João Vicente Pereira Neto 2, Luiz Eduardo Bassay Blum 2
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1 e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set dição de plh de milheto o solo pr Redução d PODRIDÃO do colo em feijoeiro 1 João Vicente Pereir Neto 2, Luiz Edurdo Bssy Blum 2 ABSTRACT ddition of perl millet strw to soil for reduction of southern light IN commom en Mny plnts, such s perl millet (Pennisetum glucum), hve een cultivted with the purpose of covering or eing incorported to soil. This prctice might improve soil chemicl, physicl nd iologicl chrcteristics. These chnges in soil fetures cn ffect diseses, especilly those cused y soilorne pthogens, such s Sclerotium rolfsii. In this study, group of experiments ws conducted in rndomized lock design to evluted the effects of perl millet strw ddition (N = 0.8%; P = 0.14%; K = 1.76%; C = 0.52%; Mg = 0.22%; S = 0.12%; B = 6.8 mg kg -1 ; Cu = 12.7 mg kg -1 ; Fe = 412 mg kg -1 ; Mn = 39.5 mg kg -1 ; Zn = 30.3 mg kg -1 ; nd N = 360 mg kg -1 ) nd seed inocultion with Brdyrhizoium jponicum on common en (Phseolus vulgris) southern light, cultivted in greenhouse, nd lso on the fluorescent Pseudomons spp. ntive popultion. The ddition of strw (10 t h -1, 20 t h -1, nd 30 t h -1 ) reduced the severity of the disese, while the seed inocultion with Rhizoium did not. There ws significnt increse of fluorescent Pseudomons popultions in soils with strw. These results indicte tht the ddition of perl millet strw to soil cn reduce the disese nd fvour the fluorescent Pseudomons popultion growth. KEY-WORDS: Sclerotium rolfsii; Pennisetum glucum; Phseolus vulgris; fluorescent Pseudomons spp. RESUMO Plnts como o milheto (Pennisetum glucum) podem ser cultivds pr incorporção ou coertur do solo. Tl prátic fvorece melhori ds crcterístics químics, físics e iológics do solo. Estes efeitos refletemse no controle de doençs, entre els s cusds por Sclerotium rolfsii. Neste estudo, foi conduzid um série de experimentos, em locos o cso, pr vlir o efeito d dição de plh de milheto (N = 0,8%; P = 0,14%; K = 1,76%; C = 0,52%; Mg = 0,22%; S = 0,12%; B = 6,8 mg kg -1 ; Cu = 12,7 mg kg -1 ; Fe = 412 mg kg -1 ; Mn = 39,5 mg kg -1 ; Zn = 30,3 mg kg -1 ; e N = 360 mg kg -1 ) e d inoculção de sementes com Brdyrhizoium jponicum, sore podridão do colo em feijoeiro (Phseolus vulgris), cultivdo em csde-vegetção, e sore populção ntiv de Pseudomons spp. do grupo fluorescente. Com dição de plh (10 t h -1, 20 t h -1 e 30 t h -1 ), houve redução n severidde d doenç, fto não oservdo em trtmentos com rizóio. Ocorreu umento d populção de Pseudomons fluorescente em solos com milheto. Os resultdos indicm que dição de plh de milheto o solo pode reduzir doenç e fvorecer populção de Pseudomons fluorescente. PALAVRAS-CHAVE: Sclerotium rolfsii; Pennisetum glucum; Phseolus vulgris; Pseudomons spp. fluorescente. INTRODUÇÃO Sclerotium rolfsii é um fungo do solo e ptógeno fculttivo de um mpl gm de plnts hospedeirs, registrdo, pel primeir vez, em 1892, por Rolfs, em tomte (Solnum lycopersicum) (Punj 1985). A miori ds espécies de plnts ele suscetíveis são dicotiledônes, porém, existem diverss hospedeirs tmém entre s monocotiledônes (Punj 1985, 1993). A form sexud de S. rolfsii é Atheli rolfsii, ms su ocorrênci nturl é pouco frequente (Srm & Singh 2002). Contudo, qundo ocorre, os sidiósporos podem, tmém, dr início um infecção primári (Punj & Rhe 1992). Em feijoeiro (Phseolus vulgris), os sintoms inicim-se por lesões mrrons sore o colo, que vnçm, produzindo escurecimento e podridão do cule, resultndo em destruição do córtex e d riz principl. Os sintoms reflexos ocorrem n prte ére, n form de mrelecimento ds folhs ixeirs, seguindo em direção às folhs superiores. Em condições de lt umidde, ocorre crescimento micelil rnco sore o colo d plnt. Sore este micélio, é comum o precimento de escleródios mrrons. 1. Trlho receido em jun./2009 e ceito pr pulicção em set./2010 (n registro: PAT 6417/ DOI: /pt.v40i3.6417). 2. Universidde de Brsíli, Instituto de Biologi, Deprtmento de Fitoptologi, Brsíli, DF, Brsil. E-mils: jneto@cnpq.r, luizlum@un.r.
