilizou o desenvolvimento da atividade de vários proprietários paranaenses, por meio de concessão de financiamentos. Ressalta-se, que, no Paraná, há a presença e grandes e pequenos produtores atuando no segmento avícola e também das cooperativas. Com isso, observa-se no estado a integração da cadeia produtiva de frangos, com muitas empresas possuindo aviários próprios ou celebrando contratos com proprietários de terra. Partindo-se dos dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) de consumo de milho e farelo de soja para ração de aves e dos dados do IBGE sobre o número de cabeças de frango, estimou-se o consumo médio de milho e farelo de soja para alimentação avícola. Como já era esperado, o Paraná também é atualmente o maior consumidor de farelo de soja e de milho para ração de frangos. Em 1997, o estado, que ainda não ocupava a liderança na produção de carne de frango, consumiu 15% do total de farelo de soja e de milho demandado para a ração de aves no país. Estima 3
5 -se que o consumo total desses produtos para a criação de frangos no Brasil era de 4,045 milhões de toneladas no caso do farelo de soja e 10,29 milhões de toneladas de milho. Pãrticipãçã o dos estãdos no consumo de fãrelo de sojã e milho nã indu striã ãvícolã (frãngos) 1997 PE CE Outros SP 20% RJ BA RS 15% MG 10% SC PR 15% Fonte: Sindirações/IBGE/INTL FCStone A partir de 2000 quando o estado passou a ser o maior produtor de carne de frango do país, naturalmente a participação no consumo de aumentou, alcançando 19% de um total de 4,6 milhões de toneladas para o farelo e de 11,67 milhões de toneladas para o cereal. farelo de soja e milho para ração de frangos Pãrticipãçã o dos estãdos no consumo de fãrelo de sojã e milho nã indu striã ãvícolã (frãngos) 2000 PE MS Outros PR 19% BA GO MG 10% SC 17% Fonte: Sindirações/IBGE/INTL FCStone RS SP 16% 4
6 Em 2011, a participação do Paraná no consumo de farelo de soja e milho para os aviários respondeu por 2 dos totais consumidos no país para este fim, os quais alcançaram 7,32 e 19,3 milhões de toneladas, respectivamente. Pãrticipãçã o dos estãdos no consumo de fãrelo de sojã e milho nã indu striã ãvícolã 2011 BA MS Outros 1 PR 2 GO 5% MT MG 9% SP 17% RS 1 SC 15% Fonte: Sindirações/IBGE/INTL FCStone Essa evolução do consumo de farelo de soja e de milho para ração de aves no Paraná também pode ser observada nos mapas a seguir, que dividem o estado em microrregiões. 5
7 Assim, observa-se que a atividade agrícola, especialmente a produção de soja e milho, está intimamente ligada à criação de frangos no Paraná, que tem grande importância nacional nesses setores. Com isso, grande parte da produção agrícola do estado é consumida internamente pelas indústrias adjacentes. Aumentos de preços dos insumos (farelo e milho) impactam diretamente nos custos de produção da indústria avícola e consequentemente no preço final da carne de frango. Em 2012, com a quebra de safra ocorrida dos EUA, os preços do milho e do farelo aumentaram consideravelmente, diante da menor disponibilidade de grãos no mercado. Em agosto de 2012, o custo de produção do quilo de frango no Paraná chegou perto de R$ 2,50 (maior custo de produção histórico), voltando a ficar abaixo de R$ 2 por quilo somente em março de
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