2 Adição de plh de milheto o solo pr redução d podridão do colo em feijoeiro 355 Dentre s medids de controle d doenç, inclui-se o trtmento químico ds sementes e solo, clgem, plicção de resíduos orgânicos com elevd relção C/N, como plh de milho (Ze mys) e vei (Aven stiv), e rção profund (Punj 1985). O controle químico present prolems qunto à eficiênci, custo e impcto o miente (Ghini et l. 1997). Poucos são os genótipos de feijoeiro com lgum nível de resistênci à doenç (Chves & Cost 1999, Blum et l. 2002), pesr de serem um ds forms de controle mis desejáveis. A dição de resíduos o solo é um opção pr o controle de doençs (Blum & Rodríguez-Kán 2004). Tl técnic tem demonstrdo eficiênci, como ocorreu em estudo onde se reduziu o tommento (Phytophthor cpsici) do pepino (Cucumis stivus), com dição de cm de viário e csc de pinus (Blum et l. 2002). McIntyre et l. (2001) reltrm redução de nemtóides fitoprsits em nneir, por meio d incorporção de leguminoss (Mucun pruriens, Cnvli ensiforis e Tephrosi vogelii). A coertur proporciond por milheto (Pennisetum glucum) diminui incidênci de doençs como o mofo-rnco (Sclerotini sclerotiorum) (Cssiolto 1998). Meyer (1996) relt redução no inóculo de Diporthe phseolorum f. sp. meridionlis (cncro d hste em soj), devido o cultivo prévio de milheto. Em dição, Silv et l. (1997) informm que plhd de milheto em semedur diret resultou em mior velocidde de degrdção de ovos do nemtóide de cisto (Heteroder glycines) d soj (Glycine mx). Segundo Grci & Silv (1996), isto se deve o estímulo ntgonists de ocorrênci nturl no solo. Muitos grupos de ntgonists podem ser fvorecidos pel dição de resíduos vegetis o solo, dentre eles o ds Pseudomons (P. putid e P. fluorescens) fluorescentes (Blum & Lin 1991, Weller et l. 2002). Escsss são s informções sore interção entre ctéris simiontes fixdors de nitrogênio e fitoptógenos. Os resultdos otidos não permitem concluir sore os efeitos dest prátic culturl, considerndo-se que prátic d inoculção é relevnte no cultivo de leguminoss, especilmente o feijoeiro (Hungri et l. 2001, 2003). Dess form, form ojetivos deste trlho verificr se dição de plhd de milheto o solo interfere n intensidde d podridão do colo em feijoeiro e sore populção ntiv de Pseudomons fluorescentes e determinr se há efeito d inoculção ds sementes com rizóio, n ocorrênci d doenç. MATERIAL E MÉTODOS Form utilizdos três isoldos de S. rolfsii, dois pertencentes à coleção micológic d Universidde de Brsíli (UnB 46 e UnB 1114) e um terceiro isoldo de hstes de soj (Glycine mx) cultivd com se no Plno de Assentmento Dirigido do Distrito Federl (PAD-DF). No estudo envolvendo inoculção com rizóios, foi utilizdo pens o isoldo UnB Os isoldos de S. rolfsii form cultivdos em plcs de petri, contendo meio BDA (Btt Dextrose Agr) trdicionl. Após coertur de tod superfície d plc pelo micélio, cinco discos (0,5 cm de diâmetro) form trnsferidos pr erlenmeyers (1 L), contendo 150 g de sementes de sorgo e 150 ml de águ destild, previmente utoclvd (121ºC, 20 minutos). Dirimente, os frscos form gitdos, visndo fvorecer um colonizção mis rápid e homogêne do sustrto. Pr inoculção ds plnts de feijão, form pesdos 5 g do sustrto colonizdo por S. rolfsii, que, então, form condiciondos em copos plásticos de 50 ml e coertos com filme plástico, té o momento d inoculção dos feijoeiros. Os experimentos form conduzidos em locos o cso, com qutro repetições de cinco plnts por vso. Pr o estudo dos efeitos d dição de plhd sore podridão do colo, foi instldo experimento em cs-de-vegetção, utilizndo-se vsos de plástico preto (3 L). Em todos os trtmentos, foi diciond rei lvd, n proporção de 30% (2.300 g de solo g de rei). Form utilizdos seis trtmentos e um controle, com qutro repetições. O controle foi constituído pens d mistur de solo e rei. Três trtmentos receerm doses equivlentes 10 t h -1 (80 kg h -1, 14 kg h -1 e 176 kg h -1 de N, P e K, respectivmente), 20 t h -1 (160 kg h -1, 28 kg h -1 e 352 kg h -1 de N, P e K, respectivmente) e 30 t h -1 (240 kg h -1, 42 kg h -1 e 528 kg h -1 de N, P e K, respectivmente) de plhd. Nos demis trtmentos, form crescentds doses de nitrogênio, fósforo e potássio, em teores equivlentes (10 t h -1, correspondendo 80 kg h -1, 14 kg h -1 e 176 kg h -1 de N, P e K, respectivmente) os pontdos pel nálise folir do milheto utilizdo. As fontes de N, P e K form, respectivmente, urei (44% N), superfosfto simples e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
3 356 J. V. Pereir Neto & L. E. B. Blum (2010) (18% P 2 O 5 solúvel em ácidos) e cloreto de potássio (58% K 2 O). Os trtmentos form plicdos 30 dis ntes do primeiro plntio. Neste experimento, utilizou-se solo (Ltossolo Vermelho escuro) coletdo n áre Experimentl de Biologi d Universidde de Brsíli. O solo usdo presentou s seguintes crcterístics grnulométrics: 200 g kg -1 de rei, 200 g kg -1 de silte e 600 g kg -1 de rgil. A nálise químic do solo presentou ph (H 2 O) = 5,7; Mtéri orgânic = 21,8 g kg -1 ; P = 0,5 mg dm -3 ; K = 0,22 cmol c dm -3 ; C = 1,6 cmol c dm -3 ; Mg = 0,5 cmol c dm -3 ; cidez totl (H+A) = 5 cmol c dm -3 ; som de ses = 2,4 cmol c dm -3 ; CTC = 7,4 cmol c dm -3 ; sturção por ses = 32%; B = 0,41 mg dm -3 ; Cu = 0,95 mg dm -3 ; Fe = 28,3 mg dm -3 ; Mn = 5,66 mg dm -3 ; Zn = 1,17 mg dm -3 ; e S = 9,9 mg dm -3. Pr estudo d influênci d inoculção ds sementes com rizóio, foi instldo um teste com seis trtmentos e um testemunh, sendo cd trtmento com qutro repetições de cinco plnts por vso. Form utilizdos vsos contendo dose de 20 t h -1 de milheto, quntiddes equivlentes de N, P e K e controles. Pr os três csos, houve um trtmento sem inoculção com rizóios e um equivlente onde s sementes form inoculds com um mistur ds estirpes de rizóio CPAC 41 e CPAC 444 em turf. Neste experimento, foi utilizdo solo so Cerrdo ntivo, nunc ntes cultivdo. Este solo foi coletdo n Emrp Cerrdos (Centro Ncionl de Pesquis Agropecuári dos Cerrdos, CPAC, Plnltin, DF). Qunto à grnulometri, o solo utilizdo presentou 300 g kg -1 de rei, 150 g kg -1 de silte e 550 g kg -1 de rgil. A nálise químic do solo presentou ph (H 2 O) = 4,5; MO = 24,8 g kg -1 ; P = 0,5 mg dm -3 ; K = 0,08 cmol c dm -3 ; C = 0,2 cmol c dm -3 ; Mg = 0,1 cmol c dm -3 ; cidez totl (H+A) = 7,81 cmol c dm -3 ; som de ses = 0,39 cmol c dm -3 ; CTC = 8,2 cmol c dm -3 ; sturção por ses = 5%; B = 0,04 mg dm -3 ; Cu = 3,16 mg dm -3 ; Fe = 95,4 mg dm -3 ; Mn = 1,58 mg dm -3 ; Zn = 0,56 mg dm -3 ; e S = 2,3 mg dm -3. A plhd usd foi proveniente de cultivo em cmpo d Emrp Cerrdos. Antes d incorporção, o mteril foi cortdo em frções de té 5 cm. O mteril presentou seguinte composição: N = 0,8%; P = 0,14%; K = 1,76%; C = 0,52%; Mg = 0,22%; S = 0,12%; B = 6,8 mg kg -1 ; Cu = 12,7 mg kg -1 ; Fe = 412 mg kg -1 ; Mn = 39,5 mg kg -1 ; Zn = 30,3 mg kg -1 ; e N = 360 mg kg -1. Form relizds colets de solo o finl de cd trint dis. Em cd époc de mostrgem, form coletdos 100 g de solo de cd trtmento. As mostrs form mntids em câmr fri, té o processmento. Inicilmente, 10 g de solo form diluídos em 90 ml de águ destild e utoclvd, em um erlenmeyer de 125 ml. Est solução foi gitd por 10 minutos, 200 rpm e 25 C. Em seguid, um líquot de 1 ml dest solução foi trnsferid pr um tuo de ensio contendo 9 ml de águ destild utoclvd. Relizou-se diluição serid té 10-6 e, em seguid, o plquemento, em meio King B modificdo (20 g de pepton; g de K 2 HPO 4 ; 6 g de MgSO 4.7H 2 O; 15 ml de glicerol; 15 g de Agr; 0,05 g de crendzin; e 1 L de águ destild). Após dois dis, relizou-se contgem ds colônis de ctéris fluorescentes, em câmr com luz ultrviolet. Os resultdos ds contgens form justdos de cordo com umidde ds mostrs e trnsformdos pr log ufc g -1 (uniddes formdors de colônis) de solo seco. Após est trnsformção, os ddos form sumetidos nálise de vriânci. Nos experimentos, form utilizds sementes de feijão fisclizds, cultivr Pérol, sfr 2002/2003. Em cd vso, form mntids cinco plnts, sendo inoculção relizd pós qutro dis d germinção, incorporndo-se o inóculo, nos 2 cm superficiis do solo. As plnts form vlids os 10, 20 e 30 dis pós germinção. Avliou-se incidênci, severidde e número de plnts morts. Pr vlição, utilizou-se seguinte escl de nots: (0) Plnts livres d doenç; (1) Crescimento micelil próximo o colo; (2) Crescimento micelil próximo o colo e início de lesão; (3) Lesão no colo; (4) Lesão e murch; (5) Murch sever; e (6) Plnt mort. Aos 30 dis, s plnts form retirds e procedeu-se nov semedur. Em cd vso, form relizdos qutro plntios consecutivos. Tmém, form relizds pesgem d mtéri fresc d prte ére e sistem rdiculr de cd trtmento. A nálise esttístic foi relizd com s médis dos qutro plntios mensis consecutivos. Os ddos form sumetidos nálise de vriânci, com repetição de medids, e sus médis comprds por meio do teste Tukey (p 5%), utilizndo-se o progrm SigmStt 2.0. e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
4 Adição de plh de milheto o solo pr redução d podridão do colo em feijoeiro 357 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ns três vlições relizds os 10, 20 e 30 dis, oservou-se menor severidde d doenç, nos três trtmentos envolvendo dição de plh de milheto, em relção os demis e o controle, pr os três isoldos estuddos (Figur 1A). As doses recíprocs e equivlentes àquels de milheto em duo químico não reduzirm severidde d doenç. Diversos trlhos têm evidencido efeito positivo d dição de resíduos orgânicos o solo, no controle de doençs. Kuik (2003) oservou que, qundo s condições meteorológics são fvoráveis o ptógeno (Colletotrichum gossypii vr. cephlosporioides Cost) e cultivr é suscetível, presenç d plh de milheto sore superfície do solo desfvorece o crescimento d doenç rmulose em lgodoeiro. Ferrz et l. (2003), estudndo viilidde de Sclerotini sclerotiorum, pós solrizção do solo, n presenç de coertur mort, oservrm mior eficiênci d solrizção do solo n presenç de plh, conferid pel redução d viilidde dos esclerócios. Resíduos orgânicos podem, por meio de trnsformções ioquímics, ser minerlizdos e convertidos em compostos orgânicos. Assim, oservm-se efeitos enéficos ns crcterístics químics, físics e iológics, contriuindo pr indução de supressividde no solo (Hoitinik & Fhy 1986, Rodríguez- Kán & Clvet 1994, Weller et l. 2002). De cordo com Almeid (1986), mteriis com lt relção C/N, n miori constituíd de lignin, como plh de milho, podem, no processo de decomposição, ter relção C/N umentd. Posteriormente, est relção tende decrescer, chegndo um situção estável. Este processo é lento e lev à formção de compostos lelopáticos, de lierção grdtiv. Ao contrário dos resultdos otidos por Hoynes et l. (2002), em estudo envolvendo o mnejo integrdo de S. rolfsii em feijoeiro, não foi oservdo efeito d fertilizção do solo. Tl fto pode estr relciondo às doses utilizds, que podem ser considerds ixs (Figur 1A). Além disso, se-se que os efeitos d dição de resíduos orgânicos são mis mplos que simples nutrição d plnt hospedeir. Assim, redução de severidde oservd, qundo se usou plhd de milheto, pode estr relciond à degrdção d mtéri orgânic, com lierção de sustâncis que podem tnto presentr crcterístics fvoráveis o desenvolvimento de ntgonists como iniitóris o ptógeno. Aind, qunto à severidde d doenç, ns três vlições, oservou-se efeito do isoldo de S. rolfsii (ddos não presentdos). Não houve diferenç significtiv entre o isoldo PAD-DF e o isoldo UnB 46. Os isoldos UnB 1114 e UnB 46 tmém não presentrm diferençs significtivs entre si (ddos não presentdos). Severidde (0-6) Severidde (0-6) 3,5 3,0 2,0 1,5 1,0 3,0 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Figur 1. Efeito d incorporção o solo de milheto e duo químico n severidde d doenç cusd por Sclerotium rolfsii em feijoeiro. (A) Severidde d doenç (0-6), em função do trtmento (C = controle; M10 = milheto 10 t h -1 ; M20 = milheto 20 t h -1 ; M30 = milheto 30 t h -1 ; A10 = duo químico 10 t h -1 ; A20 = duo químico 20 t h -1 ; A30 = duo químico 30 t h -1 ). (B) Severidde d doenç (0-6), em função do trtmento (C = controle; R = rizóio; M20 = milheto 20 t h -1 ; M20R = milheto 20 t h -1 e rizóio; A20 = duo químico 20 t h -1 ; A20R = duo químico 20 t h -1 e rizóio), os 10, 20 e 30 dis pós inoculção do ptógeno. Brrs de vlores com mesm letr não diferirm significtivmente entre si (Tukey, 5%). Os resultdos se referem à médi de qutro plntios c c Dis pós inoculção c c c c Dis pós inoculção C R C M 10 M 20 M 30 A 10 A 20 A 30 A M 20 M 20 R A 20 A 20 R B e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
5 358 J. V. Pereir Neto & L. E. B. Blum (2010) Houve um tendênci qudrátic significtiv de umento d mtéri verde d prte ére ds plnts, com o umento d quntidde de milheto (Figur 2A), com ótimo próximo 20 t h -1, tendênci, est, possivelmente relciond, em prte, à menor intensidde de doenç nos trtmento com milheto. Qunto à mtéri fresc ds rízes, houve tendênci qudrátic significtiv de umento d quntidde de milheto (Figur 2B), com ótimo próximo 15 t h -1. Não form detectds tendêncis significtivs em solo com dução químic, qunto à mtéri fresc de rízes e prte ére (ddos não presentdos). Foi oservd menor severidde nos trtmentos com dição de plhd de milheto, em relção os demis trtmentos. No entnto, considerndo-se os trtmentos com inoculção ds sementes com rizóio, não form detectds diferençs significtivs entre os trtmentos de solo. Não houve, ssim, diferenç n severidde d doenç, no trtmento com 20 t h -1, com ou sem inoculção ds sementes com rizóio. O mesmo pode ser oservdo nos controles e nos trtmentos envolvendo dução químic (Figur 2C). Em relção à contgem de ctéris fluorescentes (Pseudomons do grupo fluorescente), oservrm-se miores vlores nos trtmentos com dição de 20 t h -1 e 30 t h -1 de milheto o solo, em relção todos os demis trtmentos, com tendênci qudrátic significtiv (Figur 3A). Entre os trtmentos com dição de duos químicos, não houve diferenç, inclusive em relção o controle. Houve tendênci significtiv de redução d doenç, com o umento d populção estimd de Pseudomons Mss de prte áre (g) y = -0,012x 2 + 0,426x + 14,55 R² = 0,739* Mss de prte áere (g) A Doses de plhd (t h -1 ) C 5 C R M 20 M 20 R A 20 A 20 R 4,5 5 4,0 4 Mss de riz (g) 3,5 3,0 y = -0,005x 2 + 0,152x + 2,895 R² = 0,611* Mss riz (g) ,0 B Dis pós inoculção D 0 C M 10 M 20 M 30 A 10 A 20 Figur 2. Efeito d incorporção o solo de milheto e duo químico n mss vegetl fresc em feijoeiro. (A) Mtéri vegetl fresc d prte ére de plântuls de feijoeiro, os 30 dis AIP, em função d dose de produto incorpordo o solo. (B) Mtéri vegetl fresc ds rízes de plântuls de feijoeiro, os 30 dis pós inoculção do ptógeno, em função d dose de produto incorpordo o solo. (C) Mtéri vegetl fresc d prte ére de plântuls de feijoeiro, os 30 dis pós inoculção do ptógeno, em função do produto incorpordo o solo (C = controle; R = rizóio; M20 = milheto 20 t h -1 ; M20R = milheto 20 t h -1 e rizóio; A20 = duo químico 20 t h -1 (160 kg h -1, 28 kg h -1 e 352 kg h -1 de N, P e K, respectivmente); e A20R = duo químico 20 t h -1 e rizóio). (D) Mtéri vegetl fresc ds rízes de plântuls de feijoeiro, os 30 dis pós inoculção do ptógeno. (C e D) Brrs de vlores com mesm letr não diferirm, significtivmente, entre si (Tukey, 5%). (A e B) Equção com coeficiente de regressão significtivo, 5% (*) de proilidde de erro. Os resultdos se referem à médi de qutro plntios. e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
6 Adição de plh de milheto o solo pr redução d podridão do colo em feijoeiro 359 log UFC g -1 solo seco 10,0 9,8 9,5 3,5 milheto y = -1,734x + 19,51 R² = 0,868* 3,0 y = -0,000657x 2 + 0,030935x + 9, R² = 0,97 Severidde (0-6) 2,0 1,5 A log UFC g -1 solo seco B 9, Quntidde (t h -1 ) 10,5 10,2 9,9 c 9,6 c 9,3 9 C R M 20 M 20 R A 20 A 20 R C Severidde (0-6) D 1,0 3,3 3,1 2,9 2,7 9,5 9,7 9,9 10,1 10,3 log UFC g -1 solo seco y = -2,0527x + 22,863 R² = 0,6775 9,55 9,65 9,75 9,85 log UFC g -1 solo seco Figur 3. Efeito d incorporção o solo de plh de milheto e Brdyrhizoium jponicum, n populção de Pseudomons do grupo fluorescente, os 30 dis pós inoculção do ptógeno (AIP). (A) Estimtiv d populção do solo de Pseudomons do grupo fluorescente, os 30 dis AIP, em função d dose de produto incorpordo o solo. Equção com coeficiente de regressão significtivo 5% de proilidde de erro. (B) Estimtiv d populção do solo de Pseudomons do grupo fluorescente, os 30 dis AIP, em função do produto incorpordo o solo (C = controle; R = rizóio; M20 = milheto 20 t h -1 ; M20R = milheto 20 t h -1 e rizóio; A20 = duo químico 20 t h -1 ; A20R = duo químico 20 t h -1 e rizóio). (C) Severidde d doenç, em função d populção estimd de Pseudomons fluorescente, em solo com plh de milheto. (D) Severidde d doenç, em função d populção estimd de Pseudomons fluorescente, em solo com duo químico. (A e B) Brrs de vlores com mesm letr não diferirm, significtivmente, entre si (Tukey, 5%). (C e D) Equção com coeficiente de regressão significtivo 5% (*) de proilidde de erro. Os resultdos se referem à médi de qutro plntios. do grupo fluorescente, em solo com plh de milheto (Figur 3C). Emor, em solo com duo químico, tenh hvido tl tendênci de redução d doenç, com o umento d populção estimd de Pseudomons do grupo fluorescente (Figur 3D), mesm não foi significtiv. As espécies Pseudomons fluorescens e P. putid produzem vários ntiióticos, HCN e sideróforos, como mecnismos miores envolvidos no iocontrole (O Sullivn & O Gr 1992). Assim sendo, um incentivo o umento d populção nturl dests ctéris no solo deve ter ppel relevnte n supressão de S. rolfsii (Mnjul et l. 2004). Estudos nteriores reltrm que P. putid reduziu murch vsculr do lgodão (Gossypium hirsutum), cusd por F. oxyporum f.sp. vsinfectum (Chen et l. 1995), e que Pseudomons fluorescens e P. putid estvm ssocids (Sivsithmprm et l. 1979) à supressão de Geumnnomyces grminis vr. tritici, cusdor do ml-do-pé, em trigo (Triticum estivum). Os mecnismos envolvidos no controle iológico de fitoptógenos podem vrir de cordo com s espécies ds ctéris ssocids o controle. Hiperprsitismo, ntiiose, produção de sideróforos, crescimento de plnts, indução de resistênci e competição por nutrientes e sítios de colonizção podem estr envolvidos n supressão d populção dos ptógenos e d intensidde d doenç (Kloepper & Schroth 1981). A tividde e populção dos micro-orgnismos do solo são lterds pel dição de mtéri orgânic o solo. Estudos têm mostrdo que dição de, por exemplo, csc de pinus (Pinus spp.), mucun (Mucun spp.) e puerri (Puerri spp.), entre outros, pode influencir no umento d populção de e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
7 360 J. V. Pereir Neto & L. E. B. Blum (2010) determindos ntgonists (Bcillus megterium, Enterocter erogenes, P. fluorescens, P. putid, Penicillium spp., Trichoderm spp., etc.) ntivos do solo (Blum & Rodríguez-Kn 2006). Há reltos de correlção positiv entre quntidde de mtéri orgânic diciond o solo e tividde enzimátic, indicndo, consequentemente, umento n populção e tividde de micro-orgnismos no solo (Weller et l. 2002, Blum & Rodríguez-Kán 2004). A dição de plh de milheto o solo fvoreceu redução d podridão do colo. Assim, seri interessnte utilizção de plhd como prátic lterntiv os grotóxicos, pr o controle dest doenç. CONCLUSÃO A dição de plh de milheto o solo reduziu podridão do colo (Sclerotium rolfsii) em feijoeiro e estimulou o umento d populção nturl de Pseudomons do grupo fluorescente. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Ncionl de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Coordenção de Aperfeiçomento de Pessol de Nível Superior (Cpes), pelo finncimento prcil do estudo. REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. S. Influênci d coertur mort do plntio direto n iologi do solo. In: FANCELLI, A. L.; TORRADO, P. V.; MACHADO, J. (Eds.). Atulizção em plntio direto. Pircic: Fundção Crgill, p BLUM, L. E. B.; LIN, M. T. Potencil de Trichoderm e Pseudomons fluorescente pr o controle do tommento de muds de euclipto cusdo por Cylindrocldium spp. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 16, n. 1, p , BLUM, L. E. B.; RODRÍGUEZ-KÁBANA, R. Effect of orgnic mendments on sclerotil germintion, mycelil growth, nd Sclerotium rolfssi - induced diseses. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 29, n. 1, p , BLUM, L. E. B.; RODRÍGUEZ-KÁBANA, R. Powders of kudzu, velveten, nd pine rk dded to soil increse microil popultion nd reduce southern light of soyen. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 31, n. 6, p , BLUM, L. E. B. et l. Reção de genótipos de Phseolus vulgris à podridão do colo o oídio. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 28, n. 1, p , BLUM, L. E. B. et l. Mnejo do tommento em pepino pel dição o solo de cm de viário e csc de pinus. Revist de Ciêncis Agroveterináris, Lges, v. 1, n. 1, p , CASSIOLATO, A. M. R. Ecologi de fungos fitoptogênicos formdores de esclerócios. In: MELO, I. S. de; AZEVEDO, J. L. de (Eds.). Ecologi microin. Jguriún: Emrp, p CHAVES, K. C.; COSTA, J. L. S. Influênci do método de inoculção e d quntidde de inóculo de Sclerotium rolfsii n severidde de podridão do colo do feijoeiro. Summ Phytopthologic, Joticl, v. 25, n. 4, p , CHEN, C. et l. Biologicl control of fusrium wilt on cotton y use of endophytic cteri. Biologicl Control, Amsterdm, v. 5, n. 1, p , FERRAZ, L. C. L. et l. Viilidde de Sclerotini sclerotiorum pós solrizção do solo n presenç de coertur mort. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 28, n. 1, p , GARCIA, A.; SILVA, J. F. V. Nemtóide de cisto d soj. Revist Plntio Direto, Psso Fundo, v. 34, n. 1, p , GHINI, R.; BETTIOL, W.; CALDARI JR., P. Solrizção do solo pr o controle de Sclerotium rolfsii em feijoeiro. Summ Phytopthologic, Joticl, v. 23, n. 2, p , HOITINIK, H. A. J.; FAHY, P. C. Bsis for the control of soil-orne plnt pthogens with composts. Annul Review of Phytopthology, Plo Alto, v. 24, n. 1, p , HOYNES, C. D. et l. Biologicl control gents in comintion with fertiliztion or fumigtion to reduce sclerotil viility of Sclerotium rolfsii nd disese of snp ens in the greenhouse. Journl of Phytopthology, Berlin, v. 147, n. 3, p , HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; MENDES, I. C. Benefits of inocultion of the common en (Phseolus vulgris) crop with efficient nd competitive Rhizoium tropici strins. Biology nd Fertility of Soils, Berlin, v. 39, n. 2, p , HUNGRIA, M. et l. Symiotic effectiveness of fstgrowing rhizoil strins isolted from soyen nodules in Brzil. Biology nd Fertility of Soils, Berlin, v. 33, n. 5, p , e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
8 Adição de plh de milheto o solo pr redução d podridão do colo em feijoeiro 361 KLOEPPER, J. W.; SCHROTH, M. N. Reltionship of in vitro ntiiosis of plnt growth-promoting rhizocteri to plnt growth nd the displcement of root microflor. Phytopthology, St. Pul, v. 71, n. 10, p , KUBIAK, D. M. Influênci d plhd de milheto n ocorrênci de rmulose (Colletotrichum gossypii vr. cephlosporioides Cost) no lgodoeiro f. Dissertção (Mestrdo em Fitotecni) Escol Superior de Agricultur Luiz de Queiroz, Universidde de São Pulo, Pircic, MANJULA, K. et l. Comined ppliction of Pseudomons fluorescens nd Trichoderm viride hs n improved iocontrol ctivity ginst stem rot in groundnut. The Plnt Pthology Journl, Fisld, v. 20, n. 1, p , McINTYRE, B. D. et l. Effects of legume intercrops on soil-orne pests, iomss, nutrients nd soil wter in nn. Biology nd Fertility of Soils, Heidelerg, v. 34, n. 5, p , MEYER, M. C. Efeito de sistems de semedur, dução potássic em coertur e trtmentos químicos sore incidênci de doençs fúngics d soj. In: REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO CENTRAL, 18., 1996, Uerlândi. Anis Uerlândi: UFU, p O SULLIVAN, D. J.; O GARA, F. Trits of fluorescent Pseudomons spp. involved in suppression of plnt root pthogens. Microiology nd Moleculr Microiology Reviews, Mdison, v. 56, n. 4, p , PUNJA, Z. K. Ecology nd infection ehvior of Sclerotium rolfsii Scc. In: LYDA, S. D.; KENERLEY, C. M. Biology of sclerotil-forming fungi. Texs: The Texs Agriculturl Experiment Sttion, p PUNJA, Z. K. The iology, ecology, nd control of Sclerotium rolfsii. Annul Review of Phytopthology, Plo Alto, n. 23, p , PUNJA, Z. K.; RAHE, J. E. Sclerotium. In: SINGLETON, L. L.; MIHAIL, J. D.; RUSH, C. M. Methods for reserch on soilorne phytopthogenic fungi. St. Pul: Minnesot APS Press, p RODRÍGUEZ-KÁBANA, R.; CALVET, C. Cpcidd del suelo pr controlr enfermeddes de origen edfico. Fitoptologi Brsileir, Brsíli, DF, v. 19, n. 2, p , SARMA, B. K.; SINGH, U. P. Vriility in Indin isoltes of Sclerotium rolfsii. Mycologi, Stnford, v. 94, n. 6, p , SILVA, J. F. V. et l. Dinâmics populcionis do nemtóide de cisto d soj Heteroder glycines e semedur diret e convencionl. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL, 19., 1997, Joticl. Anis Londrin: Emrp-CNPSo, p SIVASITHAMPARAM, K.; PARKER, C. A.; EDWARDS, C. S. Bcteril ntgonists to the tke-ll fungus nd fluorescent pseudomonds in the rhizosphere of whet. Soil Biology & Biochemistry, Amsterdm, v. 11, n. 2, p , WELLER, D. M. et l. Microil popultions responsile for specific soil suppressiveness to plnt pthogens. Annul Review of Phytopthology, Plo Alto, n. 40, p , e-issn Pesq. Agropec. Trop., Goiâni, v. 40, n. 3, p , jul./set. 2010
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